terça-feira, 18 de setembro de 2012

Macrocosmos


Amigos,

Imagino que todos já pararam algumas vezes para contemplar o céu à noite, seja numa noite de luar, ou sem luar; sem luar, as estrelas são mais visíveis. Se estivermos em um lugar afastado das grandes cidades, então, podemos ver muito melhor o céu pontilhado de estrelas. Que maravilha, não é? Tive essa experiência ainda na infância, já que morava em um lugar com pouca iluminação. Que outras cenas bonitas podemos citar, ao olharmos o céu? O nascer ou o por do sol...

Mas, além de admirar toda essa beleza visual, vocês já pararam para se questionar a respeito de tudo isso? Já viram uma imagem da Terra obtida por satélite? Não dá sequer para tentar imaginar ver alguém na sua superfície: sumimos na superfície da Terra, quando essa é vista do espaço! Já viram alguma imagem comparando o tamanho da Terra com o do Sol? Só um daqueles jatos de plasma (aquelas chamas que ocorrem na superfície do Sol), costuma ser muitas vezes o tamanho da Terra. Já viram uma imagem do nosso Sistema Solar? Hoje é bem mais fácil: nem precisamos ir às enciclopédias, a internet é uma grande fonte de imagens do universo.

A luz emitida pelo Sol leva cerca de 8 minutos e 20 segundos para alcançar a Terra. Vocês têm ideia de qual é a velocidade da luz? Praticamente 300.000 km/s. Fazendo as contas, o Sol fica a cerca de 150.000.000 de km da Terra... De espantar, não é? Bem, na verdade podemos dizer que o Sol fica “logo ali”... Vejamos.

O Sol é, na verdade, uma estrela: a “nossa” estrela. O vemos tão claro, diferentemente das outras estrelas, porque ele está muito próximo da Terra, se comparado com as outras. Em nossa galáxia, a estrela mais próxima de nós (desconsiderando o Sol), está a cerca de 4 anos-luz: é a Alfa de Centauro. Ano-luz é medida de distância: a distância percorrida pela luz, em seus vertiginosos 300.000 km/s, durante um ano. Façam as contas: um ano-luz dá cerca de 9,5 trilhões de km. E, somente na nossa galáxia, existem outras bilhões de estrelas parecidas com o Sol.... Fantástico, não acham?

Bem, por falar na nossa galáxia... Sabem qual o seu tamanho? Nossa galáxia, a Via Láctea, tem a forma aproximada de um disco, com “braços” espiralados partindo de seu centro. O disco tem cerca de 10.000 anos-luz de espessura, e 100.000 anos-luz de diâmetro. Não disse que o Sol era logo ali...? O que é uma distância percorrida pela luz em meros 8 minutos e 20 segundos, diante de uma distância percorrida pela luz em 10.000 ou 100.000 anos?

Ainda acham muito? Bem, a galáxia mais próxima de nós, Andrômeda, está a cerca de 2,5 milhões de anos-luz, e vai se chocar com a nossa no futuro. Mas calma! Isso acontecerá em cerca de 4 bilhões de anos... Não precisamos nos preocupar, por ora...

Não se espantem, mas no universo há bilhões de galáxias! Andrômeda faz parte de nosso grupo local de galáxias. É algo de assustador... E pensar que o universo levou cerca de 13 bilhões e 700 milhões de anos, desde se início, o Big Bang – que, diga-se de passagem, foi uma teoria proposta por um sacerdote Jesuíta, Pe.Georges Lemaître, SJ –, até hoje! Os telescópios mais modernos têm conseguido avistar corpos celestes a cerca de 12 bilhões de anos-luz, o que significa que estamos vendo fenômenos ocorridos na “infância” do universo, já que a luz emitida durante esses fenômenos levou cerca de 12 bilhões de anos para chegar até nós...

Bem, amigos. O que eu quero mesmo é provocar vocês a refletir, a partir da beleza e da imensidão do universo, na grandeza de Deus. “Quem, como Deus”? Aliás, essa é uma expressão que se refere ao Arcanjo São Miguel. Mas podemos nos indagar também: Quem, como Deus, para criar tudo isso? A contemplação da beleza da criação – digo contemplação da beleza não somente no sentido artístico da beleza visual, como comentei no início desse texto – deve nos levar, naturalmente, a adorar o Criador.

Somente uma cegueira muito grande poderia impedir alguém a fazer tal reflexão... Somente uma cegueira causada pelo orgulho, e por que não dizer também, pelo pecado, pode levar alguém a negar Deus e afirmar que tudo foi obra de um grande acaso. É querer endeusar o acaso...

Lembremos de São Paulo, aos romanos:

Rom 1,20-21: “20 Desde a criação do mundo, as perfeições invisíveis de Deus, o seu poder eterno e a sua divindade tornaram-se visíveis à inteligência por meio das coisas criadas... 21 Muitos, contudo, conhecendo a Deus não o glorificaram, nem lhe renderem graças.”

Ou ainda Santo Agostinho, em seu Sermão 126,3:

“Eleva o olhar racional, usa os olhos como homem, contempla o céu e a terra, os ornamentos do céu, a fecundidade da terra, o voar das aves, o nadar dos peixes, a força das sementes, a sucessão das estações. Considera bem os seres criados e busca o seu Criador. Presta atenção no que vês e procura quem não vês. Crê naquele que não vês, por causa das realidades que vês.”

Que tal a afirmação de um cientista prêmio Nobel?

“Com os átomos de um bilhão de estrelas, o acaso cego não conseguiria produzir sequer uma proteína útil para o ser vivo.” (Adolf Butenandt, 1903-1995, prêmio Nobel de Química m 1939).

Afirmação de outro cientista:

“Querer explicar pelo acaso a origem da vida sobre a terra é o mesmo que esperar que um dicionário completo possa ser o resultado da explosão de uma tipografia.” (Edwin Couklin, 1863-1952, biólogo).

Bem, amigos, como não amar a Deus, diante da maravilha da criação?

Até a próxima!



Esse texto do blog foi em parte inspirado no livro:




- Felipe Aquino, Ciência e Fé em harmonia, Editora Cléofas, 2004.

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