terça-feira, 9 de abril de 2013

Morte e Ressurreição de Jesus (2)


Amigos,

Continuando do último texto, no qual refletimos sobre a Morte e Ressurreição de Jesus, senti necessidade de refletir mais um pouco sobre a aparição de Jesus aos dois discípulos, conforme citado no Evangelho do último sábado (Mc 16,9-15). Durante a semana que passou, tivemos também o Evangelho de Lc 24,13-35, que narra a aparição de Jesus aos discípulos de Emaús.

Estes discípulos, como todos os outros seguidores de Jesus, estavam muito tristes com a morte de Jesus. O Mestre que tanto os havia ensinado a respeito do Reino dos Céus, e que eles testemunharam tantas vezes curando, libertando e ressuscitando mortos, havia morrido! Para eles, tudo parecia ter terminado: seu Mestre estava morto.

Quando Jesus se aproximou dos discípulos de Emaús, eles também não O reconheceram logo, assim como Maria Madalena (que O havia confundido com o jardineiro, à porta do túmulo...). Jesus se aproximou deles, perguntando sobre o que falavam:

Lc 24,13-16: “13 Naquele mesmo dia, o primeiro da semana, dois dos discípulos de Jesus iam para um povoado, chamado Emaús, distante onze quilômetros de Jerusalém. 14 Conversavam sobre todas as coisas que tinham acontecido. 15 Enquanto conversavam e discutiam, o próprio Jesus se aproximou e começou a caminhar com eles. 16 Os discípulos, porém, estavam como que cegos e não o reconheceram. 17 Então Jesus perguntou: ‘O que ides conversando pelo caminho?’”

Um deles chegou até mesmo a, de certa forma, “repreender” Jesus:

Lc 24,17-: “Eles pararam, com o rosto triste, 18 e um deles, chamado Cléofas, lhe disse: ‘Tu és o único peregrino em Jerusalém que não sabe o que lá aconteceu nestes últimos dias?’ 19 Ele perguntou: ‘O que foi?’ Os discípulos responderam: ‘O que aconteceu com Jesus, o nazareno, que foi um profeta poderoso, em obras e palavras, diante de Deus e diante de todo o povo. 20 Nossos sumos sacerdotes e nossos chefes o entregaram para ser condenado à morte e o crucificaram. 21 Nós esperávamos que ele fosse libertar Israel, mas, apesar de tudo isso, já faz três dias que todas essas coisas aconteceram! 22 É verdade que algumas mulheres do nosso grupo nos deram um susto. Elas foram de madrugada ao túmulo 23 e não encontraram o corpo dele. Então voltaram dizendo que tinham visto anjos e que estes afirmaram que Jesus está vivo. 24 Alguns dos nossos foram ao túmulo e encontraram as coisas como as mulheres tinham dito. A ele, porém, ninguém o viu’.”

Vejam o testemunho também sincero destes discípulos! Estavam certos da morte de Jesus, que acabaram narrando ao próprio, sem o saber...

Jesus explicou a eles o que devia acontecer, a partir das Sagradas Escrituras:

Lc 24,25-27: “25 Então Jesus lhes disse: ‘Como sois sem inteligência e lentos para crer em tudo o que os profetas falaram! 26 Será que o Cristo não devia sofrer tudo isso para entrar na sua glória?’ 27 E, começando por Moisés e passando pelos profetas, explicava aos discípulos todas as passagens da Escritura que falavam a respeito dele.”

Convidando Jesus para ficar com eles, acabaram por reconhecê-Lo:

Lc 24,30-31: “30 Quando se sentou à mesa com eles, tomou o pão, abençoou-o, partiu-o e lhes distribuía. 31 Nisso os olhos dos discípulos se abriram e eles reconheceram Jesus. Jesus, porém, desapareceu da frente deles.”

The Supper at Emmaus (A Ceia em Emaús), Diego Velásquez, cerca de 1620, Metropolitan Museum of Art.

Reproduzi, aqui, apenas alguns trechos do Evangelho. Recomendo que busquem o texto completo. O que quero destacar é justamente a surpresa, também destes discípulos, assim como ocorreu com Maria Madalena, ao reconhecerem Jesus ressuscitado! Eles estavam certos de sua morte, e, assim como todos os outros, não haviam compreendido realmente o que Jesus quisera dizer, antes de Sua morte, que ressuscitaria ao terceiro dia. Estavam tristes e acabrunhados. Parecia que haviam perdido definitivamente o Seu Mestre...

Mas qual nada, aí estava Jesus, conforme havia prometido! E conforme a Lei e os Profetas haviam predito! Seu Mestre não foi vencido pela morte! Ressuscitou! Está vivo entre nós! Permanece vivo na Eucaristia, a cada vez que parte o pão para nós, na santa missa. Não é mais pão, não é mais vinho: É Corpo, Sangue, Alma e Divindade de Jesus, conforme Ele mesmo instituíra durante a Última Ceia, e dissera aos seus Apóstolos: “Fazei isto em memória de Mim” (cf. 1 Cor 11,23-25; CIC 1341-44, CIC 1356)!

Até hoje a Igreja cumpre esta ordem de Jesus, a cada missa. Jesus está presente em nosso meio, na missa: Na Eucaristia, na Palavra, no sacerdote e na assembleia reunida (“(...)onde dois ou três estiverem reunidos em meu nome, eu estou aí no meio deles”, cf. Mt 18,20). Jesus caminha conosco, assim como caminhou com os discípulos de Emaús: explicando-nos as Escrituras (Liturgia da Palavra, incluindo a Homilia); e tomando o pão, abençoando-o e distribuindo-o (Liturgia Eucarística); (cf. CIC 1346-47).

Façamos, com palavras e com nossa vida, também como estes discípulos, que correram para dar aos outros, esta boa notícia:

Lc 24,33.35: “33 Naquela mesma hora, eles se levantaram e voltaram para Jerusalém, onde encontraram os onze reunidos com os outros. (...) 35 Então os dois contaram o que tinha acontecido no caminho e como tinham reconhecido Jesus ao partir o pão”.

Boa reflexão!

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