segunda-feira, 25 de março de 2019

Ciência e Fé (texto publicado no Jornal)

Caros leitores!

Conforme a postagem de 13 de janeiro último, temos publicado textos sobre "Ciência e Fé" e temas correlatos no Jornal paroquial: "Ecos de Lourdes", da Basílica Nossa Senhora de Lourdes, no Rio de Janeiro, desde maio de 2018. Gratos pelo convite, temos buscado colaborar com publicações, a cada mês, desde então.

No mesmo dia 13 de janeiro, reproduzimos um texto publicado antes no Jornal "Ecos de Lourdes", com o Título "A Estrela de Belém e os Reis Magos", aproveitando ainda o tempo Litúrgico do Natal.

Reproduzimos, agora, o primeiro texto publicado no Jornal "Ecos de Lourdes", em maio de 2018, que teve o título "Ciência e Fé", um texto introdutório à coluna.

Segue também o link do Jornal, com a versão eletrônica:
http://www.nsl.org.br

————————————
 
Muitos de nós fomos levados a acreditar, desde a época escolar, em uma suposta oposição – e até mesmo contradição – entre ciência e fé. Porém, não há conflito, de fato, quando se faz reto uso da razão na tentativa de desvendar os mistérios da natureza, e a vivência da fé. Vejamos o que diz o Papa São João Paulo II, logo no início de sua Carta Encíclica Fides et Ratio (Fé e Razão), de 1998. “A fé e a razão(...) constituem como que as duas asas pelas quais o espírito humano se eleva para a contemplação da verdade. (...)”.

O Papa explica que, do lado da razão, estão a ciência e a filosofia, ou seja: a tentativa do ser humano em tentar entender a natureza e as razões da existência. Deus, porém, vem em nosso auxílio na busca pela verdade, com sua Revelação. Vejamos o Papa diz a respeito: “Em auxílio da razão, que procura a compreensão do mistério, vêm também os sinais presentes na Revelação.” (FR 13). O Papa alerta também para o perigo do racionalismo, quando se despreza a fé; e do fideísmo, quando se despreza a razão: “A razão privada do contributo da Revelação percorre sendas marginais, com o risco de perder de vista a sua meta final. A fé privada da razão põe em maior evidência o sentimento e a experiência, correndo o risco de deixar de ser uma proposta universal.(...)” (FR 48).

Vejamos também um trecho de outro documento da Igreja, a Constituição Pastoral Gaudium et Spes: “(...)a investigação metódica em todos os campos do saber, quando levada a cabo de um modo verdadeiramente científico e segundo as normas morais, nunca será realmente oposta à fé, já que as realidades profanas e as da fé têm origem no mesmo Deus. Antes, quem se esforça com humildade e constância por perscrutar os segredos da natureza, é, mesmo quando disso não tem consciência, como que conduzido pela mão de Deus, o qual sustenta as coisas e as faz ser o que são.” (GS 36).

A Igreja tem santos que eram grandes estudiosos também na investigação das ciências, além da teologia e filosofia. Por exemplo, Santo Tomás de Aquino – um gigante na fé! –, cujos ensinamentos são usados até hoje no estudo da teologia e na formação dos futuros sacerdotes, também enveredava por estudos em ciências naturais. Houve, ao longo da história, diversos sacerdotes e/ou religiosos, que atuaram em ciências, tendo dado grandes contribuições; ainda hoje há outros que se dedicam também aos estudos e pesquisas em ciências. Podemos citar, como exemplo, o Observatório do Vaticano, um observatório astronômico onde o corpo de cientistas é formado por sacerdotes e/ou religiosos!

Portanto, é necessário desmistificar este suposto conflito entre investigação científica e religião; entre o uso da razão e da fé. É necessário divulgar isso para o público, inclusive os mais jovens. Como professamos no Credo, Deus é o Criador de todas as coisas, visíveis e invisíveis, ou seja, de toda a realidade material e espiritual. Logo, não pode haver conflito entre ciência, uso da razão, e fé; não se fizermos reto uso dos dons que Deus nos concede.


Carlos Alexandre F. Jorge,
Integrante do Coral Opus.
 

————————————

Obs. 1: A assinatura ao fim do texto reproduzido consta da publicação no Jornal paroquial "Ecos de Lourdes", para o qual é solicitado identificar a pastoral ou grupo ao qual pertence o autor do texto (à época, eu integrava apenas o Coral Opus).

Nenhum comentário:

Postar um comentário