Amigos,
Ontem li um
texto muito interessante na revista Scientific
American Mind, sobre o qual reflito aqui com vocês. Abrindo um parênteses,
aqui no Brasil as revistas da Scientific American são editadas em português; e
há uma que se chama Mente e
Cérebro – que imagino seja a nossa versão da Scientific American Mind.
Bem,
retornando ao assunto. Sabemos que há grupos de pessoas que partilham da ideia
de que nós poderíamos, por meio de certos treinamentos, como que “esvaziar a
mente”; ou seja: “não pensar em absolutamente coisa alguma”: simplesmente “dar
um branco geral na mente”, através de certos tipos de meditação, etc...
Essas
filosofias que falam nesses tipos de meditação não estão de acordo com nossa fé
católica. Nós temos nossa própria forma de meditar, que está relacionada a
“oração”; não a “esvaziar a mente”, ou coisa assim. Cada um tem suas crenças,
obviamente. Mas, em todo caso... soa estranho... “Esvaziar a mente?” “Não
pensar em nada?” Sabemos que nosso cérebro está em constante funcionamento,
processando informações, mesmo durante o sono, ou quando a pessoa está
inconsciente por outro motivo; o que é comprovado inclusive por meio de exames,
como eletroencefalografia.
Bem, o
texto que acessei é uma resposta de um professor de neurologia e ciências
cognitivas da Escola de Medicina da Universidade de Johns Hopkins, a uma
pergunta feita por alguém: “Por que é impossível parar de pensar, tornar a
mente um completo ‘branco’?”.
Interessante
como o cientista atesta que nossa mente não para. Ainda que isso pareça óbvio,
parece que não o é sempre, para algumas pessoas. O cientista responde do ponto
meramente científico, ou seja, sem quaisquer elementos filosóficos ou de cunho
religioso. Mas por isso mesmo é interessante sua resposta! Trata-se de uma
resposta neutra de um cientista. E atesta que nossa mente está sempre
processando informações que nos chegam.
Sem
necessariamente compartilhar de sua opinião completa acerca da evolução (até
porque ele não entra em detalhes sobre isso no referido texto), ele comenta
sobre o aspecto evolutivo, onde nossos antepassados podem muitas vezes ter
passado por situações de perigo, onde precisavam estar sempre alertas, e tomar
decisões rápidas, do que dependeria sua vida. Hoje não temos que nos defender
de feras por aí à espreita, mas ele argumenta que ainda precisamos estar
atentos a riscos e oportunidades de outros tipos, do nosso tempo.
Bem... para
nós, que partilhamos do interesse pelo diálogo entre ciência e fé, que
importante é associar um argumento científico ao religioso que já possuímos,
para entender questões acerca do funcionamento de nossa mente. Logo, “esvaziar
a mente”; “ficar sem pensar em nada”...? Esqueçamos: nem sob o aspecto
científico, nem da fé. Cérebro sem atividade, só mesmo na morte...
Segue o link
do texto (em inglês) na “Scientific American Mind”.
Para
informar mais o aspecto da nossa fé em assunto relacionado a esse, segue um link
para um texto de Dom Estêvão Bettencourt, OSB, disponibilizado por Felipe
Aquino, que fala sobre yoga (e, nesse contexto, também sobre meditações e “esvaziamento
da mente”).
Até a
próxima!
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