terça-feira, 31 de dezembro de 2013

Fé em Deus × superstição


Amigos,

Sabemos o quanto todos nós desejamos ser felizes. Nesta virada de ano, novamente vêm à tona, nos meios de comunicação, superstições e crendices às quais as pessoas se entregam, na esperança de um ano melhor. Nós temos sede de felicidade, e queremos caminhar neste sentido! Mas... o problema muitas vezes está nos meios pelos quais se busca a felicidade. Como estou escrevendo para um público que tem foco na fé e também na razão – especialmente no uso das duas – vamos pensar um pouco.

Que sentido tem, mesmo para a razão apenas, ser supersticioso...? Tem gente que acha que precisa dar sete pulinhos nas ondas do mar, para dar sorte; outros, que tem que comer lentilhas; outros têm superstição com caroços de uva; outros, colocam moedas em vasos de plantas, para dar sorte com dinheiro... (“plantar” moedas em vasos de planta faz nascer dinheiro...?) Tem também a questão das cores: a pessoa acha que tem que usar roupa desta ou daquela cor, para dar sorte... Alguma coisa dessas tem sentido, à luz da razão...?

Tem também aqueles “especialistas” fazendo previsões pela televisão. Cada um diz uma coisa diferente... se fosse algo real, as previsões deveriam ser as mesmas, obviamente... ou seja, nada disso sobrevive a um simples exame da razão.

Agora vamos falar de fé. Superstição e crendice são coisas que atentam contra a nossa fé – especificamente, contra o Primeiro Mandamento do Decálogo. Quando se coloca a confiança em qualquer uma coisa dessas citadas acima, onde fica Deus na vida da pessoa...? Em quem é melhor colocar a confiança: n’Ele, ou em coisas vãs, mortas, que nada podem fazer para nos ajudar? Caroços de uva podem nos dar alguma proteção ou bênção...? E lentilhas...? E ondas do mar...? E cores de roupas...? E moedas em vasos de plantas...? Seres inanimados podem fazer algo por nós...? E Deus, não tem vez...? Realmente, quando se coloca outra coisa qualquer no lugar d’Ele... a pessoa fez a sua escolha: entre Deus e coisas inanimadas, escolheu a segunda opção. E como Deus dá liberdade a cada um... a escolha está feita.

Quando eu falo sobre essas coisas, não é em tom de “apontar o dedo” para quem as faz; mas é um exercício de fé e razão, e um convite a avaliar, e a tomar uma decisão consciente. Quem não parou para pensar em nada disso, muitas vezes sai fazendo essas coisas porque “todos” fazem. Tem gente que faz só por costume; mas tem gente que acredita piamente nas suas crendices! E ai dele se não fizer isso ou aquilo, vai ter azar!

Sugiro também um texto anterior deste blog, “Astronomia × astrologia (2)”, em que falo mais sobre o problema de crendices e coisas semelhantes; citando textos do Antigo Testamento, do Novo Testamento, e um trecho do Catecismo da Igreja Católica.

“A nossa proteção está no Nome do Senhor!

- Que fez o céu e a terra!”

Não em seres inanimados, ou em “rituais” estranhos de crendices...

Peçamos a Deus que nos abençoe neste novo ano que se inicia!

Feliz Ano Novo!

sábado, 28 de dezembro de 2013

Os Santos Inocentes da época de Jesus, e as vítimas inocentes de hoje


Amigos,

Hoje, Festa dos Santos Inocentes, é um bom dia para uma reflexão sobre a sacralidade da vida, especialmente dos mais frágeis. Todos conhecemos o episódio em que Herodes, por temer perder seu lugar para o Rei dos Judeus (Jesus), mandou exterminar as crianças de até dois anos na região de Belém. Não há quem não fique horrorizado com crime tão hediondo! Vejamos o Evangelho de hoje, que fala sobre esta passagem.

Mt 2,13-18: “13 Depois que os magos partiram, o Anjo do Senhor apareceu em sonho a José e lhe disse: ‘Levanta-te, pega o menino e sua mãe e foge para o Egito! Fica lá até que eu te avise! Porque Herodes vai procurar o menino para matá-lo.’ 14 José levantou-se de noite, pegou o menino e sua mãe, e partiu para o Egito. 15 Ali ficou até a morte de Herodes, para se cumprir o que o Senhor havia dito pelo profeta: ‘Do Egito chamei o meu Filho’. 16 Quando Herodes percebeu que os magos o haviam enganado, ficou muito furioso. Mandou matar todos os meninos de Belém e de todo o território vizinho, de dois anos para baixo, exatamente conforme o tempo indicado pelos magos. 17 Então se cumpriu o que foi dito pelo profeta Jeremias: 18 ‘ouviu-se um grito em Ramá, choro e grande lamento: é Raquel que chora os seus filhos, e não quer ser consolada, porque eles não existem mais’.”




Massacre of the Innocents, de Girolamo Donnini, localização: Fondazione Pietro Manodori.

Pois bem, todos ficamos horrorizados com tamanha maldade de Herodes. Mas, e quantos outros semelhantes a ele convivem conosco hoje...? Quantos exterminam bebês ainda no ventre de suas mães...? Por acaso, isso não é hediondo também, como o crime de Herodes...? Os assassinatos perpetrados por Herodes foram crimes; ponto. E aborto, o que é...? Que é a diferença entre exterminar uma criança, antes ou depois do nascimento...? Por acaso, pouco antes de sair do ventre de sua mãe, o nascituro ainda não é uma pessoa...? Seria o que então...? Qual é a diferença entre matar antes ou logo após nascer...?

Obviamente que se trata de assassinato, em ambos os casos. Quem se diz horrorizado com o que fez Herodes na época do nascimento de Jesus, deve ter horror também ao aborto. É questão de coerência. O problema é que as pessoas que militam a favor do aborto, são adeptos do relativismo moral – sobre o que o nosso amado Papa (agora Emérito) Bento XVI tanto alertou –, no qual cada um “decide” o que é certo ou errado, conforme suas conveniências. Mas isso é um atentado não só contra a moral, mas contra a razão também! Já vimos isso no parágrafo anterior: assassinato de um bebê, antes ou depois de nascer, é assassinato! Não deixa de ser assassinato antes de a criança nascer, porque mesmo antes do parto trata-se de uma pessoa!

Que isto sirva de reflexão para todos nós; para que nos manifestemos, pelos meios legais, contra esta imposição que temos presenciado em diversos países: a população protesta, vai às ruas dizer NÃO ao aborto, e os políticos o aprovam mesmo assim! Servindo a interesses escusos, que não são a vontade do povo de seu país! E, antes de tudo, não são vontade de Deus!

Lutemos para salvar vida dos inocentes de hoje, de assassinos que são como Herodes!

Segue o link para o filme “O grito do inocente”, dublado em português. Trata-se de um filme do médico Bernard Nathanson, que havia sido um terrível abortista, e que mudou de vida, tornando-se contrário ao aborto. O filme mostra o horror sentido por um feto, ao ser abortado; as cenas são chocantes – afinal, o aborto é algo chocante! Convido a assistirem; acho difícil que alguém que seja a favor do aborto, não mude de opinião depois de ver o filme. Ao invés de fugirmos deste drama, nos esforcemos para eliminar de nossa sociedade este crime tão abjeto!


Estes são os inocentes dos dias atuais...

sábado, 7 de dezembro de 2013

Eventos de divulgação científica


Amigos,

Quero compartilhar com vocês a notícia de eventos de divulgação científica, a serem realizados hoje (07/12), no MAST (Museu de Astronomia e Ciências Afins)1. Trata-se de eventos em homenagem ao dia do astrônomo – ocorrido no dia 02 último. Aliás, publiquei neste Blog um texto em homenagem aos astrônomos – destacando aqueles que conjugam ciência/razão com fé.

Sei que está “em cima da hora”, mas prefiro divulgar mesmo assim. Neste caso, não se trata de eventos que falem diretamente das relações entre ciência e fé; mas de divulgação científica, simplesmente. Mas, como eu já comentei antes aqui no Blog, para favorecer o diálogo entre ciência e fé, é bom nos mantermos informados sobre ambos os campos: ciência e fé. É neste espírito que costumo divulgar eventos de divulgação científica. Mas vocês também entenderão logo adiante um motivo particular pelo qual divulgo estes eventos...

Segue um link com a lista de eventos programados para hoje. Haverá uma mesa redonda para divulgar o trabalho do astrônomo, em diversos campos de atuação; aniversário da exposição de um meteorito encontrado no Brasil; observação do céu; e uma palestra sobre uma estrela nova na constelação de Centauro. Aqui está algo que me faz “brilhar os olhos”... Vejamos.

Esta última palestra, intitulada: “A Estrela Nova do Centauro 2013: uma explosão estelar visível a olho nu nestes dias”, será proferida por Costantino Sigismondi. Trata-se de um pesquisador italiano, com forte atuação científica (incluindo-se aí dois doutorados!), mas que também tem formação em teologia, e estuda história da ciência medieval – sendo integrante do corpo editorial da revista Gerbertus, que trata sobre este assunto.

Sigismondi é atualmente pesquisador visitante no Brasil, e proferiu uma palestra este ano no CBPF (Centro Brasileiro de Pesquisas Físicas), sobre Gerbert d’Aurilac, um eminente estudioso da virada do primeiro milênio, que tornou-se o Papa Silvestre II. Ele era dedicado tanto aos estudos relacionados à fé, quanto a estudos em diversos outros campos do conhecimento. Recomendo o texto que eu publiquei no Blog à época, sobre o assunto.

O título da palestra de hoje não parece versar sobre história da ciência medieval; tampouco, será uma palestra sobre as relações entre ciência e fé. Será sobre um fato científico: uma nova, fenômeno que pode ocorrer ao final da vida de uma estrela2. Ainda assim, é uma alegria para mim, e uma oportunidade para divulgar que há cientistas que partilham e atuam também em nossa fé; que se dedicam a estudos científicos e de teologia. Aproveito também para retransmitir uma página sua no ICRA (International Center for Relativistic Astrophysics), onde consta seu currículo, produção, e onde podem ser vistas fotos suas com o Beato João Paulo II!

Espero poder acompanhar a passagem deste cientista pelo Brasil, através de suas palestras, sejam com conteúdo científico, ou sobre história das ciências.

Até a próxima!

1 É sempre bom lembrar que o fato de citar os nomes de instituições não significa que estas endossem o que eu escrevo aqui.

2 Veja texto explicativo sobre esta palestra, na página do MAST no facebook.

quarta-feira, 4 de dezembro de 2013

Dia do astrônomo


Amigos,

No dia dois de dezembro comemoramos, no Brasil, o dia do astrônomo! O dia foi escolhido em homenagem a D. Pedro II – data de seu nascimento –, por ter sido um entusiasta pelas ciências, especialmente astronomia1. Não sou profissional dessa área, mas os leitores já devem conhecer a minha paixão também pelas ciências básicas, especialmente astronomia e física de modo geral.

Em nosso diálogo entre ciência e fé, a astronomia ocupa um papel de destaque, já que diversos clérigos e religiosos realizaram estudos neste campo do conhecimento, ao longo da história. Podemos citar, por exemplo, Copérnico; dentre diversos outros. Alguns textos do blog tratam sobre este assunto, e afins, como: “Sacerdotes e/ou religiosos cientistas ao longo da história”, “Pe. Georges Lemaître, SJ”, “Calendário Gregoriano” ou “Crateras da Lua com nomes de Jesuítas!”, por exemplo.

Além disso, podemos citar o Observatório do Vaticano, um dos mais antigos observatórios astronômicos do mundo, onde o corpo de cientistas é formado por padres e/ou religiosos – a maioria Jesuítas –, que também possuem formação (a maioria com doutorado) na área de exatas, como astronomia ou outros cursos afins. Logo, não poderíamos ficar de fora da homenagem a estes profissionais!

Os astrônomos fazem ciência contemplando o céu, seja observando fenômenos naturais cósmicos, seja elaborando teorias que tentem explica-los. Mas a contemplação do céu inevitavelmente nos leva também a questionar a beleza e grandeza do universo sob outros aspectos... Além da busca pelo entendimento de como funciona a natureza, outras questões fundamentais surgem, como os porquês, as razões da existência; questões fundamentais que são suscitadas em nosso íntimo, como: De onde vem tudo isso? De onde viemos? Qual o sentido da existência, da vida? Qual nosso destino último? Essas questões não são respondidas completamente pela ciência. A filosofia também auxilia na busca por estas respostas. Em última análise – para nós que conjugamos razão com fé – a Revelação Divina vem também em nosso auxílio. Na verdade, todos esses campos do conhecimento – sejam aqueles do lado da razão (ciência e filosofia), quanto os oriundos da fé –, quando bem conjugados, são complementares e nos ajudam a seguir nossa jornada na busca pela verdade2.

Logo, nossa homenagem aos astrônomos; em particular, àqueles que conjugaram ao longo da história – e ainda conjugam nos dias de hoje – muito bem a ciência/razão com a fé, na a busca pela verdade!


1 Vide notícia na página do Museu de Astronomia e Ciências Afins, no facebook.

2 “A fé e a razão (fides et ratio) constituem como que as duas asas pelas quais o espírito humano se eleva para a contemplação da verdade. Foi Deus quem colocou no coração do homem o desejo de conhecer a verdade e, em última análise, de conhecer a ele, para que, conhecendo-o e amando-o, possa chegar também à verdade plena sobre si próprio (cf. Ex 33,8; Sl 27/26,8-9; 63/62,2-3; Jo 14,8; 1Jo 3,2).”, Carta Encíclica Fides et Ratio, de João Paulo II, 1998.

sábado, 30 de novembro de 2013

Apologia ao aborto na televisão




Amigos,

Ainda antes de ontem publiquei um texto sobre a maravilha do engenho humano, no desenvolvimento de tecnologia – em particular, no desenvolvimento de meios de comunicação. Mas comentei também sobre o uso que se pode fazer destes meios: bom uso, ou mal uso...

Hoje, venho desmascarar algumas MENTIRAS que são propagadas nos meios de comunicação – em especial nas novelas – para fins de apologia ao aborto. Já não bastasse a apologia à ideologia de gênero que é feita descaradamente, também apologia ao aborto. O capítulo da novela – tal de “Amor à vida” (sic) –, que foi ao ar em agosto último, mostra uma cena de uma paciente que chega a um hospital com hemorragia, devido a aborto provocado; e de um médico jovem que se recusa a atendê-la, alegando que não poderia (sic) socorrer uma pecadora, que atentou contra a vida de seu feto. O médico mais velho repreende o mais novo, dizendo que os médicos têm o dever de salvar vidas, e ameaça demiti-lo do corpo do hospital.

Desmascarando as mentiras; falo do ponto de vista católico, mas participantes de outras religiões também se mostram contrários ao crime do aborto. Vejamos:

Nossa fé NÃO DIZ que um médico deve se recusar a atender uma pessoa que precisa de socorro – como no caso retratado, em que uma mulher chega ao hospital com hemorragia. De fato, os médicos DEVEM socorrer quem necessita de atendimento de socorro; dizer que a fé proíbe atender alguém – com hemorragia, ou qualquer outra situação de urgência, emergência ou doença1 –, é MENTIRA!

Entretanto, pelo mesmo motivo – o dever de salvar vidas –, um médico católico DEVE se recusar a praticar o ABORTO! Trata-se de OBJEÇÃO DE CONSCIÊNCIA, um DEVER MORAL! Um médico existe para salvar vidas, não para assassinar ninguém, muito menos um nascituro, totalmente indefeso, no ventre de sua mãe!

Ou seja, a novela propagou MENTIRAS sobre as relações entre medicina e fé, mais especificamente quanto às questões ligadas ao aborto. Como se não bastasse o aborto ser crime e uma aberração, essa gente não tem escrúpulos para transmitir informações MENTIROSAS para fazer sua apologia a ideologias malévolas; e jogar o povo contra as religiões, mostrando um médico que – supostamente em nome de sua fé – se recusa a salvar alguém, que acaba morrendo.

E propagam outra MENTIRA quando dizem que o aborto é uma questão de saúde pública. Os dados do SUS mostram que o número de mortes por aborto é menos de 0,1 % dos casos de óbito de mulheres; ao passo em que outras doenças dominam as causas de óbitos, como doenças do aparelho circulatório (mais de 31 %), e tumores (cerca de 17 %)2. Logo, não há razão para dizer que aborto trata-se de questão de saúde pública!

E o pior de tudo, como eu havia comentado no texto anterior, o povo aceita tudo passivamente, como gado sob jugo e chicote, sem questionar nada, facilmente manipulado por ideólogos, com qualquer mentira grosseira... Como é fácil pra essa gente enganar o povo...3

 

1 Fica excluído destes casos, obviamente, o atendimento a mulheres vítimas de estupro, que queiram realizar aborto. O atendimento a vítimas de estupro é caso de urgência; a realização de aborto, não: trata-se de assassinato, uma vez que o filho gerado não pode ser executado como culpado pelo ocorrido...


3 Quando me expresso dessa forma, obviamente não é meu objetivo atacar as pessoas do público; é um protesto contra um comportamento tão passivo por parte da população. As pessoas não foram feitas para serem tratadas dessa forma, manipuladas por grupos com interesses nocivos, e de forma tão fácil, com base em mentiras grosseiras! Ou seja, eles nem se dão ao trabalho de forjarem bem suas mentiras, dizem qualquer coisa que já funciona! E as pessoas nem se dão ao trabalho de verificarem a informação, aceitam tudo tão prontamente... Ninguém foi feito para ser manipulado dessa forma. Acorda, povo!
 

quinta-feira, 28 de novembro de 2013

Meios de comunicação: servir ao bem ou ao mal?


Amigos,

Já não é de agora que o ser humano vem usando diversas formas para se comunicar à distância; em geral pensamos nos meios de comunicação como os conhecemos hoje, mas podemos voltar a história e pensar até mesmo no uso da fumaça e do som... Em todo caso, o engenho humano reflete o chamado de Deus para desbravar o mundo à sua volta, seja tentando entendê-lo (ciência), seja questionando as razões da existencia (filosofia), buscando o seu Criador (religião), ou dominando as forças e meios da natureza para seu benefício (tecnologia). Neste último aspecto, podemos citar que o homem foi dominando a natureza a tal ponto que, hoje, podemos nos maravilhar com a tecnologia tão desenvolvida de que dispomos – desenvolvida por nós, com nosso espírito criativo –, para nos comunicarmos à distância. Senão, vejamos:

O entendimento sobre eletromagnetismo acabou resultando na invenção do telégrafo, do telefone e da transmissão de sinais por rádio1. A eletrônica foi avançando e, com ela, a computação, a tecnologia da informação... Hoje temos meios de comunicação inimagináveis há cerca de um século atrás! O mundo está praticamente todo interligado pelos diversos meios de comunicação, que têm demonstrado uma convergência: hoje, voz, imagens, vídeo, e diversos outros tipos de sinais, são compartilhados através da grande rede mundial da internet, e fazendo uso dos mais diversos tipos de suporte físico para a transmissão: por fios e cabos, por fibras ópticas, por redes celulares, por enlaces terrestres de microondas, por satélites... por onde for necessário!

Que maravilha, não? O ser humano é mesmo muito inventivo! Agora, reflitamos sobre o uso que se faz de tantas maravilhas da tecnologia presente nos meios de comunicação. Vendo o “lixo” que costuma ser transmitido por alguns canais de televisão abertos, por exemplo; ou as aberrações e crimes cometidos através da internet; alguém poderia ser levado a criticar tais meios de comunicação. Mas os meios de comunicação não constituem um mal em si! Tudo depende do conteúdo a ser transmitido...

Os canais de televisão, por exemplo, poderiam contribuir com o desenvolvimento de uma sociedade mais justa e dotada de valores morais, se transmitissem programas com conteúdos de valores elevados! Tanto a televisão quanto a internet podem ser usados para transmitir conteúdos educativos, verdadeiramente artísticos, ou de um lazer sadio. Mas o que costumamos ver, em muitos casos, são ataques sistemáticos aos valores morais, como: valores de uma reta vivência da sexualidade, da família – que tem origem e fundamento no matrimônio entre um HOMEM e uma MULHER2 –, valores de honestidade e retidão moral, entre outros. Pelo contrário, são transmitidos: ideologia de gênero, apologia ao aborto, desonestidade, contendas...

É triste ver como boa parte da população se deixa dominar por todo esse “lixo”! A gente não assiste a essas aberrações em casa, mas quando está em outro local, percebe o quanto as pessoas param tudo o que estão fazendo, para ficarem como que hipnotizadas diante da lavagem cerebral das telenovelas abortistas e gayzistas, que propagam ataques às religiões – em particular, à Igreja Católica, pelo ódio que têm por ela, que tanto defende a vida desde seu início até a morte natural, que tanto defende a família. As pessoas são como que dominadas, instrumentos do fanatismo ideológico de grupos que fazem de tudo para incutir esses contra-valores na sociedade; e boa parte da sociedade, alienada, abaixa a cabeça, como gado debaixo de jugos, e segue seu “mestre”, aceitando tudo o que lhes transmitem: abortismo, gayzismo, mentiras, ataques à religião – em um país onde a Constituição garante liberdade religiosa –, adultérios, ataques à família...

Façamos uso de nossa inteligência... O ser humano, capaz de desenvolver tantas coisas boas, não pode terminar tão alienado a ponto de ser manipulado assim por conteúdos idiotizantes na televisão, na internet, ou onde quer que seja!

 

1 Vide texto anterior sobre o Pe. Landell de Moura.

quarta-feira, 2 de outubro de 2013

O Papa Emérito Bento XVI e o matemático ateu


Amigos,

No último dia 24, vimos uma notícia sobre a carta do Papa Emérito Bento XVI ao matemático e ateu italiano Piergiorgio Odifreddi. Para entender o contexto: O Papa havia escrito o livro “Introdução ao Cristianismo”, que foi lido por Odifreddi; este, por sua vez, escreveu outro livro em resposta ao Papa, “Caro Papa, ti scrivo” (Querido Papa, escrevo-te). O autor já define seu livro como uma “luciferina” introdução ao ateísmo...

Parte da carta de onze páginas, em que o Papa Emérito responde ao militante ateu, foi publicada no jornal “La Repubblica”, e foi comentada em notícias, aqui e aqui também. Faço aqui alguns comentários, destacando que o Papa Emérito faz críticas diretas a certas partes do livro de Odifreddi, apontando a agressividade e a superficialidade das argumentações de seu autor...

Em resposta à expressão usada por Odifreddi em relação à teologia, “ficção científica”, o Papa Emérito comenta que há também, de certa forma, “ficção científica” na própria ciência, quando esta tenta prever acontecimentos relacionados ao fim do mundo, por exemplo, o que trata-se de imaginações que tentam nos aproximar da realidade1.

Outro ponto que o Papa Emérito destaca é o papel importante do diálogo entre ciência e religião, para o qual a teologia muito contribui; comentando ainda que há patologias tanto no campo da razão quanto no da fé, e que ambas precisam estar conectadas.

Quanto à acusação de Odifreddi sobre os abusos sexuais a crianças, na Igreja, o Papa Emérito comenta que trata-se de um mal que ele nunca acobertou. Comenta também que, não sendo isto motivo de tranquilidade, deve-se, entretanto, verificar que, estatisticamente, este mal atinge um pequeno percentual do clero, percentual este, por sua vez, compatível com o verificado em pessoas que exercem outras atividades. Confesso que fiquei feliz com esta argumentação do nosso amado Papa Emérito Bento XVI! Um Papa citando estatísticas para se defender das acusações de um matemático... Estatística não é também assunto afeito aos matemáticos...? E teve que vir um Papa falar de estatística para um matemático...? Vemos aqui, amigos, que, quando se quer impor uma ideologia, em geral acaba-se por manipular a verdade a qualquer custo... Mas a luz da verdade dissipa as trevas do engano!

O grande problema de Odifreddi não é ser um cientista, um matemático... Mas sim, ser um ateu militante. Ao longo da história da Igreja, há diversos cientistas – incluindo matemáticos2 –, que conciliavam a ciência com a fé. O problema vem quando a pessoa apresenta uma espécie de “cegueira”, que não se explica racionalmente; não quando a razão e a fé operam como “(...)as duas asas pelas quais o espírito humano se eleva para a contemplação da verdade”3, mas quando se é “capenga”, tentando se elevar com apenas “uma asa”4...

Outra coisa a se destacar é o comentário do Papa Emérito sobre a agressividade de Odifreddi... Mostra o desequilíbrio de alguém que tenta atacar a fé.

Bem, é isso. Até a próxima!
 

1 Lembram que já comentamos sobre algo a respeito da realidade e das teorias que tentam representa-la, neste texto e neste outro?

2 Vide texto sobre o Pe. Clavius, SJ, por exemplo.

3 Carta Encíclica Fides et Ratio, do Papa João Paulo II, 1998.

4 Lembro aqui das patologias a que o Papa Emérito se refere (porém não são citadas no texto das notícias veiculadas); a Carta Encíclica Fides et Ratio fala sobre o racionalismo e o fideísmo.

domingo, 22 de setembro de 2013

A lógica de Deus - continuação


Amigos,

Continuando a reflexão sobre a Liturgia do XXIV Domingo do Tempo Comum, em particular do Evangelho (Lc 15,1-32). Jesus contou também a parábola do filho pródigo (Lc 15,11-32). Essa parábola também não é tão fácil de entender, em um primeiro momento. Mas isso é porque procuramos entender com a nossa lógica, que, como já vimos, muitas vezes acaba falhando quando se trata dessas situações envolvendo amor e misericórdia. Vejamos:

“11 E Jesus continuou: ‘Um homem tinha dois filhos. 12 O filho mais novo disse ao pai: ‘Pai, dá-me a parte da herança que me cabe’. E o pai dividiu os bens entre eles. 13 Poucos dias depois, o filho mais novo juntou o que era seu e partiu para um lugar distante. E ali esbanjou tudo numa vida desenfreada. 14 Quando tinha gasto tudo o que possuía, houve uma grande fome naquela região, e ele começou a passar necessidade. 15 Então foi pedir trabalho a um homem do lugar, que o mandou para seu campo cuidar dos porcos. 16 O rapaz queria matar a fome com a comida que os porcos comiam, mas nem isto lhe davam. 17 Então caiu em si e disse: ‘Quantos empregados do meu pai têm pão com fartura, e eu aqui, morrendo de fome. 18 Vou-me embora, vou voltar para meu pai e dizer-lhe: ‘Pai, pequei contra Deus e contra ti; 19 já não mereço ser chamado teu filho. Trata-me como a um dos teus empregados’. 20 Então ele partiu e voltou para seu pai. Quando ainda estava longe, seu pai o avistou e sentiu compaixão. Correu-lhe ao encontro, abraçou-o, e cobriu-o de beijos. 21 O filho, então, lhe disse: ‘Pai, pequei contra Deus e contra ti. Já não mereço ser chamado teu filho’. 22 Mas o pai disse aos empregados: ‘Trazei depressa a melhor túnica para vestir meu filho. E colocai um anel no seu dedo e sandálias nos pés. 23 Trazei um novilho gordo e matai-o. Vamos fazer um banquete. 24 Porque este meu filho estava morto e tornou a viver; estava perdido e foi encontrado’. E começaram a festa. 25 O filho mais velho estava no campo. Ao voltar, já perto de casa, ouviu música e barulho de dança. 26 Então chamou um dos criados e perguntou o que estava acontecendo. 27 O criado respondeu: ‘É teu irmão que voltou. Teu pai matou o novilho gordo, porque o recuperou com saúde’. 28 Mas ele ficou com raiva e não queria entrar. O pai, saindo, insistia com ele. 29 Ele, porém, respondeu ao pai: ‘Eu trabalho para ti há tantos anos, jamais desobedeci a qualquer ordem tua. E tu nunca me deste um cabrito para eu festejar com meus amigos. 30 Quando chegou esse teu filho, que esbanjou teus bens com prostitutas, matas para ele o novilho cevado’. 31 Então o pai lhe disse: ‘Filho, tu estás sempre comigo, e tudo o que é meu é teu. 32 Mas era preciso festejar e alegrar-nos, porque este teu irmão estava morto e tornou a viver; estava perdido, e foi encontrado’.’ ”
 

Ilustração da Parábola do Filho Pródigo1.


À primeira vista, alguém poderia questionar porque o pai da parábola (que representa o próprio Deus), acolheu o filho pródigo – que agiu com imprudência, desperdiçando todos os bens do pai –, cheio de amor e misericórdia, sem ao menos repreendê-lo... Nós, em seu lugar, muito provavelmente daríamos uma bronca no filho, apontando-lhe todos os seus erros, sua irresponsabilidade, etc... Mas o pai da parábola que Jesus contou, não; sua reação foi bem diferente do que esperaríamos.

Vejam que o próprio filho pródigo, quando pensa em voltar, reconhece que já não seria merecedor de ser considerado filho, por causa dos seus erros, do seu pecado. Reconheceu que, por questão de justiça, ele não mereceria mais o mesmo tratamento: deveria arcar com as consequências, e se contentar em ser tratado como um empregado.

Mas qual nada... O pai sentiu compaixão quando o avistou de longe, e correu em sua direção, cobrindo-o de beijos e abraços... Na verdade, para tê-lo avistado de longe, fico pensando que o pai deveria sempre mirar o horizonte, na esperança de ver seu filho retornando... Só assim, possivelmente, conseguiu avistá-lo ainda à distância. Nem sequer deixou o filho terminar de confessar sua culpa, e ordenou aos empregados que trouxessem uma nova túnica, sandálias e anel – mostrando que o estava recebendo como filho; e mandou matar o novilho gordo para festejar.

O irmão mais velho, que sempre tinha sido fiel ao pai, não aceitou bem o fato, e se achou injustiçado por ter seu pai mandado matar o novilho gordo para o filho que havia sido rebelde e pecador.  Em nosso entendimento falho, não entendemos por que o pai estaria dando mais atenção ao filho que havia sido pecador, que ao filho que sempre lhe havia sido fiel... Faz lembrar o caso das noventa e nove ovelhas que o pastor havia deixado momentaneamente, para salvar aquela que havia se perdido. Mas vejam a resposta do pai da parábola: “Filho, tu estás sempre comigo, e tudo o que é meu é teu.” Não é que o pai não desse importância ou valor ao filho mais velho e fiel; mas o filho que havia sido perdido, precisava de maior atenção naquele momento (como a ovelha da outra parábola, que havia se perdido).

Como o pai da parábola representa Deus, nos alegramos, mais uma vez, de perceber que o Senhor se preocupa com todos e com cada um de nós em particular, mas dispensa um cuidado mais urgente com aquele que se desvia de Seu caminho. Não porque Ele não se preocupe com aqueles que O seguem mais de perto, mas porque os que caminham longe é que precisam de mais ajuda no momento. Filho, tu estás sempre comigo, e tudo o que é meu é teu.” Os que O seguem de perto, não recebem menos atenção; o Senhor os tem próximos a Ele, a salvo. Mas Ele se preocupa urgentemente com os que se afastaram.

Devemos refletir também quando vemos alguém que teve uma vida de pecador – às vezes de forma escandalosa –, em estágio de conversão, em uma vida renovada. Podemos correr o risco de questionar também, por que alguém que sempre agiu tão mal, agora vive quase como um santo...? Mas logo aquele, que sempre teve uma “vida torta”...? Bem, mas o Senhor é misericórdia, e perdoa os pecados arrependidos. E, uma vez perdoados, a pessoa inicia vida nova. E seu passado escandaloso? Ficou para trás. Não recebemos também a misericórdia de Deus? E os outros, não podem receber também...? Só nós...? Para pensarmos...

Até a próxima!

 
1 The Return of the Prodigal Son, por Rembrandt, entre 1663 e 1665; no Museu Hermitage.

sábado, 21 de setembro de 2013

A lógica de Deus


Amigos,

Lógica é algo que remete à nossa razão... E, ligada à fé, trata-se de assunto de interesse nosso. A Liturgia do XXIV Domingo do Tempo Comum me fez pensar em escrever algo a respeito; vocês verão o porquê. No Evangelho (Lc 15,1-32), Jesus contou parábolas que nos fazem refletir bastante, pois mostram que Deus tem uma lógica bem diferente da nossa... E por isso devemos dar graças! Pois o Senhor usa de misericórdia conosco, e nós precisamos.

Em uma das parábolas, Jesus diz (Lc 15,4-7): “4 ‘Se um de vós tem cem ovelhas e perde uma, não deixa as noventa e nove no deserto, e vai atrás daquela que se perdeu, até encontrá-la? 5 Quando a encontra, coloca-a nos ombros com alegria, 6 e, chegando a casa, reúne os amigos e vizinhos, e diz: ‘Alegrai-vos comigo! Encontrei a minha ovelha que estava perdida!’ 7 Eu vos digo: Assim haverá no céu mais alegria por um só pecador que se converte, do que por noventa e nove justos que não precisam de conversão’.”
 

Ilustração da Parábola da Ovelha Perdida1.

Vejam como a lógica de Deus é muito diferente da nossa. Nós costumamos pensar em eficiência, e, sinceramente, se dependesse da nossa lógica humana, pensaríamos: “perdemos uma, mas pelo menos conseguimos salvar noventa e nove!” Mesmo lamentando, desistiríamos da ovelha perdida, e, chegando em casa, ainda diríamos: “Vejam, somos muito eficientes! Nosso rendimento foi de 99 %! Afinal, das cem ovelhas, só perdemos uma...”.

Mas vejam a lógica de Deus: para Ele, essa ideia de 99 % de eficiência não resolve o problema; Ele quer a TODOS, e Se preocupa com CADA UM em particular! O Senhor não se contenta com que 99 % sejam salvos, mas Ele quer a salvação de todos, de 100 % de Seu rebanho! Para Ele, cada um de nós é importante, importantíssimo! Ele sabe que cada um de nós é uma obra Sua que é única, em todos os tempos! Ele nos criou por amor, e para o amor; nos criou para estarmos, ao fim de nossa peregrinação terrena, junto a Ele, em Seu Reino, com vida em abundância e felicidade eterna! Inicialmente não entendemos como alguém pode deixar as noventa e nove ovelhas, momentaneamente, para buscar aquela única que se perdeu... O fato é que aquelas noventa e nove estão a salvo; o pastor da parábola se preocupa com elas também, mas naquele momento, é a que se perdeu que precisa de mais ajuda, e urgentemente.

Que bom saber que o Senhor Se preocupa com todos e com cada um de nós em particular, não é mesmo? E que bom que Sua lógica é muito superior à nossa!

Tudo isso me faz lembrar de um trecho do livro de Isaías (Is 55,8-9):

“Pois meus pensamentos não são os vossos, e vosso modo de agir não é o meu, diz o Senhor; 9 mas tanto quanto o céu domina a terra, tanto é superior à vossa a minha conduta e meus pensamentos ultrapassam os vossos.”

(Continua no próximo texto).


1 Baseada no Evangelho de Mateus, porém refere-se à mesma Parábola.

terça-feira, 10 de setembro de 2013

Reflexões – Liturgia de 11/09/2013


Amigos,

Hoje venho, mais uma vez, partilhar uma reflexão sobre a Liturgia, desta vez do dia 10 de setembro de 2013. Neste caso, o tema não aborda o campo da ciência; mas como fala sobre a busca pela verdade1 – tema de grande interesse nosso – segue então.

Destaquemos alguns trechos da I Leitura, da Carta de São Paulo aos Colossensses (Cl 3,1-11):

“Irmãos, 1 se ressuscitastes com Cristo, esforçai-vos por alcançar as coisas do alto, onde está Cristo, sentado à direita de Deus; 2 aspirai Às coisas celestes e não às coisas terrestres. (...) 5 Portanto, fazei morrer o que em vós pertence à terra (...) 9 (...) já vos despojastes do homem velho e da sua maneira de agir 10 e vos revestistes do homem novo, que se renova segundo a imagem do seu criador (...)”.

E, do Salmo responsorial (Sl 144/145):

“2. Que vossas obras, ó Senhor, vos glorifiquem
      E os vossos santos com louvores vos bendigam!
      Narrem a glória e o esplendor do vosso reino
      e saibam proclamar vosso poder!”

 

Do Evangelho (Lc 6,20-26):

“(...) 22 Bem-aventurados sereis quando os homens vos odiarem, vos expulsarem, vos insultarem e amaldiçoarem o vosso nome por causa do Filho do homem! 23 Alegrai-vos, neste dia, e exultai, pois será grande a vossa recompensa no céu. Porque era assim que os antepassados deles tratavam os profetas. (...) 26 Ai de vós quando todos vos elogiam! Era assim que os antepassados deles tratavam os falsos profetas”.

 
 
Igreja no monte das Bem-Aventuranças

 

Bem, amigos, o que pensar sobre tudo isso? Tem ou não a ver com buscar a verdade e testemunhá-la, custe o que custar: perseguições, injúrias, e tantas outras coisas mais? Esse último trecho do Evangelho é bem claro, e dá uma bela “sacudida” em todos nós, para ver se acordamos... Mais uma vez, no que diz respeito a ser fiel à verdade, volto a comentar sobre o grande problema de achar que devemos agradar a todos a qualquer custo, fazer “boa política”, ainda que às custas de agirmos mal, contra a verdade... Ou, visto de outra forma, quando se busca agradar a todos, corre-se sério risco de desagradar a Deus... Lembremos que, quando Jesus pregava a Boa Nova, muitas vezes acabava provocando a ira de muitos de seus ouvintes; não que Ele quisesse fazer isto: Ele simplesmente revelou a verdade, mas era justamente isto o que despertava a ira de muitos... Lembremos de que, em algumas dessas vezes, conforme as narrativas Bíblicas, alguns destes, ao ouvirem Jesus, já começavam a tramar como haveriam de matá-Lo!

Logo, se nem Jesus conseguiu agradar a todos, somos nós que devemos fazer de tudo para agradar a todos? Seríamos, acaso, melhores que Ele...? Claro que não! De fato: quem busca agradar a todos, acaba correndo o risco de desagradar a Deus; já, procurando agradá-Lo, certamente desagradaremos a alguns, ou a muitos... Não importa: o certo é buscarmos a verdade, e procurarmos ser fiéis a ela, doa em quem doer. Não estou dizendo que devemos tratar mal as pessoas (muito pelo contrário!); mas devemos ser fiéis à verdade.

Isto ocorre quando, conforme diz a I Leitura, procuramos nos despojar do homem velho, e nos revestir do homem novo, à imagem do Criador; e assim, podemos, como diz a segunda estrofe do Salmo: bendizer a Deus com louvores (nossa vida deve ser tornar um louvor a Ele!), poderemos narrar (com palavras, e com nossa vida), o esplendor de Seu reino, e proclamar Seu poder! Quando conseguirmos cumprir isto, alegremo-nos e exultemos, pois, conforme a promessa do Senhor, grande será a nossa recompensa no céu! Ainda que possamos sofrer perseguições. Se o Senhor sofreu, não pensemos nós que estaremos livres delas...

Mas o Senhor é a nossa força!

 

1 Lembremos da Carta Encíclica Fides et Ratio, que diz: “A fé e a razão (fides et ratio) constituem como que as duas asas pelas quais o espírito humano se eleva para a contemplação da verdade. Foi Deus quem colocou no coração do homem o desejo de conhecer a verdade e, em última análise, de conhecer a ele, para que, conhecendo-o e amando-o, possa chegar também à verdade plena sobre si próprio (cf. Ex 33,8; Sl 27/26,8-9; 63/62,2-3; Jo 14,8; 1Jo 3,2).”

Reflexões – Domingo, 08/09/2013 (parte 2)


Amigos,

Continuando do texto anterior.

Vejamos agora trechos do Salmo responsorial, Sl 89(90):

1. “Vós fazeis voltar ao pó todo mortal
      quando dizeis: ‘Voltai ao pó, filhos de Adão!’
      Pois mil anos para vós são como ontem,
      qual vigília de uma noite que passou.


2.   Eles passam como o sono da manhã,
       são iguais à erva verde pelos campos:
       de manhã ela florece vicejante,
       mas à tarde é cortada e logo seca.
 

3.  Ensinai-nos a contar os nossos dias
      e dai ao nosso coração sabedoria! (...)
 

4.  Saciai-nos de manhã com vosso amor,
      e exultaremos de alegria todo o dia!
      Que a bondade do Senhor e nosso Deus
      repouse sobre nós e nos conduza! (...)”


É uma verdade inexorável que nossa vida aqui na terra é passageira, e dura pouco, bem pouco... Sessenta anos? Setenta? Ou um pouco mais...? O que é isso perto dos cerca de 13 ou 14 bilhões de anos estimados para a idade do universo...? E quanto a toda a vida eterna que o Senhor nos reserva a junto a Ele...? No entanto, é nestes cerca de setenta anos que fica decidido a vida futura de cada um... É neste tempo que se deve tomar a decisão pelo Senhor: a cada dia devemos nos firmar nesta decisão!

Quando pensamos na grandeza de toda a criação, com seus mais de dez bilhões de anos, e mais ainda, na vida futura com o Senhor, quem pode achar que é o senhor da própria vida, e que tudo se resume a estes cerca de setenta anos...? Como apostar tudo somente no “aqui e agora”...? E depois, como fica...?

Percebemos como o autor sagrado conseguiu exprimir esta nossa realidade transitória aqui neste mundo (vide estrofes 1 e 2), e a sabedoria com a qual devemos viver nossa vida (estrofe 3, especialmente); sabedoria esta que devemos pedir ao Senhor.

Saibamos viver bem nossa vida, e que possamos, “caminhando entre as coisas que passam, abraçar as que não passam”.

Reflexões – Domingo, 08/09/2013


Amigos,

Ao ouvir as leituras da Liturgia deste Domingo, logo pensei: dá uma boa reflexão para o Blog! Vejamos alguns trechos:

I leitura, Livro da Sabedoria (Sb 9,13-18): “Qual é o homem que pode conhecer os desígnios de Deus? Ou quem pode imaginar o desígnio do Senhor? 14 Na verdade, os pensamentos dos mortais são tímidos e nossas reflexões incertas(...) 16 Mal podemos conhecer o que há na terra e com muito custo compreendemos o que está ao alcance de nossas mãos; quem, portanto, investigará o que há nos céus? 17 Acaso alguém teria conhecido o teu desígnio, sem que lhe desses sabedoria e do alto lhe enviasses teu santo espírito? 18 Só assim se tornam retos os caminhos dos que estão na terra(...)”.

O que o autor sagrado disse, nós vemos acontecer hoje, apesar de todo o avanço da ciência, e do conhecimento humano, em geral: mal conseguimos compreender este mundo material em que vivemos... No fim do século XIX, imaginava-se que as principais descobertas da física acerca da natureza já tivessem sido alcançadas, e que não restaria mais muito trabalho para os físicos, daquele momento em diante. De repente, houve grandes revoluções na física: teoria da relatividade e mecânica quântica; dois pilares da física moderna, que viraram tudo “de pernas para o ar”... Isto rendeu muito trabalho duro para os físicos do século XX (e ainda rende para os do século XXI)...

Outro fato é que imaginava-se que o universo fosse limitado à nossa galáxia; até que observações mostraram que havia algo a mais, além dela... Pronto: descobriram que ainda havia muito para ser descoberto. Hoje sabe-se que há aglomerados de galáxias, em larga escala, e observa-se objetos a bilhões de anos-luz de distância1

Mais recentemente, descobriu-se que a matéria que nós conhecemos (da qual é feita tudo o que se vê, desde as estrelas e galáxias, até os seres vivos e nosso corpo), soma cerca de 4,5 % do que existe no universo! Ou seja: nós desconhecemos do que é feito 95,5 % dele... Realmente, podemos repetir o que escreveu o autor sagrado, há milênios atrás (Sb 9,16): “Mal podemos conhecer o que há na terra e com muito custo compreendemos o que está ao alcance de nossas mãos(...)”...

Mas esse maravilhar-se com a criação é saudável e faz parte da vida do ser humano, como diz a Carta Encíclica Fides et Ratio:

FR 4: “(...) Impelido pelo desejo de descobrir a verdade última da existência, o homem procura adquirir aqueles conhecimentos universais que lhe permitam uma melhor compreensão de si mesmo e progredir na sua realização. Os conhecimentos fundamentais nascem da maravilha que nele suscita a contemplação da criação(...)”

FR 17: “(...) Em Deus reside a origem de tudo, nele se encerra a plenitude do mistério, e isso constitui a sua glória; ao homem, pelo contrário, compete o dever de investigar a verdade com a razão, e nisso está a sua nobreza. (...) O desejo de conhecer é tão grande e comporta tal dinamismo que o coração do homem, ao tocar o limite intransponível, suspira pela riqueza infinita que se encontra para além deste, por intuir que nela está contida a resposta cabal para toda a questão ainda sem resposta”.

FR 21: “(...) E a força para continuar o seu caminho rumo à verdade provém da certeza de que Deus o criou como um ‘explorador’ (cf. Ecl 1,13), (...)”.

Porém, o trecho final da I Leitura mostra que Deus vem em socorro do ser humano. Isto se dá pela Revelação. Tem coisas que a nossa razão não consegue alcançar, às quais nós devemos assentir, devido à autoridade d’Aquele que diz; trata-se de verdades de fé: nós assentimos totalmente, porque sabemos que é digno de total confiança Aquele que fala, através das Sagradas Escrituras e da Sagrada Tradição, através do Magistério da Igreja.

Continua no próximo texto.

 

1 A velocidade da luz é de 300.000 km/s; um ano-luz é a distância percorrida pela luz em um ano (cerca de 9,5 trilhões de km); deixo aos leitores curiosos a tarefa de fazer as contas de quanto vale um bilhão de anos-luz...

sexta-feira, 23 de agosto de 2013

Marco importante! (2)


Amigos,

Hoje verifiquei que a página do Blog no facebook completou cem curtidas! Há pouco tempo passado seu segundo aniversário, agora mais este marco importante! Bom sinal, e graças a Deus que nos chama a propagar a fé, mesmo em diálogo com outros campos do conhecimento!

Compartilho também esta alegria com vocês, que têm curtido e acompanhado os textos que são publicados no Blog. É interessante constatar que a divulgação tem alcançado limites cada vez maiores, já que muitos daqueles que curtem a página do Blog no facebook, não faziam parte da minha lista de amigos; há pessoas até de fora do Brasil! Isso já é mostrado pelas estatísticas da página do Blog no blogspot, mas a divulgação pelo facebook – além dos outros meios, como o twitter, o google mais e o saudoso orkut – tem ajudado a expandir ainda mais o alcance do Blog.

Grande abraço a todos!