Caros leitores do blogue!
Conforme comentamos em janeiro deste ano, temos publicado textos sobre ciência e fé, e assuntos relacionados, no Jornal paroquial Ecos de Lourdes, da Basílica Nossa Senhora de Lourdes. Pretendemos também publica-los novamente aqui no blogue, após as publicações no Jornal, em princípio, na ordem cronológica em que foram publicados. Porém, neste caso, como o assunto está relacionado à Pascoa, está sendo publicado novamente logo após sua publicação no Jornal de maio último.
Segue o texto. Boa leitura!
————————————
Caros leitores, este tema é muito apropriado a esta coluna,
sobre o diálogo entre ciência e fé. Vejamos. No Credo, destaquemos a seguinte parte, que se refere a
Jesus: “(...)padeceu sob Pôncio Pilatos, foi crucificado, morto e sepultado.
Desceu à mansão dos mortos, ressuscitou ao terceiro dia, subiu aos céus(...)”. Ou
seja: Jesus realmente morreu e ressuscitou. Se não acreditássemos em sua morte,
não poderíamos crer na sua ressurreição.
Lembremos de Maria Madalena, que viu Jesus ressuscitado
quando fora até o seu túmulo (Mc 16,9-15 e Jo 20,11-18). Ela não O reconheceu
logo; achando que se tratasse do jardineiro, perguntou se ele havia tirado dali
o corpo de seu Senhor... Ela só reconheceu Jesus quando Ele a chamou pelo nome.
E, ao dar a notícia aos Apóstolos, estes não creram logo nela. Lembremos também
do encontro de Jesus ressuscitado com os discípulos de Emaús, que também não O
reconheceram num primeiro momento, tendo um deles até repreendido Jesus (sem
saber que se tratava d’Ele), por ter perguntado o que iam conversando pelo
caminho... Só O reconheceram ao partir o pão. Há ainda São Tomé, que não
acreditou no testemunho dos Apóstolos, até ver e tocar as chagas de Jesus
ressuscitado (Jo 20,24-29). Em outro momento, Jesus chegou mesmo a comer com seus
discípulos (Lc 24,35-42 e Jo 21,1-14).
Destas passagens, vemos que os discípulos de Jesus
tinham a certeza de sua morte. Vemos também que Jesus não era um fantasma (como
Ele mesmo disse a São Tomé), pois um fantasma não tem corpo. E São Tomé nos dá
o testemunho da realidade do corpo glorioso de Jesus! Vejamos o que diz o
Catecismo:
CIC 645: “Jesus ressuscitado estabelece com seus
discípulos relações diretas, em que estes o apalpam e com Ele comem.
Convida-os, com isso, a reconhecer que Ele não é um espírito, mas sobretudo a
constatar que o corpo ressuscitado com o qual Ele se apresenta a eles é o mesmo
que foi martirizado e crucificado, pois ainda traz as marcas de sua Paixão.
Contudo, este corpo autêntico e real possui, ao mesmo tempo, as propriedades
novas de um corpo glorioso: não está mais situado no espaço e no tempo, mas
pode tornar-se presente a seu modo, onde e quando quiser, pois sua humanidade
não pode mais ficar presa à terra, mas já pertence exclusivamente ao domínio
divino do Pai. Por esta razão também Jesus ressuscitado é soberanamente livre
de aparecer como quiser: sob a aparência de um jardineiro ou ‘de outra forma’
(Mc 16,12), diferente das quais eram familiares aos discípulos, e isto
precisamente para suscitar-lhes a fé.”
CIC 643: “Diante desses testemunhos é impossível
interpretar a Ressurreição de Cristo fora da ordem física e não reconhecê-la
como um fato histórico. (...)os discípulos (...)não creram de imediato na
notícia da ressurreição. Longe de nos falar de uma comunidade tomada de
exaltação mística, os Evangelhos nos apresentam os discípulos abatidos, ‘com o
rosto sombrio’ (Lc 24,17) e assustados. (...)Por isso, a hipótese segundo a
qual a ressurreição teria sido um ‘produto’ da fé (ou da credulidade) dos
apóstolos carece de consistência. Muito pelo contrário, a fé que tinham na
Ressurreição nasceu – sob a ação da graça divina – da experiência direta da
realidade de Jesus ressuscitado.”
Ou seja: não foram os discípulos que quiseram acreditar;
eles passaram a acreditar porque viram e viveram a experiência de Cristo
ressuscitado! A ordem dos fatos é inversa. Tenhamos sempre claro que a
ressurreição de Jesus é fato verdadeiro, sem a qual vã seria a nossa fé (I Cor
15, 12-14).
Carlos Alexandre F. Jorge,
Regente do Coral Santa Bernadette e
integrante do Coral
Opus.
————————————
Obs.: A assinatura ao fim do texto consta da publicação no Jornal paroquial “Ecos de Lourdes”, para a qual é solicitado identificar a pastoral ou grupo ao qual pertence o autor do texto.
Textos relacionados, no blogue:
Nenhum comentário:
Postar um comentário