Há algum tempo eu havia lido algo sobre Nicole d’Oresme, mas ainda não tinha me dedicado a escrever algo sobre ele. Então, vamos lá. Nicole de’Oresme foi mais um homem do clero, com atuação importante na ciência. Viveu no século XIV, e entre outros feitos, inventou o gráfico! Exatamente, esta forma que tanto usamos hoje em dia para representar dados, com tanta naturalidade que nem percebemos.
Nascido em 1323, em 1359 tornou-se conselheiro do rei Charles V, da França, e bispo de Lisieux em 1377, pouco antes de sua morte em 1382. Quanto à ideia de representar dados numéricos graficamente, foi realmente uma percepção nova à época. Hoje sabemos o quanto os gráficos são úteis, em diversos campos do conhecimento – sendo usados até mesmo por pessoas que não são da área de exatas, e em alguns casos nem gostam de matemática... Porém, à época, ainda não havia esta noção. Não é muito fácil estabelecer um padrão, simplesmente olhando para números tabelados... Mas tudo fica mais fácil se os números são representados em um gráfico, onde pode-se vislumbrar uma curva que se ajuste aos dados. Vejam no exemplo a seguir:
2 3,90
3 5,20
4 6,00
5 6,80
6 7,10
7 7,95
Dados
1 3,302 3,90
3 5,20
4 6,00
5 6,80
6 7,10
7 7,95
Os dados também podem se ajustar melhor a outros tipos de curvas, o que permite estimar a função que descreve o comportamento dos dados. Logo, podemos facilmente perceber um padrão nos dados, mesmo num primeiro momento, apenas visualmente. Pode-se dizer que Nicole d’Oresme uniu os números à geometria, permitindo uma melhor representação de dados numéricos.
Outra curiosidade, é que Nicole d’Oresme provou o conceito de velocidade média, em pleno século XIV! Havia já a ideia de que, dois corpos em movimento: um com velocidade constante, outro com aceleração constante; se a velocidade do primeiro tiver o valor médio entre as velocidades inicial e final do segundo corpo, ao final ambos terão percorrido a mesma distância. Porém, Nicole d’Oresme mostrou tal tese de forma gráfica. Vejamos; como dizem, uma imagem vale por mil palavras:
Seja a reta FD o valor da velocidade constante do primeiro corpo; e a reta AG, a velocidade variável do segundo. Como a aceleração deste é constante, a velocidade varia linearmente. É fácil ver que, se o valor da velocidade FD for a metade da diferença entre as velocidades G e A, a distância percorrida – equivalente às áreas sob as curvas – é a mesma.
Bem... mais um homem do clero contribuindo para a ciência, em pleno século XIV, bem antes da invenção do Cálculo!
Até a próxima!
Para os mais curiosos, consultar:
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