Conforme eu costumo comentar nos textos do blog, houve – e ainda há – muitos sacerdotes e/ou religiosos com forte atuação em diversos campos da ciência; com destaque para os Jesuítas. No último dia 31 de julho foi o dia de Santo Inácio de Loyola, fundador da Companhia de Jesus – a ordem (congregação) religiosa dos Jesuítas. Cito aqui o site internacional dos Jesuítas, e o recém-criado site dos Jesuítas no Brasil, conforme divulgado pela Conferência Nacional dos Bispos do Brasil - CNBB.
Resolvi citar a lista das diversas crateras lunares nomeadas em sua homenagem! Dentre os diversos campos da ciência em que os Jesuítas atuaram, destaca-se a matemática e a astronomia. No caso da Lua, especificamente, dois Jesuítas contribuíram com talvez o mais antigo selenógrafo, um mapa da superfície lunar: Jean-Baptiste Riccioli, SJ, e Francesco Grimaldi, SJ, durante o século XVII.
Cerca de 40 Jesuítas tiveram seus nomes dados a crateras lunares, porém algumas foram renomeadas, e atualmente somente 35 permanecem. Em 1922 foi criada a União Astronômica Internacional (International Astronomical Union - IAU), que codificou as crateras, eliminando conflitos. Os 35 nomes de Jesuítas foram mantidos desde então.
Nada mais justo que estes homens, que tanto contribuíram para a ciência, em especial para a astronomia, tenham tido seus nomes dados a crateras lunares! E que satisfação para nós, que partilhamos do diálogo entre ciência e fé, saber que há tantas crateras lunares com nomes de... Jesuítas!
Já comentei aqui no blog sobre o Pe. Clavius, SJ, sacerdote Jesuíta matemático que viveu entre os séculos XVI e XVII, e que esteve à frente do grupo que modificou o calendário, do então Juliano para o atual Gregoriano. Naquele texto anterior, em mostrei a cratera lunar nomeada em sua homenagem; mostrei também o link para o aplicativo Google Moon, onde se pode “navegar” pelo mapa da Lua. Uma das opções que achei bem interessante, é visualizar o mapa no formato “Elevação”, que é um mapa topográfico da superfície lunar, ou seja, um mapa com legenda de cores para a altitude; pode-se ver as alturas e profundidades das diversas regiões da Lua. Mas há outras opções de navegação também, à escolha de cada um.
Já andei “navegando” por lá, e encontrei algumas das crateras com nomes de Jesuítas! Convido você a também “navegar” um pouco por lá... afinal, você que acessou este texto agora, já sabia que havia crateras lunares com nomes de Jesuítas...?
Então bom proveito, e boa navegação! Aproveite também para divulgar esta maravilhosa notícia!
Crateras lunares com nomes de sacerdotes e/ou religiosos:
1. Mario Bettini, italiano (1582-1657) – Cratera: Bettinus
2. Jacques de Billy, francês (1602-1679) – Cratera: Billy
3. Giuseppe Biancani, italiano (1566-1624) – Cratera: Blancanus
4. Roger J. Boscovich, croata (1711-1787) – Cratera: Boscovich
5. Nicolas Cabei, italiano (1586-1650) – Cratera: Cabeus.
6. Christopher Clavius, alemão (1538-1612) – Cratera: Clavius.
7. Jean-Baptiste Cysat, suíço (1588-1657) – Cratera: Cysatus.
8. Gyula Fenyi, húngaro (1845-1927) – Cratera: Fenyi.
9. George Fournier, francês (1595-1652) – Cratera: Furnerius
10. Francesco Grimaldi, italiano (1613-1663) – Cratera: Grimaldi
11. Christoph Griemberger, suíço (1564-1636) – Cratera: Gruemberger
12. Johann Georg Hagen, austríaco (1847-1930) – Cratera: Hagen
13. Maximillian Hell, húngaro (1720-1792) – Cratera: Hell
14. Athanasius Kircher, alemão (1602-1680) – Cratera: Kircher
15. Fancis X. Kugler, alemão (1862-1929) – Cratera: Kugler
16. Charles Malapert, francês (1580-1630) – Cratera: Malapert
17. Christian Mayer, alemão (1719-1783) – Cratera: Mayer
18. Paul McNally, americano (1890-1955) – Cratera: McNally
19. Theodore Moretus, belga (1601-1667) – Cratera: Moretus
20. Denis Petau, francês (1583-1652) – Cratera: Petavius
21. Jean-Baptiste Riccioli, italiano (1598-1671) – Cratera: Riccioli
22. Matteo Ricci, italiano (1552-1610) – Cratera: Riccius
23. Rodes*, húngaro (1881-1939) – Cratera: Rodes
24. Romana*, espanhol (?) - Cratera: Romana
25. Christophe Scheiner, alemão (1575-1650) – Cratera: Scheiner
26. George Schomberger, alemão (1597-1645) – Cratera: Schomberger
27. Ange Secchi, italiano (1818-1878) – Cratera: Secchi
28. Hughues Semple, escocês (1596-1654) – Cratera: Simpelius
29. Gerolamo Sirsalis, italiano (1584-1654) – Cratera: Sirsalis
30. Johan Stein (1871-1951) – Cratera: Stein
31. Andre Tacquet, belga (1612-1660) – Cratera: Tacquet
32. Adam Tannerus, austríaco (1572-1632) – Cratera: Tannerus
33. François de Vico, francês (1805-1848) – Cratera: De Vico
34. Nicolas Zucchi, italiano (1586-1670) – Cratera: Zucchius
35. Jean-Baptiste Zupi (1590-1650) – Cratera: Zupus
Gostei muito do seu artigo. Nos dias de hoje é um tanto constrangedor falar de ciência e fé, uma vez que o politicamente correto decretou que ambas estão em guerra. No entanto, a mente mais livre e perscrutadora rapidamente constatará nos anais da história que a Ciência Moderna e o Método Científico são filhos da fé que nasceram da Idade Média. Parabéns, continue escrevendo.
ResponderExcluirFico feliz de saber que gostou do artigo. Há muitos textos no blog, convido-o a navegar mais, irá gostar de outros também, por certo. De fato, conforme seu comentário, parece que há uma intenção por parte de alguns (diria, de muitos), em alimentar esta falsa oposição entre ciência e fé. Aliás, aquilo que é estabelecido como politicamente correto, quando examinado com cuidado, de modo geral revela tratar-se de algo moralmente incorreto; quando não mesmo incorreto do ponto puramente intelectual. Por isso precisamos ajudar a desmistificar estas meias-verdades, que constituem as informações (ou seria melhor dizer desinformações...?) às quais a maioria das pessoas têm acesso, a começar pela escola.
ExcluirSobre a suposta oposição entre ciência e religião, esta então já é bem antiga, apesar de mais acentuada atualmente. Em minha época de escola, já havia; se formos ao passado, remonta ao iluminismo, à revolução francesa, entre outras épocas problemáticas...
Agradeço pelo estímulo! Seja bem-vindo!
Seu comentário sobre Idade Média está certo também: foi uma época muito frutuosa à ciência. Comento sobre isso em alguns textos do blog.
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