domingo, 25 de novembro de 2012

Morte Cristã: textos esclarecedores


Amigos,

Há pouco tempo, escrevi aqui no blog sobre nosso destino para além desta vida terrena. Comecei desmistificando fantasias sobre o fim do mundo, no texto “Fim do Mundo...?”, tendo complementado com os textos “Novos Céus e Nova Terra” e “Novos Céus e Nova Terra (2)”. Nesses textos, comentei sobre o tema de fé Novíssimos, que diz respeito às realidades acerca da vida para além dessa nossa peregrinação terrena. Comentei, na verdade, rapidamente sobre Céu e Inferno. O primeiro, um estado definitivo destinado àqueles que alcançam um grau de santidade para estarem definitivamente na presença do Senhor; o último, a triste possibilidade de condenação eterna, de ausência definitiva de Deus, reservado para aqueles que O rejeitarem completamente.

Porém, sabemos que essas informações não são bem apreendidas, ou mesmo conhecidas, por muitas pessoas. Muitas vezes, os próprios membros da Igreja têm dúvidas a respeito, ou um entendimento equivocado sobre as realidades acerca daquilo que o Magistério da Igreja orienta sobre as realidades que transcendem esse mundo em que vivemos. Entre outras pessoas, então, a confusão costuma ser maior ainda.

Logo, seguem alguns textos muito esclarecedores: dois do Papa Bento XVI; outro, de um padre de nossa Arquidiocese (Rio de Janeiro); e outro de Felipe Aquino.

O primeiro texto é sobre um pronunciamento do Papa durante o Ângelus, por ocasião do dia de Finados, onde ele fala sobre a esperança na vida eterna, e sobre a comunhão dos santos. O segundo texto é sobre um pronunciamento do Papa no dia seguinte (03/11), quando presidiu uma missa pelos Cardeais, Arcebispos e Bispos falecidos esse ano; o Papa fala sobre nossa fé e esperança na vida eterna, fundamentadas na Morte e Ressurreição de Cristo, e pede também a Intercessão da Virgem Santíssima, Nossa Senhora, pelos Cardeais, Arcebispos e Bispos falecidos.

O texto do padre de nossa Arquidiocese trata sobre a realidade do Purgatório – infelizmente rejeitada por alguns. Nesse caso, trata-se de uma das realidades de fé tratadas no tema Novíssimos: Céu, Inferno e Purgatório. Sobre os dois primeiros, nós já comentamos. No caso do Purgatório, trata-se de uma realidade prevista para aqueles que, amando a Deus, salvam-se; porém, por não terem alcançado tal grau de santidade que os permitisse ser aceitos direta e definitivamente na presença do Senhor, na comunhão dos santos, passam por uma etapa de purificação final, após a qual podem ser admitidos no estado de comunhão plena com o Senhor: o Céu.

O último texto, de Felipe Aquino, já foi citado anteriormente nesse blog, mas vale repetir aqui, uma vez que explica o que a Igreja orienta sobre a morte.

Sugiro também uma consulta ao blog de Dom Henrique Soares da Costa – também citado outras vezes nesse blog. Há vários textos de sua autoria, que são muito explicativos sobre as questões acerca da morte, da vida eterna, da Segunda Vinda de Cristo, dos santos... Dediquem um tempo na busca de textos por lá, valerá o tempo dedicado!

Boa leitura! E até a próxima, com a graça de Deus!

(Modificado em 10/11/2017).


Papa: “A Racionalidade da Fé”


Amigos,

Na última quarta-feira (21/11), durante sua Audiência Geral, o Papa Bento XVI se pronunciou sobre o diálogo entre fé e razão – que esse blog não poderia deixar passar em branco!

O Papa Bento XVI comentou sobre aquilo que a Igreja sempre ensina: o diálogo frutuoso e a complementaridade entre a fé e a razão. O Papa João Paulo II já havia deixado isso claro em sua Carta Encíclica Fides et Ratio – conforme já refletimos aqui tantas vezes (especialmente nos textos “Fé e Razão” e “Fé e Razão (2)”).

Nesse pronunciamento, o Papa deixou claro o engano do fideísmo – a rejeição da razão; comentou também sobre a Revelação Divina; e sobre o amplo horizonte que abre-se a nós quando nos deixamos conduzir também pela fé.

Bem, segue o link com o pronunciamento do Papa, para que vocês mesmos possam “beber” direto na fonte de sua orientações.

Boa leitura!

Seminário Científico Internacional em Lourdes


Amigos,

Esse Evento já aconteceu, em junho último. Mas sempre é válido divulgar um evento como esse, mesmo já tendo sido realizado. Trata-se do I Seminário Científico Internacional, realizado em Lourdes, França; organizado pelo Departamento de Constatações Médicas e pelo Comitê Médico Internacional – grupos formados por médicos de diversas especialidades e correntes filosóficas, que têm como tarefa avaliar, do ponto de vista científico, a veracidade ou não das curas ocorridas em Lourdes, consideradas milagrosas. Sobre esse assunto, sugiro retornarem a alguns textos que publiquei aqui no blog, ainda esse mês; especialmente o texto “Ação Divina (2)”. Há também outros relacionados, pouco antes e logo depois desse.

O Evento teve a participação do Prêmio Nobel de Medicina de 2008, Luc Montagnier, e do presidente do Pontifício Conselho para os Agentes de Saúde, Arcebispo Dom Zygmunt Zimowski. Dom Zimowski salientou a importância de que a ciência e fé tenham como centralidade a pessoa humana, a qual devem servir; destacando ainda o valor e a inviolabilidade da vida humana; e também a prevalência da vida humana sobre o lucro econômico, e a importância de se assegurar a assistência à saúde daquelas pessoas que estão mais à margem da sociedade.

Segue o link de notícia sobre o Evento, na qual é lembrado ainda o 20º aniversário da instituição do Dia Mundial do Enfermo, instituído pelo Papa João Paulo II.

Até a próxima!

sábado, 24 de novembro de 2012

Novos Céus e Nova Terra (2)


Amigos,

Continuando do texto anterior.

Vimos que o Senhor transfigurará toda a criação. Pois bem. A Igreja ensina que, após essa nossa única vida (nossa peregrinação terrena) – recordemos um trecho da Segunda Leitura da Liturgia do Domingo anterior (XXXII do Tempo Comum): Hb 9,27 “O destino de todo homem é morrer uma só vez, e depois vem o julgamento.” –, nossa alma se apresenta diante do Senhor, para seu Juízo Particular. Comentamos sobre isso no primeiro texto, “Fim do Mundo...?”. Quanto à alma, lembrem também da série de textos que escrevi aqui no blog, “A Criação”, em que comento sobre nossa natureza material (corpo) e espiritual (alma).

Logo após a nossa morte, nossa alma se encontra com o Senhor. Esse nosso corpo perecível se desfaz; porém, no último dia (Juízo Final, Segunda Vinda de Cristo), nos será dado um corpo imperecível. Vejamos:

1 Cor 15,42-44: “Pois será assim quando os mortos ressuscitarem. Quando o corpo é sepultado, é um corpo mortal; mas, quando for ressuscitado, será imortal. 43 Quando ele é sepultado, é feio e fraco; mas, quando for ressuscitado, será bonito e forte. 44 Quando é sepultado, é um corpo material; mas, quando for ressuscitado, será um corpo espiritual.”

É isso que a nossa Profissão de Fé (Credo) deixa claro, em seu último trecho:

“Creio(...) na ressurreição da carne, na vida eterna. Amém.”

Todos ressuscitarão na carne. Mas, lembremos da passagem Bíblica já citada anteriormente:

Dn 12,2-3 “Muitos dos que dormem no pó da terra despertarão, uns para a vida eterna, outros para o opróbrio eterno. 3 Mas os que tiverem sido sábios brilharão como o firmamento...”.

Ou, como dizia Dom Estêvão Bettencourt, OSB, em uma de suas apostilas do curso Mater Ecclesiae:

“(...) os justos terão um corpo glorioso; ao passo que os réprobos terão um corpo dito ‘tenebroso’.”

Logo, amigos, precisamos estrar decididos por Cristo, desde já! Trata-se de uma decisão fundamental. Lembremos que Deus nos criou com liberdade; e Ele não nos retira seus dons. A liberdade com a qual o Senhor nos criou é tal que poderia ser (mal) usada ao extremo para rejeitar o próprio Senhor... E Ele não força ninguém a nada. Deus quer a nossa adesão por amor, na liberdade. A Palavra alerta para um fim terrível para aqueles que O rejeitarem totalmente: viver para sempre apartados d’Ele (= estado de vida chamado Inferno). Se a pessoa rejeita Deus, Ele respeita a decisão livre da pessoa. Mas o destino reservado para quem tomasse tal decisão seria terrível, e irrevogável! Vejam que rejeitar a Deus totalmente é justamente o contrário do Primeiro Mandamento: “Amarás o Senhor, teu Deus, de todo o coração, de toda a alma e de todo o entendimento”.

Porém, se a pessoa decide-se pela adesão ao Senhor, ou seja, se procura viver o Primeiro Mandamento – o que leva a viver todos os outros –, a pessoa vive em comunhão com Deus, desde já até a vida eterna! Se a pessoa alcançar tal grau de santidade, é admitida imediatamente à presença do Senhor (= estado de vida chamado Céu). E que maravilha poder viver na presença do Senhor para sempre!

Reflitamos sobre isso. Isso sim é importante! Não as distrações com crendices sobre o fim do mundo; em 2012, ou conforme o modismo de cada época.

Até a próxima, com a graça de Deus!

Sugestões para consulta:

- Catecismo da Igreja Católica; disponível online no site do Vaticano.

- Blog de Dom Henrique Soares da Costa.

- Texto no blog de Felipe Aquino.

- Apostila “Curso de Antropologia Teológica (e Angeologia)”, de Dom Estêvão Bettencourt, OSB; curso Mater Ecclesiae.

PS: relembro que o fato de citar textos ou vídeos de outras pessoas, não significa que esses endossem o que eu escrevo no blog; os cito como fonte de referência.

quarta-feira, 21 de novembro de 2012

Novos Céus e Nova Terra


Amigos,

Continuando da última mensagem, “Fim do Mundo...?”, vamos refletir mais um pouco. Li alguns textos maravilhosos no blog de Dom Henrique Soares da Costa1 – já citado anteriormente em meu blog –, que recomendo muito que vocês leiam!

Em nossa fé, a preocupação não é exatamente com o fim do mundo... Vejamos o que diz a Palavra de Deus, em dois trechos do Novo Testamento:

Ap 21,1 “Vi então um novo céu e uma nova terra. Pois o primeiro céu e a primeira terra passaram...”; 2 Pd 3,13 “O que esperamos são novos céus e nova terra.”; logo, o último dia não se trata de destruição da criação, mas de sua transformação, transfiguração.

Sim! Não somente nós seremos transfigurados, mas também toda a criação! Tudo será purificado: o que estiver em desacordo com o Senhor, será desfeito; e o que estiver de acordo, ficará puro, livre de todo pecado, de toda maldade. Lembremos ainda de outra passagem no livro do Apocalipse:

Ap 21,3-5 “O próprio Deus estará com eles e será o Deus deles. 4 Ele enxugará dos olhos deles todas as lágrimas. Não haverá mais morte, nem tristeza, nem choro, nem dor. As coisas velhas já passaram.

5 Aquele que estava sentado no trono disse: ‘Agora faço novas todas as coisas!’ ”

Essa promessa já havia sido revelada no Antigo Testamento:

Is 25,8-9 “O Senhor Deus acabará para sempre com a morte. Ele enxugará as lágrimas dos olhos de todos... . O Senhor falou:

9 Naquele dia, todos dirão:

- Ele é o nosso Deus.’ ”

Logo, amigos, por que ficar com medo do “fim do mundo”? Que fim do mundo? Alegremo-nos com a libertação que todos nós esperamos! Como não ficar feliz sabendo que o Senhor, no último dia (no Juízo Final, em Sua Segunda Vinda), libertará todos nós e toda a criação do que está em desacordo com Ele? Que enxugará todas as nossas lágrimas? Viveremos naquela amizade que tínhamos com Ele, na origem, e que nossos primeiros pais perderam. Mas Cristo nos redimiu, nos resgatando à amizade com Deus.

Porém, não podemos desperdiçar essa redenção; não podemos desperdiçar uma só gota do Sangue de Cristo vertido na Cruz.

Continuemos no próximo texto.

Sugestões para consulta:

- Catecismo da Igreja Católica; disponível online no site do Vaticano.

- Blog de Dom Henrique Soares da Costa.

1PS: relembro que o fato de citar textos ou vídeos de outras pessoas, não significa que estes endossem o que eu escrevo no blog; os cito como fonte de referência.

domingo, 18 de novembro de 2012

Fim do Mundo...?

Amigos,

Hoje a Liturgia nos apresenta leituras Bíblicas que falam sobre a Segunda Vinda de Cristo: a Parusia. Sim, as Sagradas Escrituras mostram que a peregrinação terrena da humanidade chegará a um termo. A Parusia está associada ao Juízo Final, onde todos serão julgados conforme a vida que cada um levou durante sua peregrinação neste mundo em que vivemos. O Evangelho de hoje, Marcos (Mc 13,24-32), usa uma linguagem Apocalíptica, falando em fenômenos naturais que indicarão esse acontecimento.

Quanto a este mundo visível (lembremos da nossa Profissão de Fé; vejam comentário em texto anterior deste blog), sabemos que a vida na Terra terá um fim; os astrônomos preveem que o nosso Sol se tornará uma gigante vermelha, que devorará nosso planeta (vejam também outra mensagem anterior desse blog). Mas, mais do que nos preocuparmos com fenômenos naturais, reflitamos também pelo lado da fé.

Hoje, durante a missa, imediatamente pensei em escrever no blog, porque o padre comentou na Homilia sobre algo que já estamos tão acostumados a ouvir falar: falsas “profecias” sobre o fim do mundo. Desde pequeno, me lembro desses falsos alarmes: se não me engano, já no fim da década de 1970, diziam que o mundo terminaria. Em 1999 houve outro boato desses. Todos já devem ter ouvido aquela “máxima”: “De 1000 passarão, a 2000 não chegarão...”. Bem, já passamos do ano 2000, e continuamos aí.

Agora, a mais nova moda é o tal calendário Maia... Já marcaram até data para o fim do mundo, no final desse ano de 2012... Filmes são feitos explorando essas fantasias, e muita gente assiste, enchendo os bolsos daqueles que os produzem... No último desses, há até uma cena mostrando a destruição do monumento do Cristo Redentor... (prestem atenção no vídeo indicado ao final desse texto, a esse respeito).

Bem, para encerrar qualquer dúvida quanto a essa polêmica, basta prestarmos atenção ao final do trecho proposto pela Igreja para o Domingo de hoje (XXIII do Tempo Comum, precedendo o de Cristo Rei), em que o próprio Cristo diz aos seus discípulos: “Quanto àquele dia e hora, ninguém sabe, nem os anjos do céu, nem o Filho, mas somente o Pai”. Logo, meus amigos, se nem o próprio Cristo (o Filho) sabe quando chegará o fim da peregrinação terrena da humanidade... Quem se atreve a dar palpites...?

Entenderam? Simples assim. Cristo falou, está claro. Assunto encerrado. Não há mais dúvida. Não sabemos quando chegará essa hora. O que fazer então...?

Bem, vivamos sempre atentos, nos preparando para esse encontro definitivo com o Senhor. Não se trata, obviamente, de ficarmos todos paralisados de medo; mas de procuramos viver em conversão, ou seja, em constante mudança de vida; mudança para melhor. Façamos exames de consciência (a cada dia), onde nos questionamos sobre aquilo que fizemos de bom, e o que não fizemos de bom; nos questionando em que devemos melhorar, pedindo o perdão a Deus pelas nossas faltas, e a ajuda para evitarmos as ocasiões de queda. Assim, estaremos nos preparando para esse encontro crucial, sela ele quando for.

Além do mais, sabem de uma coisa? A Igreja fala claramente sobre o Juízo Final, onde TODOS terão este encontro com o Senhor; mas fala também sobre o Juízo Particular, onde CADA UM se apresentará diante d’Ele. Não sabemos quando Cristo virá pela Segunda Vez, quando será o Juízo Final; mas um dia chegará o fim de nossa peregrinação, e ninguém sabe quando será! Quando chegar o momento de cada um, esse será o momento de encontro com o Senhor! Para uns chega na infância, para outros em idade madura, para outros ainda em idade avançada... 20, 30, 50, 80, 100 anos... Quem sabe quanto tempo teremos...? Mas sabemos de uma coisa: este dia chegará para cada um.

A Primeira Leitura da Liturgia de hoje (Dn 12,1-3) alerta: “2 Muitos dos que dormem no pó da terra despertarão, uns para a vida eterna, outros para o opróbio eterno”. Devemos viver buscando a conversão. Vivamos desde já com o Senhor; para que este momento não nos pegue de surpresa – quer dizer, despreparados –, mas nos encontre na amizade com Deus. Para estes que buscam estar preparados, diz a mesma Leitura, logo a seguir: “3 Mas os que tiverem sido sábios brilharão como o firmamento; (...)”.

Logo, esqueçamos toda esta fantasia inútil de crendices sobre o fim do mundo. Vivamos desde já com o Senhor!

Sugiro que leiam a mensagem do Papa de hoje, antes da oração do Ângelus; e assistam à mensagem de Dom Orani Tempesta, O.Cist, Arcebispo do Rio de Janeiro.

Em sua mensagem, Dom Orani fala sobre um tema relacionado: Novíssimos. Ou seja, Céu, Inferno e Purgatório. Mas isso fica para uma próxima oportunidade, conforme as possibilidades.

Até a próxima, com a graça de Deus!

Sugestão para consulta:

- Catecismo da Igreja Católica; disponível online no site do Vaticano.

(Modificado em 02/11/2017).

quinta-feira, 15 de novembro de 2012

Santo Alberto Magno – Doutor Universal


Amigos,

Hoje é um dia muito especial, para nós que partilhamos o interesse pelo diálogo entre ciência e fé! Dia de Santo Alberto Magno, conhecido como Doutor Universal. Santo Alberto Magno viveu na Idade Média, tendo sido sacerdote Dominicano e grande estudioso de teologia, filosofia e ciências naturais.

Nasceu em 1206 na Alemanha, em família de tradição militar, que desejava para ele uma carreira militar ou administrativa. Porém, sempre demonstrou interesse pelas ciências naturais, e pela religião. Muito devoto, aos dezesseis anos um tio seu o levou a Pádua para estudos universitários, onde conheceu o Bem-Aventurado Jordão de Saxônia, Superior Geral dos Dominicanos. Em 1229 tornou-se frade Dominicano pregador, sendo enviado a Colônia, onde a congregação possuía sua escola mais importante.

Ensinou em diversos locais na Alemanha, até ser enviado à França, onde lecionou na Universidade de Paris, a partir de 1241. Possuía profundo e vasto conhecimento em diversos campos do saber, incluindo aí diversas áreas das ciências naturais, além de teologia e filosofia. Durante esse período, atraiu tantos estudantes, que precisou lecionar em praça pública! Essa praça existe até hoje, e é denominada Praça Maubert, em sua homenagem; o nome Maubert vem de Magnus Albert (Alberto, o Grande).

Santo Alberto contribuiu não somente com estudos acerca da natureza – estudos científicos, percorrendo a vastidão dos campos da física, química e biologia –, como também contribuiu para o que podemos dizer que seria a tecnologia da época: técnicas para agricultura, tecelagem e navegação. Além disso, descreveu e preparou compostos químicos, como: potassa cáustica, cinabre (sulfureto de mercúrio), cerusita (óxido de zinco) e mínio (óxido de chumbo usado frequentemente em pinturas e na preparação de certos vidros).

No meio intelectual de sua época, dizia-se: “Doutor universal falou; todos se calarão”. Foi canonizado e declarado Doutor da Igreja pelo Papa Pio XI em 1931; e também, alguns anos depois, pelo Papa Pio XII, como “Patrono dos cultores das ciências naturais”.

Em 1254, Santo Alberto Magno foi eleito Superior Provincial da Alemanha. Nessa época, percorria a pé diversas regiões desse país – queria estar próximo do rebanho a ele confiado –, mendicante: pedia dinheiro para sua alimentação e para dormir. Foi depois nomeado pelo Papa como bispo de Ratisbona. Após dois anos, pediu exoneração – e foi autorizado pelo Papa – a fim poder se dedicar mais aos estudos. Deixou um legado de ao menos doze grossos volumes de escritos sobre diversos temas, variando desde a teologia e filosofia, até as ciências naturais. Ou seja, foi um homem enciclopédico! E isso, temos que lembrar, em uma época em que não era nada fácil escrever...

Outro legado importantíssimo, foi seu discípulo, o também grande São Tomás de Aquino!

Santo Alberto Magno, ao defender a harmonia entre ciência e fé, deixava claro também que “a ciência não pode explicar o mistério, mas ajuda a preparar os caminhos de Deus”. Foi um dos que também conciliaram a filosofia dos antigos filósofos com a fé; como o fizera também Santo Agostinho, com a filosofia de Platão. No seu caso, Santo Alberto Magno admirava a filosofia de Aristóteles; mas rejeitava aquilo que, nessa filosofia, era contrário à nossa fé cristã.


Pedimos sua intercessão; em particular, por todos os que se dedicam aos estudos nos diversos campos do conhecimento da teologia, filosofia, e ciência naturais. E, por que não pedir também, pelos que realizam estudos, ou ajudam a divulgar, o diálogo entre ciência e fé, entre fé e razão...

Santo Alberto Magno, rogai por nós!

Santo Alberto Magno


Seguem dois links sobre Santo Alberto Magno: aqui (com vídeo), e também aqui.

Sugestão para leitura:

- Felipe Aquino, Uma História que não é Contada, Editora Cléofas, 2008.

Astronomia: Constelação da Pomba


Amigos,

Vocês lembram que eu escrevi dois textos aqui no blog, falando sobre as diferenças entre astronomia e astrologia? No primeiro deles, eu comentei sobre as constelações, que são figuras imaginadas por povos ou pessoas, a partir da posição (aparente) de estrelas em uma dada região celeste. Boa parte das constelações ainda hoje catalogadas pela União Astronômica Internacional (International Astronomic Union – IAU) têm sua origem em povos antigos, que associavam figuras mitológicas a agrupamentos de estrelas, conforme suas crenças e costumes da época. Isso remonta até a cerca de 1.500 antes de Cristo.

Algumas constelações identificadas mais recentemente (como por exemplo, no século XVIII), correspondem a figuras imaginárias relacionadas a invenções humanas, como: Bússola, Compasso, Esquadro, Microscópio, entre outras.

Uma constelação, porém, me despertou muito a atenção! Trata-se da constelação da Pomba (Columbae). Proposta no fim do século XVI, representa a pomba que Noé soltou da arca, após o dilúvio; a pomba retornou à arca com um ramo de oliveira no bico, indicando que já havia terra seca, ou seja, que as águas do dilúvio já estavam baixando. Que interessante que, entre tantas constelações inspiradas em mitologia grega ou outras mitologias, haja uma constelação criada com inspiração em uma narrativa Bíblica! Essa constelação pode ser avistada no hemisfério sul (na verdade, desde a latitude 46º N, até 90º S – o polo sul). Fica cercada entre as constelações: Cão Maior, Popa e Buril. Foi proposta pelo astrônomo e teólogo holandês Petrus Plancius; nesse caso, um teólogo protestante.

Segue um link para uma descrição da constelação da Pomba, no site de Ian Ridpath – um astrônomo amador, porém conhecido, e escritor na área desde 1972. Segue também um link para essa constelação no site da IAU.

Até a próxima!

Sugestão de leitura:

- Ian Ridpath, Astronomia, Zahar, 3ª Edição, 2011.

Além dos sites indicados acima:

- Site de Ian Ridpath.

- Site da IAU; especialmente a seção Constelações.

domingo, 11 de novembro de 2012

Simpósio “Humanização e Sentido da Vida” (2)


Caros,

Terminou o Simpósio – anunciado nesse blog – ocorrido essa semana na PUC-RJ. Houve participação de mais de 700 pessoas, do Brasil e de outros 15 países. O Evento teve como objetivo refletir sobre o pensamento do Papa Bento XVI. Destaca-se o ser humano e o sentido de sua existência, assim como a necessidade de se alargar o entendimento para além do cientificismo – ou seja, da ideia de que a ciência poderia responder a tudo –, para uma visão mais ampla da realidade. Segue notícia sobre a conclusão do Evento.

Como uma consequência desse Evento, foi criada a Cátedra Joseph Ratzinger, visando promover uma integração entre fé e razão e o diálogo com a modernidade, entre outros aspectos. Segue link dessa última notícia.

Até a próxima!

Assembleia Plenária da Pontifícia Academia de Ciências


Amigos,

Mais uma notícia interessante: pronunciamento do Papa Bento XVI por ocasião da Abertura da Assembleia Plenária da Pontifícia Academia de Ciências. Nesse ano, o tema é “Complexidade e Analogia nas Ciências: Aspectos teóricos, metodológicos e epistemológicos”. Esse evento ocorreu também nos últimos dias, entre 5 e 7 de novembro.

O Papa ressalta a complexidade do universo, sua harmonia e inteligibilidade, destacando que não é consequência de uma desordem qualquer; mas convida a um pensar criativo sobre aquilo que é transcendente, chegando à contemplação do Criador. Ele comentou também sobre o diálogo frutuoso entre as diversas disciplinas, não só das ciências, mas entre ciência e fé.

Seguem links das notícias: aqui e aqui também.

Boa navegação!

Congresso Mundial de Metafísica


Amigos,

Nos dias 8 e 9 de novembro último, ocorreu na PUC-RJ o “Simpósio ‘Humanização e Sentido da Vida’ ”, ou “2º Simpósio sobre o Pensamento de Joseph Ratzinger” – anunciado aqui nesse blog. Exatamente na mesma data – dias 8 e 9 de novembro –, ocorreu o evento “V Congresso Mundial de Metafísica”, em Roma. De modo semelhante, esse congresso trata sobre questões que ultrapassam a ciência, na tentativa de responder às questões mais fundamentais do ser humano – que sabemos que somente a ciência não é capaz de responder. Logo, trata-se de um alargar-se da razão, a partir daquilo que pode apenas ser mensurado e verificado pala experiência, para algo mais.

Segue o link com notícia do Evento, cujo texto tem algumas declarações interessantes.

Boa leitura!        

sábado, 10 de novembro de 2012

Papa: ciência e fé


Amigos,

Excelente pronunciamento do Papa sobre ciência e fé, em sua Audiência Geral do dia 24 de outubro último. A ciência realmente não responde a todos os anseios humanos... A fé realmente nos dá um sólido alicerce, para seguirmos em todas as circunstâncias; e é um dom de Deus.

Bem, vamos à notícia. Basta seguir o link:


Até a próxima!

Pe. Pedro Ferreira, SJ


Amigos,

Dia desses eu escrevi um texto no blog, “Doutrinação (3)”, em que citei uma lista de referências bibliográficas que ajuda a desmistificar a suposta (e falsa) oposição entre ciência e fé. Um dos livros é intitulado “A fé em Deus de grandes cientistas”, cujo autor é Pe. Pedro Magalhães Guimarães Ferreira, SJ.

Pois bem, vocês devem lembrar também que eu já comentei algumas vezes sobre sacerdotes cientistas, especialmente nestetexto. Em um dos primeiros textos do blog, eu escrevi sobre o Pe. Paul Schweitzer, SJ – também da PUC-RJ.

Pe. Pedro Ferreira, SJ, é sacerdote Jesuíta, engenheiro eletricista formado pela PUC-RJ, com mestrado em Engenharia Elétrica pela COPPE/UFRJ, e doutor em Engenharia de Sistemas e Computação pela mesma instituição. Atua na área de sistemas de controle. Professor Emérito na PUC-RJ, no Departamento de Engenharia Elétrica, desde 2006; realizou dois Pós-doutorados fora do país; é ainda Comendador da Ordem Nacional do Mérito Científico; e Senior Member do Institute of Electrical and Electronics Engineers (IEEE); entre outros títulos.

Seguem alguns links interessantes: notícia da PUC-RJ sobre o lançamento de seu livro “A fé em Deus de grandes cientistas”, e informações sobre esse livro na página da Editora PUC-Rio.

Mais um sacerdote cientista!

Para textos sobre o assunto de sacerdotes e/ou religiosos que também são (ou foram) cientistas, sugiro uma busca pelo marcador (tag) “Sacerdote cientista”. Alguns tornaram-se bispos, logo, ao fim de suas vidas, exerciam o sacerdócio no Segundo Grau do Sacramento da Ordem, não mais como padres.

Até a próxima!

quinta-feira, 8 de novembro de 2012

Brasileiro empossado na Pontifícia Academia de Ciências


Amigos,

Uma excelente notícia! Um brasileiro tomou posse na Pontifícia Academia de Ciências! Trata-se do prof. Vanderlei Salvador Bagnato, professor do Instituto de Física de São Carlos, da Universidade de São Paulo. Prof. Bagnato atua nas áreas de física e engenharia de materiais, conforme sua página na Pontifícia Academia de Ciências. Seu campo de atuação inclui: resfriamento a laser, aprisionamento de átomos neutros, aplicações de óptica e laser em saúde, só para citar alguns dentre diversas outros temas, conforme a mesma página citada acima.
A página neste link mostra notícia na Rádio Vaticano, sobre as boas-vindas do Papa Bento XVI aos novos membros da Pontifícia Academia de Ciências (houve mais um cientista empossado), com texto e áudio do professor, sobre sua nomeação.

Grande alegria a nossa! Duplamente! Pela convergência entre ciência e fé, e por ser um brasileiro!

Até a próxima!

quarta-feira, 7 de novembro de 2012

Simpósio “Humanização e Sentido da Vida”


Caros,

Vi notícias hoje sobre um Simpósio que ocorrerá na PUC-RJ dias 8 e 9 de novembro, ou seja, a, partir de amanhã. Trata-se do Simpósio “Humanização e Sentido da Vida”, organizado pelo Departamento de Teologia da PUC-RJ – que completa 40 anos –, pela Arquidiocese de São Sebastião do Rio de Janeiro e pela Fondaziane Vaticana Joseph Ratzinger - Benedetto XVI. O Papa Bento XVI congratulou os organizadores e participantes em sua Audiência Geral desta quarta-feira.

O Simpósio pretende mostrar o pensamento de Joseph Ratzinger, desde a interpretação do dado revelado, ao diálogo com a cultura atual; haverá ainda reflexão sobre fé e sentido da existência. Seguem os links com maiores detalhes sobre esse Simpósio: Notícia da PUC-RJ, incluindo a Programação do Simpósio; notícia da Audiência Geral (com vídeo); notícia na Agência Zenit; e ainda outra notícia na Zenit, com reflexões de Dom Orani João Tempesta, O. Cist., Arcebispo do Rio de Janeiro.

Obs.: Não faço ideia se o evento é aberto à participação do público; e caso seja, se há a necessidade (e ainda a possibilidade) de se realizar inscrições. Qualquer dúvida, sugiro contactar a PUC-RJ.

Em todo caso, é uma alegria anunciar um evento que visa refletir sobre o pensamento do Papa!

Doutrinação (3)


Amigos,

Hoje resolvi comentar também sobre outro tipo de doutrinação, certamente mais antigo... Trata-se de “jogar” a ciência contra a fé (mais particularmente, contra a Igreja Católica). Como é lamentável que essas doutrinações ocorram, e que covardia que seus propagadores as façam justamente com o público mais frágil, que ainda se encontra em processo de formação para a vida: crianças e adolescentes, nas escolas.

Já comentei isso em outros textos do blog, de forma dispersa; hoje resolvi sintetizar nesse texto, ainda sob a inspiração que me levou a escrever o primeiro texto dessa série. Nossas crianças passam boa parte de seu tempo escolar, sendo massacrados com essa conversa de ciência versus fé e Igreja! Eu mesmo me lembro de meus tempos de escola, onde, nas aulas de ciência, às vezes se colocava a ciência como algo oposto ou não compatível com a fé e a Igreja. Resultado: muitos desses se tornam adultos, formados com conceitos preconceituosos e falsos, em relação a esse tema. Nossas crianças tornam-se cidadãos que carregam essa (falsa) ruptura entre ciência e fé/Igreja, o que acaba por prejudicar até mesmo o avanço do próprio conhecimento! Sim, porque sabemos que ciência, apesar de sua importância, não responde a todos os anseios humanos, nem explica as razões da existência. Logo, essa compartimentalização do conhecimento, e mais ainda, essa oposição que se faz, só prejudica.

Há séculos atrás, muitos dos mais eminentes cientistas eram homens de fé; muitos desses cientistas eram eles mesmos homens do clero! Hoje, pessoas mal informadas acham que ciência é incompatível com a fé... A Igreja foi grande geradora e fomentadora da investigação científica (vide Observatório do Vaticano); hoje, pessoas mal informadas taxam a Igreja de obscurantista. As universidades foram criadas pela Igreja Católica; hoje, muitos não entendem que a fé, e a Igreja, nada têm de incompatível com o meio acadêmico. Isso sim, é obscurantismo! Toda essa ignorância a respeito das relações entre ciência e fé, entre ciência e Igreja, trata-se do mais puro obscurantismo! Porque ignora-se ou nega-se os próprios fatos históricos.

Uma forma de encerrar toda e qualquer dúvida quanto à (suposta) oposição entre ciência e fé/Igreja, é verificar o quadro de cientistas do Observatório do Vaticano: TODOS são sacerdotes e/ou religiosos! Outra dica é acessar o site da Pontifícia Academia de Ciências, composta por alguns dos mais eminentes cientistas do mundo, independentemente de credo (Stephen Hawkins integra essa Academia). O grupo inclui nada menos que 24 detentores do Prêmio Nobel! (Vide link no blog de Felipe Aquino, de 2009). Visitem também o site da Pontifícia Academia para a Vida.

Ao leitor interessado, sugiro consultar o material citado ao fim desse texto, que ajuda a desmistificar essa falsa divisão entre ciência e fé, que é tão malevolamente propagada. Para um contato imediato com o tema, há breves textos cujos links eu também cito ao final.

Pais... cuidemos de educar nossos filhos a partir de casa, da família. Filhos bem formados no próprio seio familiar, não sucumbem aos preconceitos que tentarão lhes transmitir, especialmente no ambiente escolar – que deveria contribuir para a formação das crianças e jovens, e não para sua (de)formação...

Até a próxima, com a graça de Deus!

Sugestões de leitura:

- Felipe Aquino, Ciência e Fé em harmonia, Editora Cléofas, 2004.

- Pe. Pedro Magalhães Guimarães Ferreira, SJ, A fé em Deus de grandes cientistas, Ed. PUC-Rio/Edições Loyola, 2009.

- Jean Guitton, Grichka Bogdanov, Igor Bogdanov, Deus e a ciência – em direção ao metarrealismo, Ed. Nova Fronteira, 1992.

- Felipe Aquino, Uma história que não é contada, Editora Cléofas, 2008.

- Thomas E. Woods Jr., Como a Igreja Católica construiu a civilização ocidental, Quadrante, 2010.

São muito úteis também as referências indicadas nesses!

Para um texto sobre a relação entre alguns dos maiores cientistas de todos os tempos e a fé, acesse o seguinte link, na página da Editora Cléofas, de Felipe Aquino.

Além disso, recomendo uma busca por textos em meu próprio blog, e em outros indicados que tratem sobre esse assunto. Uma sugestão é buscar por marcadores (tags). Obs.: Não há um marcador sobre ciência e fé, uma vez que praticamente todo o blog trata sobre esse assunto... não me pareceu fazer sentido colocar um marcador em praticamente todas as mensagens. Outra sugestão é procurar no menu à direita, por mês/ano; aparecerão os títulos dos textos, bastante indicativos sobre os temas tratados em cada um. Os mais recentes, em geral, trazem links para os mais antigos relacionados.

Boa navegação!

terça-feira, 6 de novembro de 2012

Doutrinação (2)


Amigos,

Ontem mesmo, escrevi um texto chamado “Doutrinação”, onde comentei sobre a espécie de doutrinação que vem ocorrendo com as crianças e jovens, especialmente nas últimas gerações, através de livros e filmes com conteúdo sobre magia, bruxaria, ocultismo, e coisas do tipo; atentados contra o Primeiro Mandamento do Decálogo.

Que tipo de pessoas se espera formar para a sociedade, minando o que há de mais fundamental ao ser humano...? Quem ama a Deus sobre todas as coisas, e ao próximo como a si mesmo: amará a Deus; amará a si mesmo; amará ao próximo. Pessoas formadas com essa base, têm mais chance de se tornar cidadãos corretos, honestos consigo mesmos e com os outros à sua volta. Quem ama a Deus e ao próximo como a si mesmo: não matará; não roubará; não levantará falso testemunho; honrará pai e mãe; buscará viver retamente sua sexualidade; não cobiçará as coisas alheias... e assim, buscará viver todos os outros Mandamentos.

Alguém pode se perguntar: mas o Decálogo não é somente para aqueles que pertencem a uma religião que tem como base a Bíblia (ou ao menos o Antigo Testamento)? Convido a todos a examinarem o Decálogo, com sinceridade e honestidade. Examinem, e vejam se não se tratam de leis naturais, que falam ao íntimo de cada pessoa. Quem não sabe que é errado matar; roubar; cobiçar as coisas alheias; levantar falso testemunho...? Quem não reconhece que é justo honrar pai e mãe, que com seu amor contribuíram para que tivéssemos vida... e cuidaram de nós enquanto crescíamos? E assim com todos os Mandamentos. Convido também a refletir sobre o Primeiro Mandamento do Decálogo, e verificar que o cumprimento deste leva ao cumprimento dos demais.

Logo, ao tentar minar o Primeiro Mandamento no íntimo das pessoas – especialmente daqueles ainda no início de sua formação –, acaba-se por tentar minar todos os outros. Tal é o veneno dos atentados contra o Primeiro Mandamento: entre eles a magia, a bruxaria, o ocultismo, a adivinhação,... a idolatria, enfim.

Como um exemplo do que poderíamos ter numa sociedade com pessoas bem formadas moralmente: quem sabe teríamos mais pessoas honestas...? Menos corrupção...? Já pensaram nisso? Quem é formado tendo como base o Primeiro Mandamento do Decálogo (e todos os outros), saberá, enfim, fazer bom uso de sua liberdade; saberá que isso requer responsabilidade; que seu limite de ação termina quando começa a violar os limites dos outros... e assim por diante.

Pensemos em tudo isso. Que cidadãos queremos formar para o futuro...? Pessoas mais justas, que procuram se moldar àquela mesma imagem e semelhança com o Criador? Ou déspotas sem limites para agir, uma vez que destituídos de formação moral...? Teremos cidadãos cada vez mais amorais...? Em que mundo viveremos, e que mundo deixaremos para nossos filhos, netos...?

Até a próxima, com a graça de Deus!

Fonte recomendada para leitura:

O Decálogo (Dez Mandamentos), com sua explicação conforme o Magistério da Igreja, pode ser consultado no Catecismo da Igreja Católica, disponível online no site do Vaticano, neste link.

segunda-feira, 5 de novembro de 2012

Doutrinação


Amigos,

Há algum tempo atrás, escrevi um texto no blog, “Astronomia × astrologia (2)”, onde comentei sobre questões que atentam contra nossa fé: adivinhação, magia, crendices e coisas semelhantes. Citei passagens Bíblicas e um trecho do Catecismo da Igreja Católica, que deixam claro para nós, e nos dão orientação, sobre não nos dedicarmos a tais coisas, uma vez que atentam contra o Primeiro Mandamento. Quando colocamos nossa confiança em supostos “poderes ocultos”, estamos colocando essas coisas no lugar de Deus; ao invés de confiarmos n’Ele, confiamos em falsos deuses.

Pois bem, nesse fim de semana fomos ao cinema, e nos vimos bombardeados com trailers de filmes ligados a magia, bruxaria, e coisas do tipo; o que me levou a escrever esse texto.

Na minha época de infância e adolescência, o problema era com os filmes de terror. Hoje em dia, há tantos livros e filmes, dirigidos ao público infanto-juvenil, com todo esse lixo de magia e bruxaria... Percebo que parece haver aí uma espécie de “doutrinação”: empurram para as crianças e jovens temas de ocultismo – não menos nocivos que as antigas estórias de terror –, porém agora disfarçados de estórias aparentemente inocentes de fantasia e magia.

Confesso que fiquei pasmo, horrorizado e preocupado, com tamanho massacre que vimos em pouco tempo de trailers! E o pior é que esse lixo parece que tem um visgo, que as crianças e adolescentes ficam como que hipnotizados, acompanhando todas as tramas, todas as séries que são lançadas...

Para evitar repetição, convido os leitores a lerem o texto acima citado, quanto às passagens Bíblicas e a do Catecismo. É tudo muito claro: ocultismo e coisas semelhantes atentam contra o Primeiro Mandamento e, assim, contra a fé em Deus.

Que escolha faremos? O que queremos para os nossos filhos? Será que não temos nada com bom conteúdo para passar para nossas crianças e adolescentes? Se nos omitimos diante deles, outros, ou outras coisas, tomam nosso lugar; se não lhes oferecemos algo que tenha conteúdo edificante, eles acabam ficando com aquilo que outros lhes oferecem – com conteúdos nem sempre bons para sua formação.

Pensemos nisso; fiquemos atentos. Nós, que temos fé em Deus, saibamos apresentar às crianças e adolescentes algo que os leve para Deus, não que os afaste d’Ele...

Fiquemos atentos a essas coisas que nos são “empurradas” prontas, como “enlatados”, que corremos o risco de consumir, se não fizermos uma reflexão mais atenta sobre seu conteúdo.

Bem, há outras doutrinações por aí; hoje comentei sobre doutrinação de nossas crianças e jovens para magia e bruxaria. Conforme o tempo me permitir, pretendo abordar outros temas depois. Esse estava urgindo, já que vimos o lixo ontem mesmo.

Até a próxima, com a graça de Deus!

sábado, 3 de novembro de 2012

Medicina e Fé


Amigos,

No texto anterior do blog, eu comentei sobre uma passagem do Antigo Testamento que cita os médicos e a medicina. Bem, resolvi transcrever o texto Bíblico, e tecer alguns comentários. A passagem encontra-se no livro do Eclesiástico:

Eclo 38,1-15: “1 Honra o médico por causa da necessidade, pois foi o Altíssimo quem o criou. 2 (Toda a medicina provém de Deus), e ele recebe presentes do rei: 3 a ciência do médico o eleva em honra; ele é admirado na presença dos grandes. 4 O Senhor fez a terra produzir os medicamentos: o homem sensato não os despreza. 5 Uma espécie de madeira não adoçou o amargor da água? Essa virtude chegou ao conhecimento dos homens. 6 O Altíssimo deu-lhes a ciência da medicina para ser honrado em suas maravilhas; 7 e dela se serve para acalmar as dores e curá-las; o farmacêutico faz misturas agradáveis, compõe unguentos úteis à saúde, e seu trabalho não terminará, 8 até que a paz divina se estenda sobre a face da terra. 9 Meu filho, se estiveres doente não te descuides de ti, mas ora ao Senhor, que te curará. 10 Afasta-te dos pecados, reergue as mãos e purifica teu coração de todo pecado. 11 Oferece um incenso suave e uma lembrança de flor de farinha; faze a oblação e uma vítima gorda. 12 Em seguida dá lugar ao médico, pois ele foi criado por Deus; que ele não te deixe, pois sua arte te é necessária. 13 Virá um tempo em que cairás nas mãos deles. 14 E eles mesmos rogarão ao Senhor que mande por meio deles o alívio e a saúde (ao doente) segundo a finalidade de sua vida. 15 Aquele que peca na presença daquele que o fez, cairá nas mãos do médico.”

Vejam amigos, como é importante e necessário a todos nós, a ajuda adequada que o Senhor nos proporciona através dos médicos e da medicina; daqueles que o Senhor chamou para cuidar de nossa saúde.

Pois, além das vocações (=chamados) de estado de vida (sacerdócio, vida religiosa, matrimônio), há também as vocações profissionais. Como é importante cada um seguir aquela vocação que o próprio Senhor faz despertar no íntimo de cada um! Quando a pessoa assim responde, dedica-se à sua vocação (ou profissão) com afinco, e a exerce com amor, dando muitos frutos bons!

Bem, isso salta aos olhos quando se trata de profissionais da área da saúde, que exercem a tão nobre atividade de zelar pela saúde e pela vida dos outros. É também uma doação. Logo, já que é o próprio Senhor quem os chama e os capacita, saibamos aproveitar desse cuidado que o Senhor nos proporciona, através desses mesmos profissionais. Vejam que a passagem bíblica transcrita acima alerta severamente para isso: não devemos descuidar de nossa saúde, e devemos sim recorrer aos médicos e à medicina para mantê-la ou recuperá-la!

Fiz questão de comentar sobre isso, porque às vezes ouvimos algumas pessoas, desinformadas, comentando que já não precisam mais de médico ou de remédios, por que Deus as cura; que deixaram de tomar seus remédios por conta própria, ou de tomar outros cuidados prescritos pelos médicos, porque dirigiram preces a Deus, e Ele vai curá-las. Como se isso fosse sinal de confiança em Deus... Vejam que, na verdade, trata-se de um erro, pois foi o Senhor mesmo quem deu-nos os médicos e os remédios, para que nós sejamos curados!

Lembrando do texto anterior, onde, conforme a própria Igreja mostra por seu próprio procedimento, fica claro que a ação extraordinária de Deus através dos milagres não é tão frequente assim, devemos recorrer sempre aos médicos e à medicina. Em geral, a cura proporcionada por Deus ocorre de forma natural, através dos médicos que Ele mesmo chamou, para cuidar de nós, e para desenvolverem os remédios necessários à nossa cura. Se Deus quiser curar de forma extraordinária, que bom! Mas nós não temos como prever se e quando isso ocorrerá; muito menos de “exigir” que Deus vá nos curar de forma extraordinária... Seria uma insensatez de nossa parte. Isso é uma iniciativa do próprio Deus, se vai nos curar de forma natural ou extraordinária. A nós, cabe seguir Sua orientação, já presente no Antigo Testamento, de buscarmos o auxílio dos médicos e da medicina; de toda forma, é pela graça de Deus que seremos curados, ainda que pelas mãos dos médicos...

Espero ter ajudado. Até a próxima, com a graça de Deus!

(Modificado em 12/02/2019).

Ação Divina: Milagres (2)


Amigos,

Continuando nossa conversa sobre milagres, comento agora sobre como a Igreja avalia os fatos tidos como milagrosos. Antes, porém, quero fazer um comentário sobre experiências que vemos no nosso dia-a-dia.

Às vezes ouvimos algumas pessoas comentando por aí que certo caso foi milagre; que ficou curada de uma doença após dirigir preces a Deus – ainda que por intercessão de algum santo (ou que ainda não seja santo; afinal, as curas assim obtidas podem servir para a beatificação ou canonização de alguém) –, e recebeu o milagre da cura da doença... Bem, precisamos ter calma, porque a Igreja não sai por aí alardeando qualquer cura como milagre... Antes, ela submete o caso a uma rigorosa avaliação, e somente caso não haja outra explicação natural, aí sim, ela declara o milagre.

Bem, sabemos que as pessoas que consideram praticamente qualquer cura que recebem como milagre, não o fazem por mal, obviamente, mas por falta de conhecimento. Claro também que, mesmo não sendo a cura milagrosa, mas natural, ainda assim é graça de Deus! Afinal, quantos ficam doentes, e mesmo com toda a medicina não conseguem ficar curados? Logo, quando se obtém uma cura, nada mais justo do que dar graças a Deus. Devemos lembrar também que, mesmo quando alguém não obtém a cura, não significa que não tenha a graça de Deus; lembremos do Papa João Paulo II! A graça de Deus pode se manifestar de diversas formas: se não for a cura e salvação do corpo, pode ser cura de caráter emocional ou espiritual, e a salvação, em última instância, desejamos que seja para a vida eterna, ainda que a pessoa pereça com uma doença!

Bem, dito isso, vamos agora à forma como a Igreja avalia supostos milagres. Os casos que chegam ao Vaticano, são submetidos a uma equipe de médicos (são mais de 70!) Por que isso? A Igreja entende que muitas das doenças podem ser curadas pela medicina, e portanto, têm explicação científica: nesses casos, ela não os declara como milagres. Porém, nos casos (que não são muitos) em que a Igreja, após o crivo científico, avalia que não há explicação natural para a cura, nem há chance de haver explicação natural no futuro, aí sim ela os declara como milagres. Vejamos as condições para que uma cura seja considerada milagrosa:

1) Historicidade do fato: A Igreja não trabalha sobre casos fantasiosos; o caso deve ser fato ocorrido realmente. Essa análise é realizada por peritos no próprio local onde houve o suposto milagre; e já elimina muitos falsos alarmes.

2) O fato deve ser extraordinário, ou seja: deve ser absolutamente inexplicável pela ciência, e também deve ser eliminada a possibilidade de que venha a ser assim explicado futuramente.

3) O fato deve ter ocorrido em circunstâncias dignas de Deus, ou seja: uma resposta genuína de Deus aos fiéis que o imploravam.

Para ilustrar o rigor da Igreja ao avaliar um suposto milagre, podemos citar o Centro de Avaliações Médicas (Bureau des Constatations Médicales), em Lourdes, na França, que avalia supostos milagres ocorridos durante peregrinações à Gruta de Massabielle (onde ocorreu a Aparição de Nossa Senhora). Caso o suposto fato passe pelo crivo deste centro, é submetido a outro, uma Comissão Médica Internacional, formada por especialistas de diversas orientações religiosas ou filosóficas. Vamos aos números1: das cerca de 5.000 curas avaliadas em Lourdes, menos de cem foram proclamadas como milagrosas!

1Números obtidos do livro de Felipe Aquino, citado ao final desse texto.

De forma semelhante, há outro centro em Fátima, Portugal, com a mesma finalidade. Os médicos, em qualquer desses centros, trabalham de forma independente, ou seja, completamente livres de qualquer influência por parte da Igreja. Isso porque a Igreja precisa avaliar, com máxima responsabilidade, os casos que são VERDADEIRAMENTE resultantes da ação Divina, ou seja, que ocorreram de forma extraordinária.

As curas obtidas de forma ordinária (natural), também são motivo de alegria, e graças damos a Deus por elas. Porém, não se tratam de intervenção Divina direta. Antes, damos graças a Deus por ter chamado tantas pessoas às profissões da área da saúde, para que, com dedicação, competência e amor à profissão e ao próximo, conseguissem os avanços tanto no diagnóstico quanto no tratamento das diversas doenças. Lembremos que, no Antigo testamento, já há uma menção aos médicos (cf. Eclo 38,1-15).

Entendem a seriedade da Igreja, quando fala em milagres? Percebem agora por que não se trata de algo que qualquer um possa sair por aí achando que é milagre, por sua própria conta e risco?

Como é bela a Igreja! Quantas maravilhas vamos descobrindo sobre ela, e como fica tudo mais claro ao nosso entendimento, quando buscamos a orientação que ela nos propõe, como Mãe que quer bem aos seus filhos!

Até a próxima, com a graça de Deus!

Leitura recomendada:

- Felipe Aquino, Ciência e Fé em harmonia, Editora Cléofas, 2004.