Amigos,
Hoje
comento sobre um ponto importante acerca da criação, e que, portanto, toca
questões de fé e de razão.
Infelizmente, constatamos que é comum algumas pessoas confrontarem o que diz a nossa fé com o que diz a ciência, sobre esse tema. Mas
não há necessidade de confronto: conjugando fé e razão, dá para conciliar as
verdades de fé com as descrições científicas da criação, assim como com o que
diz a filosofia. Através da ciência, o homem tenta entender como o mundo
funciona; com a filosofia, reflete sobre os porquês, as razões da
existência; e através da Revelação Divina, obtém a resposta para as questões
mais difíceis de entender, ou mesmo pode-se dizer, questões que não são
possíveis de se entender somente com o uso de nossa razão.
Infelizmente, constatamos que é comum algumas pessoas confrontarem o que diz a nossa fé com o que diz a ciência, sobre esse tema.
A
Igreja Católica afirma, logo no início de sua Profissão de Fé – o Credo (tomemos
sua versão Niceno-Constantinopolitana, a mais longa):
“Creio
em um só Deus, Pai Todo-poderoso, criador do céu e da terra, de todas as coisas
visíveis e invisíveis...”
Interessante
refletir sobre essas verdades profundas de fé acerca da criação de Deus.
Vejamos. Quando nossa Profissão de Fé afirma que Deus é Criador de todas as
coisas, do céu e da terra, de todas as coisas visíveis e invisíveis,
significa: de toda a realidade material e espiritual; por terra
e coisas visíveis, entenda-se o que é material, e por céu
e coisas invisíveis, entenda-se o que é espiritual. Essa verdade é
profunda por diferentes razões. Vejamos.
Primeiro,
mostra que a criação de Deus não se limita a esse mundo palpável, que nós vemos,
sentimos e mensuramos; sobre o qual os cientistas tanto se debruçam em tentar
desvendar seus mistérios – e, diga-se de passagem, não há nenhum erro nisso!
Esse mundo material é denominado realidade imanente. Porém, a criação de
Deus também abarca um outro lado da realidade, o espiritual; um mundo que ultrapassa
a percepção de nossos sentidos (e instrumentos científicos), ou seja, uma
realidade transcendente.
Somos
chamados a caminhar por entre as coisas que passam, rumo às que não passam: cf.
Cl 3,1: “(...)buscai as coisas do alto...”; ainda, em Mt 6,19-21: “19 Não
ajuntem riquezas aqui na terra, onde as traças e a ferrugem destroem, e onde os
ladrões arrombam e roubam. 20 Pelo contrário, ajuntem riquezas no céu, onde as
traças e a ferrugem não podem destruí-las, e os ladrões não podem arrombar e
roubá-las. 21 Pois onde estiverem as suas riquezas, aí estará o coração de
vocês.”
Outro
ponto importante sobre essas duas faces da realidade, material e espiritual,
é que a nossa natureza também é espiritual, e não só material! De todos os
seres vivos, Deus fez o ser humano à Sua imagem e semelhança, cf. Gn 1,26: “E
Deus disse: Façamos o homem à nossa imagem, conforme a nossa semelhança...”,
incutindo em nossa natureza material uma alma humana imortal, que transcende
esse nosso mundo visível; assim, não somos como uma criatura qualquer, porém nos tornamos
imagem e semelhança de Deus!
Vocês
já se detiveram a refletir sobre isso antes...? Que bela é nossa Igreja! E que
dom (=presente) de Deus, que amor tão grande, em querer nos tornar Sua imagem e
semelhança, e querer dar-nos a alegria de viver em Sua presença, por toda a
eternidade!
Que
resposta nós daremos a Deus por esse amor tão grande? “Sim! Amém!”
Reflitamos
também: como poderíamos habitar na presença de Deus, se não nos fosse concedido
do alto?
Para
complementar (e fundamentar) esse texto do blog, segue o link
de um vídeo do Pe. Paulo Ricardo, explicando o trecho da oração do Pai Nosso,
em que se diz: “(...)estais nos céus...”. Vocês poderão ver que ele, a partir do Pai
Nosso, passa também para explicações sobre o Credo, citando também o livro do
Gênesis.
Bom
proveito, e até a próxima!
Como
sugestão para quem quiser aprender algo mais sobre o que a Igreja diz a
respeito da criação, recomendo as seguintes fontes:
Primeiramente:
-
Catecismo da Igreja Católica
E também:
-
“Curso de Antropologia Teológica (e Angeologia)”, da Escola “Mater Ecclesiae”, elaborado por Dom
Estêvão Bettencourt, OSB.
(Modificado em 13/02/2019).
(Modificado em 13/02/2019).
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