terça-feira, 26 de março de 2019

Franciscano, Professor de Ciências, ganha Premiação como Melhor Professor do Mundo

Caros leitores,

É com imensa alegria que compartilhamos esta notícia neste blogue! Vejamos o caso. Trata-se de um religioso da ordem Franciscana, professor de ciências (matemática e física). O Irmão Peter Tabichi atua em uma região pobre do Quênia, carente sob diversas aspectos, inclusive carente de condições adequadas ao ensino.

O religioso promove o ensino de ciências como forma de dar oportunidades às crianças carentes daquela região. Iniciativas como um "clube de fomento a talentos" e um "clube de ciências", na escola onde atua, levaram seus alunos a elaborarem projetos de pesquisa, sendo que 60 % destes foram considerados aptos a participar de competições nacionais, junto a outros alunos das melhores escolas do país.

A premiação, Global Teacher Prize, é promovida pela Fundação Varkley. O prêmio de um milhão de dólares será revertido à sociedade, conforme relata o religioso; lembremos que religiosos fazem votos de pobreza (além dos votos de obediência e castidade), logo, colocam tudo o que recebem à disposição de sua comunidade, não retendo para si nenhum bem privado.

Seus alunos estão atualmente se preparando para participarem da Feira Internacional de Ciência e Engenharia INTEL 2019.

Conforme uma declaração do religioso à BBC: "Os jovens da África já não serão mais barrados pela falta de expectativas, a África produzirá cientistas, engenheiros, empresários cujos nomes serão um dia famosos em todos os cantos do mundo. E os jovens serão uma parte importante desta história".

Segue um vídeo sobre o Ir. Peter Tabichi , do canal Global Teacher Prize 2019 Top 10 Finalist:


Um religioso, dos dias atuais, com atuação relacionada a ciência, e que promove divulgação e ensino a crianças de regiões carentes.

Até a próxima postagem, se Deus quiser!

segunda-feira, 25 de março de 2019

Ciência e Fé (texto publicado no Jornal)

Caros leitores!

Conforme a postagem de 13 de janeiro último, temos publicado textos sobre "Ciência e Fé" e temas correlatos no Jornal paroquial: "Ecos de Lourdes", da Basílica Nossa Senhora de Lourdes, no Rio de Janeiro, desde maio de 2018. Gratos pelo convite, temos buscado colaborar com publicações, a cada mês, desde então.

No mesmo dia 13 de janeiro, reproduzimos um texto publicado antes no Jornal "Ecos de Lourdes", com o Título "A Estrela de Belém e os Reis Magos", aproveitando ainda o tempo Litúrgico do Natal.

Reproduzimos, agora, o primeiro texto publicado no Jornal "Ecos de Lourdes", em maio de 2018, que teve o título "Ciência e Fé", um texto introdutório à coluna.

Segue também o link do Jornal, com a versão eletrônica:
http://www.nsl.org.br

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Muitos de nós fomos levados a acreditar, desde a época escolar, em uma suposta oposição – e até mesmo contradição – entre ciência e fé. Porém, não há conflito, de fato, quando se faz reto uso da razão na tentativa de desvendar os mistérios da natureza, e a vivência da fé. Vejamos o que diz o Papa São João Paulo II, logo no início de sua Carta Encíclica Fides et Ratio (Fé e Razão), de 1998. “A fé e a razão(...) constituem como que as duas asas pelas quais o espírito humano se eleva para a contemplação da verdade. (...)”.

O Papa explica que, do lado da razão, estão a ciência e a filosofia, ou seja: a tentativa do ser humano em tentar entender a natureza e as razões da existência. Deus, porém, vem em nosso auxílio na busca pela verdade, com sua Revelação. Vejamos o Papa diz a respeito: “Em auxílio da razão, que procura a compreensão do mistério, vêm também os sinais presentes na Revelação.” (FR 13). O Papa alerta também para o perigo do racionalismo, quando se despreza a fé; e do fideísmo, quando se despreza a razão: “A razão privada do contributo da Revelação percorre sendas marginais, com o risco de perder de vista a sua meta final. A fé privada da razão põe em maior evidência o sentimento e a experiência, correndo o risco de deixar de ser uma proposta universal.(...)” (FR 48).

Vejamos também um trecho de outro documento da Igreja, a Constituição Pastoral Gaudium et Spes: “(...)a investigação metódica em todos os campos do saber, quando levada a cabo de um modo verdadeiramente científico e segundo as normas morais, nunca será realmente oposta à fé, já que as realidades profanas e as da fé têm origem no mesmo Deus. Antes, quem se esforça com humildade e constância por perscrutar os segredos da natureza, é, mesmo quando disso não tem consciência, como que conduzido pela mão de Deus, o qual sustenta as coisas e as faz ser o que são.” (GS 36).

A Igreja tem santos que eram grandes estudiosos também na investigação das ciências, além da teologia e filosofia. Por exemplo, Santo Tomás de Aquino – um gigante na fé! –, cujos ensinamentos são usados até hoje no estudo da teologia e na formação dos futuros sacerdotes, também enveredava por estudos em ciências naturais. Houve, ao longo da história, diversos sacerdotes e/ou religiosos, que atuaram em ciências, tendo dado grandes contribuições; ainda hoje há outros que se dedicam também aos estudos e pesquisas em ciências. Podemos citar, como exemplo, o Observatório do Vaticano, um observatório astronômico onde o corpo de cientistas é formado por sacerdotes e/ou religiosos!

Portanto, é necessário desmistificar este suposto conflito entre investigação científica e religião; entre o uso da razão e da fé. É necessário divulgar isso para o público, inclusive os mais jovens. Como professamos no Credo, Deus é o Criador de todas as coisas, visíveis e invisíveis, ou seja, de toda a realidade material e espiritual. Logo, não pode haver conflito entre ciência, uso da razão, e fé; não se fizermos reto uso dos dons que Deus nos concede.


Carlos Alexandre F. Jorge,
Integrante do Coral Opus.
 

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Obs. 1: A assinatura ao fim do texto reproduzido consta da publicação no Jornal paroquial "Ecos de Lourdes", para o qual é solicitado identificar a pastoral ou grupo ao qual pertence o autor do texto (à época, eu integrava apenas o Coral Opus).

quinta-feira, 21 de março de 2019

Albert Einstein

Caros leitores!

Dia 14 de março é o dia do nascimento de Einstein. Há pouco tempo, vimos por aí diversas mensagens publicadas em comemoração à data natalícia deste grande cientista. Bem, este blogue não poderia ficar de fora da comemoração! Logo, resolvi listar, nesta nova postagem, textos anteriores deste blogue que, de alguma forma, citam Einstein e suas contribuições à ciência.

Segue uma lista (não exaustiva) de textos deste blogue, que citam Einstein:




E, como não poderíamos deixar de citar em um blogue sobre Ciência e Fé, segue também uma figura que mostra Einstein e Pe. Georges Lemaître, SJ - cientista que propôs a Teoria do Big Bang, com base em estudos sobre a teoria da Relatividade geral de Einstein.


Boa leitura! Até o próximo texto!

sábado, 2 de março de 2019

Eclipses


Caros leitores, se vocês bem lembram, tivemos um eclipse lunar total no início deste ano – na noite entre os dias 20 e 21 de janeiro, para ser exato. O fato foi noticiado com alguma antecedência, o que permitiu que, aqueles que o quisessem, pudessem se programar para ver o eclipse. Eu, claro, como gosto de ciência, quis ver, e fiquei parte daquela madrugada acordado!

Alguns dias depois do ocorrido, encontrei na internet um texto um tanto estranho, de alguém supostamente religioso (católico), afirmando literalmente que “não se deve ver eclipses”, dando uma conotação como se houvesse algo de supostamente misterioso e danoso (sic) acerca destes fenômenos. O comentário citava que, sabiamente (sic), povos antigos evitavam ver eclipses... Muito assustado fiquei – não com os eclipses, obviamente, mas com tamanha esquisitice. Mais assustado ainda eu fiquei, lendo nos comentários ao texto de tal pessoa, outros tantos endossando esta interpretação, e mais justificativas da autora do texto.



Imagem meramente ilustrativa1.

Ora, todos sabemos que cada coisa deve ser julgada à luz do conhecimento que se tem a cada época. Se povos antigos ficavam assustados com eclipses, ou atribuíam um sentido maior aos mesmos, como se isto significasse “mau presságio”, ou também atribuíssem um sentido figurado ao eclipsar (ocultação) da luz e uma exaltação das trevas, é óbvio que tal interpretação devia-se à falta de conhecimento dos povos acerca destes fenômenos naturais. Não cabe mais, atualmente, comportar-se da mesma forma que povos primitivos, quando já se tem o conhecimento e a explicação para os fenômenos naturais de que se tratam os eclipses, tanto o lunar quanto o solar.

Não há nenhuma orientação da Igreja sobre evitar ver eclipses, ou sobre uma suposta ocorrência de um eclipsar do bem e exaltação do mal, durante tais fenômenos; ou que houvesse maior susceptibilidade ao mal durante sua ocorrência. A respeito de advertências deste tipo, há sim, na Igreja, quanto ao envolvimento com ocultismo, adivinhação, e coisas semelhantes. Já comentamos sobre isso em postagem anterior; mas isto é outra coisa, e tem fundamento.

Cabe lembrar que a Igreja não tem medo da ciência, nem a rejeita – desde que seja conduzida dentro da ética e da moral, e que não seja (mal) usada no sentido de tentar deixar Deus de fora da história. Se, ao fazer ciência, buscamos sinceramente a verdade, somos como que conduzidos por Deus (cf. Gaudium et Spes, 36).

Outro fato interessante é que este fenômeno, ocorrido em janeiro último, foi noticiado por colunistas do site do Observatório do Vaticano. Se hoje entendemos do que se tratam os eclipses lunar e solar, é porque cientistas dedicaram-se a observa-los e a estuda-los. Se fosse errado  do ponto de vista católico  observar eclipses, o Observatório do Vaticano, e a Igreja em geral, deveriam ter feito advertências. Claro, como não há problemas em se fazer observações astronômicas, incluindo eclipses, não há advertência nenhuma, nem no site do Observatório, em nenhum outro documento ou pronunciamento da Igreja!

Imagino que, quando muito, alguém pudesse aproveitar o sentido figurado da “imagem” de eclipses, e discorrer sobre a necessidade de se fazer o bem e evitar o mal, por exemplo. Mas jamais alertar as pessoas de que “não se deve ver eclipses”!

Caríssimos, tenhamos equilíbrio no uso das coisas. Não podemos ser cientificistas nem fideístas; não podemos rejeitar nem a fé, nem a razão! Na vivência da fé católica, não cabem desequilíbrios. Cada coisa no seu devido lugar.

Espero ter esclarecido. Até a próxima postagem, se Deus quiser!


PS: Infelizmente, o blogue teve pouca atividade nestes últimos tempos, em pouco mais de um mês. Logo, tanto este assunto, como outros interessantes que surgiram neste meio-tempo, ficaram para ser resolvidos agora. Mas, antes tarde, a nunca aborda-los.


1Montaje en un gif animado del eclipse lunar del día 3-4 de marzo de 2007 tomado desde Medina del Campo, Valladolid, España”, autor: Locutus Borg.