sexta-feira, 23 de agosto de 2013

Marco importante! (2)


Amigos,

Hoje verifiquei que a página do Blog no facebook completou cem curtidas! Há pouco tempo passado seu segundo aniversário, agora mais este marco importante! Bom sinal, e graças a Deus que nos chama a propagar a fé, mesmo em diálogo com outros campos do conhecimento!

Compartilho também esta alegria com vocês, que têm curtido e acompanhado os textos que são publicados no Blog. É interessante constatar que a divulgação tem alcançado limites cada vez maiores, já que muitos daqueles que curtem a página do Blog no facebook, não faziam parte da minha lista de amigos; há pessoas até de fora do Brasil! Isso já é mostrado pelas estatísticas da página do Blog no blogspot, mas a divulgação pelo facebook – além dos outros meios, como o twitter, o google mais e o saudoso orkut – tem ajudado a expandir ainda mais o alcance do Blog.

Grande abraço a todos!

segunda-feira, 19 de agosto de 2013

O Blog completa dois anos!



Amigos,

Hoje o Blog “Ciência e Fé” completa dois anos de divulgação deste belo diálogo! Graças a Deus, que nos concede todo bem, todo dom! E como é bom a gente buscar desvendar o mistério das coisas por Ele criadas, as visíveis e as invisíveis. Maravilhados com a criação, vislumbramos a grandeza e a bondade do Criador!

Como eu comentei no texto do primeiro aniversário do Blog, Aquele que nos chama, nos sustenta. E esse segundo ano do Blog testemunha isto. Do Senhor, vem o sustento para seguir adiante.

Compartilho a alegria com vocês, que andaram acompanhando, curtindo e comentando os textos publicados!

O Senhor nos abençoe, neste próximo ano do Blog que inicia.

Até a próxima!

 

Obs.: Interessante relembrar que, na verdade, antes desta versão do Blog, eu já escrevia sobre este tema em uma versão anterior. Logo, lá se vão mais de dois anos de inspiração e transpiração para escrever sobre Ciência e Fé! Mas esta nova versão marcou um novo início, uma vez que passei a me dedicar melhor à sua escrita.


domingo, 18 de agosto de 2013

Homens da Igreja, eletricidade e magnetismo


Amigos,

Estou lendo um livro muito interessante que trata sobre a história do magnetismo; logo, é um livro1 de divulgação científica sobre história da ciência, não é uma fonte da Igreja. Conforme eu já comentei antes, uso essas fontes para questões científicas apenas. É muito interessante ver citações de homens da Igreja que contribuíram de alguma forma com a ciência, em um livro que não possui, em princípio, nenhuma ligação com nossa fé, com a Igreja; é um bom testemunho!

Este livro cita, por exemplo, três autores que colaboraram com a área do magnetismo, na Idade Média: Alexander Neckam, Guyot de Provins e Jacques de Vitry. Os três são considerados pioneiros, no mundo ocidental, em citar o uso da bússola. Vejamos alguns detalhes sobre cada um deles.

Alexander Neckam (1157-1217), inglês, foi um estudioso, nos campos da teologia e em outros, como história natural. Foi professor em universidades europeias, e tornou-se Agostiniano, tendo sido nomeado Abade em Cirencester. Entre suas obras, podemos citar De nobinimus utensilium e De naturis rerum – respectivamente “Sobre os nomes dos utensílios” e “Sobre a natureza das coisas”. Em ambas, ele comenta sobre o uso da bússola.

Guyot de Provins (1184-1210), francês, da época do imperador Frederico I, tornou-se monge da ordem religiosa de Cluny. Escreveu um poema chamado La Bible, onde cita o uso da bússola em navegação.

Jacques de Vitry (~1165-1240), também francês, era sacerdote, tendo sido também ordenado bispo, e feito cardeal pelo Papa Gregório IX. Escreveu a obra Historia orientalis Hierosolymitana – “História oriental de Jerusalém” –, na qual cita também a bússola.

Além destes, podemos citar também Guilherme d’Auvergne (~1180-1249), que se tornou bispo de Paris em 1228. Escreveu a obra De universo creaturarem – “Sobre o universo de criaturas” –, no qual descreve o que depois foi estudado como a indução magnética, fenômeno que ele verificou notando como um pedaço de ferro atraído por um ímã era capaz de atrair outro pedaço de ferro.

Outro homem da Igreja a interessar-se por magnetismo foi João de Santo Amando (1261-1298), médico e cônego em Tournai, na Bélgica. Ele foi o pioneiro na ideia de que a Terra é um gigantesco íma, conforme comentado em sua obra Expositio sive additio super antidotarium Nicolai – “Um comentário sobre o antidotário de Nicolau” (de Salerno). Nisto, precedeu o famoso cientista sobre magnetismo, William Gilbert.

O frade Dominicano Vincent de Beauvais (~1190-1264?) faz também referência ao magnetismo em sua obra Speculum naturale, onde descreve os polos magnéticos.

Devemos citar também o interesse de grandes homens da Igreja, por magnetismo – entre tantos outras áreas do conhecimento; entre eles: Santo Agostinho (354-430), Santo Isidoro de Sevilha (~560-636), Santo Alberto Magno (~1200-1280) e São Tomás de Aquino (~1225-1274).

Podemos citar ainda Nicolau de Cusa (1401-1464), alemão, que tornou-se cardeal em 1450, que, em sua obra Exercitationes, compara a bússola a Cristo, pois ambos mostram o caminho ao homem, e derivam seu poder do céu.

Quanto à eletricidade, podemos citar o Jesuíta Niccolo Cabeo (1586-1650), que publicou a obra Philosophia magnética, na qual estudou o magnetismo terrestre, tendo por base a obra de William Gilbert; e também descreveu a observação do fenômeno de repulsão elétrica entre corpos com cargas de mesma polaridade – fenômeno que foi depois observado também por Isaac Newton, e discutido pelo físico alemão Otto von Guericke. Niccolo Cabeo foi um dos Jesuítas que tiveram seus nomes dados a crateras da Lua.

Ewald Georg von Kleist, administrador e clérigo, na Pomerânia, Prússia, inventou a garrafa de Leiden, aproximadamente à mesma época que outro cientista, o físico Pietr van Musschenbroek, no século XVIII. Este dispositivo é uma máquina eletrostática, e servia para armazenar carga elétrica, podendo ser considerado o precursor do capacitor – tão usado atualmente.

Bem, amigos, fico por aqui. Qualquer novidade quanto a este assunto, acrescento aqui mesmo e publico a modificação, ou escrevo outro texto – dependendo da quantidade de material novo. Como ainda estou lendo este livro, pode ser que surjam mais novidades.

Espero que tenham gostado, e até a próxima!

 

1 Alberto Passos Guimarães, A pedra com alma – A fascinante história do magnetismo, Ed. Civilização Brasileira, 2011.

Obs: Para escrever este texto, me baseei também em outro material: Vincent Courtillot e e Jean-Louis Le Mouël, “The study of Earth’s magnetism (1269-1950): A foundation by Peregrinus and subsequent development of geomagnetism and paleomagnetism”, Reviews of Geophysics, V. 45, N. 3, 2007.

quarta-feira, 14 de agosto de 2013

Fertilização artificial: Desprezo pela Vida Humana


Amigos,

Dando sequência às reflexões que tenho compartilhado aqui no blog, por ocasião da Semana da Família, segue mais este texto. Em uma publicação anterior deste blog, “Fecundação: Início da Vida Humana”, já comentamos sobre a verdade científica acerca do início da vida humana com a fecundação. Sendo assim, consideremos agora mais atentamente a questão da fertilização artificial, in vitro, tão em voga hoje em dia.

Sabemos que muitos casais têm recorrido a este artifício, para conseguirem ter filhos biológicos. O que ocorre neste tipo de “tratamento”? O homem tem espermatozoides coletados, assim como a mulher também tem óvulo coletado, e a fecundação ocorre de forma artificial, em laboratório. Isto já é algo que fere a moral, uma vez que uma nova vida humana é gerada na frieza de um tubo de ensaio, ao invés do calor do ventre materno, como fruto de uma relação sexual ocorrida naturalmente entre o casal. Porém, além disso, devido à grande dificuldade de fazer com que um embrião gerado desta forma vingue, quando implantado no útero da mãe, são produzidos diversos embriões artificialmente. Aqui há um ponto que precisamos relembrar: com a fecundação, tem origem uma nova vida humana; não se trata de um “amontoado” de células, como querem fazer crer alguns.

Bem, tendo isto em mente, prossigamos. Primeiramente, é realizada uma seleção entre os diversos embriões gerados in vitro, de forma que apenas alguns são implantados no útero da mãe. Mesmo assim, isto já é feito sabendo que, dos embriões implantados no útero materno, poucos têm a chance de vingar; muitas vezes, de um certo número de embriões implantados em um procedimento, nenhum deles vinga. Tanto é assim, que esta dificuldade levava os médicos a implantarem um número elevado de embriões no útero materno, a fim de aumentar as chances de que algum deles vingassem. Porém, apesar desta baixa probabilidade, há casos em que múltiplos gêmeos vingam, correndo risco eles mesmos e a mãe. Por isso, atualmente o número de embriões implantados tem sido limitado.

A seleção que se faz dos embriões que serão implantados é algo extremamente cruel, uma vez que, aqueles que não são implantados estão condenados a jamais se desenvolverem... São vidas humanas, geradas, porém impedidos de nascerem! Cada um de nós também foi um zigoto, tendo passado pelos diversos estágios embrionários, depois fetos, até nascermos, crescermos e nos tornarmos o que somos hoje! Imagine quantas pessoas são geradas em laboratórios, impedidas de atravessarem todos estes estágios naturais do desenvolvimento da vida humana! Cada um destes, poderia estar hoje, no mundo, ao nosso lado, convivendo conosco, trazendo alegria a seus pais! E, tragicamente, são seus pais mesmos que compactuam com esta cruel condenação.

Existe algo que justifique tal maldade? O que poderia justificar? Uma vontade muito grande de ser pai ou mãe biológicos? Trata-se de amor? Um amor que “justifica” a seleção de quais filhos podem se desenvolver e nascer, e quais estarão condenados a jamais nascerem? Amor comporta isso...?

Precisamos respeitar a natureza. Tratamentos médicos não podem servir para brincar com a vida de outros seres humanos. Um casal não pode ter filhos? Adote um. Trata-se de uma solução de amor, e resolve dois problemas de uma vez: a dos casais que desejam ser pais e não podem, por algum impedimento (de saúde ou idade); e a das crianças abandonadas que tanto desejam ter o amor de pais adotivos, já que seus pais biológicos, por razões diversas, não estão presentes. O amor ultrapassa laços de sangue. Isso sim é solução de amor, que respeita a vida humana; e não, um capricho ou obstinação sem limites.

Não sei se, por diferentes motivos, pode haver casais que se submetem a estes “tratamentos”, sem ter plena consciência da gravidade daquilo que fazem, por terem sido enganados por médicos que lhes tenham “garantido” que os embriões nos primeiros dias não são vida humana. Mas há também casos em que as pessoas procuram “se convencer” de que não se trata de vida humana, para ficarem “tranquilas”; relativismo moral: manipulam a verdade para justificar seus fins.

Para concluir, como conciliamos ciência com fé, lembremos de que cada ser humano é dotado de uma alma imortal, criada por Deus para cada vida humana que surge. Nós somos criados à imagem e semelhança de Deus. Esta realidade torna mais horrenda ainda a fertilização artificial! Uma alma humana, em um embrião mantido congelado, por quanto tempo... impedida de passar pelo trajeto natural da peregrinação terrena, até o fim natural da vida...?

Até a próxima, e saibamos respeitar a vida, especialmente a do inocente, como é o caso de um nascituro!

terça-feira, 13 de agosto de 2013

A família: marido, mulher e filhos


Amigos,

Nesta Semana da Família, resolvi escrever algo sobre este assunto, tão deturpado nos dias de hoje. No último sábado (dia 10/08), escrevi um texto sobre a “Fecundação: Início da Vida Humana”, que pode ser considerado também como um início das reflexões sobre a família e a vida.

Impressionante como o pecado, o relativismo moral, tenta obscurecer uma verdade tão clara como aquela da família ser constituída por marido, mulher e filhos. Não é necessário ser dotado de um conhecimento ultra-especializado, que somente alguns possuem, devido a grandes estudos, para saber disso. Não: cada ser humano, em sã consciência, é capaz de saber que uma família é formada a partir de um homem e uma mulher; que – a menos de alguma impossibilidade do ponto de vista biológico, seja devido a idade ou saúde –, geram filhos, como frutos de seu amor.

Mas o relativismo moral leva à distorção das verdades mais óbvias, para satisfazer a maus objetivos. Como vimos no texto anterior deste blog, alguns resolvem achar, arbitrariamente, que zigoto ou embrião humano nos primeiros dias após a fecundação, não constituem vida humana; resolvem e pronto! Como se fossem os donos da verdade, e pudessem decidir, conforme suas conveniências, o que é a verdade para eles.

Aqui, em relação à família, trata-se do mesmo desvio moral: alguns resolvem achar que uma família não inicia necessariamente a partir de um homem e uma mulher, e pronto! A verdade “é decidida” por cada um, a seu bel-prazer, para satisfazer a seus maus interesses. Mas, de todos os pontos de vista a partir dos quais se queira abordar a família, esta nasce da união entre um homem e uma mulher.

Iniciemos do ponto de vista puramente biológico. É óbvio notar que, apenas um homem e uma mulher podem reproduzir e gerar vida humana. A natureza funciona assim; não é questão de ponto de vista. Uma nova vida humana só pode ser gerada a partir da união entre um espermatozoide e um óvulo humanos: cada um contribui com metade dos cromossomos que definem um ser humano. Uma vida humana não inicia pela junção de dois espermatozoides ou de dois óvulos; mas de um espermatozoide – que é produzido pelo homem –, e de um óvulo – produzido pela mulher.

Ainda do ponto de vista biológico, basta uma simples observação das diferenças entre o os corpos masculino e feminino, para perceber claramente que os órgãos sexuais masculinos e femininos são diferentes; os órgãos sexuais masculinos SOMENTE cumprem as suas funções de órgãos reprodutores, nos órgãos sexuais femininos: foram feitos um para o outro. Nenhum dos órgãos sexuais, masculino ou feminino, consegue cumprir sua função de órgão reprodutor humano, se não for com o do sexo oposto; os órgãos sexuais masculinos não cumprem este papel em nenhuma outra parte do corpo da mulher, nem os órgãos sexuais desta, em nenhuma outra parte do corpo do homem; muito menos ainda genitais masculinos em outro corpo masculino, ou genitais femininos em outro corpo feminino. Aqui, mais uma vez fica claro que homem e mulher são complementares, e que uma família somente pode ter início a partir da união entre um homem e uma mulher.

Todos nós sabemos também das diferenças de comportamento entre os homens e as mulheres – e que, neste aspecto, também, se complementam mutuamente. Estas diferenças, antes de servirem a uma espécie competição ou rixa sem nexo, enriquecem mutuamente o homem e a mulher. Que bom que homens e mulheres têm modos diferentes de pensar e de se comportar diante das diversas situações que a vida lhes apresenta! Que bom que ambos têm pontos de vista diferentes, se um reage de forma mais racional, e outro de forma mais intuitiva, por exemplo. Tudo isso é uma riqueza para ambos! Neste ponto, ambos se ajudam. Lembram da narrativa do Gênesis? Vejamos:

Disse o Senhor Deus: ‘Não é bom que o homem esteja só. Vou dar-lhe uma ajuda adequada’.” (Gn 2,18).

É isto! Ajuda adequada. Deus criou o homem e a mulher, cada um de um jeito diferente:

“(...) homem e mulher os criou.” (Gn 2,5).

Porém, ambos são constituídos à imagem e semelhança de Deus:

“Então Deus disse: ‘Façamos o homem à nossa imagem e semelhança’(...). Deus criou o homem à sua imagem; criou-o à imagem de Deus, criou o homem e a mulher.”

São verdades de fé que dizem respeito a nós, à forma como Deus nos criou. Ele é onisciente. Quem se acharia melhor conhecedor do que Deus, para resolver achar agora, como prega a ideologia de gênero, que as pessoas não nasceriam com o sexo definido, mas escolheriam “livremente” ser homem ou mulher, ao longo de suas vidas? Que loucura é essa? Essa ideologia atenta contra a inteligência humana, querendo fazer crer que cada um escolhe o que quer ser: homem ou mulher. Será que essas ideologias e esse relativismo moral chegam ao ponto de obscurecer de tal forma a inteligência humana, que alguém realmente acredite nisso...?

Os argumentos de fé são importantes, sem dúvida. Mas se falarmos apenas do ponto de vista racional, também somos capazes de enxergar o óbvio, a realidade que está diante de nós: ou se nasce homem, ou se nasce mulher.


Ainda, do ponto de vista da fé, a passagem de Gênesis 2,5, citada anteriormente, mostra isto claramente: Deus cria homens e mulheres, e não seres assexuados que definem, à sua escolha, qual sexo querem ter...


Não há escolha, não há ideologia que mude isso. Nada pode contra todas estas verdades, tanto as biológicas, quanto as relacionadas ao comportamento humano, ou quanto à Revelação Divina.

Amigos, afastemos de nós também esse grande mal, de ideologias que atentam até mesmo contra a nossa inteligência mais elementar!

Até a próxima!


(Modificado em 09/10/2017).
 

sábado, 10 de agosto de 2013

Fecundação: Início da Vida Humana


Amigos,

Hoje resolvi comentar sobre um assunto, motivado por ter assistido a um programa de televisão em que uma mulher conhecida do público foi entrevistada, a respeito de assuntos de reprodução assistida. Lá pelas tantas, ela fez algumas afirmações falaciosas. Vejamos:

Primeiro, ela disse que, para se convencer, se baseou “no que ouvia”, de que a morte é definida pela ausência de atividade cerebral; logo, “para ela”, a vida também começaria nesse momento, e nos embriões, com poucos dias de vida, quando são implantados, ainda não há nenhuma atividade cerebral, o que “a satisfez” como resposta... Depois, disse que, por ter implantado um número maior de embriões, e apenas alguns terem vingado, ela seria “a prova” (sic) de que a junção de um espermatozoide com um óvulo ainda não seria a vida (sic), mas a “possibilidade” de vida (sic)...

Indignado com estas falsas afirmações propagadas nos meios de comunicação, resolvi abordar logo o tema.

Na verdade, nem seria necessário tanta argumentação a respeito do início da vida humana, uma vez que trata-se de algo tão óbvio, mesmo à luz da razão. Entretanto, como há tanta gente se pronunciando por aí com “ares” de muito sabidos, ou repetindo coisas como se tivessem fundamentação científica – sem ter, de fato – afirmando que a vida não inicia com a fertilização, faz-se necessário levar luz para dissipar as trevas da mentira e do engano.

Antes mesmo de comentar sobre o aspecto da fé – não menos importante para nós, é claro – abordemos o tema pelo lado da ciência, apenas. Cito o grande cientista – já falecido – Dr. Jerôme Lejeune, descobridor da origem genética da síndrome de Down, em 1958. Esta síndrome também é conhecida como trissomia 21, pois deve-se ao fato de uma anomalia no cromossomo 21. Além de grande cientista, mundialmente reconhecido, foi um grande homem, que aliou conhecimento e competência profissionais à moral e à ética. Defensor da vida, sempre declarou objetivamente que a ciência mostra o óbvio: que a vida humana inicia na fecundação.

Isto deve-se ao fato de que, após a fecundação, em que os cromossomos do espermatozoide combinam-se com os do óvulo, forma-se todo o código genético que determina aquela nova vida humana. Todo o corpo se desenvolverá a partir daquela única célula, a partir do código genético que já está aí presente, e que determina como será a pessoa. Um espermatozoide ou um óvulo apenas, isolados, não podem dar origem à vida humana, estando destinados à morte. Mas quando ocorre a fecundação, a pessoa inicia um ciclo de desenvolvimento completo – a não ser que algo interrompa esse desenvolvimento natural – durante os cerca de nove meses no útero da mãe, e, após o parto, por toda a vida até sua morte. Vejam uma declaração do Dr. Lejeune:

“(...)a vida começa na fecundação. Quando os 23 cromossomos
masculinos se encontram com os 23 cromossomos femininos, todos
os dados genéticos que definem o novo ser humano já estão
presentes. A fecundação é o marco da vida”.

Dr. Lejeune alegava também que, se o zigoto não é um ser humano, então também não o seria depois:

“Se um óvulo fecundado não é por si só um ser humano, ele
não poderia tornar-se um, pois nada é acrescentado a ele”.

Ou seja, do ponto de vista biológico, a vida humana inicia-se na fecundação. Não é uma questão de opinião, é um fato científico; não é algo sobre o que se possa legislar em contrário; não é algo que possa ser manipulado. Argumentos contrários, tratam-se de “manobras” sem qualquer fundamento, nem sequer científico, muito menos moral e religioso, para atingir a fins sórdidos de promover amoralidades como: aborto, ou produção indiscriminada de embriões in vitro para a fertilização artificial; sem falar nos interesses comerciais de quem sobrevive disso.

Podemos citar aqui, também, o relativismo moral, sobre o qual o Papa Emérito Bento XVI tanto alertou; as pessoas querem fazer as “suas” verdades, como se isso fosse possível:

Quando se nega a todos a possibilidade de se referirem a uma verdade objectiva, o diálogo torna-se impossível e a violência, declarada ou escondida, torna-se a regra dos relacionamentos humanos.”1

A verdade é algo objetivo. A verdade sobre a vida humana ter origem na fecundação, não se trata de algo “negociável”, que possa ser decidido por acordos ou votações, para satisfazer aos propósitos deste ou daquele grupo. Ela é fato, e pronto.

No caso da mulher na tal entrevista da televisão, trata-se, obviamente, de manipulação da verdade, a fim de tentar satisfazer a “consciência” dela. Ou seja: se, “para ela”, a vida só começa com atividade cerebral dos embriões, logo, poderia ficar tranquila, pois não estaria lidando com vidas humanas ao congelar os embriões.

Vamos então desmascarar a falácia do relativismo moral. Consideremos, primeiramente, o “raciocínio” doentio e maldoso dessa gente – o qual iremos provar que está errado. Imagine se alguém resolve argumentar que o embrião, nos primeiros dias, ainda não se trata de vida humana; logo, na opinião deste, não o é. Já outro, resolve argumentar que sim; logo, para este, o embrião é vida humana. Mas então, teríamos duas realidades ao mesmo tempo? Por acaso, o embrião pode ser, objetivamente, ao mesmo tempo, vida humana ou não, conforme a opinião de cada um...? Tem sentido isso? A realidade é uma só, e é objetiva: ou é ou não é! E, neste caso, já vimos que, com base científica, já desde o zigoto trata-se de vida humana! Então, quem quiser pode achar ou deixar de achar à vontade; mas a verdade não muda por causa disso!

Amigos, afastemos para longe de nós este grande mal.

Até a próxima!

Modificado em 09/10/2017, com o acréscimo do link do vídeo do programa.

1 Discurso do Papa Bento XVI aos participantes na Assembleia Plenária da Comissão Teológica Internacional, 7 de dezembro de 2012.

Leitura sugerida: texto com mais declarações do Dr. Lejeune, na página da Editora Cléofas, de Felipe Aquino.

sexta-feira, 9 de agosto de 2013

Comentários sobre um texto a respeito do Papa e do diálogo entre ciência e fé


Amigos,

Li um breve comentário na revista Nature, edição de 21 de março deste ano, sobre o Papa e o diálogo entre ciência e fé. É interessante ver um texto abordando este assunto em uma das maiores revistas científicas do mundo. Entretanto, há pontos positivos e negativos no texto publicado... Vejamos a seguir.

O texto fala sobre a participação dos Jesuítas na ciência, e também sobre contribuições importantes da Igreja para a ciência, como no caso da genética, com Mendel (um sacerdote Agostiniano), e sobre o a teoria do Big Bang que, como sabemos (porém não foi citado no tal texto), foi proposta por um padre Jesuíta. Fala também sobre o fato de que ciência e fé podem oferecer visões complementares do mundo, e que ambas podem ajudar a construir pontes. O autor do tal texto comenta que muitos Jesuítas são cientistas, e que fundaram muitas escolas e universidades. Estes são pontos positivos.

Vamos agora aos negativos; destacarei alguns. Me concentro primeiramente naqueles relacionados à ciência. O autor do texto diz que cientistas que tiveram parte em discussões com a Igreja, em temas relacionados à ciência e fé, relatam que a Igreja teria mudado pontos de sua doutrina... Ora, sabemos que a Igreja não muda nada que tenha a ver com seu ensinamento infalível; logo, o autor precisaria ter especificado o que quis dizer. Outra questão: o autor diz que, uma exceção “danosa” (sic) a estes fatos, é que a Igreja não mudou sua antiga oposição ao uso de preservativos para evitar (sic) a transmissão do HIV, e que é esperado que o Papa Francisco tenha uma abordagem mais esclarecida (sic)... Primeiro, a camisinha falha1 na prevenção à transmissão do HIV; segundo, danoso é iludir as pessoas a este respeito, e estimular comportamentos de sexo livre.

Agora, a bem da verdade – que buscamos, com o uso da razão e da fé – vejamos também outros pontos. O autor diz que o Pontificado de Francisco claramente marca uma ruptura (sic) com o passado... Sabemos que isto trata-se de falso alarme, conforme já comentamos em textos anteriores deste blog, como este e outros desta sequência. O que ocorre é que muitos gostariam que ele causasse uma ruptura, porque simplesmente não suportam a Igreja e sua doutrina como realmente são. Outro ponto estranho: o autor diz que os Jesuítas têm pensamento independente da Igreja... Os Jesuítas pertencem à Igreja, e estão sob a mesma doutrina e pensamento; as diferenças que ocorrem naturalmente entre as diversas espiritualidades na Igreja – como aquelas específicas de cada congregação religiosa – não as tornam independentes da Igreja; trata-se de unidade na diversidade.

Ponto positivo para a abordagem de tal assunto em uma revista científica – o que inclusive despertou o rugido de gente intolerante, ao comentar o texto na revista. Porém, há necessidade de maior conhecimento a respeito, ao se pronunciar sobre o tema, para não se fazer afirmações equivocadas. Diálogo entre ciência e fé é coisa séria...

Até a próxima!

 

1 Sobre a questão da falha de preservativos na prevenção transmissão da AIDS, sugiro o seguinte texto, publicado do blog de Felipe Aquino.