Caros leitores,
Hoje,
Sexta-feira da Paixão, vamos tratar sobre o jejum, prescrito pela Igreja na
Quarta-feira de Cinzas e na Sexta-feira da Paixão, junto com a abstinência de
carnes (Cân. 1251). O jejum ou a abstinência/mortificação (=sacrifício) podem
também ser feitos voluntariamente em outras ocasiões – com exceção dos
Domingos, dia da Ressurreição do Senhor, e de outras solenidades. Porém, nestes
dois dias do ano – Quarta-feira de Cinzas e na Sexta-feira da Paixão –, o jejum
e a abstinência de carnes são prescritos, sendo, assim, preceito da
Igreja, ou seja: são obrigatórios. Além disso, o Código de Direito Canônico1
também prescreve abstinência de carnes todas as sextas-feiras, excetuando-se
solenidades (Cân. 1250-1251).
Qual
o sentido do jejum e da abstinência? Do ponto de vista da fé, são gestos de
amor a Deus, em que nos unimos a Cristo em seus sofrimentos e sacrifício. Por
isso mesmo, são realizados neste dia da Paixão do Senhor; assim como no início
da Quaresma, período que remete aos quarenta dias que Jesus passou no deserto,
antes de iniciar sua vida pública.
Há
diferentes propostas de jejum e abstinência, algumas mais rigorosas, outras
menos. Porém, aquelas prescritas pela Igreja – que devem ser feitos exatamente
desta forma –, consistem em:
-
Jejum: apenas uma refeição completa no dia, e algum alimento em até dois
momentos no dia. Deve ser realizado por pessoas dos 18 aos 59 anos de idade
(Cân. 1252).
-
Abstinência de carnes: abster-se de carnes de sangue quente, sendo permitido,
portanto, alimentar-se de peixes. Deve ser realizado dos 14 anos de idade, por
toda a vida (Cân. 1252).
Ou
seja: para o jejum, a pessoa escolhe apenas uma das refeições (café da
manhã, ou almoço, ou jantar) para ser a refeição completa; e faça
as duas outras de forma reduzida.
Um
segundo benefício espiritual do jejum e da abstinência é que podemos exercitar
a continência, ou seja, aprendemos a conter nossos impulsos que, como bem
sabemos, se descontrolados, podem nos levar a muitos males, sejam físicos ou
espirituais. Citemos como exemplos, os impulsos no comer, no falar, no
temperamento e na sexualidade: quantos males advêm da incontinência nestas
áreas...
Às
outras sextas-feiras do ano, a Igreja também prescreve a abstinência de
carnes. Porém, a Conferência Episcopal local pode decidir comutar esta
abstinência por outras formas de mortificação, orações ou gestos de caridade
(Cân. 1253).
Quanto
à abstinência de carnes, lembremos que, como se trata de uma mortificação, a
preferência deve ser por refeições simples: nada de banquetes, ainda que seja
de peixes...
Na
parte 2, tocaremos na questão do jejum, do ponto de vista científico.
Até
o próximo!
1 Código de Direito Canônico – Promulgado por
S.S. Papa João Paulo II, 1983, disponível online.
Excelente texto.
ResponderExcluirOração, Jejum e Penitência.