Amigos,
Continuando
nossa reflexão sobre a criação de Deus, hoje eu comento sobre o livro bíblico
do Gênesis, e a conciliação da verdade de fé nele contidas, com as descrições
científicas acerca da criação do mundo e da vida.
Quantas
vezes nós já devemos ter sido confrontados com dúvidas sobre crer nas Sagradas
Escrituras ou na ciência, como se as verdades explicitadas em cada caso, fossem
mutuamente excludentes...? Bem, hoje a Igreja tem bem claro que o livro bíblico
do Gênesis não é uma descrição científica sobre a criação do mundo ou da vida,
porém contém verdades de fé; e que não estão contra – nem são abaladas por –
essas verdades científicas. A Igreja explica que os textos Sagrados foram
escritos por inspiração de Deus, para transmitir aquelas verdades necessárias à
salvação do homem. Logo, as verdades de fé são fundamentais, porém os
detalhes de como o mundo e a vida foram criados, tornam-se menos
relevantes no sentido em que esses detalhes não concorrem para nossa salvação.
Para nós, o que importa, em última análise, é saber que Deus criou o mundo e a
vida, e nos fez à Sua imagem e semelhança; e quer que nos salvemos e tenhamos, d’Ele,
vida plena, desde agora e por toda a eternidade! Os detalhes do como, ficam
a cargo dos estudos dos cientistas; e é saudável que o homem tente desvendar a
natureza, na busca pela verdade, ao se maravilhar com a beleza da criação (cf. Constituição
Pastoral Gaudium et Spes e Carta
Encíclica Fides et Ratio).
A contemplação da criação deve levar o homem a maravilhar-se também com o Criador!
O
livro do Gênesis não deve ser interpretado de forma literal. Para começar, há
nele duas narrativas da criação. Sim, duas narrativas diferentes!
Imagine se alguém fosse querer levar às últimas consequências uma interpretação
literal do Gênesis, com duas narrativas da criação...
Em
uma das narrativas, a criação é descrita dia-a-dia; ao fim de cada dia, é dito:
“E Deus viu que era bom”. Tudo que Deus cria é bom! Nessa narrativa, todas
as criaturas, inanimadas e animadas, são criadas por Deus, a cada dia com a ordem:
“Faça-se...!”; mas quando chega a hora de criar o homem... Deus o cria de modo
muito diferente:
Gn
1,26: “Façamos o homem à Nossa imagem e à Nossa semelhança”.
Notem
aqui a verdade profunda acerca da criação do ser humano como um ser diferente
de todos os outros; não uma criatura qualquer: mas feito à imagem e semelhança
de Deus! Notem também que Deus fala no plural: “Façamos...”, “(...)Nossa
imagem...”, “(...)Nossa semelhança...”, revelando então, pois, sua natureza
Trinitária.
Na
outra narrativa, a criação do homem é descrita como moldado a partir do barro,
soprando-lhe Deus em suas narinas:
Gn
2,7: “O Senhor Deus formou o homem do pó da terra, soprou-lhe nas narinas o
sopro da vida e o homem tornou-se um ser vivente.”
Uma
verdade profunda de fé é que o ser humano possui duas naturezas: uma material e
outra espiritual; Deus infunde no ser humano uma alma imortal. Lembram do texto
anterior, onde eu comentava sobre o fato de Deus ser o Criador do mundo, material
e espiritual? Pois o ser humano participa de ambas, uma vez que é constituído
de corpo e alma.
Entendem,
amigos, como as narrativas do Gênesis em nada se contrapõem ao que diz a
ciência?
Bem,
até a próxima!
PS:
Como hoje (29/09) a Igreja celebra o dia dos Santos Arcanjos: Miguel, Gabriel
e Rafael, lembramos que os anjos são seres espirituais, não corporais, cuja
realidade é afirmada pelas Sagradas Escrituras, e pela Igreja
Fontes importantes:
Fontes importantes:
-
Catecismo da Igreja Católica
-
“Curso de Antropologia Teológica (e Angeologia)”, da Escola “Mater Ecclesiae”, elaborado por Dom
Estêvão Bettencourt, OSB.
(Modificado em 13/02/2019).
(Modificado em 13/02/2019).
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