Amigos,
Continuando
a reflexão do texto anterior, sobre as diferenças entre astronomia e
astrologia, neste eu resolvi comentar algo mais na parte tocante à fé.
A
astrologia, ao seguir seu rumo, após a separação com a astronomia, continuou relacionada
aos aspectos de adivinhação ou tentativas de prever o futuro, adivinhação da sorte,
e coisas do gênero; como se os astros fossem dotados de poderes sobrenaturais
capazes de fornecer às pessoas acesso a tais conhecimentos. Ora, sabemos que
tudo isso é contrário às orientações das religiões que seguem as Sagradas
Escrituras – seja apenas o Antigo Testamento, ou ambos: Antigo e Novo Testamentos1.
Senão, vejamos.
Já
no Antigo Testamento, temos uma passagem que deixa claro a incompatibilidade
entre essas atividades e a fé em Deus, no livro do Deuteronômio:
Dt
19,9-13: “9 Quando tiveres entrado na terra que o Senhor, teu Deus, te dá, não
te porás a imitar as práticas abomináveis da gente daquela terra. 10 Não se
ache no meio de ti quem faça passar pelo fogo seu filho ou sua filha, nem que
se dê à adivinhação, à astrologia, aos agouros, ao fetichismo, 11 à magia, ao
espiritismo, à adivinhação ou à invocação dos mortos, 12 porque o Senhor, teu
Deus, abomina aqueles que se dão a essas práticas, e é por causa dessas
abominações que o Senhor, teu Deus, expulsa diante de ti essas nações. 13 Serás
inteiramente do Senhor, teu Deus.”
No
Novo Testamento, outra passagem é também bem clara, no livro dos Atos dos
Apóstolos:
At
16,16-19: “16 Certo dia, quando íamos à oração, eis que nos veio ao encontro
uma moça escrava que tinha o espírito de Pitão, a qual com suas adivinhações
dava muito dinheiro a seus senhores. 17 Pondo-se a seguir Paulo e a nós,
gritava: Estes homens são servos do Deus Altíssimo, que vos anunciam o caminho
da salvação. 18 Repetiu isso por muitos dias. Por fim, Paulo enfadou-se. Voltou-se
para ela e disse ao espírito: Ordeno-te em nome de Jesus Cristo que saias dela.
E na mesma hora ele saiu. 19 Vendo seus amos que se lhes esvaecera a esperança
do lucro, pegaram Paulo e Silas e levaram-no ao foro, à presença das
autoridades.”
Chama
a atenção, na passagem anterior, a questão do interesse de certas pessoas em se
aproveitarem do lucro que aquelas práticas lhes dava.
Ainda
hoje, não vemos gente que lucra fácil, às custas de incautos e desesperados, com
“trabalhos” de adivinhação ou coisas semelhantes...?
Para
concluir, no Catecismo da Igreja Católica, temos as orientações da Igreja
quanto a essas práticas:
CIC
2116: “Todas as formas de adivinhação
hão de ser rejeitadas: recurso a Satanás ou aos demônios, evocação dos mortos
ou outras práticas que erroneamente se supõe ‘descobrir’ o futuro. A consulta
aos horóscopos, a astrologia, a quiromancia, a interpretação de presságios e da
sorte, os fenômenos de visão, o recurso a médiuns escondem uma vontade de poder
sobre o tempo, sobre a história e, finalmente, sobre os homens, ao mesmo tempo
que um desejo de ganhar para si os poderes ocultos. Essas práticas contradizem
a honra e o respeito que, unidos ao amoroso temor, devemos exclusivamente a
Deus.”
Esse
trecho do Catecismo está na “Terceira Parte: Vida em Cristo”, mais
especificamente, em “Os Dez Mandamentos”. Superstição, e coisas semelhantes, trata-se de uma das afrontas ao
Primeiro Mandamento do Decálogo: “Amarás ao Senhor, teu Deus, de todo o
coração, de toda a alma e de todo o entendimento”.
Ao
se adotar crendices, se coloca a confiança em outras coisas ocultas ou
fictícias, como outros “deuses”, ao invés de colocar a confiança plena no único
Senhor, nosso Deus!
Portanto,
caros, no texto anterior do blog, vimos que astrologia nada tem a ver com
ciência; neste, vemos que também nada tem a ver com fé.
Lembremos,
como citado no texto anterior, que Santo Agostinho já criticava a astrologia,
dado o seu fatalismo, pois, se tudo estaria previsto a partir dos astros, como
seriam livres os humanos? Ele a criticava também – conforme seu livro
Confissões –, porque se procurava isentar os homens das culpas por seus erros, atribuindo-os
a corpos celestes e – em última análise – ao próprio Deus!
“Os astrólogos
dizem: a causa inevitável do pecado vem do céu; Saturno e Marte são os
responsáveis. Assim isentam o homem de toda falta e atribuem as culpas ao
Criador, àquele que rege os céus e os astros.” (Confissões, I, IV, c. 3).
Até
a próxima!
1Nunca
é demais lembrar que nós, católicos, temos como fundamento de nossa fé, não
apenas as Sagradas Escrituras, mas também a Sagrada Tradição e o Magistério da
Igreja – os quais também, por sua vez, estão fundamentados nas próprias
Sagradas Escrituras.
Sugestões
de leitura:
-
Felipe Aquino, Astrologia
- horóscopo?
Além,
obviamente, da Bíblia Sagrada e do Catecismo da Igreja Católica.
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