quarta-feira, 17 de outubro de 2012

Poeira das Estrelas – continuação


Amigos,

Há uns dias atrás, eu publiquei o texto “Poeira das estrelas”, onde eu comentava sobre a nucleossíntese – a produção de elementos químicos nas estrelas. Destaquei que tudo nesse nosso mundo visível, inclusive nosso corpo, é feito desses elementos químicos, em boa parte produzidos no interior das estrelas; logo, podemos dizer que somos feitos (também) de poeira das estrelas!

Naquele texto eu comentei sobre um dos fins que uma estrela pode ter, ao “morrer”: a supernova. Trata-se de uma explosão violenta de uma estrela de massa elevada, que acaba por expelir material produzido durante sua “vida” e “agonia”, no espaço em volta, “semeando-o” com esses elementos químicos, inclusive elementos pesados, essenciais para a vida.

Bem, mas uma estrela pode ter diferentes fins, ao “morrer”, dependendo basicamente de sua massa. Não é somente através da explosão de supernovas que o espaço é “semeado” com elementos químicos. Estrelas menos massivas podem “morrer” de forma menos violenta que as supernovas. As estrelas com massa intermediária – da ordem da massa do Sol –, costumam “morrer” como nebulosas planetárias, após tornarem-se gigantes vermelhas. Nesse caso também, a estrela “agonizante” espalha material no espaço em volta.

Quando seu combustível (basicamente Hidrogênio) começa a faltar, esse tipo de estrela começa a se expandir, formando estruturas como cascas: a estrela torna-se uma gigante vermelha. Nosso Sol se tornará uma gigante vermelha, e “devorará” alguns planetas do nosso Sistema Solar, incluindo a Terra... Mas não precisamos nos preocupar, isso deve acontecer daqui a cerca de 5 bilhões de anos. Depois, a estrela entra em colapso (se contrai), e o material das cascas acaba sendo expelido (não de forma drástica como nas supernovas), dando origem a nuvens de material em torno do que restou da estrela. Essas nuvens formam o que é conhecido como nebulosa planetária; essa também é uma forma de espalhar elementos químicos no espaço ao redor.

Há poucos dias atrás saiu uma notícia de uma gigante vermelha, que foi avistada pelo telescópio ALMA (Atacama Large Milimeter/Submilimiter Array) – que na verdade trata-se de um arranjo de telescópios, situado no deserto de Atacama, no Chile –, a nebulosa espiral em torno da estrela R Sculptoris. Nesse caso, a estrutura em cascas é bem visível, e acredita-se que seja devido à influência de alguma estrela companheira  da R Sculptoris (ambas teriam formado um sistema binário). A estrela teria “morrido” há cerca de 1.800 anos. Surpreendentemente, a estrutura da nebulosa não é exatamente esférica, mas em espiral. Bem, chega de conversa, segue a fantástica imagem, com o link, obtida da NASA:
 
A imagem acima é uma fatia da estrutura tridimensional (3D) da nebulosa planetária. Complementando a informação, segue o link de um vídeo mostrando a estrutura 3D, com as fatias obtidas ao longo da mesma:
https://www.youtube.com/watch?v=zvJss-EI4KE


Segue uma imagem, com o link, de outra nebulosa planetária semelhante, LL Pegasi, capturada pelo telescópio espacial Hubble, também obtida da NASA:
Nebulosa planetária à esquerda
A notícia sobre a R Sculptoris foi publicada nas revistas Scientific American Brasil, no link; e Nature, no link. O artigo da Nature (em inglês) é muito bom; para acessá-lo por completo, somente com assinatura. Mas é possível, mesmo sem assinatura, visualizar algumas imagens interessantes (em tamanho reduzido), incluindo a última, de um modelo (simulação). Porém o melhor é que dá para assistir a um vídeo de uma simulação ilustrando a evolução da gigante vermelha ao longo do tempo: basta ir para o fim da página, em “Supplementary information”.
Boa navegação!
Sugestões de leituras, sobre a “vida” das estrelas:
- Simon Singh, Big Bang, Editora Record, 2006.
- José Renan de Medeiros, “Nascimento, vida e morte das estrelas”. In: A. Ivanissevich, C.A. Wuensche e J.F.V. da Rocha (Orgs.), Astronomia Hoje, Instituto Ciência Hoje, 2010.
- Ian Ridpath, Astronomia, Zahar, 3ª Ed., 2011.

sábado, 13 de outubro de 2012

Prêmio Nobel de Medicina 2012: células-tronco


Amigos,

Em um texto anterior, eu havia comentado sobre pesquisas com células-tronco e as questões morais e éticas associadas. Nessa semana, com grande alegria recebemos a notícia do Prêmio Nobel de Medicina, que contemplou dois cientistas que trabalham com células-tronco! A grande façanha é que eles fizeram pesquisas bem sucedidas para induzir a pluripotência em células-tronco adultas.

Todos nós já ouvimos falar sobre células-tronco, e das polêmicas envolvidas com sua pesquisa; mas nem sempre os meios de comunicação explicam muito bem o assunto. Vejamos do que se trata tudo isso.

Bem, há diferentes tipos de células-tronco, mas no que diz respeito às opções de uso para tratamento de doenças, podemos falar de dois tipos: células-tronco pluripotentes e células-tronco multipotentes. As do primeiro tipo, pluripotentes, são capazes de originar todos os tipos de tecidos, enquanto as do segundo tipo, multipotentes, têm capacidade mais limitada, podendo originar apenas alguns tipos de tecidos. O problema é que as pluripotentes eram “disponíveis”, até alguns anos atrás, apenas em embriões – as células-tronco embrionárias; enquanto células-tronco obtidas a partir de tecidos, as células-tronco adultas, eram as multipotentes.

Logo, esse era o argumento de alguns cientistas a favor de pesquisa com o uso de células-tronco embrionárias, com a promessa de que poderiam ser usadas para produzir em laboratório qualquer tipo de tecido, para tratamento de doenças; ao passo de que era argumentado também que o uso de células-tronco adultas não seria tão promissor, uma vez que poderiam originar apenas alguns tipos de tecidos, limitando portanto o tratamento.

Porém, sabemos que o uso de células-tronco embrionárias causa a MORTE de embriões; logo, seu uso com embriões humanos significa a morte de pessoas, ainda que em estágio embrionário. Isso tem repercussões sérias em termos de ética e moral, obviamente; afinal, não se justifica destruir vidas humanas para salvar outras...

Agora, graças a Deus, é possível modificar células-tronco adultas para torna-las pluripotentes! O Prêmio Nobel de Medicina desse ano contemplou os cientistas Shinya Yamanaka, do Japão, e John B. Gurdon, britânico. Yamanaka conseguiu o feito primeiramente com células-tronco adultas de ratos, cujos resultados foram publicados em 2006; e posteriormente com células-tronco adultas humanas, cujos resultados foram publicados em 2007. Gurdon havia conseguido resultados semelhantes em 1962, com sapos; por isso ambos dividiram o prêmio.

Agora não há mais desculpas para tentar defender o uso de células-tronco embrionárias, com a consequente destruição de embriões humanos – o que é anti-ético e amoral. As células-tronco adultas com pluripotência induzida (conhecidas pela sigla iPS) possuem a mesma capacidade das embrionárias de originarem todos os tecidos – agora sim, de forma ética e moralmente correta!

Bendigamos a Deus, que inspira pessoas a fazer pesquisa e ao mesmo tempo a agir com ética e de forma moralmente coerente, conforme a Constituição Pastoral Gaudium et Spes:

GS 36: “Se a pesquisa metódica, em todas as ciências, proceder de maneira verdadeiramente científica e segundo as leis morais, na realidade nunca será oposta à fé: tanto as realidades profanas quanto as da fé originam-se do mesmo Deus. Mais ainda: aquele que tenta perscrutar com humildade e perseverança os segredos das coisas, ainda que disto não tome consciência, é como que conduzido pela mão de Deus, que sustenta todas as coisas, fazendo que elas sejam o que são.”

O Senhor conduziu as mãos desses dois cientistas, de modo que pudessem encontrar uma solução científica e tecnicamente viável, e ao mesmo tempo ética e moralmente correta.

Até a próxima!


(Acrescentado em 17/10/2012):
Complementando a informação, essa notícia foi publicada nas seguintes revistas:

- Science, no link; (requer assinatura)


Há também uma notícia na agência Zenit.

sexta-feira, 12 de outubro de 2012

Poeira das Estrelas - imagens (2)


Amigos,

Ainda colocando ilustrações sobre o meu texto no blog, “Poeira das estrelas”, seguem mais algumas imagens da NASA, agora sobre a “morte” das estrelas... Neste caso, são imagens de “restos” de supernovas, as violentas explosões de estrelas muito massivas (com massa elevada), que “semeiam” no espaço interestelar, material elaborado durante sua “vida” e “agonia” (vide texto anterior), incluindo elementos químicos pesados. Foi da morte de muitas estrelas, em boa parte, que surgiram os elementos químicos presentes na natureza; os quais também formam nossos corpos.

Bem, segue o link e a imagem de uma remanescente de supernova, conhecida como a nebulosa do Caranguejo. Há registros de que essa supernova foi avistada pela primeira vez em 1054! Em seu centro há um pulsar, uma estrela de nêutrons com elevada velocidade de rotação. Uma estrela de nêutrons (e pulsares) são “restos” de estrelas mortas; constituem algumas das formas pelas quais uma estrela pode "morrer". Supernovas também podem dar origem a buracos negros. Bem, segue o “caranguejo espacial”...
Nebulosa do Caranguejo
Agora, o link e imagem da supernova 1987A, bastante recente e brilhante, com seus misteriosos anéis.
Supernova 1987A
Agora, link imagem do remanescente de supernova Tycho (SN 1572), nomeada em homenagem a Tycho Brahe, que a avistou por primeiro, há mais de 400 anos atrás. Tycho Brahe foi o famoso cientista que coletou dados que posteriormente permitiram a Kepler deduzir que as órbitas dos planetas em torno do Sol eram elípticas, e elaborar as leis que as regem. Essa supernova é importante, pois descobriu-se que trata-se do tipo Ia, fundamentais para se avaliar distâncias no universo. A estrela que deu origem a essa supernova não existe mais, mas há outra estrela próxima ao centro, possivelmente sua “companheira” (há sistemas estrelas binários, compostos por duas estrelas, onde uma eventualmente pode colapsar antes da outra, ou mesmo canibalizar a outra).
Remanescente da supernova Tycho
E que tal a remanescente da supernova Kepler (cientista comentado acima)? Segue o link e a imagem!
Remanescente da supernova Kepler (à direita)
Essas imagens são um deleite! Maravilhas da criação!

Poeira das Estrelas - imagens


Amigos,

Lembram do meu texto no blog, “Poeira das estrelas”? Resolvi colocar algumas imagens sobre fenômenos estelares, disponibilizadas pela NASA, que são simplesmente estonteantes de se ver!

Primeiro, um “berçário” de estrelas; um lugar (neste caso, na nossa galáxia), com alta atividade de formação de estrelas. Fica na constelação Cygnus, a 4.500 anos-luz de nós. Há milhares de estrelas de massa elevada em formação, e mais ainda com aproximadamente igual à do Sol, e menores. Segue o link, e a imagem.

“Berçário” de estrelas na constelação Cygnus

Mais um “berçário” de estrelas, na nebulosa Eagle. Essa região também é conhecida como “Pilares da criação”. Os pilares têm vários anos-luz de extensão, e intensa atividade de formação de estrelas. Segue o link e a imagem.
Pilares da criação
E que tal este outro “berçário”? Segue o link e a imagem.
“Berçário” de estrelas
Bem amigos, assim que tiver mais imagens, coloco em outros textos.
Que maravilhosa é a criação!

sábado, 6 de outubro de 2012

Vídeos esclarecedores


Amigos,

Hoje escrevi três textos sobre ateísmo, e suas manifestações ideológicas nos campos político e social. Os temas são áridos, logo nada como assistir a bons vídeos com explicações, preparados por quem conhece bem os temas e tem boa didática. Resolvi colocar links para alguns desses vídeos nesse texto do blog. Se eu encontrar outros semelhantes depois, compartilho em outro texto.

Esses vídeos fazem parte do Curso sobre “História da Igreja”, de Felipe Aquino, disponíveis no blog da webtv da Canção Nova. Já compartilhei links para outros vídeos dele em um texto anterior desse blog, Teoria Heliocêntrica × teoria Geocêntrica (2); naquele caso sobre Galileu e sobre o Magistério da Igreja. Seguem então os links dos vídeos relacionados aos textos da série “Ateísmo, racionalismo, socialismo e comunismo”.

Os dois vídeos seguintes tratam sobre o problema do Racionalismo, que culminou, entre outras coisas, na Revolução Francesa; conforme o primeiro texto da série:



Os dois próximos, tratam sobre a relação da Igreja com a universidade (assunto sobre o qual eu já tratei antes em outros textos do blog):



Os três vídeos seguintes explicam as questões da arte a serviço do Sagrado, assim como da beleza e grandeza das Catedrais:




No último vídeo aqui citado, Felipe Aquino fala sobre a Doutrina Social da Igreja; neste caso, assunto comentado no terceiro texto da série:


Bem amigos, espero que possam aproveitar bem todo esse conhecimento maravilhoso acerca da fé, em sua relação com a sociedade.

Até a próxima, com a graça de Deus!

Ateísmo, racionalismo, socialismo e comunismo (3)


Amigos,

Ainda sobre o ateísmo e seu veneno. Lamentavelmente, as ideologias do socialismo e comunismo, particularmente na forma conhecida como marxismo, acabou “adentrando” a Igreja, e se espalhando como uma erva daninha, contaminando muitos católicos. Trata-se da Teologia da Libertação. Digo “adentrando”, entre aspas, porque quero deixar claro que não passou a fazer parte da Igreja; mas sim exerceu (e infelizmente ainda exerce) influência sobre certos grupos de católicos.

Alguns fazem questão de defini-la como “Teologia da Libertação Marxista”, para deixar claro que estão se referindo à influência do marxismo em certos grupos na Igreja. Porém, se quisermos conhecer bem a orientação da Igreja acerca das questões sociais, devemos recorrer à Doutrina Social da Igreja. Aqui há uma diferença fundamental: quem é adepto da Teologia da Libertação, apresenta-a disfarçada de uma preocupação que a Igreja deve ter com as questões sociais e políticas dos povos. Mas a Igreja vem se debruçando sobre esse assunto, desde o século XIX, e tem as suas próprias orientações; sem a necessidade de recorrer a outras “doutrinas” estranhas, especialmente de fundo ateísta, como o socialismo e o comunismo.

Logo, não há desculpa para um católico aderir à Teologia da Libertação, nas questões do diálogo entre Igreja e a sociedade; muito menos ao socialismo e ao comunismo, pura e simplesmente. A pessoa busca sinceramente a verdade, especialmente nas questões quem tocam a fé? Recorra ao Magistério da Igreja, a quem o próprio Cristo confiou a missão de guiar os fiéis, quando disse aos Apóstolos: “Quem vos ouve, a mim ouve; quem vos rejeita, a mim rejeita; e quem me rejeita, rejeita aquele que me enviou.” (cf. Lc 10,16).

Ademais, como o socialismo e o comunismo (e suas outras manifestações variantes, como leninismo, marxismo, etc...) têm como fundamento o ateísmo, fica óbvio, sem necessidade de muito esforço para o entendimento, que se tratam de ideologias totalmente contrárias, incompatíveis, com a fé católica.

Cabe lembrar também que a Igreja, ao se opor aos regimes socialista e comunista, tampouco apoia o primado absoluto do da lei do mercado sobre o trabalho humano, no capitalismo. Em verdade, a Igreja se apoia na mensagem do Evangelho, e não deste ou daquele regime social; tampouco atua no campo da política – porém estimula seus fiéis leigos a atuarem (segundo princípios cristãos) nas diversas esferas da sociedade, inclusive a política.

Para maiores informações, sugiro consultar as seguintes fontes:

- Felipe Aquino, “O que é a Teologia da Libertação?”.


Há ainda o:

- Compêndio da Doutrina Social da Igreja, disponível online no site do Vaticano, conforme o link anterior.

E não se esqueça de votar bem!

Ateísmo, racionalismo, socialismo e comunismo (2)


Amigos,

Continuemos a reflexão sobre o ateísmo e suas manifestações ideológicas. Não nos é ensinado nas escolas, mas os regimes comunistas mantiveram campos de concentração em seus respectivos países, exterminando milhões de pessoas. Todos nós temos a certeza de que o nazismo foi uma grande praga da história da humanidade, em que milhões de pessoas foram perseguidas, presas, torturadas e mortas, especialmente nos muitos campos de concentração mantidos durante esse famigerado regime. Em uma de suas falas, Hitler disse:

“Os Dez Mandamentos perderam o seu valor. A consciência foi uma invenção dos judeus. Eu libertarei o homem das torturas humilhantes e sujas da consciência. Em vez da doutrina de um Redentor divino que oferece por nós a sua paixão e morte, proclamamos a doutrina de um novo ‘Führer’ que atua em nome de todos, e que liberte a multidão dos crentes do peso do livre arbítrio”.

Mas esquecemos, em geral, de lembrar que Hitler era um nacional-socialista, influenciado por Marx e Nietzsche. Seu regime, porém, adquiriu também um viés racial. Mas tem influências do socialismo e comunismo.

Logo, vejamos algumas ideias de Marx, em que fica claro seu ódio a Deus e, por consequência ao homem, que é chamado à amizade com Deus:

“A religião é o ópio do povo.”

“Quero vingar-me Daquele que reina lá em cima”.

“Com desprezo dou ao mundo com a ‘luva na cara’ e observo a queda deste anão-gigante [o homem], a qual não abafará o meu ódio. Então sentir-me-ei vitorioso e semelhante a Deus, caminhando pelas ruínas do mundo. E, conferindo às palavras um poder ativo, sentir-me-ei igual ao Criador.”

No “Manifesto Comunista”:

“Há verdades eternas como a liberdade, a justiça, etc... Mas o comunismo suprimirá estas verdades eternas, abolirá a religião e a moral em vez de as reorganizar. O comunismo contradiz, portanto a evolução histórica que conhecemos até agora. Seja sob que forma for a exploração foi uma realidade em todas as épocas. A revolução Comunista é a ruptura mais radical com todas as formas tradicionais de propriedade. Portanto não é de admirar que rompa de maneira tão radical com as ideias tradicionais.”

E mais:

“O que é verdadeiro não é já a realidade, mas sim o que me é útil.”

Com o que Stalin também concordava:

“O que útil para os russos é bom, digo abertamente que pomos a violência e a mentira ao nosso serviço.”

Outra de Stalin:

“(...)É preciso ridicularizar o domínio do instinto sexual. Através do desperdício das forças de reprodução há que enfraquecer e abater o homem ocidental.”

E que tal, de Lênin:

“Prefiro um milionário ou um capitalista que negue Deus a um camponês ou um operário que acreditem Nele.”

“É por isso mesmo que qualquer ideia religiosa, qualquer ideia de Deus, qualquer ideia que se compraza em Deus é de uma repugnância indescritível, especialmente tolerada pela democracia burguesa (...). Por este motivo é que ela é o horror mais perigoso, uma ‘epidemia’ abominável. (...)”

“Temos que combater a religião. Isto é o ABC de todo o materialismo e, portanto, também do marxismo.”

O “Livro Negro do Comunismo”, escrito por Courtois, Werth, Panné, e outros, mostra os horrores implantados por esse regime, muito semelhantes aos do regime nazista, incluindo aí campos de concentração. Na China, também comunista, foram exterminadas cerca de 63 milhões de pessoas; na antiga União Soviética, 20 milhões; na Coréia do Norte, 3,5 milhões. O período de Mao-Tsé-Tung foi um dos mais sangrentos da história.

Logo, quem tem alguma moral, deve ficar horrorizado e repudiar veementemente TODOS esses regimes totalitários, ditatoriais. Temos horror pelo nazismo! Logo, por coerência, temos horror também ao comunismo e regimes semelhantes! Ou será que alguém gostaria de argumentar, ao mesmo tempo, horror ao nazismo, e simpatia ao comunismo, que tinha o mesmo modo de operação que o primeiro? Nem sequer seria lógico! Quem é contra campos de concentração, deve ser contra TODOS os campos de concentração, de quaisquer regimes a que tenham pertencido! Não dá para ser contra o nazismo, que exterminou milhões de pessoas em seus campos de concentração, e simpatizante ao comunismo que fez o mesmo nos seus campos de concentração. Só podemos ser contra AMBOS!

Sugestões de leitura:

- Felipe Aquino, Ciência e Fé em harmonia, Editora Cléofas, 2004.

Ateísmo, racionalismo, socialismo e comunismo


Amigos,

Falemos um pouco sobre o ateísmo. Já é bem conhecido por nós que algumas pessoas tentam justificar seu ateísmo com falsas alegações de que não precisaríamos mais da fé atualmente, já que “a ciência explica tudo” (sic); logo, a fé não passaria de algo puramente subjetivo, classificada como fantasiosa, e até mesmo infantil ou supersticiosa. Na verdade, nada mais falacioso que estas afirmações...

“Aprendemos” na escola que a Idade Média teria sido a “Idade das trevas”, em que a Igreja “teria impedido” o desenvolvimento científico, intelectual e cultural, que só viria a florescer depois, com o advento do Iluminismo (Racionalismo, ou Positivismo, como se queira chamar, conforme as variantes que assolaram a Europa logo após o fim da Idade Média). Nada mais falacioso também.

A Idade Média, esta sim (e não o Iluminismo), deve ser chamada a “Idade das luzes”, dada a efervescência das atividades científicas, intelectuais e culturais que tiveram vez nesse período da história, e – diga-se de passagem – com participação muito ativa da Igreja!

É mentira dizer que a Igreja era contra o conhecimento e a ciência, quando foi a Igreja quem criou as universidades na Europa; e quando diversos homens do clero, ou religiosos, foram atuantes na ciência, muitas vezes dentro dos próprios mosteiros; além dos diversos cientistas leigos (que não eram parte do clero nem de congregações religiosas), que professavam abertamente sua fé, sem qualquer conflito com sua ciência.

É mentira dizer que a Igreja era contra as atividades intelectuais, e culturais de um modo geral, quando constatamos a beleza e a imponência das Catedrais – grandes obras de arquitetura, numa época em que não havia a tecnologia atual de construção –, e que ainda hoje estão de pé na Europa, podendo ser visitadas por quem tiver a oportunidade de fazê-lo; e também as maravilhas das artes a serviço do Sagrado, como a música (por exemplo, canto Gregoriano), e das pinturas e esculturas também presentes nas antigas igrejas da Europa (por exemplo, a Capela Sistina).

O Iluminismo jamais foi a “Idade das luzes”; antes, foi sim a “Idade das trevas”. Idade das trevas de ideias que levaram as pessoas a endeusar, idolatrar, a razão, como se ela bastasse para responder a todos os questionamentos humanos. Em que isso resultou? Resultou em diversas barbaridades que assolaram a humanidade, e que devemos rejeitar com todas as nossas forças, e banir definitivamente a possibilidade de que essas coisas se repitam na história. Vejamos.

Esse movimento racionalista, iluminista, positivista, culminou, no fim do século XVIII, com a famigerada Revolução Francesa, tão louvada nas aulas de história que tivemos na nossa época escolar. Louvada com a falsa justificativa de que foi uma revolução que pregava “Liberdade, Igualdade e Fraternidade”. Não esqueçamos de que, na Revolução, foram executados, na guilhotina, milhares de sacerdotes católicos e religiosas (freiras).

Outras grandes pragas da humanidade surgiram a partir do materialismo e ateísmo: a ideologia marxista e os regimes daí derivados, como o socialismo e o comunismo, com base em “pensadores” ateus do século XIX, como Marx, Engels, Nisetzsche e Comte.

Diante disso, questionemos: como pode uma pessoa em sã consciência defender regimes sociais e políticos que tantos males causaram à humanidade, como o socialismo e o comunismo? Que tantos milhões de pessoas exterminaram, para atingir seus sórdidos objetivos? Me entristece lembrar que, em minha época de escola, os professores de estudos sociais nos apresentavam essas pragas como se fossem ideais a serem seguidos, de justa divisão de bens entre as pessoas... Mas escondiam de nós os males causados por esses regimes, as violações da liberdade, da dignidade e da vida exercidas para impor esses regimes em seus países!

Para nós, católicos, tanto o socialismo quanto o comunismo são incompatíveis com nossa fé – tanto quanto o ateísmo também o é. Isso porque esses regimes são ateístas em sua raiz (ainda que possam se apresentar disfarçados de outras formas). Para pessoas de outros credos, deveriam ser incompatíveis também, já que historicamente esses regimes tanto atentaram contra a vida humana.

A ciência, a filosofia, o uso da razão, enfim, nada têm a ver com materialismo, iluminismo, racionalismo ou positivismo. Lembremos do Preâmbulo da Carta Encíclica Fides et Ratio, do Beato João Paulo II:

“A fé e a razão (...) constituem como que as duas asas pelas quais o espírito humano se eleva para a contemplação da verdade. (...)”

Reflitamos sobre tudo isso.
(Texto modificado em 25/06/2014).

Sugestões de leitura:

- Carta Encíclica Fides et Ratio, do Beato João Paulo II.

- Felipe Aquino, Ciência e Fé em harmonia, Editora Cléofas, 2004.

- Felipe Aquino, Uma História que não é Contada, Editora Cléofas, 2008.

- Thomas E. Woods Jr., Como a Igreja Católica Construiu a Civilização Ocidental, Quadrante, 2010.

(Modificado em 15/02/2019).
 

quinta-feira, 4 de outubro de 2012

Semana Nacional da Vida


Amigos,

Estamos na Semana Nacional da Vida, organizada pela Conferência Nacional dos Bispos do Brasil – CNBB. A Semana iniciou em 1º de outubro, e segue até o próximo dia 7, terminando no dia 8 com o Dia do Nascituro. A vida é um dom de Deus, e deve ser cuidada, preservada, desde sua origem (na concepção), até seu fim natural.

Compartilho o texto de Dom João Carlos Petrini, bispo de Camaçari, BA, e presidente da Comissão Episcopal Pastoral para a Vida e a Família, da CNBB.
Até o próximo texto, com a graça de Deus.

quarta-feira, 3 de outubro de 2012

Poeira das estrelas




Amigos,

Ainda seguindo a mesma inspiração para falar sobre a criação, resolvi comentar algo sobre nossa origem; ou melhor, sobre a matéria de que somos constituídos. Vocês já devem ter ouvido falar, ou lido em algum lugar, que “somos feitos de poeira das estrelas”. Até que essa afirmação é bem poética, não acham? Poderia servir como inspiração para muitos poetas, ou para casais em momentos de maior romantismo.

Mas vejamos também do ponto de vista da ciência. Os elementos químicos são, em boa parte, produzidos no interior das estrelas, que funcionam como verdadeiros “cadinhos”. Estrelas existem ao longo fases, perfazendo o que podemos chamar de “vida” das estrelas: elas “nascem”, “vivem” por um período longo de bastante estabilidade, até finalmente “morrerem”. Vejamos.

Uma estrela “nasce” quando gás de “poeira” cósmica, formado principalmente por Hidrogênio, em dado momento começa a se acumular em uma região; quando, pela ação força gravitacional, a matéria atinge certos níveis de pressão e temperatura, surgem as condições para que se inicie reação de fusão nuclear do Hidrogênio em Hélio. Essa reação de fusão ocorre durante a maior parte do tempo de existência de uma estrela (que pode levar bilhões de anos). A energia produzida nas reações nucleares, no interior de uma estrela, equilibra sua tendência de colapsar (implodir), sob a ação da própria gravidade. Quando o combustível (Hidrogênio) começa a ficar escasso, as reações diminuem, reduzindo também a temperatura no interior da estrela, e ela começa a colapsar (se contrair); o que, por sua vez, “reaquece” as reações nucleares. Isso pode ocorrer diversas vezes, em estágios; a estrela “agoniza” lentamente... O interessante é que, nesses estágios finais de vida de uma estrela, surgem as condições de temperatura e pressão para que outros elementos químicos mais pesados sejam sintetizados em seu interior, como Oxigênio e Carbono, por exemplo.

Ao fim da “vida”, uma estrela pode terminar de várias maneiras; na mais catastrófica, conhecida como Supernova, o colapso gravitacional é tão intenso que a estrela termina por explodir violentamente, podendo chegar a brilhar mais que bilhões de estrelas ao mesmo tempo – até mesmo mais que uma galáxia –, no momento da explosão. Quando ocorre a explosão, material é ejetado da estrela “moribunda”, “semeando” o espaço ao seu redor com os elementos químicos que foram sintetizados ao longo de sua “vida” (e de sua “agonia”)... Então, novas estrelas podem surgir, a partir deste material – além do Hidrogênio –, formando estrelas de segunda geração; e assim sucessivamente. Supõe-se que o Sol seja uma estrela de segunda ou terceira geração.

A produção dos elementos químicos a partir do Hidrogênio, e também do Hélio, é conhecida como nucleossíntese. A teoria explica que a proporção de Hélio que se verifica no universo atual – além de outros elementos leves –, é devido à fusão de Hidrogênio logo após o Big Bang. Aliás, esse entendimento foi um ponto favorável à consolidação da teoria do Big Bang.

Ou seja: tudo o que existe nesse mundo visível – inclusive nosso corpo –, composto pelos elementos químicos conhecidos, foi forjado ou logo após o Big Bang, ou no interior das estrelas; os elementos mais pesados, nas supernovas. Para que exista tudo o que vemos hoje, muitas estrelas tiveram que “morrer”... Nesse aspecto, podemos dizer que somos formados também por poeira das estrelas.

Mas lembremos de nossos textos anteriores, da série “A Criação” (“A Criação”, “A Criação (2)”, “A Criação (3)”), e também dos textos relacionados (“Evolução”, “O Homem é a Glória de Deus!”), em que comentamos sobre o fato de que reunimos em nós as realidades do mundo visível e invisível, criado por Deus; conforme a nossa Profissão de Fé. Somos corpo e alma.

Logo, podemos dizer que somos, também (porém não somente), formados de poeira das estrelas... Nosso corpo é constituído dos elementos químicos forjados, em boa parte, no interior das estrelas. Nossa alma, entretanto, é criada por Deus no momento de nossa concepção. Dada essa última realidade, nos tornamos imagem e semelhança de Deus!

Sugestões de leituras, sobre a “vida” das estrelas:
- Simon Singh, Big Bang, Editora Record, 2006.
- José Renan de Medeiros, “Nascimento, vida e morte das estrelas”. In: A. Ivanissevich, C.A. Wuensche e J.F.V. da Rocha (Orgs.), Astronomia Hoje, Instituto Ciência Hoje, 2010.
- Ian Ridpath, Astronomia, Zahar, 3ª Ed., 2011.