Amigos,
Resolvi escrever sobre esse assunto, que
talvez ainda deva confundir alguns: afinal, astronomia e astrologia... são a
mesma coisa? Não, amigos, não são a mesma coisa. Na verdade são muito diferentes...
apesar de terem origem comum. Vejamos.
Há muito tempo a humanidade contempla o
céu, tentando desvendar seus mistérios. Vocês devem lembrar que, em algumas
mensagens do blog, eu já comentei que fatos históricos devem ser avaliados ou
julgados dentro do contexto da época em que ocorreram, por uma questão de
justiça. Pois bem, isso se aplica às origens dos estudos relativos ao céu e aos
astros. Devemos lembrar que os povos antigos tinham um entendimento muito
elementar da natureza. Nessas condições, muitas vezes buscavam explicar os
fenômenos naturais através de elementos de sua cultura, como seres mitológicos.
Temos por exemplo as constelações, figuras imaginárias que esses povos
atribuíam a agrupamentos de estrelas no céu. Tudo isso remonta a cerca de 1.500
a.C., com os babilônios, assim como com os egípcios, gregos e romanos.
No século XVII, ambas tomaram rumos
diferentes: a astronomia como ciência, dedicada ao estudo dos corpos
celestes, sua localização, movimento, constituição e processos físicos que os
governam; a astrologia, perdendo o status
de ciência, voltada para o “estudo” da (suposta) influência dos astros na vida
e comportamento das pessoas.
Bem antes disso, Santo Agostinho já criticava
a astrologia, dado o seu fatalismo, pois, se tudo estaria previsto a partir dos
astros, como seriam livres os humanos?
A astrologia perdeu o sentido de ser, uma
vez que não se enquadra nem como ciência nem como algo ligado a religião. Do
ponto de vista da ciência, podemos desmistificar diversos pontos. Vejamos
alguns.
Quanto
às constelações: A partir de um agrupamento de estrelas no céu, diferentes
figuras podem ser imaginadas “interligando” estrelas. Por exemplo, tomemos a
constelação de escorpião, conforme o zodíaco de que tanto ouvimos falar; as
estrelas que “formam” sua cauda, representam também a constelação de anzol, de
acordo com a mitologia dos polinésios. Logo, cada povo (ou pessoa), pode deixar
sua imaginação livre para formar a figura que quiser em agrupamentos de
estrelas... Mas lembremos que os adeptos de um ou outro povo, atribuem
características e influências específicas às suas próprias constelações; mas
como pode ser que as mesmas estrelas exerçam influências diferentes nas
pessoas, conforme a imaginação de cada povo...? Se fossem influências reais,
dependeriam das estrelas em si, não da imaginação de cada um... Hoje sabemos também
que as estrelas que formam uma dada constelação, na verdade estão situadas, em
geral, muito distantes umas das outras! O aparente agrupamento de estrelas que
vemos é devido à projeção destas no céu, conforme observado por nós...
Outra
questão: A astrologia é baseada no Sistema Solar. Porém, lembremos que durante
muito tempo em que as pessoas faziam e buscavam previsões astrológicas, não
eram conhecidos os planetas Urano e Netuno (Plutão recentemente
perdeu seu status de planeta...);
logo, será que as supostas previsões astrológicas feitas anteriormente a essas
descobertas estavam erradas...? Deveriam ser corrigidas...?
Ainda
outro ponto: Considerando que há doze signos no zodíaco, então, a cada dia,
teríamos cerca da 1/12 da população mundial sujeitas às mesmas “previsões”...?
Logo,
amigos, tenhamos bem claro essas diferenças. Não culpemos os antigos,
obviamente; mas saibamos caminhar com a evolução do conhecimento humano, em sua
constante busca por desvendar os mistérios da criação.
Até
a próxima!
Sugestões
de leitura:
- Carlos Alexandre
Wuensche, “Astronomia versus
astrologia – O movimento dos astros influencia nosso dia a dia?”. In: A.
Ivanissevich, C.A. Wuensche e J.F.V. da Rocha (Orgs.), Astronomia Hoje,
Instituto Ciência Hoje, 2010.
(Este
texto do blog foi baseado principalmente nesta referência citada acima).
-
Felipe Aquino, Astrologia
- horóscopo?
-
Marcelo Gleiser, A astrologia, publicado na Folha de São Paulo, em 2002; reproduzido
por Felipe Aquino.
Obs.:
Vale lembrar algo sobre a citação que faço de materiais de divulgação
científica: faço uso deles nas questões sobre ciência, não no tocante à fé, uma
vez que não necessariamente têm compromisso com essa última. E sabemos que:
ciência, filosofia e teologia mantêm um belo diálogo, porém cada uma em seu
campo próprio de atuação. Fiquemos, pois, com a parte que cabe, em cada fonte.
Outra observação é que seus autores não necessariamente partilham de nossa
visão quanto à religião.
MUITO BOM ESCLARECER AS DIFERENÇAS, TEMOS QUE SABER QUE CIÊNCIA É CIÊNCIA, ADIVINHAÇÃO É SUPERSTIÇÃO...
ResponderExcluirA IGREJA NOS AJUDA A CAMINHAR À LUZ DA FÉ E DA RAZÃO.
SIMONE
Exato! Se alguns confundem a mente dos menos atentos, nós ajudamos a esclarecer as coisas!
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