Amigos,
Lendo notícia
sobre pronunciamento do Papa Bento XVI no Ângelus de ontem (03/02), lembrei de
algo sobre o que eu costumo refletir às vezes, e gostaria de compartilhar.
Ressalto que uma coisa é a mensagem do Papa; outra, é a minha reflexão pessoal.
Bem, o Papa comenta, baseado no Evangelho de ontem, sobre a
ruptura que Jesus provocou na Sinagoga, após ter lido uma profecia de Isaías.
Fica claro para os ouvintes, após a leitura, que a profecia de Isaías se
referia a Jesus; ou seja, que Jesus era o cumprimento da profecia. Todos
ficaram maravilhados; porém, alguns questionaram: “Não é este o filho de
José?”, como que duvidando que um carpinteiro pudesse ter tal pretensão.
Cristo rejeitado, 1822, por William Dunlap.
Como resposta, Jesus diz que nenhum profeta é bem recebido em
sua pátria; além disso, dá dois exemplos de milagres realizados por profetas,
em favor de pessoas que não faziam parte do povo escolhido... Isso soou como
uma grande provocação a todos os presentes à Sinagoga, que se enfureceram,
expulsando Jesus, e tentando atirá-Lo ao precipício. Jesus, porém, seguindo o
seu caminho, passou no meio deles.
Conforme vocês mesmos poderão constatar, o Papa questiona por
que Jesus quis provocar tal choque...? Já que, em princípio, os ouvintes
estavam maravilhados com Ele, Jesus poderia ter conseguido um consenso... O
Papa responde claramente: Jesus não veio buscar consenso entre os homens, mas
sim, testemunhar a verdade!
Amigos, entendem onde quero chegar...? Se ainda não, vejamos.
Qual foi o mandato de Jesus aos Apóstolos? “Ide pelo mundo inteiro e anunciai o
evangelho a toda criatura!” (cf. Mc 16,15). Jesus não disse para que fossem, e
buscassem consenso entre todos... Mas sim para que anunciassem a verdade!
Vejam, o próprio Jesus deu o exemplo, no Evangelho deste Domingo (03/02): não se
preocupou em buscar consenso entre seus ouvintes, mas em anunciar a verdade; e
foi rejeitado. Jesus anuncia a verdade, sem importar se esse anuncio irá gerar
consenso ou ruptura. Seu principal objetivo é anunciar a verdade, ainda que
isso Lhe cause problemas; mesmo que Ele seja rejeitado por alguns...
Esse é o exemplo que nós devemos seguir: o exemplo de Jesus.
Deus é Amor. Porém, o Papa alerta que amor e verdade são o mesmo. Essa reflexão,
de certa forma, vem ao encontro de uma reflexão
anterior baseada na conversão de São Paulo. O Senhor anuncia a verdade:
alguns a acolhem; outros a rejeitam... Mas nem por isso a verdade deve ser
omitida, nem modificada, nem disfarçada, a fim de agradar às pessoas...
Quando se busca anunciar a verdade em primeiro lugar, pode se
conseguir consenso ou não. Mas quando se busca obter consenso em primeiro
lugar, a verdade pode ficar deturpada...
É isso. Espero que tenham gostado, e aproveitem para refletir
também, especialmente na forma como evangelizamos: buscamos anunciar a verdade,
ou buscamos obter consenso...?
Para finalizar: o que toda esta reflexão tem a ver com este blog...?
Simples: lembram do que disse o Papa João Paulo II em sua Carta Encíclica Fides et Ratio?
“A fé e a razão (fides et
ratio) constituem como que as duas asas pelas quais o espírito humano se
eleva para a contemplação da verdade.”
Até a próxima!
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