segunda-feira, 31 de março de 2014

Descoberta das ondas gravitacionais e a Teoria do Big Bang

Caros,

Quem tem acompanhado as notícias nos meios científicos, e de divulgação científica, já deve ter lido algo sobre a grande notícia recente (de 17/03 último), sobre a descoberta das ondas gravitacionais. Mas o que são ondas gravitacionais...? E o que isso tudo tem a ver com nosso interesse, em relação à fé – ou ao diálogo entre ciência e fé...?

Vejamos. Quem acompanha este Blog, deve ter lido já textos em que eu comento sobre a teoria do Big Bang, sua relação com a fé, criação, e sobre o Pe. Georges Lemaître, SJ, que propôs esta teoria na década de 1920. As ideias que deram origem à teoria do Big Bang foram propostas independentemente por dois cientistas: Aleksandr Friedman, um matemático russo, e Pe. Georges Lemaître, SJ, um padre belga, também cientista; sendo que este último insistiu contra a resistência inicial de Albert Einstein, e desenvolveu a ideia, fornecendo uma interpretação física para a solução das equações da então recente teoria da Relatividade Geral, proposta por Einstein poucos anos antes. A interpretação era a de que o universo estaria em expansão; logo, retrocedendo no tempo, chegaríamos a um instante inicial onde o universo teve início, uma singularidade – estado no qual toda a matéria e energia do universo (e também o espaço e o tempo!) estariam comprimidas em uma região ínfima (com volume tendendo a zero, densidade e temperatura tendendo a infinito)!

Toda a comunidade científica da época acreditava em um universo estacionário – ou seja, que não variava com o tempo (nem se expandindo, nem se contraindo) –, e eterno... Após a observação de Edwin Hubble em 1929, que comprovou que as galáxias estavam se afastando umas das outras, ficou confirmado que o universo estava em expansão... o Pe. Lemaître, SJ, estava correto! Einstein foi capaz de reconhecer isso.

Na década de 1960, foi observado também que o universo é permeado por uma Radiação Cósmica de Fundo de Microondas (RCFM), exatamente conforme previsto pela teoria do Big Bang! Logo após esta descoberta, o Pe. Lemaître, SJ, faleceu... Para maiores detalhes, sugiro uma lida no texto do Blog, “Pe. Georges Lemaître, SJ”.

Mas como surgiu esta radiação? Cerca de 380 mil anos após o Big Bang, a luz – que até então estava “presa” entre as partículas de matéria ionizada – passou a se propagar por todo universo; isso deve-se ao fato de que as partículas eletricamente carregadas passaram a unir-se em átomos neutros, deixando de interferir na luz. Devido à expansão do universo desde então, o comprimento desta luz dilatou-se, encontrando-se hoje na faixa de microondas. Esta RCFM foi medida anos depois em diferentes experimentos, que forneceram cada vez maiores detalhes acerca dela.

A teoria da Relatividade Geral explica a gravitação como distorções ou curvaturas no “tecido” do espaço-tempo, devido à presença de matéria; e prevê, da mesma forma, a existência de ondas gravitacionais – ondulações no espaço-tempo. Estas seriam semelhantes às ondulações que vemos na superfície de um lago, devido à queda de uma pedra (ou qualquer corpo). A existência de ondas gravitacionais prevê também que as órbitas de corpos celestes em torno de outros mais massivos (planetas em torno de estrelas, por exemplo), percam energia, com o passar do tempo, devido à emissão das ondas gravitacionais. Entretanto, por serem muito fracas, as ondas gravitacionais ainda não haviam sido detectadas diretamente. A única evidência era esta perda de energia, com a consequente modificação das órbitas, que fora verificada em pares de corpos muito massivos girando em torno uns dos outros.

Bem, indo agora direto ao assunto, cientistas observaram recentemente sinais das ondas gravitacionais “impressos” na RCFM. Como assim? A teoria prevê que as ondas gravitacionais ocorridas nos primeiros instantes do universo (antes de 10-32 s!), deveriam ter deixado sinais na RCFM, que surgiu depois; e tais sinais foram observados, da forma como haviam sido previstos! Interessante é que as observações mais antigas que podíamos ter até então, eram a partir dos 380 mil anos, quando surgiu a RCFM. As observações atuais, entretanto, referem-se aos instantes iniciais do universo, uma vez que as “marcas” das ondas gravitacionais destes instantes foram deixadas posteriormente na RCFM. Agora podemos “ver” o que aconteceu nos instantes iniciais do universo! A imagem a seguir ilustra o que foi comentado.


History of the Universe, de Yinweichen, de 27/03/2014.1

Ressalto que, para nós, a teoria do Big Bang nada tem de errado em relação à nossa fé; pelo contrário, ela fala de um instante inicial – que, para nós, é o momento da criação. A descrição científica e a narrativa Bíblica não interferem uma na outra; a primeira, nos fala de como o mundo teve início, enquanto a última nos revela verdades de fé – não visam ser descrições científicas da criação. Para nós, o que quer que a ciência diga, nossa fé continua a mesma – pois o que a ciência diz restringe-se a seu próprio campo de estudo, não o da fé. Mas como é bom ver uma notícia assim! Mais uma evidência do Big Bang!

Não esqueçamos: conjugamos ciência com fé; Deus é o criador de todas as coisas! E guia o homem nas descobertas das maravilhas de Sua obra! Cabe ao homem ter a humildade para reconhecer isto, e buscar sinceramente a verdade!


1 Vide mais informações sobre a imagem no seguinte link. Ressalto que seu uso não significa que autor endosse o meu texto.

Destino do homem: a possibilidade real da condenação eterna

Caros,

Li há alguns dias um trecho do pronunciamento do Papa sobre os mafiosos, em que ele diz: “Convertam-se: ainda é tempo para não terminar no inferno. É o que os espera se continuarem por este caminho”. É uma expressão bem dura, não é? O Papa disse claramente que o inferno é o que os aguarda, se não se converterem... Entretanto, apesar da dureza de sua palavra, todos nós podemos aproveitá-la para reflexão; ainda mais no tempo da Quaresma.

Sabem o que me inspirou a comentar sobre isso no blog? Duas coisas, basicamente: (1) A questão sobre o fim de todos nós: para onde iremos após o fim de nossa peregrinação terrena...? Em nossa fé, sabemos que não termina tudo por aqui...; (2) A questão acerca da busca pela verdade – tema tão caro à nossa reflexão neste blog, conforme vocês bem já sabem; nem vou citar novamente a frase do Beato João Paulo II em sua Carta Encíclica Fides et Ratio... acho que vocês já devem ter na memória, senão com as palavras exatas, ao menos o seu conteúdo.

Quanto à primeira questão, já comentei antes no blog sobre o fim de nossas vidas – nos textos “Morte Cristã: textos esclarecedores”, Fim do Mundo...?”, “Novos Céus e Nova Terra” e “Novos Céus e Nova Terra (2)”. Como disse, em nossa fé, sabemos que não termina tudo por aqui, e que deveremos prestar contas a Deus sobre o que aqui fizemos. A possibilidade da condenação eterna – ou inferno – é uma realidade que nossa fé atesta. Não é algo agradável, em princípio, ouvir falar sobre essa realidade... acabamos nos assustando; mas não adianta também “empurrar para baixo do tapete”, fingindo que não existe. Há passagens Bíblicas que atestam a realidade do inferno; assim como o Catecismo da Igreja Católica também fala sobre a possibilidade da condenação eterna. Logo, não adianta fugir; antes, devemos buscar sempre a conversão, e fugir das ocasiões de pecado, em particular, para não cair em pecado mortal... (vide Catecismo a respeito de morrer em pecado mortal... assusta, mas vale a pena ler).

Me lembrei de um ex-professor que, ao tentar nos acalmar no início da nossa pós, sobre a dificuldade das disciplinas que teríamos que cursar, disse: “No fim todo mundo passa...”. Um aluno que já tinha cursado as matérias, riu, quando eu lhe contei isso, e disse: “Não é bem assim...”. De fato, podemos dizer que, nos estudos, um aluno pode levar o curso de qualquer jeito, sem esforço, sem dedicação a fazer o que é certo (no caso, estudar), e achar que no fim todo mundo passa...? Isso faz sentido...? É verdade...? Por experiência, sabemos que não é verdade, claro! Mesmo quem nunca ficou reprovado, já viu colegas serem reprovados...

Mal comparando... quem acharia que dá para viver de qualquer maneira, e que no fim todo mundo se salva...? Claro que há a chance de conversão, mesmo no fim da vida! Mas ninguém sabe quando esse momento vai chegar... Logo, o mais sensato é manter-se em conversão, “fazendo o que é certo”, “se esforçando” para melhorar. A gente vê alguns por aí com essa mentalidade, como se a misericórdia Divina fosse “carta branca” para cada um aprontar todas, achando que, no fim, não vai dar em nada... Claro que Deus é misericórdia! Mas isso não significa que possamos “brincar” com Ele... levando a vida de qualquer jeito, arriscando a todo tempo a própria salvação, achando que Ele irá salvá-lo no último momento (como se a condenação eterna não fosse uma possibilidade real...); Ele pode salvar sim, mas se a pessoa não quiser, pode ir parar no inferno! A condenação eterna é uma possibilidade real, se uma pessoa não se cuidar, pode ser condenada sim.

Logo, para quem acha por aí que este novo Papa é mais “aberto”, “flexível” (e na cabeça dessa gente isso significa ser “bonachão”...), engano total... A gente vê a imprensa distorcer sua fala, insinuando por aí, por exemplo, que ele seria favorável à prática do homossexualismo... Ele nunca disse isso! Disse sim que, se um gay dissesse que quer seguir Jesus, quem seria ele para rejeitá-lo...? Mas disse também que a prática homossexual é pecado (essa parte, essa imprensa tendenciosa não esclarece...).

Nesse atual pronunciamento, o Papa deixa claro que uma pessoa pode ir parar no inferno sim, se não se converter e deixar sua vida de crime (que é o caso das pessoas a quem ele se referiu)! Quero ver a imprensa não católica alardear isso... ou seria duro demais para alardear...? Vai desfazer a imagem distorcida de “bonachão”, que eles querem colocar no Papa...

Aqui já esclarecemos também a segunda questão: dizer a verdade, doa a quem doer. Não adianta ser “suave”, para querer conquistar as pessoas; quando não se alerta sobre aquilo que é realidade, verdade, em nossa fé. A verdade, por mais que seja dura, é necessária. O Papa está alertando; melhor alertar com palavras duras e verdadeiras, a usar uma fala mansa, ocultando ou disfarçando a verdade... assim, ninguém se converte... porque, “no fim, todo mundo se salva...” (sic). Se ele não alertar, poderá ter que prestar contas disso; mas se ele alerta com a verdade, já fez a sua parte. Quem não quiser ouvir... aí, é com cada um...

Amigos: devemos buscar a verdade, sempre! Não nos contentemos com menos do que isso!


Até a próxima! Boa Quaresma! Boa conversão a nós!

terça-feira, 4 de março de 2014

Eutanásia infantil: mais um crime bárbaro aprovado!

Caros,

Temos acompanhado, nos últimos dias, notícias (aqui e aqui também) sobre uma famigerada lei para legalizar a eutanásia infantil, na Bélgica, sem limite de idade. Nossa esperança era a de que o rei não a sancionaria; mas, desgraçadamente, a última notícia publicada (em espanhol), mostra que ele a aprovou...

Há pouco tempo também, vimos uma notícia em que o Papa Francisco alertava sobre o dever moral de zelarmos pela vida, em todos os seus estágios, especialmente os mais frágeis; “(...)do ventre materno até o seu fim nesta terra”. Agora, contrastando, temos aquelas notícias tão horrendas, sobre o que se passa na Bélgica.

Parece que, não satisfeitos em promover o aborto e a eutanásia de adultos, agora querem eliminar também crianças, por meio desta barbárie que é a eutanásia infantil. Este crime não é novidade, conforme podemos constatar nas notícias; mas agora não há limite de idade; e, digamos a verdade: com ou sem limite de idade, trata-se sempre de algo hediondo.

Já na primeira notícia, vemos que um grupo de médicos, especialmente pediatras, reagiram energicamente à aprovação desta maldita lei. Vemos aqui, que os profissionais gabaritados para lidar com crianças, manifestaram-se veementemente contra a lei! Pouco tempo depois, surgiu outra notícia, de que fora entregue ao rei um documento com 210.800 assinaturas pedindo que não aprovasse a lei; a carta foi entregue por, entre outros, um médico doutor em medicina, especialista em cuidados paliativos e acompanhamentos na morte. Mais uma vez, a manifestação, seja de profissionais gabaritados no assunto, quanto de representantes da sociedade, em geral, contra a aprovação da lei.


Adiantou alguma coisa? Não! O rei, desgraçadamente, aprovou a legalização deste crime hediondo. Vemos se repetir a situação que temos visto em diversos países, onde aqueles que deveriam representar os interesses das populações, não o fazem! Ao contrário, representam seus próprios interesses, ou de terceiros, para a IMPOSIÇÃO destas leis que atentam contra a vida e a moral. Sim, imposição! Não representam seus povos!  Representam a quem, então...? Fica a pergunta no ar... Em parte, já temos a resposta: já sabemos de antemão, que ao diabo eles representam muito bem!

Papa: A importância da família

Caros,

Este texto não é tanto uma reflexão, mas visa à divulgação de notícias recentes da Igreja acerca do tema sobre a família. Já refletimos sobre isso em diversas outras ocasiões; por exemplo, os leitores podem acessar os textos do blog, intitulados “A família: marido, mulher e filhos” e “A Sagrada Família, e a importância da família”.

Há pouco tempo, ocorreu no Vaticano o Consistório Extraordinário, em que o Papa Francisco criou novos cardeais, que teve como tema a família. Como pudemos acompanhar em veículos de notícias sobre a Igreja, o Papa reiterou a importância da família para a sociedade, referindo-se à importância da família “(...)para a vida do mundo, para o futuro da humanidade”. Destacou também como a família tem sido maltratada ultimamente; e também sobre como o “(...)Criador abençoou desde o começo o homem e a mulher para que fossem fecundos e se multiplicassem sobre a terra” [grifos meus], e sobre o fato de a família representar no mundo um “(...)reflexo de Deus, Uno e Trino”.

São verdades inegociáveis, mas é sempre bom lembrar. Até porque há essa “onda” por aí de simpatia ao Papa Francisco (por motivos equivocados), como se ele fosse mais flexível (sic) em relação ao seu predecessor, o Papa Emérito Bento XVI; conforme já refletimos anteriormente, em outros textos, há um número de pessoas “iludidas”, que acha que o Papa Francisco vai “abrir” isto ou aquilo na Igreja (referindo-se às suas aberrações quanto à ideologia de gênero, entre outras mazelas...). Pois bem: estas notícias põem por terra esses devaneios; o Papa não irá mudar nada, porque nossa fé não irá mudar, acerca desses temas de moral.

Cito o link para a notícia:
Em outra notícia, anterior, o Papa Francisco fala também da importância da família e da fidelidade matrimonial, e sobre os males que a afligem, no mundo de hoje. Comentou também sobre a importância de uma boa preparação e acompanhamento dos casais na vida matrimonial. Segue o link:


Boa leitura!