terça-feira, 4 de dezembro de 2012

Nossa Mente Sempre em Atividade


Amigos,

Ontem li um texto muito interessante na revista Scientific American Mind, sobre o qual reflito aqui com vocês. Abrindo um parênteses, aqui no Brasil as revistas da Scientific American são editadas em português; e há uma que se chama Mente e Cérebro – que imagino seja a nossa versão da Scientific American Mind.

Bem, retornando ao assunto. Sabemos que há grupos de pessoas que partilham da ideia de que nós poderíamos, por meio de certos treinamentos, como que “esvaziar a mente”; ou seja: “não pensar em absolutamente coisa alguma”: simplesmente “dar um branco geral na mente”, através de certos tipos de meditação, etc...

Essas filosofias que falam nesses tipos de meditação não estão de acordo com nossa fé católica. Nós temos nossa própria forma de meditar, que está relacionada a “oração”; não a “esvaziar a mente”, ou coisa assim. Cada um tem suas crenças, obviamente. Mas, em todo caso... soa estranho... “Esvaziar a mente?” “Não pensar em nada?” Sabemos que nosso cérebro está em constante funcionamento, processando informações, mesmo durante o sono, ou quando a pessoa está inconsciente por outro motivo; o que é comprovado inclusive por meio de exames, como eletroencefalografia.

Bem, o texto que acessei é uma resposta de um professor de neurologia e ciências cognitivas da Escola de Medicina da Universidade de Johns Hopkins, a uma pergunta feita por alguém: “Por que é impossível parar de pensar, tornar a mente um completo ‘branco’?”.

Interessante como o cientista atesta que nossa mente não para. Ainda que isso pareça óbvio, parece que não o é sempre, para algumas pessoas. O cientista responde do ponto meramente científico, ou seja, sem quaisquer elementos filosóficos ou de cunho religioso. Mas por isso mesmo é interessante sua resposta! Trata-se de uma resposta neutra de um cientista. E atesta que nossa mente está sempre processando informações que nos chegam.

Sem necessariamente compartilhar de sua opinião completa acerca da evolução (até porque ele não entra em detalhes sobre isso no referido texto), ele comenta sobre o aspecto evolutivo, onde nossos antepassados podem muitas vezes ter passado por situações de perigo, onde precisavam estar sempre alertas, e tomar decisões rápidas, do que dependeria sua vida. Hoje não temos que nos defender de feras por aí à espreita, mas ele argumenta que ainda precisamos estar atentos a riscos e oportunidades de outros tipos, do nosso tempo.

Bem... para nós, que partilhamos do interesse pelo diálogo entre ciência e fé, que importante é associar um argumento científico ao religioso que já possuímos, para entender questões acerca do funcionamento de nossa mente. Logo, “esvaziar a mente”; “ficar sem pensar em nada”...? Esqueçamos: nem sob o aspecto científico, nem da fé. Cérebro sem atividade, só mesmo na morte...

Segue o link do texto (em inglês) na “Scientific American Mind”.

Para informar mais o aspecto da nossa fé em assunto relacionado a esse, segue um link para um texto de Dom Estêvão Bettencourt, OSB, disponibilizado por Felipe Aquino, que fala sobre yoga (e, nesse contexto, também sobre meditações e “esvaziamento da mente”).

Até a próxima!

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