sábado, 22 de dezembro de 2012

Universo em expansão...


Amigos,

No último texto do blog, eu comentei sobre um artigo do Pe. José Gabriel Funes, SJ, diretor do Observatório do Vaticano, sobre a tal falsa profecia do fim do mundo, do calendário maia. Naquela ocasião, eu teci breve comentário sobre assuntos como: energia escura, expansão acelerada do universo, Big Rip... Pois bem, retornemos a esses temas.

Devo confessar que trata-se de algo que de fato me intrigava ultimamente... Vejamos o porquê.

Desde novo, eu acompanho notícias sobre ciências em meios de divulgação, e a ideia do Big Bang já me era familiar há muito tempo; aliás, já falei sobre o Big Bang antes no blog, no texto “Pe. Georges Lemaître, SJ”. Já vimos também que essa teoria nada tem de contrária à nossa fé em Deus, pois fala que o mundo (o universo) teve um início – o que está de acordo com nossa fé em Deus Criador –, e trata o mundo como criação – o que de fato é.

A teoria do Big Bang fala de uma singularidade inicial. Calma, vamos lá. Trata-se do marco zero (chamemos assim) do universo, onde toda a matéria/energia (lembremos da equivalência entre massa e energia, explicada pela teoria da Relatividade Geral de Einstein), estava concentrada em um único ponto (singularidade), tendo se expandido desde o instante inicial, até constituir tudo o que existe hoje no universo. Nesse ponto (singularidade), a densidade de matéria/energia era infinita (tendia ao infinito), dado que o volume do universo era nulo (tendia a zero). A ciência não consegue “recuar” até esse instante inicial (ou seja, estudar o que ocorreu aí), somente até 10-43 s, o denominado tempo de Planck; as leis da física, como as conhecemos, não se aplicam antes desse tempo.

A ciência fala também de outras singularidades: os buracos negros. Lembram do texto do blog “Teorias e realidade”? Nele, eu comentei sobre o fenômeno da gravidade, e sobre as teorias propostas pela física para explica-la: primeiro, a teoria da Gravitação Universal, proposta por Newton; depois, a teoria da Relatividade Geral, proposta por Einstein, cerca de dois séculos e meio depois. Ambas explicam o mesmo fenômeno de maneiras muito diferentes...

No caso da Relatividade, a gravidade é explicada como sendo o resultado da curvatura do espaço-tempo; sim, a teoria diz que vivemos em um espaço com quatro dimensões: três espaciais e uma para o tempo. Espaço e tempo, antes tratados como entidades independentes, passaram a ser tratados como partes de uma única entidade: o espaço-tempo.

Lembram da representação do tecido ou malha, para o espaço-tempo, sobre a qual eu comentei naquele texto? Incluí até algumas ilustrações! Sugiro que acessem o texto, para recapitular mais detalhes, caso queiram. O importante é saber que, na dificuldade de se representar algo com quatro dimensões – quando só conseguimos visualizar ou imaginar coisas com no máximo três –, podemos representar o espaço-tempo quadridimensional de forma simplificada, como se fosse um tecido de apenas duas dimensões. A presença de corpos massivos introduz distorções (curvaturas) no tecido do espaço-tempo do cosmos. Na representação do tecido bidimensional, podemos imaginar os corpos como “bolas” – umas mais leves, outras mais pesadas – afundando em uma cama elástica. Nas proximidades de uma dessas depressões, causada por um corpo massivo, outro corpo seria atraído por aquele que a provocou, como que “caindo” na depressão assim formada. Logo, o efeito da atração gravitacional seria devido à distorção no espaço-tempo, causada por um corpo massivo, que criaria como que uma “bacia” de atração. Repito a figura aqui, para maior clareza; o corpo massivo não está visível nessa figura, estaria no fundo da depressão.
Bacia de atração (distorção no tecido do espaço-tempo), devido à presença de um corpo massivo.
Já os buracos negros, são corpos tão massivos – resultado da morte violenta de estrelas com massa muito elevada –, que a massa restante colapsa sob a ação da própria gravidade, implodindo sem nada que o impeça. Assim, a densidade no centro dessa massa restante tende ao infinito – causando, então, uma singularidade (lembram dela...?). Algo como um “buraco sem fundo”...
As singularidades são como aqueles pontos, em funções matemáticas, em que o valor da função tende a infinito, provocando uma descontinuidade. Pensem, então, nos buracos negros, como espécies de descontinuidades no espaço-tempo, onde a densidade tende a infinito, com o volume da massa restante tendendo a zero. Lindo isso! Não acham? Bem... aqui de longe sim; não queiram admirar um buraco negro de perto... sua gravidade, a partir de determinada região em seu entorno (chamada horizonte de eventos), faz com que nada mais escape: nem mesmo a luz! De fato, é um buraco sem fundo... e passar do horizonte de eventos leva a uma queda sem fim, e sem volta...
Segue uma ilustração da deformação no espaço-tempo causada por um buraco negro. A figura está truncada (obviamente...), pois a depressão se estenderia infinitamente. A depressão vai se afunilando cada vez mais (para baixo, na figura), indefinidamente, sem chegar nunca a se fechar em um ponto; no ponto central (singularidade), há uma descontinuidade, literalmente uma ruptura, como um “furo” no tecido do espaço-tempo cósmico, pois o “funil” se estenderia ao infinito. Lindo isso, não!? (Daqui de longe...).

Distorção extrema (descontinuidade) no tecido do espaço-tempo, causada por um buraco negro.

Pois bem, retornemos ao Big Bang e à expansão do universo. Até alguns anos atrás, os cientistas imaginavam, a partir do Big Bang, alguns possíveis cenários para a evolução do universo; por exemplo:

1-      O universo expandiria indefinidamente, sem aceleração nem desaceleração;

2-     O universo expandiria de forma desacelerada, porém sempre estaria em expansão (cada vez mais lenta);

3-     O universo expandiria de forma desacelerada, porém essa desaceleração faria o universo entrar em colapso novamente.

No último caso, a expansão desacelerada faria com que o universo parasse de expandir, em dado momento de sua história. Logo, a gravidade passaria a dominar, e o universo passaria a contrair-se, em um processo inverso ao da expansão ocorrida desde o Big Bang, terminando por colapsar em um único ponto (singularidade), novamente. Esse colapso era denominado Big Crunch – algo como grande implosão, ao contrário da grande explosão inicial (Big Bang). Seguem imagens ilustrativas. Os dois modelos da esquerda mostram um universo em expansão desacelerada, sendo o primeiro aquele em que o universo entraria novamente em colapso (Big Crunch); o terceiro modelo é o da expansão sem aceleração nem desaceleração; o quarto modelo é o da expansão acelerada, sobre o qual comentarei adiante. Na figura, há um comentário explicando algo como, se o universo estiver em expansão desacelerada, seria mais jovem; já nos outros casos (especialmente no da expansão acelerada), o universo seria mais antigo. Atualmente, há a estimativa de que o universo teria cerca de 13,7 bilhões de anos.
Possíveis modelos da evolução do universo.1
Nos últimos anos, porém, observações astronômicas surpreenderam os cientistas, indicando uma expansão acelerada do universo! Nesse caso, a gravidade nunca dominaria o processo; pelo contrário, uma força contrária, expansiva, dominaria cada vez mais sobre a gravidade, e o universo expandiria cada vez mais, e cada vez mais rápido... O cenário final é algo difícil de imaginar, mas seria como um “esticamento” do universo, ao infinito... A expansão cada vez mais acelerada faria, a partir de certo momento, com as estrelas e galáxias se expandissem de nós tão rapidamente, que não seríamos mais capazes de vê-las; e as próprias estrelas e galáxias acabariam por se despedaçarem, no futuro, pela ação da força expansiva cada vez mais violenta, e sem nada para impedir sua ação dominante em relação à gravidade.
Mais ainda: descobriu-se que a ciência desconhece grande parte do que constitui o universo. A matéria que conhecemos contribui com apenas cerca de quatro por centro de tudo o que existe! Do que mais o universo é constituído?
Bem, em primeiro lugar, observações astronômicas indicam que parece haver mais matéria nas galáxias e aglomerados de galáxias, do que realmente há. A matéria visível, somente, não explica a dinâmica observada nas galáxias seus aglomerados; falta matéria no balanço final para explicar os efeitos gravitacionais observados... Logo, imagina-se que haja uma espécie de matéria escura (não visível), responsável pelo efeito gravitacional “observado” indiretamente a partir dos movimentos dos corpos celestes.
Mas essa matéria escura ainda não preenche tudo aquilo que é medido no universo... A matéria escura perfaz cerca de 23 % de tudo o que constitui o universo; com mais os 4 % de matéria visível, são 27 %. E os 73 % restantes?
Os 73 % restantes são atribuídos à energia escura, algo que também ainda não se conhece, mas que teria um efeito gravitacional “às avessas”; ou seja, com efeito de uma força de repulsão, ao contrário da gravidade que conhecemos, que atrai os corpos mutuamente. A energia escura seria a responsável pela expansão acelerada do universo. A partir de certo momento na história, quando os corpos passaram a estar separados suficientemente, a força provocada pela energia escura – que parece não diminuir com a expansão do universo –, passou a se sobrepor à gravidade de atração – que diminui com a expansão –, fazendo com que o universo passasse a se expandir de forma acelerada...
Para esclarecer: as medidas que indicam a expansão acelerada do universo foram realizadas a partir da observação de supernovas distantes – e, portanto, antigas. Desde que se descobriu que o universo estava em expansão (lei de Hubble, vide o texto sobre o Pe. Lemaître, SJ), a velocidade de expansão é medida através do desvio para o vermelho, da luz emitida por corpos celestes.
Lembram do efeito Doppler? É ele que explica porque ouvimos uma sirene, de um carro que se aproxima, com som mais agudo (maior frequência), enquanto ouvimos a mesma sirene com som mais grave (menor frequência), quando o veículo se afasta de nós. As ondas sonoras sofrem uma compressão quando o veículo se aproxima, aumentando a frequência do som ouvido; e são distendidas quando o veículo se afasta, causando um som com menor frequência. Vejam um “gif” animado sobre o efeito Doppler.

Ilustração do efeito Doppler, para ondas sonoras.
Bem, o mesmo ocorre com as ondas eletromagnéticas (a luz), emitida pelas estrelas e galáxias. Como o universo está em expansão, a luz emitida por esses corpos celestes chega até nós com frequência menor do que realmente possuem na origem; e em termos de luz, na escala do visível, o vermelho possui menor frequência, e o azul, maior. Logo, corpos celestes se afastando de nós, possuem desvio para o vermelho. Esse desvio pode ser medido por análise do espectro da luz recebida (que indica as frequências que compõem a luz). Pela lei de Hubble, quanto mais distantes de nós, tão mais rapidamente os corpos se afastam – é uma lei proporcional (descrita por uma reta).
Bem, como já comentamos no blog antes (vide textos “Poeira das estrelas” e “Poeira das estrelas - imagens (2)”), as supernovas (e também os buracos negros) são resultado de mortes violentas de estrelas; no caso, estrelas muito massivas. As supernovas são explosões violentíssimas, e estão entre os fenômenos mais cataclísmicos do universo! Durante sua explosão, uma supernova (decorrente da morte de uma única estrela), pode chegar a brilhar tanto quanto uma galáxia – a galáxia que a abriga, por exemplo! Fantástico, não!?
Pois bem, por esse motivo, as supernovas são tidas como verdadeiros “faróis” no universo, pois podem ser avistadas a distâncias enormes (bilhões de anos-luz!). Logo, por serem fenômenos muito distantes, são também muito antigos – pois a luz levou bilhões de anos para chegar até nós. Então, observações de supernovas distantes podem nos dar uma boa medida de como a expansão do universo era a bilhões de anos atrás. Aí está a questão: os cientistas observaram que a expansão cósmica era mais lenta num passado bem remoto do universo... Logo, a expansão está mais rápida agora, ou seja: o universo está em expansão acelerada.
Algo interessante sobre a energia escura é que ela pode corresponder à constante cosmológica que Einstein havia proposto, inicialmente, em sua teoria da Relatividade Geral. Lembram no texto que eu publiquei sobre o Pe. Lemaître, SJ, que eu expliquei que Einstein havia proposto uma suposta força de ação repulsiva, para contrabalançar a gravidade, a fim de evitar um colapso do universo? Pois bem, quando Hubble mostrou, por observação que o universo estava mesmo em expansão, Einstein reconheceu o trabalho do Pe. Lemaître, SJ (e o de Friedman; vide texto citado acima), em que a expansão seria consequência do Big Bang; e admitiu que sua constante cosmológica havia sido um equívoco. Agora, com a observação da (aparente; vide explicação no parágrafo seguinte para o “aparente”) expansão acelerada do universo, parece que a constante cosmológica voltou à cena, porém com o nome de energia escura; em todo caso, conceitualmente semelhante: uma espécie de força gravitacional repulsiva.
Há uma explicação alternativa para os resultados dessas medidas. O universo, em grandes escalas (escalas de aglomerados de galáxias), tem o aspecto de uma grande “teia”, onde os elementos dessa teia são as galáxias, “unidas” pelo efeito gravitacional entre elas (aí também há o efeito da matéria escura). Essa teia define, então, regiões com maior concentração de massa, e outras regiões que são grandes vazios, entre os aglomerados de galáxias (como que “bolhas” ente os “fios” da teia). Logo, é razoável supor que o universo esteja se expandindo de forma diferente, nessas regiões: de forma mais lenta nas regiões mais densas, devido à gravidade entre as galáxias; e de forma mais rápida nas regiões mais vazias. Se nós estivermos situados em uma dessas regiões mais vazias, teremos a impressão de que o universo estaria se expandindo de forma acelerada (de fato estaria, na nossa bolha), o que não significa que o universo, como um todo, esteja em expansão acelerada... Vejam imagem sobre a estrutura do universo em larga escala, com os aglomerados de galáxias.
Imagem (simulação) da estrutura do universo em larga escala (com os aglomerados de galáxias); é possível que, nos espaços vazios – as bolhas –, o universo esteja se expandindo de forma acelerada; porém de forma desacelerada nas teias.
Bem, confesso que a ideia da expansão acelerada e do Big Rip sempre me incomodou... Mas fiquei mais em paz ao ler o texto do Pe. José Funes, SJ, em que ele comenta sobre esse possível fim escuro e frio para o universo – caso a teoria esteja realmente correta, como ele mesmo frisa. Mas independentemente do que diz a ciência sobre o destino do universo, nós conjugamos ciência com fé. E a fé, pela Revelação Divina, a partir das Sagradas Escrituras, nos garante que, no último dia (na Segunda Vinda de Cristo, quando haverá o Juízo Final), Deus transformará a nós e a toda a criação; não será o fim, mas teremos novos céus e nova terra (vide a série de textos “Fim do Mundo...?” e “Novos Céus e Nova Terra”, cujos primeiros podem ser acessados aqui e aqui, respectivamente). Não sabemos como será; mas sabemos que ocorrerá! Pois é digno de toda confiança e credibilidade Aquele que diz! Não é qualquer um que diz que haverá novos céus e nova terra; é o próprio Senhor! Então, para nós, tanto faz se teremos Big Crunch, Big Rip, ou se o universo continuará se expandindo de outra forma, ou o que for. Nosso coração, e todo o nosso ser, se aquieta com a Palavra de Deus, que nos consola e dá um sentido último a tudo!
Espero que tenham gostado! Até a próxima, com a graça e a paz de Deus!


1. Foto obtida do site: http://hubblesite.org; crédito de STScI, em contrato com a NASA.

sábado, 15 de dezembro de 2012

Fim do Mundo...? (3)


Amigos,

Uma notícia muito interessante foi publicada no dia 12 último: um artigo do Pe. José Gabriel Funes, SJ, diretor do Observatório do Vaticano – já citado nesse blog outras vezes – comentando sobre a falsa profecia sobre o fim do mundo, do calendário maia.

Já comentei sobre isso antes aqui no blog, a começar pelo texto “Fim do Mundo...?”, com continuação nos textos “Novos Céus e Nova Terra” e “Novos Céus e Nova Terra (2)”. Há também um comentário sobre pessoas apavoradas, no texto “Fim do Mundo... (2)”, e um texto falando sobre a morte do ponto de vista cristão.

Em seu artigo, Pe. José Funes, SJ, refuta (obviamente) a tal falsa profecia sobre o calendário maia e o fim do mundo. Espalharam nos meios de comunicação uma suposta (e falsa) notícia de que haveria um alinhamento dos planetas de nosso Sistema Solar e do Sol com o centro da Via Láctea (a galáxia em que habitamos), e também que os polos do campo magnético da Terra se inverteria... Ele diz que nem vale a pena debater os (evidentemente falsos) fundamentos científicos de tais coisas... Ele explica também que os maias eram até avançados em matéria de observação astronômica, porém se baseavam em falsas premissas, como a de que o tempo obedeceria a um suposto ciclo.

Pe. Funes, SJ, comenta sobre aquilo que a ciência diz sobre o início e o fim do mundo, e sobre os questionamentos que nós nos fazemos, do tipo: “De onde viemos?” e “Para onde iremos?”, e que atravessam milênios. A respeito de como o mundo poderia acabar, ele comenta sobre aquilo que a ciência tem hoje de mais recente, que é a teoria que explica que o universo está em expansão cósmica desde o Big Bang; expansão essa que descobriu-se ser acelerada pela energia escura (algo ainda desconhecido), que acarretaria uma expansão cada vez maior no universo, até que ele terminaria como que se rasgando, ao fim (essa possibilidade é conhecida como Big Rip)... Aliás, Pe. Funes, SJ, comenta que – segundo especulações de algus cosmólogos – isso poderia ocorrer até mesmo em momentos diferentes, para diferentes partes do universo.

Aqui faço uma observação sobre essa questão da expansão acelerada do universo, e da energia escura; assuntos aos quais poderemos, quem sabe, retornar nesse blog. Trata-se de algo muito novo na ciência, e que nos causa certa estupefação, dado o destino trágico e escuro previsto pela teoria atual  caso ela esteja correta, conforme o próprio Pe. Funes, SJ, observa, em seu texto.

Porém, algo muito importante que ele comenta, e que eu faço questão de destacar, é o sentido cristão que nós temos sobre o fim dos tempos. A Palavra de Deus garante que haverá novos céus e nova terra, onde o próprio Senhor restaurará a todos e a toda a criação. Logo, não nos apavora um suposto fim do mundo, seja como for que isso ocorra. Aliás, lembremos que a Palavra fala, de fato, em uma transformação do mundo, não no fim de tudo. Nossa fé no Senhor, pela Sua Revelação, nos indica que, um dia, todo o mal, o pecado, a morte, terão um fim; seremos restaurados a fim de habitarmos com o Senhor para sempre. O Senhor acabará para sempre com a morte, e enxugará toda lágrima (cf. Ap 21,3-5 e Is 25,8-9).

Logo, para nós, o último dia fala de esperança, não de medo. Precisamos, entretanto, nos preparar para esse encontro definitivo com o Senhor.

Vejam como é bom a gente procurar informação e formação em assuntos tão importantes para nossa fé! Como é bom a gente buscar, em particular, se formar na fé, a fim de acatar o que é ensinamento da parte de Deus e da Igreja, descartando o que não é. Da mesma forma, como é importante a gente se manter informado sobre o que ocorre na ciência, a fim de evitarmos o (equivocado) fideísmo, que rejeitaria a ciência em nome de uma suposta fé mais sentimental. Vejam que Pe. Funes, SJ, não nega aquilo que a ciência diz sobre o destino do universo; ele, entretanto, acrescenta a essa informação, aquilo que diz nossa fé, que transcende as explicações científicas, nos alimentando de esperança na vida eterna.

Seguem as notícias sobre o artigo do Pe. José Funes, SJ: notícia em uma agência de notícia católica; notícia no site do Observatório do Vaticano, com links para os textos: link para o texto original (em italiano), publicado no l’Osservatore Romano, e para um texto em inglês baseado nesse último; e texto em francês, também no l’Osservatore Romano. Infelizmente, no l’Osservatore Romano os textos estão publicados apenas em italiano e em francês; não sei se serão traduzidos para os outros idiomas disponíveis em seu site, posteriormente.

Boa leitura, boa reflexão, e até a próxima, com a graça de Deus!

Nas redes sociais (2)


Amigos,

Em um texto anterior, eu divulguei a página do blog no facebook: https://www.facebook.com/blogcienciaefe, onde cada novo artigo do blog é também compartilhado.

Os artigos do blog também são divulgados no twitter. Enquanto ainda não há um perfil específico para divulgar o blog, o faço através de minha conta pessoal: http://twitter.com/CAlexandreJ.

Boa navegação!

domingo, 9 de dezembro de 2012

Nas redes sociais

Amigos,
 
Quem quiser, pode seguir também o blog "Ciência e Fé" através do facebook, na página: http://www.facebook.com/blogcienciaefe. Cada novo texto publicado no blog, eu divulgo também nessa página do facebook.

Um detalhe: no texto anterior, em que eu comentei que iria compartilhar novamente textos antigos e novos, em sequência e por tema, vale ressaltar que os compartilhamentos estão ocorrendo nas redes sociais; em particular, na página do blog no facebook (link no primeiro parágrafo, acima). Estou simplesmente usando a funcionalidade do blog de compartilhar os textos, já publicados, em outros veículos de divulgação; não estou republicando os textos aqui mesmo no blog, para evitar repetição... Logo, convido vocês a acessar a página do blog no facebook, para ver os compartilhamentos mais recentes, nas sequências por temas.

Quem preferir, também pode acessar os textos diretamente no blog, buscando pelos marcadores correspondentes. Nas redes sociais, eu escolhi compartilhar novamente os textos, começando pelo marcador "Sacerdote cientista". Mas fiquem à vontade para navegar pelo blog, conforme os temas de interesse de vocês!
 
Curtam, comentem, compartilhem, enviem para seus amigos!
 

sábado, 8 de dezembro de 2012

Divulgação (2)


Amigos,

Já faz quase um ano e meio que escrevo nesse blog... e já passam de 100 textos escritos! Quem conhece o blog desde o início, pode ter conseguido acompanhar os textos ao longo do tempo, conforme eu fui publicando. Mas imagino que as pessoas que o conhecem há menos tempo, talvez não tenham tido a oportunidade de ler os textos mais antigos, já que são tantos! Especialmente em 2012, eu disparei na escrita, e já são quase 100 textos somente nesse ano! Bem mais que no ano passado, em que eu fiquei algum tempo sem publicar.

Logo, a fim de divulgar melhor o que já foi escrito, pretendo compartilhar novamente alguns textos mais antigos nas redes sociais, intercalados com textos mais novos, de acordo com temas; por exemplo: “Sacerdote cientista”, “Fé e Razão”, “Bioética”, e assim por diante. Também será uma forma de organizar melhor as ideias, e acessar esses textos em uma sequência, onde estarão agrupados por tema, a despeito das diferentes datas em que foram publicados.

Por falar no tema “Sacerdote cientista”, esse marcador (tag) foi modificado; antes era “Padre cientista”. Porém, alguns deles chegaram ao episcopado; logo, passaram a exercer seu sacerdócio como bispos, não mais como padres. Esse marcador reflete melhor a realidade, agora.

Bem, pretendo começar por esse marcador mesmo: “Sacerdote cientista”! Serve também para já ir desmistificando a suposta (e equivocada) oposição entre ciência e fé: afinal, houve e há cientistas no clero!

Bem, bom proveito para todos vocês, caros leitores!

Divulgação


Amigos, hoje também os leitores andaram acessando bastante! Bom sinal! Esse é o objetivo, divulgar bem o blog "Ciência e Fé", de modo que cada vez mais pessoas tenham acesso a esse tema tão fascinante!

Aqueles que já conhecem o blog, gostam e costumam "navegar" por aqui, seria interessante que divulgassem também entre os seus amigos, o que acham?

Boa "navegação" a todos vocês!

Doutrinação (4)


Amigos,

Continuando nossa conversa sobre certas “doutrinações” que ocorrem por aí, retornemos agora ao tema sobre ateísmo, socialismo e comunismo. O assunto sobre as “doutrinações” originou a série de textos denominados “Doutrinação” (1, 2, 3... cujo primeiro pode ser acessado aqui). Já o tema sobre o qual trato agora, já originou também outra série de textos nesse blog, denominados “Ateísmo, racionalismo, socialismo e comunismo” (cujo primeiro pode ser acessado aqui).

Essa “doutrinação” trata-se de outra erva daninha que se multiplicava (e não sei se ainda se multiplica) especialmente nas escolas, mais uma vez atentando contra aqueles mais frágeis, em processo de formação para a vida: crianças e adolescentes. Conforme eu comentara anteriormente, o ambiente escolar deveria existir para formar pessoas, não para (de)formar. Mas quem é da minha geração, aproximadamente, deve se lembrar de ter sido “massacrado” com essa “doutrinação” para o socialismo e o comunismo, especialmente por parte de professores das matérias ligadas a estudos sociais. Minha infância foi nos anos 70, e minha adolescência, nos anos 80. Nessa época, esses famigerados regimes político-sociais nos eram apresentados como se fossem a solução para confrontar o capitalismo selvagem, e também a ditadura militar em que nós vivíamos; alguns professores até se referiam ao comunismo como uma utopia (sic), onde tudo seria comum a todos, com justa divisão de bens, etc... Como se esse regime fosse um ideal a ser buscado pela humanidade.

Acho que aqui nos países da América Latina, em particular, essa “doutrinação” pelo socialismo e pelo comunismo ganhou um destaque especial justamente por causa das ditaduras militares vigentes em nossos países, à época. Claro que a maior parte da população não concordava com a opressão e a violência exercida por esses regimes ditatoriais... Então, “pairava no ar” como que uma fantasia de que o socialismo e o comunismo seriam regimes que poderiam se opor às ditaduras vigentes, como se fossem algo que libertaria o povo das mesmas.

Só tem um detalhe: ninguém comentava que os regimes socialistas e comunistas, nos países em que foram implantados, TAMBÉM ERAM REGIMES DITATORIAIS! Esses famigerados regimes também foram estabelecidos de forma arbitrária em seus países, mesmo através de golpes! E eram impostos à população dos países pelos respectivos ditadores! E quem da população fizesse oposição, TAMBÉM ERA PERSEGUIDO, PRESO, TORTURADO E EXTERMINADO!! O EXTERMÍNIO EM ALGUNS PAÍSES COMUNISTAS OCORRIA EM CAMPOS DE CONCENTRAÇÃO!!!! Sim!! Campos de concentração!! Quem se lembra de algum professor de estudos sociais ter dito isso nas salas de aula? Eu nunca ouvi falar! Mas trata-se de fatos históricos. Esses regimes dizimaram muitas dezenas de milhões de pessoas! Tanto ou mais que o não menos famigerado regime nazista!! Quem aprendeu isso nas escolas no Brasil, nos anos 60, 70 ou 80?

Logo – como eu também já havia comentado anteriormente – nossos valores morais, pela vida, pelo respeito às pessoas, não nos devem permitir JAMAIS CONCORDAR OU COMPACTUAR COM TAIS IDEOLOGIAS! Ou será que alguém seria capaz de assinar embaixo de todos os milhões de assassinatos que ocorreram na história, em nome desses malditos regimes político-sociais? Quem quer assinar embaixo? Será que alguém quer discordar de alguns tipos de ditaduras, e apoiar outros?

Vemos, vez por outra, a população bajulando e quase “endeusando” certas personalidades públicas que sempre se declararam ateus, socialistas, comunistas, ou marxistas, entre tantas outras denominações. Socialismo e comunismo são ideologias ateístas, em sua raiz. Logo, não é de se estranhar que tenham provocado tanto massacres e afrontas à vida humana. A impressão que me dá é que as pessoas não pensam... São levadas pelas opiniões de massa. Diz-se por aí: “Fulano é uma sumidade intelectual! Fulano é um gênio!” E todos vão atrás a concordar, sem o menor questionamento. “Fulano é tido como uma grande personalidade” – mesmo tendo sempre se manifestado favorável a esses famigerados regimes citados nesse texto, que tanto atentaram contra a vida humana –, todos concordam que seja uma grande personalidade! E ai de quem disser o contrário! Está arriscado a ser “massacrado” com todo tipo de críticas, quase “apedrejado em praça pública”, por discordar que fulano seja uma sumidade, um gênio! Gênio de que? Do ateísmo? Do comunismo (=regime assassino)? E há aí alguma coisa que preste para ser exaltada?

Está na hora de as pessoas terem a coragem de refletir honestamente, e manifestarem sua opinião, ao invés de se acomodarem e concordarem, quase sob pressão, com a opinião da maioria. Se alguém vier me dizer: “Fulano é um gênio!” Eu respondo: “Gênio de araque!”.

Gênios e sumidades intelectuais são bem-vindos, desde que usem seus talentos para o bem. Precisamos de santos! Pessoas que amem a Deus e ao próximo como a si mesmos! Esses sim, os santos que nós conhecemos, foram grandes personalidades na história! Suas vidas falam de forma eloquente sobre o que é o amor, a fraternidade!

Divisão justa de bens? Nós temos nas Sagradas Escrituras exemplos de como os primeiros cristãos colocavam tudo em comum, porém na liberdade, no amor; e temos ainda hoje esse exemplo nas congregações religiosas, onde as pessoas ingressam livremente, em um amor-doação – aliás, amor é doação –, colocando não somente seus bens, mas suas vidas, a serviço do bem de todos. E mesmo os que não seguem essa doação total, mas constituem família e possuem propriedade privada (que é o caso da maioria, e propriedade privada é um direito legítimo!), podemos ter o exemplo de pessoas que têm seus bens, porém cuidam para não “endeusa-los”; para não busca-los injustamente e a qualquer custo; e que não são avarentos, porém são capazes de colocar seus dons a serviço do bem e dos necessitados. Mas tudo isso com princípio nobres valores, valores cristãos, por amor fraterno; não com base em ideologias ateístas e que tantos crimes promoveram ao longo da história.

Bem, acho que por ora é só. Até a próxima!

terça-feira, 4 de dezembro de 2012

Nossa Mente Sempre em Atividade


Amigos,

Ontem li um texto muito interessante na revista Scientific American Mind, sobre o qual reflito aqui com vocês. Abrindo um parênteses, aqui no Brasil as revistas da Scientific American são editadas em português; e há uma que se chama Mente e Cérebro – que imagino seja a nossa versão da Scientific American Mind.

Bem, retornando ao assunto. Sabemos que há grupos de pessoas que partilham da ideia de que nós poderíamos, por meio de certos treinamentos, como que “esvaziar a mente”; ou seja: “não pensar em absolutamente coisa alguma”: simplesmente “dar um branco geral na mente”, através de certos tipos de meditação, etc...

Essas filosofias que falam nesses tipos de meditação não estão de acordo com nossa fé católica. Nós temos nossa própria forma de meditar, que está relacionada a “oração”; não a “esvaziar a mente”, ou coisa assim. Cada um tem suas crenças, obviamente. Mas, em todo caso... soa estranho... “Esvaziar a mente?” “Não pensar em nada?” Sabemos que nosso cérebro está em constante funcionamento, processando informações, mesmo durante o sono, ou quando a pessoa está inconsciente por outro motivo; o que é comprovado inclusive por meio de exames, como eletroencefalografia.

Bem, o texto que acessei é uma resposta de um professor de neurologia e ciências cognitivas da Escola de Medicina da Universidade de Johns Hopkins, a uma pergunta feita por alguém: “Por que é impossível parar de pensar, tornar a mente um completo ‘branco’?”.

Interessante como o cientista atesta que nossa mente não para. Ainda que isso pareça óbvio, parece que não o é sempre, para algumas pessoas. O cientista responde do ponto meramente científico, ou seja, sem quaisquer elementos filosóficos ou de cunho religioso. Mas por isso mesmo é interessante sua resposta! Trata-se de uma resposta neutra de um cientista. E atesta que nossa mente está sempre processando informações que nos chegam.

Sem necessariamente compartilhar de sua opinião completa acerca da evolução (até porque ele não entra em detalhes sobre isso no referido texto), ele comenta sobre o aspecto evolutivo, onde nossos antepassados podem muitas vezes ter passado por situações de perigo, onde precisavam estar sempre alertas, e tomar decisões rápidas, do que dependeria sua vida. Hoje não temos que nos defender de feras por aí à espreita, mas ele argumenta que ainda precisamos estar atentos a riscos e oportunidades de outros tipos, do nosso tempo.

Bem... para nós, que partilhamos do interesse pelo diálogo entre ciência e fé, que importante é associar um argumento científico ao religioso que já possuímos, para entender questões acerca do funcionamento de nossa mente. Logo, “esvaziar a mente”; “ficar sem pensar em nada”...? Esqueçamos: nem sob o aspecto científico, nem da fé. Cérebro sem atividade, só mesmo na morte...

Segue o link do texto (em inglês) na “Scientific American Mind”.

Para informar mais o aspecto da nossa fé em assunto relacionado a esse, segue um link para um texto de Dom Estêvão Bettencourt, OSB, disponibilizado por Felipe Aquino, que fala sobre yoga (e, nesse contexto, também sobre meditações e “esvaziamento da mente”).

Até a próxima!

segunda-feira, 3 de dezembro de 2012

Marco importante!


Amigos,

Ontem mesmo escrevi mais um texto, pouco antes de dormir, e logo me dei conta de que o blog atingiu um marco importante: já passa de cem textos! Quando lembro do início do blog em agosto de 2011... Fico espantado de ver que já chegamos (e passamos!) da centésima mensagem, em menos de um ano e meio.

Bem, por tudo isso, damos graças a Deus, que nos chama e nos sustenta com os dons que Ele mesmo nos concede. Em agosto último, eu já tinha comentado algo semelhante, por ocasião do primeiro aniversário do blog. Graças a Deus pelo gosto pelas ciências; pelo retorno à Igreja; e por conseguir, hoje, conjugar ciência/razão com a fé. Graças a Deus também por ter despertado em mim esse desejo de partilhar esse interesse pelo diálogo entre ciência e fé; algo que é tão belo na busca pela Verdade, mas infelizmente tão pouco divulgado – quando não é deliberadamente omitido ou (injustamente) negado.

Bem, quero dividir essas alegrias com todos vocês que têm me acompanhado nessa jornada – aqueles que têm visitado diretamente o blog, e aqueles que curtem a página do blog no facebook, recebendo avisos sempre dos últimos textos publicados. E já que vocês gostaram do blog, e acham importante o tema, aproveitem para divulga-lo, seja comentando os textos, compartilhando, curtindo, ou indicando-o a outras pessoas!

Até a próxima, com a graça de Deus!

domingo, 2 de dezembro de 2012

Fim do Mundo...? (2)


Amigos,

Lamentável... Vi essa semana que passou, notícia sobre pessoas que estão de fato preocupadas com o suposto fim do mundo do tal famigerado calendário maia... Lamentável o grau de alienação a que certas pessoas chegam, para levarem a sério tal loucura. Mas o que me deixou realmente triste, foi o fato de que a NASA vinha recebendo perguntas de crianças e jovens perguntando sobre o possível fim do mundo nesse ano de 2012; trata-se de crianças e jovens assustados, que dizem não conseguir comer ou dormir, alguns pensando até em suicídio... Pior de tudo: alguns pais também apavorados, pensando em matar os próprios filhos, antes do tal “fim do mundo”... Que loucura!

Isso me fez lembrar de certos fatos já ocorridos, com pessoas que se deixaram levar por seitas fanáticas, através de algum tipo de lavagem cerebral, ou coisa parecida, e que cometeram (ou estavam para cometer) suicídio, coletivamente.

A NASA teve que se pronunciar a respeito, desmentindo a falsa “profecia” de fim de mundo. Seguem links das notícias: aqui, e aqui também.

A sociedade já não pode tolerar mais esse tipo de coisa; sabemos onde tudo isso pode levar: a grandes tragédias. Fanatismo nunca foi coisa que prestasse, em nenhuma hipótese.

Remédio para tudo isso? Ciência e fé! Principalmente fé! Sim, porque esses boatos não têm sequer respaldo científico! Muito menos da fé! Se a Boa Nova do Evangelho chegasse a cada um, e fosse acolhida por cada um com docilidade, saberiam que o próprio Cristo disse aos seus discípulos:

Mc 13,32: “Quanto àquele dia e hora, ninguém sabe, nem os anjos do céu, nem o Filho, mas somente o Pai”.

Logo, se o próprio Filho (Cristo) não sabe quando será o último dia (por ocasião de Sua Segunda Vinda e do Juízo Final) não é um calendário qualquer por aí que irá prever quando nossa peregrinação terrena chegará ao fim...

Se não fosse pelas ideias loucas de crianças e jovens querendo se matar; e pior ainda, de pais querendo matar os filhos; provavelmente eu nem daria importância a notícias de gente apavorada com o suposto fim do mundo. Mas quando as pessoas perdem o juízo, e quando a coisa envolve crianças e jovens... Aí a gente acaba se manifestando.