Amigos,
No último
Domingo, celebramos a Sagrada Família. No mesmo dia pensei em escrever algo a
respeito, pensando também na família, essa instituição tão importante e fundamental
em nossa sociedade.
Holy Family
with the Holy Spirit by Murillo, 1675-1682.
Antes de
falar da Sagrada Família, quero comentar sobre a família sob o aspecto
puramente social. Me lembro de ter ouvido em uma aula na graduação, em uma das
matérias que tivemos da área de humanas – o que para nós, de exatas, acabava
sendo um refrigério em meio às matérias da nossa área –, sobre a importância da
família. Faço questão de citar isso, para enfatizar que a importância da
instituição familiar não é assunto particular da Igreja, mas algo que importa à
sociedade como um todo. Não era uma aula de religião; tampouco a professora era
ligada à nossa fé. Mas, entre os comentários sobre relações humanas, foi dito
que cada pessoa aprende a conviver com outras já na própria família; depois,
vai ampliando as esferas de convivência nos outros círculos que vai formando:
na escola, no lugar onde mora, e assim sucessivamente, por toda a vida. Durante
a aula, a família foi descrita como a “célula básica da sociedade”, sendo a
esfera mais fundamental onde aprendemos a nos relacionar. De fato! Quem poderia
negar isso? Todos nós nascemos em uma família! Mesmo nos casos em que a família
não é bem estruturada; ainda assim, todos nascem de uma família.
Agora,
falemos sobre fé. A família faz parte do projeto de Deus para o ser humano.
Vemos isso já em Gênesis, quando Deus diz: “Não é bom que o homem esteja só;
vou dar-lhe uma ajuda que lhe seja adequada” (Gn 2,18); e criou a mulher. Quando
o homem avistou a mulher, exclamou de alegria: “Eis agora aqui, disse o homem, o
osso de meus ossos e a carne de minha carne; (...)” (Gn 2, 23). Vemos a família
como projeto de Deus também em outra passagem: “Por isso o homem deixa o seu
pai e sua mãe para se unir à sua mulher; e já não são mais que uma só carne.” (Gn 2,24).
Vemos, com base nas Sagradas Escrituras, que a família é desejada por Deus para
o ser humano, desde o início.
A família
é tão importante para Deus, que, quando enviou Seu Unigênito, o fez nascer e
crescer em uma família! O Unigênito se encarnou no ventre da Virgem Maria, pela
ação do Espírito Santo (“Respondeu-lhe o anjo: ‘O Espírito Santo descerá sobre
ti, e a força do Altíssimo te envolverá com a sua sombra. Por isso o ente santo
que nascer de ti será chamado filho de Deus’.”, Lc 1,35), e foi dado à luz. Foi
cuidado, amamentado, educado, alimentado; “E Jesus crescia em estatura, em
sabedoria e graça, diante de Deus e dos homens.” (Lc 2,52). Aprendeu o ofício do
pai, São José; era submisso a seus pais (cf. Lc 2,51). Apesar da concepção de
Jesus ter se dado sem a intervenção de São José – mas por ação do Espírito
Santo, conforme já comentado –, Deus quis que seu Filho Único tivesse, na
Terra, um pai. E São José, homem justo (cf. Mt 1,19), obediente ao Pai, atendeu
ao Anjo de Deus que lhe revelara a missão dada à Virgem Maria, e a ele próprio:
“José, filho de Davi, não temas receber Maria por esposa, pois o que nela foi
concebido vem do Espírito Santo.” (Mt 1,20).
São José
foi declarado Patrono da Igreja pelo Papa Pio IX, em 08/12/1870, pois, se ele
foi escolhido por Deus para cuidar do próprio Cristo – Cabeça da Igreja –,
também cuida da Igreja – que é o Corpo de Cristo! São José cuidou de Jesus e da
Virgem Maria, os dois maiores tesouros! Jesus, verdadeiro Deus e verdadeiro
homem, nosso Redentor; e Nossa Senhora, Mãe de Deus! Que missão foi dada a São
José!
Podemos
pensar também na Santíssima Trindade, Deus Uno e Trino, um só Deus em três
Pessoas: Pai, Filho e Espírito Santo, comunidade perfeita de amor!
Por tudo
isso, podemos dizer que a família é uma instituição sagrada, pois é querida
pelo próprio Deus! Peçamos a Deus que abençoe nossas famílias; e tenhamos na
Sagrada Família o modelo de família!
Nos dias
atuais, a família tem sofrido grandes ataques por parte de uma sociedade
doente, com comportamento paganizado, e que, por isso mesmo, a odeia tanto e
tenta destruí-la. Que possamos manter em nossas famílias os valores morais
elevados que lhe são próprios.
Mas o que
isso tem a ver com um blog que trata sobre ciência e fé? Simples. O mundo tem
sido assolado por ideologias macabras que são, ao mesmo tempo, contrárias à fé
e à razão. Uma é a ideologia de gênero – que diz que ninguém deve ser
“prisioneiro” do sexo com o qual nasce, mas deve ser “livre” (sic) para escolher que sexo (que eles
chamam de gênero, e que inclui não somente masculino e feminino, mas outros comportamentos
bizarros) se quer viver. Outra é o aborto. Nenhuma das duas ideologias resiste
a um simples exame da razão; e quanto à fé, são incompatíveis.
“Jesus,
Maria e José, nossa família vossa é!”
Leituras
sugeridas:
entre
outros; basta procurar, no blog, por rótulos relacionados.