sábado, 29 de setembro de 2012

A Criação (3)


Amigos,

Continuando ainda nossa reflexão sobre a criação de Deus, hoje eu comento sobre a questão da Evolução, e a teoria mais aceita atualmente que tenta explicá-la; já comentei antes sobre a teoria do Big Bang, no texto sobre o Pe. Georges Lemaître, SJ, sobre a qual comento novamente nesse texto também.

Conforme já expus anteriormente, a Igreja entende que o conteúdo da Bíblia, inspirado por Deus, refere-se àquelas verdades de fé que são fundamentais à salvação do homem. Vimos também que as narrativas bíblicas do livro do Gênesis não devem ser interpretadas de forma literal. Mas sabemos que é bom o homem louvar o Criador, ao se maravilhar com a criação. Logo:

Quanto à criação do mundo:

Hoje a teoria do Big Bang é a mais aceita, devido inclusive às comprovações observacionais, como a Radiação Cósmica de Fundo de Microondas (vide o link sobre o Pe. Georges Lemaître, SJ). Sabemos que ela não contraria nossa fé em Deus que criou o mundo. Porém, se futuramente essa teoria for alterada ou complementada de alguma forma, pouco importa para nós, no sentido em que jamais colocará “em cheque” a nossa fé em Deus como Criador do mundo. O que importa para nós é que Deus é Criador! Agora, exatamente os detalhes de como Ele criou o mundo, do ponto de vista de uma descrição científica, trata-se de um “algo a mais” em nosso entendimento.

Logo, quaisquer pretensas tentativas de se excluir Deus da história, através da teoria do Big Bang, ou de outras teorias científicas, obviamente trata-se de ingerência por parte de quem o faz, uma vez que a esfera de atuação da ciência é bem mais restrita que a da filosofia e da teologia. Seria invadir outro campo do conhecimento para o qual a ciência não se aplica.

Quanto à criação da vida:

Hoje a teoria da Evolução é a mais aceita no meio científico; e é aceita pela Igreja também, como uma teoria, desde que não seja usada como uma alternativa para a fé em Deus; mas seja usada em conjunto com a fé. Aqui valem as mesmas observações do item anterior, sobre a criação do mundo: pouco importa para nós também, se a teoria que explica como a vida foi (e é) criada, é a teoria da Evolução, ou se é outra teoria; se a teoria da Evolução for modificada no futuro, ou substituída por outra... isso em nada abala nossa fé. Tampouco a teoria da Evolução, por si só, abala nossa fé. Obviamente, se for usada para negar Deus... aí temos também um problema de ingerência de quem o faz. Sabemos que Deus criou (e cria) a vida. Mas como exatamente Ele criou... trata-se também de um “algo a mais” em nosso conhecimento.

O que importa para nós, tanto no que diz respeito à criação do mundo quanto da vida, é que nós conjugamos as teorias científicas que descrevem (ou tentam descrever) como tudo isso ocorreu, com a certeza que temos, pela Revelação Divina, de que Deus é o Criador de todas as coisas! Logo, cremos que toda a criação, do mundo e da vida, seguiu um plano Divino, ou seja: foi guiada por Deus; não por um acaso cego... Lembram daquelas citações de cientistas que eu coloquei no texto Macrocosmos? Repito aqui, afinal nunca é demais relembrar o que tem um conteúdo importante e esclarecedor.

“Com os átomos de um bilhão de estrelas, o acaso cego não conseguiria produzir sequer uma proteína útil para o ser vivo.” (Adolf Butenandt, 1903-1995, prêmio Nobel de Química m 1939).

“Querer explicar pelo acaso a origem da vida sobre a terra é o mesmo que esperar que um dicionário completo possa ser o resultado da explosão de uma tipografia.” (Edwin Couklin, 1863-1952, biólogo).

Até a próxima, com a graça de Deus!

Fontes para consulta:

- Catecismo da Igreja Católica

- “Curso de Antropologia Teológica (e Angeologia)”, da Escola “Mater Ecclesiae”, elaborado por Dom Estêvão Bettencourt, OSB.

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