Amigos,
Hoje resolvi
comentar sobre um assunto, motivado por ter assistido
a um programa de televisão em que uma mulher conhecida do público foi
entrevistada, a respeito de assuntos de reprodução assistida. Lá pelas tantas, ela
fez algumas afirmações falaciosas. Vejamos:
Primeiro, ela
disse que, para se convencer, se baseou “no que ouvia”, de que a morte é
definida pela ausência de atividade cerebral; logo, “para ela”, a vida também
começaria nesse momento, e nos embriões, com poucos dias de vida, quando são
implantados, ainda não há nenhuma atividade cerebral, o que “a satisfez” como resposta...
Depois, disse que, por ter implantado um número maior de embriões, e apenas
alguns terem vingado, ela seria “a prova” (sic)
de que a junção de um espermatozoide com um óvulo ainda não seria a vida (sic), mas a “possibilidade” de vida (sic)...
Indignado com
estas falsas afirmações propagadas nos meios de comunicação, resolvi abordar
logo o tema.
Na verdade, nem
seria necessário tanta argumentação a respeito do início da vida humana, uma
vez que trata-se de algo tão óbvio, mesmo à luz da razão. Entretanto, como há
tanta gente se pronunciando por aí com “ares” de muito sabidos, ou repetindo
coisas como se tivessem fundamentação científica – sem ter, de fato – afirmando
que a vida não inicia com a fertilização, faz-se necessário levar luz para dissipar
as trevas da mentira e do engano.
Antes mesmo de comentar
sobre o aspecto da fé – não menos importante para nós, é claro – abordemos o
tema pelo lado da ciência, apenas. Cito o grande cientista – já falecido – Dr.
Jerôme Lejeune, descobridor da origem genética da síndrome de Down, em 1958. Esta
síndrome também é conhecida como trissomia 21, pois deve-se ao fato de uma anomalia
no cromossomo 21. Além de grande cientista, mundialmente reconhecido, foi um
grande homem, que aliou conhecimento e competência profissionais à moral e à
ética. Defensor da vida, sempre declarou objetivamente que a ciência mostra o
óbvio: que a vida humana inicia na fecundação.
Isto deve-se ao
fato de que, após a fecundação, em que os cromossomos do espermatozoide combinam-se
com os do óvulo, forma-se todo o código genético que determina aquela nova vida
humana. Todo o corpo se desenvolverá a partir daquela única célula, a partir do
código genético que já está aí presente, e que determina como será a pessoa. Um
espermatozoide ou um óvulo apenas, isolados, não podem dar origem à vida
humana, estando destinados à morte. Mas quando ocorre a fecundação, a pessoa inicia
um ciclo de desenvolvimento completo – a não ser que algo interrompa esse
desenvolvimento natural – durante os cerca de nove meses no útero da mãe, e,
após o parto, por toda a vida até sua morte. Vejam uma declaração do Dr.
Lejeune:
“(...)a vida começa na fecundação. Quando os 23 cromossomos
masculinos se encontram com os 23 cromossomos femininos, todos
os dados genéticos que definem o novo ser humano já estão
presentes. A fecundação é o marco da vida”.
masculinos se encontram com os 23 cromossomos femininos, todos
os dados genéticos que definem o novo ser humano já estão
presentes. A fecundação é o marco da vida”.
Dr. Lejeune
alegava também que, se o zigoto não é um ser humano, então também não o seria
depois:
“Se um óvulo
fecundado não é por si só um ser humano, ele
não poderia tornar-se um, pois nada é acrescentado a ele”.
não poderia tornar-se um, pois nada é acrescentado a ele”.
Ou seja, do ponto
de vista biológico, a vida humana inicia-se na fecundação. Não é uma questão de
opinião, é um fato científico; não é algo sobre o que se possa legislar em
contrário; não é algo que possa ser manipulado. Argumentos contrários,
tratam-se de “manobras” sem qualquer fundamento, nem sequer científico, muito
menos moral e religioso, para atingir a fins sórdidos de promover amoralidades
como: aborto, ou produção indiscriminada de embriões in vitro para a fertilização artificial; sem falar nos interesses
comerciais de quem sobrevive disso.
Podemos citar
aqui, também, o relativismo moral, sobre o qual o Papa Emérito Bento XVI tanto
alertou; as pessoas querem fazer as “suas” verdades, como se isso fosse
possível:
“Quando
se nega a todos a possibilidade de se referirem a uma verdade objectiva, o
diálogo torna-se impossível e a violência, declarada ou escondida, torna-se a
regra dos relacionamentos humanos.”1
A verdade é algo
objetivo. A verdade sobre a vida humana ter origem na fecundação, não se trata
de algo “negociável”, que possa ser decidido por acordos ou votações, para
satisfazer aos propósitos deste ou daquele grupo. Ela é fato, e pronto.
No caso da mulher
na tal entrevista da televisão, trata-se, obviamente, de manipulação da
verdade, a fim de tentar satisfazer a “consciência” dela. Ou seja: se, “para
ela”, a vida só começa com atividade cerebral dos embriões, logo, poderia
ficar tranquila, pois não estaria lidando com vidas humanas ao congelar os
embriões.
Vamos então desmascarar
a falácia do relativismo moral. Consideremos, primeiramente, o “raciocínio”
doentio e maldoso dessa gente – o qual iremos provar que está errado. Imagine
se alguém resolve argumentar que o embrião, nos primeiros dias, ainda não se trata
de vida humana; logo, na opinião deste, não o é. Já outro, resolve argumentar
que sim; logo, para este, o embrião é vida humana. Mas então, teríamos duas realidades
ao mesmo tempo? Por acaso, o embrião pode ser, objetivamente, ao mesmo tempo,
vida humana ou não, conforme a opinião de cada um...? Tem sentido isso? A
realidade é uma só, e é objetiva: ou é ou não é! E, neste caso, já vimos que,
com base científica, já desde o zigoto trata-se de vida humana! Então, quem quiser
pode achar ou deixar de achar à vontade; mas a verdade não muda por causa disso!
Amigos, afastemos
para longe de nós este grande mal.
Até a próxima!
1 Discurso
do Papa Bento XVI aos participantes na Assembleia Plenária da Comissão
Teológica Internacional, 7 de dezembro de 2012.
Leitura sugerida:
texto
com mais declarações do Dr. Lejeune, na página da Editora Cléofas, de Felipe Aquino.
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