segunda-feira, 20 de agosto de 2012

Aniversário do Blog! (2)


Amigos,

Falando ainda sobre o aniversário do Blog, andei reparando nas estatísticas de acesso. Aliás, costumo sempre observar as estatísticas, e noto, entre outras coisas, quais textos têm sido mais acessados. Curiosamente, um dos textos mais lidos, em todo esse tempo, é o “Pe. Gregor Mendel, pai da genética”. Isso, a despeito de ter sido um dos primeiros textos que escrevi, ainda no antigo blog, e que transcrevi para este novo há exatamente um ano, no dia em que foi criado!

Para mim é uma surpresa agradável que o texto sobre o Pe. Mendel ainda hoje seja um dos mais acessados, e isto tem se mantido durante quase todo esse tempo! Fico feliz de que este assunto, em particular, tenha despertado tanto interesse dos leitores! Meus textos são, em sua maioria, mais relacionados a temas da área de exatas. Isto deve-se à minha formação em engenharia, mais próxima de física e temas correlatos, à biologia.

Bem, para os mais curiosos sobre o Pe. Mendel, tenho um livro na “fila” de leitura, que recomendo aos leitores também:

- William Bateson e Gregor Mendel, Mendel’s Principles of Heredity, Dover Publications, 2010 (o livro na verdade é antigo, com primeira publicação de 1913, pela Cambridge University Press).

Como disse, não o li ainda, mas constitui uma boa fonte do próprio trabalho de Pe. Mendel. Suas ideias, com artigo publicado em 1865, permaneceram pouco conhecidas, até terem sido trazidas à tona novamente por William Bateson, em 1902. Este livro tem também notas biográficas de Pe. Mendel e reproduções de dois artigos seus.

O interesse pelo texto sobre Pe. Mendel me deixou, como posso dizer... um tanto intrigado com vocês, caros leitores; e torna-se especial, uma vez que foi um dos textos inaugurais deste novo Blog, há um ano atrás!

Bem, espero que neste próximo ano que se inicia, o Blog possa continuar a dar bons frutos, em termos de divulgação sobre a beleza do diálogo entre ciência/razão e fé, com a graça de Deus.

Até o próximo texto!

domingo, 19 de agosto de 2012

Aniversário do Blog!





 











Amigos,

Parece que foi ontem que (re)começei este desafio: escrever um blog sobre o diálogo entre ciência e fé! Lá se vai um ano, desde aquele 19 de agosto de 2011! Todos sabemos que há muitos preconceitos e equívocos neste tema... Infelizmente, “aprendemos” na escola que ciência seria inimiga da fé de modo geral, e em particular, que a Igreja seria contra a ciência. Sabemos que houve, de fato, conflitos, em certas épocas, que devem ser julgados dentro de seu contexto histórico; e sobre os quais o então Papa João Paulo II se já pronunciou.

Mas o que não é dito é que houve também épocas de diálogo muito frutuoso entre ciência e fé, entre Igreja e ciência:

·       houve diversos sacerdotes e/ou religiosos cientistas ao longo da história;
·       o Observatório do Vaticano é um dos mais antigos observatórios astronômicos do mundo – considerando a época de sua origem, antes da suspensão e restauração da ordem dos Jesuítas;
·       o Observatório do Vaticano é fortemente atuante ainda hoje, com seu corpo de sacerdotes cientistas, em grande parte doutores em algum campo relacionado à física ou astronomia;
·       foi a Igreja quem criou as universidades;
·       conhecimento da antiguidade foi preservado (e retransmitido), das destruições provocadas pelas invasões bárbaras durante a Idade Média, através do árduo trabalho dos monges copistas, nos diversos mosteiros;
·       os povos bárbaros foram aos poucos se tornando civilizados, a partir de um trabalho sério de evangelização da Igreja, durante a Idade Média;
·       a Idade Média, longe de ser a idade das trevas, pode ser chamada a idade das luzes, devido à forte efervescência científica – diga-se de passagem, com ativa e intensa atuação da Igreja;
·       o que é chamado Iluminismo, na verdade causou uma ruptura no até então frutuoso diálogo entre fé e ciência, “endeusando” a razão, como se esta fosse a única capaz de fornecer as respostas a todos os anseios humanos;
·       Galileu nunca foi queimado na fogueira pela Igreja... morreu católico, recebendo os sacramentos;
·       Copérnico – homem do clero – propôs a teoria heliocêntrica, que à época não ficou tão conhecida, até Galileu trazê-la à tona novamente, defendendo esta teoria;
·       um dos cientistas que propôs a teoria do Big Bang foi um sacerdote Jesuíta, Pe. Georges Lemaître, SJ;
·       ainda hoje há sacerdotes e/ou religiosos com forte atuação em diversos campos da ciência...
...entre outras coisas.

Sei que, quando respondi a este chamado, que falava alto em meu íntimo, estava aceitando um duro desafio. Mas Aquele que chama, não nos deixa abandonados; antes, nos sustenta.

Logo, agradeço a Deus, por este período de um ano em que eu escrevo este blog! Tudo o que eu tenho, vem d’Ele! O gosto pela ciência não é uma aptidão que eu inventei; recebi do alto. Mais ainda, a sede pela verdade também é consequência daquilo que podemos chamar uma “saudade” do Altíssimo, Autor de tudo, Autor de nossas vidas, somente em quem nós repousaremos. Essa sede e busca pela verdade, a Carta Encíclica Fides et Ratio explica muito bem, e é inerente a todo ser humano! Uma vez incendiado dessa sede pela verdade, por que não tentar contagiar a outros...? Sabemos que, ainda que esta seja inerente ao ser humano, muitos vivem como que adormecidos, muito preocupados apenas com as coisas corriqueiras ou imediatas. Claro que temos nossas preocupações diárias; mas nossa vida ficaria um tanto monótona e sem sentido, se não tivéssemos questionamentos mais fundamentais; como bem diz a Fides et Ratio:

25. “ ‘Todos os homens desejam saber’1, e o objeto próprio desse desejo é a verdade.”

1Aristóteles, Metafísica, I, 1.

4. “Impelido pelo desejo de descobrir a verdade última da existência, o homem procura adquirir aqueles conhecimentos universais que lhe permitam uma melhor compreensão de si mesmo e progredir na sua realização. Os conhecimentos fundamentais nascem da maravilha que nele suscita a contemplação da criação(...) Sem tal assombro, o homem tornar-se-ia repetitivo e, pouco a pouco, incapaz de uma existência verdadeiramente pessoal.”

Então, sigamos em frente, nesse maravilhar-se com a criação... e com o Criador!


sexta-feira, 17 de agosto de 2012

Esse nosso mundo...

Amigos,

Como eu comentei na mensagem sobre os eventos que eu frequentei por estes dias, é sempre bom estar familiarizado com o que acontece na ciência básica, e como é bom quando aprendemos algo novo! No segundo evento do qual eu participei – uma palestra muito interessante sobre o bóson de Higgs – um ponto muito interessante foi explicado, que eu gostaria de comentar aqui no blog; dá uma boa reflexão, vocês vão ver.

A palestrante, que além de sua competência técnica, também tinha ótima didática, conseguiu expor temas bem complexos ao público em geral presente, de forma bem acessível. O público tratava-se (creio eu), em sua maioria, de estudantes de cursos da área de exatas: estudantes de física e engenharia – de graduação ou pós-graduação –, além de alguns professores. A palestrante, em dado momento, comentou sobre a “Quebra de Simetria” do bóson de Higgs ocorrida durante o resfriamento e expansão do universo. Calma! Não se assuste, não vá fugir do blog agora! Eu explico.

Abrindo um “parênteses” em meus comentários e reflexões sobre a palestra, gostaria de comentar antes algo sobre simetria. Bem, simetria nas formas de objetos é um conceito que já possuímos intuitivamente: um objeto possui simetria se, por exemplo, ao olharmos de diferentes ângulos, ele permanece com a mesma aparência; como uma esfera, que é vista sempre do mesmo jeito, se olhada de diferentes ângulos. Simetria, em física, significa que uma lei permanece a mesma, se algumas condições forem modificadas, como por exemplo: translação e rotação no espaço, e translação no tempo. Se montarmos um aparato em um lugar, e depois o movermos para outro local, ou se o girarmos no espaço, ele continuará funcionando da mesma forma; se o montarmos em outro momento (translação no tempo), idem. Mas não há simetria em relação a escala... por exemplo, se montarmos um objeto em uma escala reduzida, e depois tentarmos montar outro similar em uma escala maior, não funcionará da mesma forma... provavelmente desabará1. Fecha parênteses.

Durante a palestra, a professora explicou que, quando o universo era muito denso e quente, o bóson de Higgs apresentava simetria. Ela deu um exemplo bem didático sobre simetria, que eu partilho aqui: Suponha que seguramos um palito entre os dedos, comprimindo suas pontas; em princípio, há simetria, porque o palito parece o mesmo, se olhado de qualquer lado. Mas se forçarmos mais, o palito envergará... para onde? Não há como prever! Ele pode envergar para qualquer lado... mas uma vez envergado, perde a simetria... ele já não é visto da mesma forma, de diferentes lados... dizemos que houve uma “quebra de simetria”; o palito mudou para uma configuração de menor energia (guardemos isso). Fantástico, não? Explicação maravilhosa!

Bem, voltando ao bóson de Higgs, no início do universo, ele possuía simetria, significando que estava em um estado de maior energia (representado pelo cume da superfície mostrada a seguir, semelhante a um chapéu de mexicano). Mas durante a expansão e resfriamento do universo, o bóson de Higgs migrou para um estado de menor energia – de forma análoga ao palito que se enverga sob compressão –, perdendo a simetria. Essa quebra de simetria é representada pelo “deslizar” do bóson de Higgs do topo do “chapéu mexicano”, para uma posição qualquer na calha de sua aba (vide figura). Lembram da analogia do palito? Antes de se envergar, ninguém poderia prever para onde ele envergaria: poderia envergar para qualquer lado! Pois bem, algo similar ocorre com a quebra de simetria do bóson de Higgs: para qual ponto da calha da aba do “chapéu mexicano” o bóson “deslizaria”...? Poderia ser para qualquer posição! Impossível de prever também.



Bem... o bóson “deslizou” para uma posição em particular (agora já não há mais simetria); convergiu para uma dada região de menor energia. Nesta região particular, o universo adquiriu a configuração que tem hoje, tendo resultado no agrupamento de partículas subatômicas, e então de átomos, moléculas, poeira de gás, estrelas, galáxias... até chegar a nós! Nesta região em particular, o bóson de Higgs foi responsável por “dar” massa às partículas que efetivamente têm massa atualmente, como por exemplo os quarks – que formam os prótons e os nêutrons –, e os elétrons; e não a outras partículas, como o fóton – que é o corpúsculo de luz! Logo, as partículas constituintes da matéria possuem massa, enquanto a luz não.

Mas... e se o bóson de Higgs tivesse convergido para outra região de menor energia na superfície do “chapéu mexicano”...? O mundo não existiria, ao menos como o conhecemos... possivelmente as partículas subatômicas não teriam se agrupado e formado os átomos, estrelas, etc... imaginem se os quarks não tivessem adquirido massa, mas sim os fótons (a luz!). Nós não estaríamos aqui para nos questionar sobre os mistérios da natureza...

As pessoas falam em sorte: “por sorte, o bóson de Higgs convergiu para uma região favorável à evolução do universo, até culminar no que existe hoje, com tudo o que tem, inclusive nós!” Sorte...? Acaso...? O acaso criou tudo do jeito que conhecemos...? Não seria, como diz o Felipe Aquino, em seu livro “Ciência e Fé em harmonia”, querer se recusar a usar o nome de Deus, usando em seu lugar o nome “acaso”...?

Claro que esta discussão do parágrafo acima não necessariamente tem a ver com a opinião da palestrante; é uma reflexão minha. Isto me fez lembrar de outro conceito: “Princípio Antrópico”, o qual diz que tudo na evolução do universo parece ter sido finamente sintonizado para que resultasse do jeito que resultou; qualquer mínima alteração, e o mundo seria completamente diferente, e a vida provavelmente não teria surgido, e não estaríamos aqui. Mas isso fica para um próximo texto.

Espero ter aguçado a curiosidade de vocês! Vejam como é maravilhoso, conjugar a nossa fé com a razão!

Amigos, até a próxima!

Este texto foi baseado principalmente na palestra:
- Carla Göbel B. Mello, “Entendendo o bóson de Higgs”, PUC-RJ, Ago/2012.

Lembrando que as opiniões sobre as relações com a fé são minhas, não necessariamente desta autora.

Outras citações:
1Richard P. Feynman, Física em 12 Lições – fáceis e não tão fáceis, Ediouro, 2005.

2Felipe Aquino, Ciência e Fé em harmonia, Ed. Cléofas, 2004.


Para um breve “tour” sobre partículas, sugiro um texto da mesma autora da palestra citada acima.

Bioética: células-tronco

Amigos,

Como vocês devem ter notado, costumo ler e ouvir materiais, ou mesmo frequentar encontros, de caráter científico, de divulgação científica, sobre as relações entre ciência e fé, ou correlatos, ainda que por conta própria. Frequentar nem sempre é fácil pois, quando não se trata de assuntos relacionados ao trabalho, não se consegue, obviamente, liberação para tal. Mas sempre que dá, devido ao dia, horário ou mesmo a férias, tento participar.

Estive, uma ocasião, em um encontro sobre divulgação científica, cujo conteúdo foi excelente, diga-se de passagem. Porém, ao final do encontro, durante a etapa de perguntas do público, tive uma grande decepção: um comentário lamentável sobre o uso de células-tronco embrionárias. A pessoa – um pesquisador de destaque – “comemorou” a tal aprovação da Lei de Biossegurança que permite o “uso” (a destruição) de embriões congelados para obter-se células-tronco, ocorrida há alguns anos em nosso país; quem acompanhou deve se lembrar. Para quem não se lembra, segue um link do Pró-Vida Anápolis sobre o assunto. O fato de se colocar em uma mesma lei a questão do uso de alimentos transgênicos e o uso de células-tronco embrionárias foi algo que confundiu bastante a população, além do que é óbvio o descabimento de se se votar conjuntamente temas tão diversos.

Minha grande decepção foi que, o tal pesquisador, que falava muito bem sobre as questões de educação, quanto à necessidade de as escolas promoverem um ensino de qualidade, sobre a importância da divulgação científica para esclarecer a população sobre questões e decisões que envolvam ciência, etc..., lançou esta “pedrada”: comemorou a tal vitória da lei, como se fosse uma vitória do esclarecimento sobre a ignorância... lamentável. Se este comentário tivesse vindo de um leigo, já seria lastimável do ponto de vista da desvalorização da vida humana; mas vindo de um pesquisador, doutor, esclarecido... fica mais difícil falar em ignorância...

Durante a proposta da famigerada lei, houve, nos meios de comunicação católicos – não sei se em outros também –, um grande debate acerca do tema, com especialistas renomados favoráveis ao uso de células-tronco adultas, porém contrários ao uso de células-tronco embrionárias; antes de falar em questões de ética e moral – não menos pertinentes –, usaram argumentos puramente científicos. As pesquisas científicas mostram que o uso de células-tronco embrionárias têm levado a resultados desastrosos: as células se reproduzem de forma desordenada, podendo resultar em tumores e em células de diferentes órgãos na mesma região. Por outro lado, pesquisas científicas também têm demostrado o uso eficiente de células-tronco adultas, para recuperação de tecidos de diversos tipos.

Nós, que conjugamos ciência com ética e moral, temos a noção de que, ainda que ambas as alternativas tivessem o mesmo resultado terapêutico, o uso de células-tronco embrionárias seria sempre inadmissível, uma vez que destroem embriões humanos – que indubitavelmente são VIDAS HUMANAS. Portanto, não seria jamais moralmente lícito destruir uma vida humana – ainda que em estágio embrionário – com qualquer justificativa que se tentasse apresentar. Mais ainda quando, do ponto puramente terapêutico, os resultados com uso de células-tronco adultas dão melhores resultados que os obtidos com células-tronco embrionárias.

Logo, não há qualquer justificativa para o uso de células-tronco embrionárias. A não ser que se queira “arranjar um jeito” de “resolver” outro problema criado anteriormente, o da produção in vitro excessiva de embriões para fertilização artificial, congelando os excedentes; como não se sabe agora o que fazer com todos estes embriões congelados, sua destruição pode ser uma“alternativa”... (não para nós que prezamos pela vida, obviamente!). Aliás, diga-se de passagem que estes procedimentos (produção in vitro excessiva de embriões para fertilização artificial e posterior congelamento) também são antiéticos e amorais, uma vez que condenam seres humanos embrionários a jamais serem gerados e dados à luz...

Infelizmente, na prática só teve voz nos meios de comunicação aberta quem era favorável ao uso de células-tronco embrionárias, em particular uma cientista brasileira desta opinião. Cientistas contrários ao uso de células-tronco embrionárias, e favoráveis ao uso de células-tronco adultas, não tiveram vez nem voz. Isto demostra um caráter parcial, antiético, amoral e anticientífico destes meios de comunicação – e de quem mais esteve envolvido nesta omissão de informação –, uma vez que não houve um debate mais amplo com a devida seriedade, como requerem temas tão graves quanto este. Logo, a vontade de alguns – sabe-se lá por que – quanto à liberação do uso de células-tronco embrionárias, foi imposta “à força”, sem um debate esclarecedor. Mais ainda, a população foi confundida em dose dupla; senão vejamos: (i) em primeiro lugar, falava-se no uso terapêutico de células-tronco de um modo geral, sem se deixar claro as diferenças entre células-tronco adultas e embrionárias; (ii) segundo, iludiu-se a população como se a liberação do uso de células-tronco embrionárias fosse resultar logo em algum benefício, sem mencionar que ainda não há resultados científicos favoráveis, e que este – caso haja – poderia levar ainda muito tempo a ser alcançado.

Bem, amigos, este é um tema bem complexo, que pretendo aprofundar mais em outros textos – até para que este não fique longo demais. Em princípio, eu estava querendo reunir material sobre os pesquisadores, com seus argumentos científicos contrários ao uso de células-tronco embrionárias, mas creio que isso dará algum trabalho; e eu não queria demorar a começar a escrever sobre estes temas, dados os acontecimentos em curso no país.

Como primeiras citações para consulta, disponibilizo aqui dois links de textos publicados em outro blog, de Felipe Aquino, com declarações de duas pesquisadoras brasileiras sobre o tema. O primeiro, texto da Dra. Lilian Piñero Eça, em que ela expõe uma declaração da única pesquisadora que foi ouvida nos meios de comunicação abertos, que vocês mesmos poderão avaliar que é chocante, pela distorção deliberada da informação para alcançar seus objetivos; o segundo, da Dra. Alice Teixeira Ferreira, da Escola Paulista de Medicina da Universidade Federal de São Paulo – UNIFESP, em que ela comenta sobre a falácia do uso de células-tronco embrionárias.

A motivação para escrever logo este texto foi também a indignação pela declaração infeliz do tal pesquisador na reunião de que eu havia participado. Concordo com ele no ponto em que a população deva ser esclarecida nas questões que envolvam ciência; mas certamente não é isso que ele faz, ao defender e vibrar com o uso de células-tronco embrionárias, alimentando a ignorância da população.

Pretendo ainda falar sobre as questões de aborto, eutanásia, e bioética em geral, conforme for possível. Claro que tentarei fundamentar os textos em opiniões de especialistas da área.

Até breve! Espero estar ajudando a lançar luz sobre estas trevas da desinformação e do engano!

Divulgação Científica

Amigos,

Nessas férias, enfim, consegui descansar bastante – apesar de ter tido que estudar também –, mas consegui aproveitar para refazer as energias e disposição para retomar o trabalho e estudo com mais afinco depois – pois será necessário... Em meio a diversas atividades de lazer, aproveitei também o tempo livre para participar de dois eventos de divulgação científica sobre assuntos muito interessantes! Vocês devem lembrar sobre um texto que eu escrevi há algum tempo: “Teorias e Realidade”, em que eu comentei algo sobre as teorias usadas pela física para tentar descrever o comportamento da natureza; e “O Bóson de Higgs: partícula de Deus?”, onde eu comento algo sobre o Modelo Padrão, tendo citado inclusive uma referência didática sobre este modelo.

Bem, é sempre bom estar familiarizado com o que acontece na ciência mais básica – que trata das pesquisas que tentam explicar a natureza –, seja através de livros ou artigos de divulgação científica, assim como de palestras, cursos, encontros, etc... Seguem os links dos dois eventos dos quais participei: o primeiro, anunciado aqui e comentado aqui após sua realização; o segundo, anunciado aqui. Resolvi publicar também algumas fotos tiradas durante estes eventos. Estranho participar de encontros assim durante as férias...? Nem tanto! Para quem gosta, não é nenhum peso participar! Obviamente, eu não ocuparia grande parte das minhas férias assim, nem acho que teria sentido, afinal, férias servem para descanso e lazer. Mas dois curtos eventos destes em meio a tantos outros de lazer, não matam ninguém!

O primeiro evento:




O segundo evento:

(Detalhe do crucifixo)


(O Modelo Padrão)


Obs.: O fato de eu publicar as fotos tiradas durante os eventos, não significa de forma alguma que as pessoas ou instituições envolvidas nestes, endossem o conteúdo de meu blog. Minha intenção é relatar a participação em eventos de divulgação científica, o que teve caráter puramente pessoal.


terça-feira, 7 de agosto de 2012

Curiosity




Amigos,

Como vimos nos noticiários, a sonda Curiosity chegou ontem, dia 06/08, a Marte, e aterrissou com sucesso! Essa era uma grande expectativa, porque se algo desse errado... os planos da NASA poderiam ter terminado logo no início da missão. Quem tem acompanhado as notícias sobre o assunto, sabe que esta é uma missão que pretende descobrir sinais de vida no “planeta vermelho”.

Mas não esperemos encontrar marcianos verdes, ou outras figuras extraterrestres típicas, como mostradas por filmes de ficção científica... Quando falamos de vida, podemos nos referir a formas mais primitivas de vida, como microrganismos. A sonda é um sofisticado laboratório, que pretende buscar “sinais” – como a existência de elementos orgânicos – que indiquem a possibilidade de vida no planeta.

O que eu gostaria de destacar neste texto, é a questão da possibilidade de vida fora da Terra, em relação à fé. Ontem saiu uma notícia (em inglês) – cujo áudio também está disponível no link – de uma declaração do Pe. José Gabriel Funes, SJ, Diretor do Observatório do Vaticano, parabenizando o sucesso da missão! Comentou ainda sobre as questões entre fé e vida extraterrestre. Perguntado se os católicos, ou pessoas de outras crenças, teriam algo a temer sobre a possível descoberta da existência de vida extraterrestre, ou sobre exploração espacial em geral, ele respondeu que não, que nós não tememos a ciência, nem novos resultados ou descobertas; comentou também que a Igreja é comprometida com a pesquisa científica – razão pela qual mantém um observatório astronômico.

Seguem alguns links com conteúdo mais relacionado à sonda Curiosity, seja a missão, a sonda em si ou seu bem-sucedido pouso em Marte: um comentário em jornal de um astrônomo do Planetário do Rio de Janeiro; notícias revistas de divulgação científica, aqui, aqui e ainda aqui; e a página na NASA sobre a sonda Curiosity, com imagens coletadas após a aterrisagem, entre outras imagens (incluindo a alegria da equipe pelo sucesso da aterrisagem).

Quanto às questões entre a possibilidade de existência de vida extraterrestre e fé, segue um link interessante, com declarações do Pe. José Funes, SJ: uma matéria na página da Editora Cléofas, de Felipe Aquino, por ocasião do Workshop The Evolving Universe, ocorrido na Pontifícia Universidade do Rio de Janeiro – PUC-RJ, em 2009. Creio que este último texto seja bem esclarecedor quanto às questões ligadas ao assunto entre a possibilidade de vida alienígena e fé! Começa com um breve resumo sobre os dois chamados do Pe. Funes, SJ, ou seja, a vocação para a ciência e para o sacerdócio, e continua com suas explicações acerca do diálogo entre ciência e fé, sobre a teoria do Big Bang, sobre a teoria da Evolução, e sobre a possibilidade de vida extreterrestre – tema principal deste último texto do blog. Nesse caso, ele comenta que ainda não se tem nenhuma prova da existência de vida alienígena, mas que isso não teria conflitos com fé. Bem, melhor vocês mesmos conferirem em seu texto.

Pretendo depois colocar mais informações sobre este tema, que tem nome na ciência: astrobiologia! Aguardemos.

Espero ter ajudado, mais uma vez!

Até o próximo texto, com a graça de Deus!

sábado, 4 de agosto de 2012

Nicole d'Oresme

Caros,

Há algum tempo eu havia lido algo sobre Nicole d’Oresme, mas ainda não tinha me dedicado a escrever algo sobre ele. Então, vamos lá. Nicole de’Oresme foi mais um homem do clero, com atuação importante na ciência. Viveu no século XIV, e entre outros feitos, inventou o gráfico! Exatamente, esta forma que tanto usamos hoje em dia para representar dados, com tanta naturalidade que nem percebemos.
Nascido em 1323, em 1359 tornou-se conselheiro do rei Charles V, da França, e bispo de Lisieux em 1377, pouco antes de sua morte em 1382. Quanto à ideia de representar dados numéricos graficamente, foi realmente uma percepção nova à época. Hoje sabemos o quanto os gráficos são úteis, em diversos campos do conhecimento – sendo usados até mesmo por pessoas que não são da área de exatas, e em alguns casos nem gostam de matemática... Porém, à época, ainda não havia esta noção. Não é muito fácil estabelecer um padrão, simplesmente olhando para números tabelados... Mas tudo fica mais fácil se os números são representados em um gráfico, onde pode-se vislumbrar uma curva que se ajuste aos dados. Vejam no exemplo a seguir:








Dados
1                     3,30
2                    3,90
3                    5,20
4                    6,00
5                    6,80
6                    7,10
7                    7,95


Os dados também podem se ajustar melhor a outros tipos de curvas, o que permite estimar a função que descreve o comportamento dos dados. Logo, podemos facilmente perceber um padrão nos dados, mesmo num primeiro momento, apenas visualmente. Pode-se dizer que Nicole d’Oresme uniu os números à geometria, permitindo uma melhor representação de dados numéricos.

Outra curiosidade, é que Nicole d’Oresme provou o conceito de velocidade média, em pleno século XIV! Havia já a ideia de que, dois corpos em movimento: um com velocidade constante, outro com aceleração constante; se a velocidade do primeiro tiver o valor médio entre as velocidades inicial e final do segundo corpo, ao final ambos terão percorrido a mesma distância. Porém, Nicole d’Oresme mostrou tal tese de forma gráfica. Vejamos; como dizem, uma imagem vale por mil palavras:



Seja a reta FD o valor da velocidade constante do primeiro corpo; e a reta AG, a velocidade variável do segundo. Como a aceleração deste é constante, a velocidade varia linearmente. É fácil ver que, se o valor da velocidade FD for a metade da diferença entre as velocidades G e A, a distância percorrida – equivalente às áreas sob as curvas – é a mesma.

Bem... mais um homem do clero contribuindo para a ciência, em pleno século XIV, bem antes da invenção do Cálculo!

Até a próxima!

Para os mais curiosos, consultar:




sexta-feira, 3 de agosto de 2012

Santo Inácio de Loyola e a Companhia de Jesus

Amigos,

Conforme eu comentei no texto anterior, o último dia 31 de julho foi o dia de Santo Inácio de Loyola, fundador da Companhia de Jesus – a ordem (congregação) religiosa dos Jesuítas. Todos já devem ter percebido que comento muito sobre os Jesuítas neste blog... também pudera, tivemos – e ainda temos – tantos de seus membros atuando em diversos campos da ciência, que torna-se muito natural falar deles em um blog que trata sobre o diálogo entre ciência e fé.

Ainda pouco tempo depois da celebração do dia de Santo Inácio, resolvi publicar mais este texto. Nascido em Loyola, na Espanha, em 1491, ainda jovem tornou-se militar. Ferido em um combate, precisou ficar algum tempo acamado, em recuperação, tempo este durante o qual tomou conhecimento sobre a vida de Jesus e de alguns santos. Ou seja, foi o período de sua conversão, ao fim do qual decidiu abandonar o serviço militar, abraçando uma causa nobre, a de levar a mensagem do Evangelho pelo mundo. Pode-se dizer que ele percebeu que teria uma batalha maior pela qual lutar: a da evangelização!

De sua carreira militar, Santo Inácio trouxe para sua espiritualidade o rigor e a disciplina típica dos militares. Todos sabemos que um bom combatente não se faz com “moleza”... mas sim com uma severa rotina de treinamento: muita preparação física, além do treinamento de combate; a disciplina é um forte fator na vida de um militar.

Pois bem: tudo isto Santo Inácio trouxe então para sua vida religiosa. Daí vêm seus famosos Exercícios Espirituais, que devem ser praticados com a mesma disciplina dos exercícios físicos de um militar. Um bom soldado ou combatente – agora podemos dizer, soldado de Cristo – precisa de uma disciplina espiritual, para suportar as dificuldades naturais de uma vida renovada em Cristo.

St. Ignatius of Loyola, por Peter Paul Rubens, anos 1600s.

Em 1540, o Papa Paulo III aprovou a fundação da nova ordem religiosa: a Companhia de Jesus. Sua fundação ocorreu em um período conturbado na Igreja, diante da reforma protestante, que tanta confusão criou entre os fiéis. A Igreja respondeu prontamente a este desafio, tarefa na qual os Jesuítas tiveram um papel importante, na defesa da fé.

A Companhia de Jesus teve características de atuação diversas, o que inclui sua forte atuação missionária; todos já ouvimos falar da vinda de missionários Jesuítas para o Brasil, em especial do hoje Beato José de Anchieta. Mas houve missionários em outras diversas partes do mundo, que à época estava sendo desbravado; para citar alguns: São Francisco Xavier percorreu a ìndia, Indonésia, Japão, chegando à China; Matteo Ricci foi missionário na China, onde realizou grande obra de evangelização, traduzindo diversos textos catequéticos, com fundamentos da fé Católica, além de ter contribuído com obras de caráter científico, como a elaboração de um mapa mundi, e a tradução de Elementos, de Euclides!
Mas eu gostaria de destacar algumas características mais relacionadas ao tema sobre ciência. Os Jesuítas tentaram levar a fé a diversos campos do conhecimento, estreitando o diálogo com a ciência e a cultura, de modo geral. Diversos de seus sacerdotes e/ou religiosos tiveram forte atuação científica; não somente tentavam manter diálogo com a ciência, a partir de sua posição como teólogos, mas diversos deles adquiriam também formação científica. É notável que tenha havido muitos Jesuítas com formação em matemática e astronomia, por exemplo. Não é meu objetivo, neste texto, detalhar os diversos casos pontuais, o que resultaria em um grande texto... quem sabe, aos poucos, eu consiga falar mais sobre alguns deles.
Entretanto, podemos lembrar do Pe. Clavius, SJ, sobre o qual já comentei aqui neste blog, neste texto e também neste outro. No primeiro eu comentei sobre a reforma do calendário, do Juliano para o Gregoriano, no que Pe. Clavius, SJ, também matemático, teve importante participação; no segundo, comentei um pouco mais sobre a vida deste sacerdote cientista. Na mensagem anterior do blog, publiquei uma lista dos diversos Jesuítas cientistas cujos nomes foram dados a crateras lunares! Lembremos ainda do Pe. Georges Lemaître, SJ, também comentado aqui no blog, que podemos assim chamar de “Pai da teoria do Big Bang”, conforme Conferência realizada em Portugal em 2009, por Dominique Lambert, biógrafo do Pe. Lemaître, SJ.
Outro fato que gostaria de comentar é sobre o Observatório do Vaticano, um dos mais antigos observatórios astronômicos do mundo! Seu corpo de cientistas é composto por sacerdotes e/ou religiosos, principalmente Jesuítas, mas também oriundos de outras ordens religiosas, como Barnabitas, Agostinianos e Oratorianos. Para a maioria das pessoas, que crescem sob a fúria de anti-cristãos que nos ensinam nas escolas que Igreja seria contra a ciência e o desenvolvimento, que seria obscurantista, entre outras falácias... deve ser um choque saber que a Igreja se preocupou – e se preocupa – com a ciência; especialmente astronomia! Sim, astronomia, que muitos infelizmente pensam desbancar a crença em Deus Criador... pelo contrário! A teoria do Big Bang em nada ataca a nossa fé, e foi proposta por um sacerdote!
Claro, sabemos que houve problemas cometidos por alguns homens da Igreja; assim como também por homens da ciência... Mas tudo deve ser julgado dentro do contexto histórico de cada época. Hoje a Igreja compreende que a Bíblia não pode ser entendida como fonte de descrições científicas da criação do mundo e da vida; antes, contém verdades de fé. Ninguém na Igreja interpreta os textos do Livro do Gênesis literalmente. E as verdades de fé não se contrapõem às descrições científicas acerca da criação do mundo e da vida; até mesmo porque cada uma atua em sua esfera, não avançando umas sobre as outras. Antes, se complementam.
Outro fator interessante é a atuação dos Jesuítas na educação, desde os primeiros anos da ordem. No final do século XVI, já havia 372 colégios. Hoje há diversos colégios e universidades dos Jesuítas ao redor do mundo. Como exemplos bem próximos a nós, hoje, temos aqui no Rio de Janeiro o Colégio Santo Inácio e a Pontifícia Universidade Católica do Rio de Janeiro – PUC-RJ.
Como se trata de um texto especificamente sobre os Jesuítas e seu fundador, Santo Inácio de Loyola, cito aqui novamente o site internacional dos Jesuítas, e o recém-criado site dos Jesuítas no Brasil.
Conforme for possível, como já disse anteriormente, pretendo escrever sobre a vida destes homens de fé e de ciência, ou melhor, de fé e de razão; não somente Jesuítas.
Mais uma vez, sintam-se convidados a comentar os textos do blog! Lembrem-se de que vocês podem contribuir com informações importantes!
Até o próximo texto!


(Modificado em 31/07/2013):
Imagem substituída.

quinta-feira, 2 de agosto de 2012

Crateras da Lua com nomes de Jesuítas!

Amigos,

Conforme eu costumo comentar nos textos do blog, houve – e ainda há – muitos sacerdotes e/ou religiosos com forte atuação em diversos campos da ciência; com destaque para os Jesuítas. No último dia 31 de julho foi o dia de Santo Inácio de Loyola, fundador da Companhia de Jesus – a ordem (congregação) religiosa dos Jesuítas. Cito aqui o site internacional dos Jesuítas, e o recém-criado site dos Jesuítas no Brasil, conforme divulgado pela Conferência Nacional dos Bispos do Brasil - CNBB.

Resolvi citar a lista das diversas crateras lunares nomeadas em sua homenagem! Dentre os diversos campos da ciência em que os Jesuítas atuaram, destaca-se a matemática e a astronomia. No caso da Lua, especificamente, dois Jesuítas contribuíram com talvez o mais antigo selenógrafo, um mapa da superfície lunar: Jean-Baptiste Riccioli, SJ, e Francesco Grimaldi, SJ, durante o século XVII.

Cerca de 40 Jesuítas tiveram seus nomes dados a crateras lunares, porém algumas foram renomeadas, e atualmente somente 35 permanecem. Em 1922 foi criada a União Astronômica Internacional (International Astronomical Union - IAU), que codificou as crateras, eliminando conflitos. Os 35 nomes de Jesuítas foram mantidos desde então.

Nada mais justo que estes homens, que tanto contribuíram para a ciência, em especial para a astronomia, tenham tido seus nomes dados a crateras lunares! E que satisfação para nós, que partilhamos do diálogo entre ciência e fé, saber que há tantas crateras lunares com nomes de... Jesuítas!

Já comentei aqui no blog sobre o Pe. Clavius, SJ, sacerdote Jesuíta matemático que viveu entre os séculos XVI e XVII, e que esteve à frente do grupo que modificou o calendário, do então Juliano para o atual Gregoriano. Naquele texto anterior, em mostrei a cratera lunar nomeada em sua homenagem; mostrei também o link para o aplicativo Google Moon, onde se pode “navegar” pelo mapa da Lua. Uma das opções que achei bem interessante, é visualizar o mapa no formato “Elevação”, que é um mapa topográfico da superfície lunar, ou seja, um mapa com legenda de cores para a altitude; pode-se ver as alturas e profundidades das diversas regiões da Lua. Mas há outras opções de navegação também, à escolha de cada um.

Já andei “navegando” por lá, e encontrei algumas das crateras com nomes de Jesuítas! Convido você a também “navegar” um pouco por lá... afinal, você que acessou este texto agora, já sabia que havia crateras lunares com nomes de Jesuítas...?

Então bom proveito, e boa navegação! Aproveite também para divulgar esta maravilhosa notícia!

Crateras lunares com nomes de sacerdotes e/ou religiosos:


1.       Mario Bettini, italiano (1582-1657) – Cratera: Bettinus

2.       Jacques de Billy, francês (1602-1679) – Cratera: Billy

3.       Giuseppe Biancani, italiano (1566-1624) – Cratera: Blancanus

4.       Roger J. Boscovich, croata (1711-1787) – Cratera: Boscovich

5.       Nicolas Cabei, italiano (1586-1650) – Cratera: Cabeus.

6.       Christopher Clavius, alemão (1538-1612) – Cratera: Clavius.

7.       Jean-Baptiste Cysat, suíço (1588-1657) – Cratera: Cysatus.

8.       Gyula Fenyi, húngaro (1845-1927) – Cratera: Fenyi.

9.       George Fournier, francês (1595-1652) – Cratera: Furnerius

10.   Francesco Grimaldi, italiano (1613-1663) – Cratera: Grimaldi

11.   Christoph Griemberger, suíço (1564-1636) – Cratera: Gruemberger

12.   Johann Georg Hagen, austríaco (1847-1930) – Cratera: Hagen

13.   Maximillian Hell, húngaro (1720-1792) – Cratera: Hell

14.   Athanasius Kircher, alemão (1602-1680) – Cratera: Kircher

15.   Fancis X. Kugler, alemão (1862-1929) – Cratera: Kugler

16.   Charles Malapert, francês (1580-1630) – Cratera: Malapert

17.   Christian Mayer, alemão (1719-1783) – Cratera: Mayer

18.   Paul McNally, americano (1890-1955) – Cratera: McNally

19.   Theodore Moretus, belga (1601-1667) – Cratera: Moretus

20.   Denis Petau, francês (1583-1652) – Cratera: Petavius

21.   Jean-Baptiste Riccioli, italiano (1598-1671) – Cratera: Riccioli

22.   Matteo Ricci, italiano (1552-1610) – Cratera: Riccius

23.   Rodes*, húngaro (1881-1939) – Cratera: Rodes

24.   Romana*, espanhol (?) - Cratera: Romana

25.   Christophe Scheiner, alemão (1575-1650) – Cratera: Scheiner

26.   George Schomberger, alemão (1597-1645) – Cratera: Schomberger

27.   Ange Secchi, italiano (1818-1878) – Cratera: Secchi

28.   Hughues Semple, escocês (1596-1654) – Cratera: Simpelius

29.   Gerolamo Sirsalis, italiano (1584-1654) – Cratera: Sirsalis

30.   Johan Stein (1871-1951) – Cratera: Stein

31.   Andre Tacquet, belga (1612-1660) – Cratera: Tacquet

32.   Adam Tannerus, austríaco (1572-1632) – Cratera: Tannerus

33.   François de Vico, francês (1805-1848) – Cratera: De Vico

34.   Nicolas Zucchi, italiano (1586-1670) – Cratera: Zucchius

35.   Jean-Baptiste Zupi (1590-1650) – Cratera: Zupus