Amigos,
Parece que
foi ontem que (re)começei este desafio: escrever um blog sobre o diálogo entre
ciência e fé! Lá se vai um ano, desde aquele 19 de agosto de 2011! Todos
sabemos que há muitos preconceitos e equívocos neste tema... Infelizmente,
“aprendemos” na escola que ciência seria inimiga da fé de modo geral, e em
particular, que a Igreja seria contra a ciência. Sabemos que houve, de fato, conflitos, em certas épocas,
que devem ser julgados dentro de seu contexto histórico; e sobre os quais o
então Papa João Paulo II se já pronunciou.
Mas o que
não é dito é que houve também épocas de diálogo muito frutuoso entre ciência e
fé, entre Igreja e ciência:
· houve diversos sacerdotes e/ou religiosos cientistas ao longo da
história;
· o Observatório do Vaticano é um dos mais antigos observatórios astronômicos do mundo – considerando
a época de sua origem, antes da suspensão e restauração da ordem dos Jesuítas;
· o Observatório do Vaticano é fortemente atuante ainda hoje, com
seu corpo de sacerdotes cientistas, em grande parte doutores em algum campo
relacionado à física ou astronomia;
· foi a Igreja quem criou as universidades;
· conhecimento da antiguidade foi preservado (e retransmitido),
das destruições provocadas pelas invasões bárbaras durante a Idade Média, através
do árduo trabalho dos monges copistas, nos diversos mosteiros;
· os povos bárbaros foram aos poucos se tornando civilizados, a
partir de um trabalho sério de evangelização da Igreja, durante a Idade Média;
· a Idade Média, longe de ser a idade das trevas, pode ser chamada
a idade das luzes, devido à forte efervescência científica – diga-se de
passagem, com ativa e intensa atuação da Igreja;
· o que é chamado Iluminismo, na verdade causou uma ruptura no até
então frutuoso diálogo entre fé e ciência, “endeusando” a razão, como se esta
fosse a única capaz de fornecer as respostas a todos os anseios humanos;
· Galileu nunca foi queimado na fogueira pela Igreja... morreu católico,
recebendo os sacramentos;
· Copérnico – homem do clero – propôs a teoria heliocêntrica, que
à época não ficou tão conhecida, até Galileu trazê-la à tona novamente,
defendendo esta teoria;
· um dos cientistas que propôs a teoria do Big Bang foi um sacerdote Jesuíta, Pe. Georges Lemaître, SJ;
· ainda hoje há sacerdotes e/ou religiosos com forte atuação em
diversos campos da ciência...
...entre
outras coisas.
Sei que,
quando respondi a este chamado, que falava alto em meu íntimo, estava aceitando
um duro desafio. Mas Aquele que chama, não nos deixa abandonados; antes, nos
sustenta.
Logo,
agradeço a Deus, por este período de um ano em que eu escrevo este blog! Tudo o
que eu tenho, vem d’Ele! O gosto pela ciência não é uma aptidão que eu
inventei; recebi do alto. Mais ainda, a sede pela verdade também é consequência
daquilo que podemos chamar uma “saudade” do Altíssimo, Autor de tudo, Autor de
nossas vidas, somente em quem nós repousaremos. Essa sede e busca pela verdade,
a Carta
Encíclica Fides et Ratio explica
muito bem, e é inerente a todo ser humano! Uma vez incendiado dessa sede pela
verdade, por que não tentar contagiar a outros...? Sabemos que, ainda que esta
seja inerente ao ser humano, muitos vivem como que adormecidos, muito
preocupados apenas com as coisas corriqueiras ou imediatas. Claro que temos
nossas preocupações diárias; mas nossa vida ficaria um tanto monótona e sem
sentido, se não tivéssemos questionamentos mais fundamentais; como bem diz a Fides et Ratio:
25. “
‘Todos os homens desejam saber’1, e o objeto próprio desse desejo é
a verdade.”
1Aristóteles,
Metafísica, I, 1.
4.
“Impelido pelo desejo de descobrir a verdade última da existência, o homem
procura adquirir aqueles conhecimentos universais que lhe permitam uma melhor
compreensão de si mesmo e progredir na sua realização. Os conhecimentos
fundamentais nascem da maravilha que
nele suscita a contemplação da criação(...) Sem tal assombro, o homem
tornar-se-ia repetitivo e, pouco a pouco, incapaz de uma existência
verdadeiramente pessoal.”
Então,
sigamos em frente, nesse maravilhar-se com a criação... e com o Criador!
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