sexta-feira, 12 de abril de 2013

Morte e Ressurreição de Jesus (3)


Amigos,

Depois de refletir sobre a Morte e Ressurreição de Jesus, neste texto e neste outro, escrevo agora mais este, por causa do Evangelho do último Domingo (Jo 20,19-31), sobre São Tomé...

À primeira vista, costumamos pensar na falta de fé de São Tomé, que não estava presente durante uma aparição de Jesus ressuscitado aos Apóstolos, e duvidou quando lhe contaram. Vejamos um trecho do Evangelho:

Jo 20,24-29: “24 Tomé, chamado Dídimo, que era um dos doze, não estava com eles quando Jesus veio. 25 Os outros discípulos contaram-lhe depois: ‘Vimos o Senhor!’. Mas Tomé disse-lhes: ‘Se eu não vir a marca dos pregos em suas mãos, se eu não puser o dedo nas marcas dos pregos e não puser a mão no seu lado, não acreditarei’. 26 Oito dias depois, encontravam-se os discípulos novamente reunidos em casa, e Tomé estava com eles. Estando fechadas as portas, Jesus entrou, pôs-se no meio deles e disse: ‘A paz esteja convosco’. 27 Depois disse a Tomé: ‘Põe o teu dedo aqui e olha as minhas mãos. Estende a tua mão e coloca-a no meu lado. E não sejas incrédulo, mas fiel’. 28 Tomé respondeu: ‘Meu Senhor e meu Deus!’ 29 Jesus lhe disse: ‘Acreditaste, porque me viste? Bem-aventurados os que creram sem terem visto!’”

The Incredulity of Saint Thomas, por Caravaggio, cerca de 1601-1602.
Pensando bem, que testemunho São Tomé nos deixou! Ele foi o Apóstolo a tocar nas chagas de Jesus ressuscitado! Vejam, da incredulidade inicial, ele confessou sua fé (“Meu Senhor e meu Deus”), e nos deixa o testemunho de um Apóstolo que não só viu Jesus ressuscitado, mas tocou Jesus em Suas chagas! Pôs as mãos no lado de Jesus, de onde jorrara sangue e água, quando o soldado O perfurou com a lança, após Sua morte na cruz!
Este testemunho soma-se a todos os outros que nós temos narrados nas Sagradas Escrituras; e chegam até nós hoje.
Vemos, amigos, que Jesus morreu e ressuscitou; e ressuscitou em corpo: Seu corpo foi glorificado. Não se trata de um “fantasma”; um “fantasma” (seja lá o que o imaginário de algumas pessoas queria fazer crer com isso) não tem corpo, e São Tomé nos dá o testemunho de quem pôs os dedos e as mãos nas chagas do corpo glorificado de Jesus. Vejamos um trecho do Catecismo da Igreja Católica, a esse respeito:
CIC 645: “Jesus ressuscitado estabelece com seus discípulos relações diretas, em que estes o apalpam e com Ele comem. Convida-os, com isso, a reconhecer que Ele não é um espírito, mas sobretudo a constatar que o corpo ressuscitado com o qual Ele se apresenta a eles é o mesmo que foi martirizado e crucificado, pois ainda traz as marcas de sua Paixão. Contudo, este corpo autêntico e real possui, ao mesmo tempo, as propriedades novas de um corpo glorioso: não está mais situado no espaço e no tempo, mas pode tornar-se presente a seu modo, onde e quando quiser, pois sua humanidade não pode mais ficar presa à terra, mas já pertence exclusivamente ao domínio divino do Pai. Por esta razão também Jesus ressuscitado é soberanamente livre de aparecer como quiser: sob a aparência de um jardineiro ou ‘de outra forma’ (Mc 16,12), diferente das quais eram familiares aos discípulos, e isto precisamente para suscitar-lhes a fé.”
Como Jesus pode tornar-se presente onde e quando quiser, por isso lemos, em outro trecho do mesmo Evangelho:
Jo 20,19: “(...)estando fechadas, por medo dos judeus, as portas do lugar onde os discípulos se encontravam, Jesus entrou e pondo-se no meio deles, disse: ‘A paz esteja convosco’.”
Quanto a Jesus aparecer aos discípulos com aparência diferente daquelas que eram familiares aos discípulos, recordemos o primeiro texto desta série, em que Maria Madalena confundira Jesus com um jardineiro; e também o segundo, em que os discípulos de Emaús caminharam com Jesus sem reconhece-Lo, até que Ele partiu o pão... Há também outro episódio, em que Jesus apareceu aos discípulos no Mar da Galileia, e comeu com eles; mas isto fica para um próximo texto, quem sabe...
Completando esta reflexão, lembremos do que Jesus disse: “(...)Bem-aventurados os que creram sem terem visto”. Esses somos nós! Então, bem-aventurados somos nós!
São Tomé, rogai por nós!


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