terça-feira, 10 de setembro de 2013

Reflexões – Liturgia de 11/09/2013


Amigos,

Hoje venho, mais uma vez, partilhar uma reflexão sobre a Liturgia, desta vez do dia 10 de setembro de 2013. Neste caso, o tema não aborda o campo da ciência; mas como fala sobre a busca pela verdade1 – tema de grande interesse nosso – segue então.

Destaquemos alguns trechos da I Leitura, da Carta de São Paulo aos Colossensses (Cl 3,1-11):

“Irmãos, 1 se ressuscitastes com Cristo, esforçai-vos por alcançar as coisas do alto, onde está Cristo, sentado à direita de Deus; 2 aspirai Às coisas celestes e não às coisas terrestres. (...) 5 Portanto, fazei morrer o que em vós pertence à terra (...) 9 (...) já vos despojastes do homem velho e da sua maneira de agir 10 e vos revestistes do homem novo, que se renova segundo a imagem do seu criador (...)”.

E, do Salmo responsorial (Sl 144/145):

“2. Que vossas obras, ó Senhor, vos glorifiquem
      E os vossos santos com louvores vos bendigam!
      Narrem a glória e o esplendor do vosso reino
      e saibam proclamar vosso poder!”

 

Do Evangelho (Lc 6,20-26):

“(...) 22 Bem-aventurados sereis quando os homens vos odiarem, vos expulsarem, vos insultarem e amaldiçoarem o vosso nome por causa do Filho do homem! 23 Alegrai-vos, neste dia, e exultai, pois será grande a vossa recompensa no céu. Porque era assim que os antepassados deles tratavam os profetas. (...) 26 Ai de vós quando todos vos elogiam! Era assim que os antepassados deles tratavam os falsos profetas”.

 
 
Igreja no monte das Bem-Aventuranças

 

Bem, amigos, o que pensar sobre tudo isso? Tem ou não a ver com buscar a verdade e testemunhá-la, custe o que custar: perseguições, injúrias, e tantas outras coisas mais? Esse último trecho do Evangelho é bem claro, e dá uma bela “sacudida” em todos nós, para ver se acordamos... Mais uma vez, no que diz respeito a ser fiel à verdade, volto a comentar sobre o grande problema de achar que devemos agradar a todos a qualquer custo, fazer “boa política”, ainda que às custas de agirmos mal, contra a verdade... Ou, visto de outra forma, quando se busca agradar a todos, corre-se sério risco de desagradar a Deus... Lembremos que, quando Jesus pregava a Boa Nova, muitas vezes acabava provocando a ira de muitos de seus ouvintes; não que Ele quisesse fazer isto: Ele simplesmente revelou a verdade, mas era justamente isto o que despertava a ira de muitos... Lembremos de que, em algumas dessas vezes, conforme as narrativas Bíblicas, alguns destes, ao ouvirem Jesus, já começavam a tramar como haveriam de matá-Lo!

Logo, se nem Jesus conseguiu agradar a todos, somos nós que devemos fazer de tudo para agradar a todos? Seríamos, acaso, melhores que Ele...? Claro que não! De fato: quem busca agradar a todos, acaba correndo o risco de desagradar a Deus; já, procurando agradá-Lo, certamente desagradaremos a alguns, ou a muitos... Não importa: o certo é buscarmos a verdade, e procurarmos ser fiéis a ela, doa em quem doer. Não estou dizendo que devemos tratar mal as pessoas (muito pelo contrário!); mas devemos ser fiéis à verdade.

Isto ocorre quando, conforme diz a I Leitura, procuramos nos despojar do homem velho, e nos revestir do homem novo, à imagem do Criador; e assim, podemos, como diz a segunda estrofe do Salmo: bendizer a Deus com louvores (nossa vida deve ser tornar um louvor a Ele!), poderemos narrar (com palavras, e com nossa vida), o esplendor de Seu reino, e proclamar Seu poder! Quando conseguirmos cumprir isto, alegremo-nos e exultemos, pois, conforme a promessa do Senhor, grande será a nossa recompensa no céu! Ainda que possamos sofrer perseguições. Se o Senhor sofreu, não pensemos nós que estaremos livres delas...

Mas o Senhor é a nossa força!

 

1 Lembremos da Carta Encíclica Fides et Ratio, que diz: “A fé e a razão (fides et ratio) constituem como que as duas asas pelas quais o espírito humano se eleva para a contemplação da verdade. Foi Deus quem colocou no coração do homem o desejo de conhecer a verdade e, em última análise, de conhecer a ele, para que, conhecendo-o e amando-o, possa chegar também à verdade plena sobre si próprio (cf. Ex 33,8; Sl 27/26,8-9; 63/62,2-3; Jo 14,8; 1Jo 3,2).”

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