Amigos,
Depois de refletir
sobre a Morte e Ressurreição de Jesus, neste
texto e neste
outro, escrevo agora mais este, por causa do Evangelho do último Domingo
(Jo 20,19-31), sobre São Tomé...
À primeira vista,
costumamos pensar na falta de fé de São Tomé, que não estava presente durante
uma aparição de Jesus ressuscitado aos Apóstolos, e duvidou quando lhe
contaram. Vejamos um trecho do Evangelho:
Jo 20,24-29: “24 Tomé, chamado Dídimo, que
era um dos doze, não estava com eles quando Jesus
veio. 25 Os outros discípulos contaram-lhe depois:
‘Vimos o Senhor!’. Mas Tomé disse-lhes: ‘Se eu
não vir a marca dos pregos em suas mãos, se eu não puser o dedo nas marcas dos
pregos e não puser a mão no seu lado, não acreditarei’. 26 Oito dias depois, encontravam-se os discípulos novamente reunidos em casa, e Tomé estava com eles. Estando
fechadas as portas, Jesus entrou, pôs-se no meio deles e disse: ‘A paz esteja
convosco’. 27 Depois disse a Tomé: ‘Põe o teu dedo aqui e olha as minhas mãos. Estende a tua mão e
coloca-a no meu lado. E não sejas incrédulo, mas fiel’. 28 Tomé respondeu: ‘Meu Senhor e meu Deus!’ 29 Jesus lhe disse: ‘Acreditaste, porque me viste? Bem-aventurados os que creram sem terem visto!’”
The Incredulity of Saint Thomas, por Caravaggio, cerca de 1601-1602.
Pensando bem, que
testemunho São Tomé nos deixou! Ele foi o Apóstolo a tocar nas chagas de Jesus
ressuscitado! Vejam, da incredulidade inicial, ele confessou sua fé (“Meu
Senhor e meu Deus”), e nos deixa o testemunho de um Apóstolo que não só viu
Jesus ressuscitado, mas tocou Jesus em Suas chagas! Pôs as mãos no lado de
Jesus, de onde jorrara sangue e água, quando o soldado O perfurou com a lança,
após Sua morte na cruz!
Este testemunho
soma-se a todos os outros que nós temos narrados nas Sagradas Escrituras; e
chegam até nós hoje.
Vemos, amigos, que
Jesus morreu e ressuscitou; e ressuscitou em corpo: Seu corpo foi
glorificado. Não se trata de um “fantasma”; um “fantasma” (seja lá o que o
imaginário de algumas pessoas queria fazer crer com isso) não tem corpo, e São Tomé
nos dá o testemunho de quem pôs os dedos e as mãos nas chagas do corpo
glorificado de Jesus. Vejamos um trecho do Catecismo da Igreja Católica, a esse
respeito:
CIC 645: “Jesus
ressuscitado estabelece com seus discípulos relações diretas, em que estes o
apalpam e com Ele comem. Convida-os, com isso, a reconhecer que Ele não é um
espírito, mas sobretudo a constatar que o corpo ressuscitado com o qual Ele se
apresenta a eles é o mesmo que foi martirizado e crucificado, pois ainda traz
as marcas de sua Paixão. Contudo, este corpo autêntico e real possui, ao mesmo
tempo, as propriedades novas de um corpo glorioso: não está mais situado no
espaço e no tempo, mas pode tornar-se presente a seu modo, onde e quando
quiser, pois sua humanidade não pode mais ficar presa à terra, mas já pertence
exclusivamente ao domínio divino do Pai. Por esta razão também Jesus
ressuscitado é soberanamente livre de aparecer como quiser: sob a aparência de
um jardineiro ou ‘de outra forma’ (Mc 16,12), diferente das quais eram
familiares aos discípulos, e isto precisamente para suscitar-lhes a fé.”
Como Jesus pode
tornar-se presente onde e quando quiser, por isso lemos, em outro trecho do
mesmo Evangelho:
Jo 20,19:
“(...)estando fechadas, por medo dos judeus, as portas do lugar onde os
discípulos se encontravam, Jesus entrou e pondo-se no meio deles, disse: ‘A paz
esteja convosco’.”
Quanto a Jesus
aparecer aos discípulos com aparência diferente daquelas que eram familiares
aos discípulos, recordemos o primeiro
texto desta série, em que Maria Madalena confundira Jesus com um
jardineiro; e também o segundo,
em que os discípulos de Emaús caminharam com Jesus sem reconhece-Lo, até que
Ele partiu o pão... Há também outro episódio, em que Jesus apareceu aos
discípulos no Mar da Galileia, e comeu com eles; mas isto fica para um próximo
texto, quem sabe...
Completando esta
reflexão, lembremos do que Jesus disse: “(...)Bem-aventurados os que creram sem
terem visto”. Esses somos nós! Então, bem-aventurados somos nós!
São Tomé, rogai
por nós!
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