Amigos,
Continuando do último
texto, no qual refletimos sobre a Morte e Ressurreição de Jesus, senti
necessidade de refletir mais um pouco sobre a aparição de Jesus aos dois
discípulos, conforme citado no Evangelho do último sábado (Mc 16,9-15).
Durante a semana que passou, tivemos também o Evangelho de Lc 24,13-35, que
narra a aparição de Jesus aos discípulos de Emaús.
Estes discípulos,
como todos os outros seguidores de Jesus, estavam muito
tristes com a morte de Jesus. O Mestre que tanto os havia ensinado a respeito
do Reino dos Céus, e que eles testemunharam tantas vezes curando, libertando e
ressuscitando mortos, havia morrido! Para eles, tudo parecia ter terminado: seu
Mestre estava morto.
Quando Jesus se
aproximou dos discípulos de Emaús, eles também não O reconheceram logo, assim
como Maria Madalena (que O havia confundido com o jardineiro, à porta do
túmulo...). Jesus se aproximou deles, perguntando sobre o que falavam:
Lc 24,13-16: “13
Naquele mesmo dia, o primeiro da semana, dois dos discípulos de Jesus iam para
um povoado, chamado Emaús, distante onze quilômetros de Jerusalém. 14 Conversavam
sobre todas as coisas que tinham acontecido. 15 Enquanto conversavam e
discutiam, o próprio Jesus se aproximou e começou a caminhar com eles. 16 Os
discípulos, porém, estavam como que cegos e não o reconheceram. 17 Então Jesus
perguntou: ‘O que ides conversando pelo caminho?’”
Um deles chegou
até mesmo a, de certa forma, “repreender” Jesus:
Lc 24,17-: “Eles
pararam, com o rosto triste, 18 e um deles, chamado Cléofas, lhe disse: ‘Tu és
o único peregrino em Jerusalém que não sabe o que lá aconteceu nestes últimos
dias?’ 19 Ele perguntou: ‘O que foi?’ Os discípulos responderam: ‘O que
aconteceu com Jesus, o nazareno, que foi um profeta poderoso, em obras e
palavras, diante de Deus e diante de todo o povo. 20 Nossos sumos sacerdotes e
nossos chefes o entregaram para ser condenado à morte e o crucificaram. 21 Nós
esperávamos que ele fosse libertar Israel, mas, apesar de tudo isso, já faz três
dias que todas essas coisas aconteceram! 22 É verdade que algumas mulheres do
nosso grupo nos deram um susto. Elas foram de madrugada ao túmulo 23 e não
encontraram o corpo dele. Então voltaram dizendo que tinham visto anjos e que
estes afirmaram que Jesus está vivo. 24 Alguns dos nossos foram ao túmulo e
encontraram as coisas como as mulheres tinham dito. A ele, porém, ninguém o viu’.”
Vejam o testemunho
também sincero destes discípulos! Estavam certos da morte de Jesus, que
acabaram narrando ao próprio, sem o saber...
Jesus explicou a
eles o que devia acontecer, a partir das Sagradas Escrituras:
Lc 24,25-27: “25
Então Jesus lhes disse: ‘Como sois sem inteligência e lentos para crer em tudo
o que os profetas falaram! 26 Será que o Cristo não devia sofrer tudo isso para
entrar na sua glória?’ 27 E, começando por Moisés e passando pelos profetas,
explicava aos discípulos todas as passagens da Escritura que falavam a respeito
dele.”
Convidando Jesus para
ficar com eles, acabaram por reconhecê-Lo:
Lc 24,30-31: “30
Quando se sentou à mesa com eles, tomou o pão, abençoou-o, partiu-o e lhes
distribuía. 31 Nisso os olhos dos discípulos se abriram e eles reconheceram
Jesus. Jesus, porém, desapareceu da frente deles.”
The Supper at Emmaus (A Ceia em Emaús), Diego Velásquez,
cerca de 1620, Metropolitan Museum of Art.
Reproduzi, aqui,
apenas alguns trechos do Evangelho. Recomendo que busquem o texto completo. O
que quero destacar é justamente a surpresa, também destes discípulos, assim
como ocorreu com Maria Madalena, ao reconhecerem Jesus ressuscitado! Eles
estavam certos de sua morte, e, assim como todos os outros, não haviam
compreendido realmente o que Jesus quisera dizer, antes de Sua morte, que
ressuscitaria ao terceiro dia. Estavam tristes e acabrunhados. Parecia que
haviam perdido definitivamente o Seu Mestre...
Mas qual nada, aí
estava Jesus, conforme havia prometido! E conforme a Lei e os Profetas haviam
predito! Seu Mestre não foi vencido pela morte! Ressuscitou! Está vivo entre
nós! Permanece vivo na Eucaristia, a cada vez que parte o pão para nós, na
santa missa. Não é mais pão, não é mais vinho: É Corpo, Sangue, Alma e
Divindade de Jesus, conforme Ele mesmo instituíra durante a Última Ceia, e
dissera aos seus Apóstolos: “Fazei isto em memória de Mim” (cf. 1 Cor 11,23-25;
CIC 1341-44, CIC 1356)!
Até hoje a Igreja
cumpre esta ordem de Jesus, a cada missa. Jesus está presente em nosso meio, na
missa: Na Eucaristia, na Palavra, no sacerdote e na assembleia reunida (“(...)onde
dois ou três estiverem reunidos em meu nome, eu estou aí no meio deles”, cf. Mt
18,20). Jesus caminha conosco, assim como caminhou com os discípulos de Emaús: explicando-nos
as Escrituras (Liturgia da Palavra, incluindo a Homilia); e tomando o pão,
abençoando-o e distribuindo-o (Liturgia Eucarística); (cf. CIC 1346-47).
Façamos, com
palavras e com nossa vida, também como estes discípulos, que correram para dar aos
outros, esta boa notícia:
Lc 24,33.35: “33 Naquela
mesma hora, eles se levantaram e voltaram para Jerusalém, onde encontraram os
onze reunidos com os outros. (...) 35 Então os dois contaram o que tinha
acontecido no caminho e como tinham reconhecido Jesus ao partir o pão”.
Boa reflexão!
Nenhum comentário:
Postar um comentário