sexta-feira, 2 de novembro de 2012

Ação Divina


Amigos,

Neste texto, comento sobre a realidade da Ação Divina no mundo, sobre a veracidade dos Milagres.

Pois bem, é verdade que algumas narrativas bíblicas têm um sentido alegórico, como nos livros do Gênesis e do Apocalipse. Porém isso não significa que os fatos ali narrados sejam fantasiosos ou meramente contos fictícios! Sabemos que as narrativas sobre a criação, do mundo e da vida – especialmente da vida humana – presentes no livro do Gênesis, não constituem narrativas científicas da criação; são antes narrativas plenas de verdades de fé! Essas narrativas não podem ser entendidas de forma literal (“ao pé da letra”), sabemos disso; mas isso não significa que sejam menos verdade que as narrativas científicas. De fato, cada narrativa tem um objetivo diferente: uma, a descrição científica dos fatos que cercam a origem do mundo e da vida; a outra, a transmissão das verdades de fé acerca da criação e de seu Criador! Bem, já conversamos sobre isso em textos anteriores desse blog, nas séries “A Criação” e “Evolução”.

Mas hoje comento sobre as ações milagrosas de Jesus enquanto aqui viveu entre nós. Muitos usam (mal) essa explicação de que certas narrativas bíblicas não devem ser interpretadas de forma literal, para desmentir a realidade da Ação Divina: tentam fazer crer que tudo não passa de narrativas simbólicas apenas, não fatos reais. Isso tem a ver com as (más) influências do marxismo na Igreja, através da Teologia da Libertação. Já conversamos também sobre isso antes aqui no blog, na série de textos “Ateísmo, racionalismo, socialismo e comunismo”.

É uma característica dos adeptos dessa ideologia contrária à nossa fé, negar não só a Ação Divina, mas tudo que seja transcendente a esse mundo que nós vemos e sentimos (realidade imanente). Para eles, toda a justiça deve ser conquistada (ainda que por meio de revoltas), em nossa realidade imanente, uma vez que rejeitam a realidade transcendente. Porém, quem rejeita a realidade transcendente, corre o risco de rejeitar também, em última análise, o próprio Deus (não esqueçamos que se trata da influência de uma ideologia ateísta...); Deus esse que “habita em luz inacessível” (cf. 1 Tm 6,16), nos céus, ou seja, naquela realidade que nos é invisível, mas que professamos em nosso Credo: “Creio em um só Deus, Pai todo-poderoso, Criador do céu e da terra, de todas as coisas visíveis e invisíveis...”.

Para esses, tudo é apenas simbólico... (simbólico, nesse caso, significando que não é real, mas apenas em sentido figurado): a missa seria apenas uma reunião fraterna dos irmãos em torno da mesa para repartir o pão; céu, inferno e purgatório seriam apenas simbólicos; Reino dos Céus seria apenas aqui e agora (já quem não creem na transcendência da vida); ou seja: cortam tudo que transcende essa nossa realidade imanente, visível, sensível. Logo, não haveria também milagres, nem tampouco Deus seria capaz de agir (sic) no mundo. No lugar da libertação integral que Jesus veio nos oferecer, propagam apenas a libertação social (ainda que por meio de violência e rebelião); apesar de Jesus ter deixado claro a Pilatos que Seu Reino não é deste mundo, caso o fosse, seus soldados lutariam para que não fosse entregue (cf. Jo 18,36).

Enfim: todo cuidado é pouco em ouvir certas pessoas, para o correto entendimento da nossa fé. Ouvindo o Magistério da Igreja, teremos uma correta interpretação da Revelação Divina. Fujamos do erro em querer eliminar aquilo que é transcendente, tentando reduzir tudo a essa nossa realidade imanente; e também do erro de negar a Ação Divina, como os milagres que Jesus realizou quando esteve entre nós – e que continua a realizar ainda hoje!


Até breve!

(Modificado em 13/02/2019).

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