quarta-feira, 1 de maio de 2013

DNA, Genoma Humano e os “dois Francis”


Amigos,

Há poucos dias (25/04/2013), a comunidade científica comemorou os 60 anos da descoberta da estrutura em dupla hélice do DNA. Em 1953, dois cientistas, Francis Harry Comptom Crick (ou simplesmente Francis Crick) e James Watson, publicaram um artigo na revista científica Nature – uma das mais prestigiosas do mundo, ao lado da Science –, sobre o modelo por eles proposto para a molécula do DNA. Seu trabalho foi baseado em experimentos realizados por outros dois cientistas, Maurice Wilkins e Rosalind Franklin. Mais tarde, em 1962, Francis Crick, James Watson e Maurice Wilkins receberam o Prêmio Nobel de Fisiologia/Medicina, por sua descoberta; a essa época, Rosalind Franklin já havia falecido.

Francis Crick, físico de formação, mudou o foco de seus trabalhos, ao retornar à pesquisa após a Segunda Guerra Mundial. Trata-se de uma grande descoberta, obviamente. Hoje, a comunidade científica está bem avançada em pesquisas sobre genética e biotecnologia. Podemos dizer que a descoberta daqueles cientistas foi um grande passo para o estágio em que hoje este conhecimento se encontra.

Segue uma imagem do modelo do DNA construído por Crick e Watson.


Modelo do DNA, construído por Crick e Watson em 1953, e reconstruído em 1973; National Science Museum of London.

Mas onde eu quero chegar, exatamente? Atualmente, há outro grande cientista trabalhando em biotecnologia, que curiosamente também chama-se Francis: trata-se de Francis Collins, diretor do Projeto Genoma Humano, um gigantesco projeto que teve como objetivo desvendar o código genético humano. Em 2001, este Projeto chegou à decodificação de 97 % do nosso genoma, percentual que chega atualmente a 99,99 %! Logo, aproveito o período de comemoração da descoberta da estrutura em dupla hélice do DNA, para comentar sobre a convergência entre ciência e fé que encontramos em Francis Collins. Vejamos.

Já estamos acostumados à falsa oposição que se faz entre ciência e fé, que tanto ouvimos na época da escola, e com a qual nos deparamos, ainda hoje, nos meios de comunicação. Pois bem, aqui está a opinião de um grande cientista: Francis Collins. Segue uma declaração sua:

“(...)Eu acredito que o ateísmo é a mais irracional das escolhas. Os cientistas ateus, que acreditam apenas na teoria da evolução e negam todo o resto, sofrem de excesso de confiança. Na visão desses cientistas, hoje adquirimos tanta sabedoria a respeito da evolução e de como a vida se formou que simplesmente não precisamos mais de Deus. O que deve ficar claro é que as sociedades necessitam tanto da religião como da ciência. Elas não são incompatíveis, mas sim complementares. A ciência investiga o mundo natural. Deus pertence a outra esfera. Deus está fora do mundo natural. Usar as ferramentas da ciência para discutir religião é uma atitude imprópria e equivocada. (...)”.

Eu não precisaria dizer mais nada, não é mesmo?

Bem, amigos, podemos fazer algumas observações a respeito de ciência e fé: (1) o ateísmo, e não a ciência, é contrário à fé em Deus; (2) ser cientista nada tem a ver com ser ateu, não impede ter fé em Deus; (3) da ciência não se tira nenhuma conclusão contra Deus, uma vez que ciência atua em outra esfera de estudo: desvendar os segredos da natureza; (4) o ateísmo é uma grande cegueira, de quem rejeita Deus, não é uma conclusão de quem é estudioso: temos aqui um exemplo de um grande estudioso, Francis Collins, que crê em Deus!

Gostaram? Então, que tal ajudarem a dissipar este grande equívoco, que é a “suposta oposição” entre ciência e fé?

Até a próxima, com a graça de Deus!

Sugestões de leitura:

- Francis Collins, A Linguagem de Deus, Editora Gente, 2007.

- Entrevista de Francis Collins publicada na revista Veja, em janeiro de 2007.


Para informações básicas sobre Francis Crick, podem ser consultadas páginas a ele dedicadas na Wikipedia – que eu mesmo consultei para escrever a primeira parte deste texto.

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