Amigos,
Há poucos dias
(25/04/2013), a comunidade científica comemorou os 60 anos da descoberta da
estrutura em dupla hélice do DNA. Em 1953, dois cientistas, Francis Harry
Comptom Crick (ou simplesmente Francis Crick) e James Watson, publicaram um
artigo na revista científica Nature – uma das
mais prestigiosas do mundo, ao lado da Science
–, sobre o modelo por eles proposto para a molécula do DNA. Seu trabalho foi
baseado em experimentos realizados por outros dois cientistas, Maurice Wilkins
e Rosalind Franklin. Mais tarde, em 1962, Francis Crick, James Watson e Maurice
Wilkins receberam o Prêmio Nobel de Fisiologia/Medicina, por sua descoberta; a
essa época, Rosalind Franklin já havia falecido.
Francis Crick,
físico de formação, mudou o foco de seus trabalhos, ao retornar à pesquisa após
a Segunda Guerra Mundial. Trata-se de uma grande descoberta, obviamente. Hoje,
a comunidade científica está bem avançada em pesquisas sobre genética e
biotecnologia. Podemos dizer que a descoberta daqueles cientistas foi um grande
passo para o estágio em que hoje este conhecimento se encontra.
Segue uma imagem
do modelo do DNA construído por Crick e Watson.
Modelo do DNA, construído por Crick e Watson em 1953, e
reconstruído em 1973; National Science Museum of London.
Mas onde eu quero
chegar, exatamente? Atualmente, há outro grande cientista trabalhando em
biotecnologia, que curiosamente também chama-se Francis: trata-se de Francis Collins,
diretor do Projeto Genoma Humano, um
gigantesco projeto que teve como objetivo desvendar o código genético humano. Em
2001, este Projeto chegou à decodificação de 97 % do nosso genoma, percentual
que chega atualmente a 99,99 %! Logo, aproveito o período de comemoração da
descoberta da estrutura em dupla hélice do DNA, para comentar sobre a
convergência entre ciência e fé que encontramos em Francis Collins. Vejamos.
Já estamos acostumados
à falsa oposição que se faz entre ciência e fé, que tanto ouvimos na época da
escola, e com a qual nos deparamos, ainda hoje, nos meios de comunicação. Pois
bem, aqui está a opinião de um grande cientista: Francis Collins. Segue uma
declaração sua:
“(...)Eu acredito que o ateísmo
é a mais irracional das escolhas. Os cientistas ateus, que acreditam apenas na
teoria da evolução e negam todo o resto, sofrem de excesso de confiança. Na visão
desses cientistas, hoje adquirimos tanta sabedoria a respeito da evolução e de
como a vida se formou que simplesmente não precisamos mais de Deus. O que deve ficar claro é que as sociedades necessitam tanto
da religião como da ciência. Elas não são incompatíveis, mas sim
complementares. A ciência investiga o mundo natural. Deus pertence a outra
esfera. Deus está fora do mundo natural. Usar as ferramentas da ciência para
discutir religião é uma atitude imprópria e equivocada. (...)”.
Eu não precisaria
dizer mais nada, não é mesmo?
Bem, amigos, podemos
fazer algumas observações a respeito de ciência e fé: (1) o ateísmo, e não a ciência,
é contrário à fé em Deus; (2) ser cientista nada tem a ver com ser ateu, não
impede ter fé em Deus; (3) da ciência não se tira nenhuma conclusão contra Deus,
uma vez que ciência atua em outra esfera de estudo: desvendar os segredos da
natureza; (4) o ateísmo é uma grande cegueira, de quem rejeita Deus, não é uma
conclusão de quem é estudioso: temos aqui um exemplo de um grande estudioso,
Francis Collins, que crê em Deus!
Gostaram? Então,
que tal ajudarem a dissipar este grande equívoco, que é a “suposta oposição”
entre ciência e fé?
Até a próxima, com
a graça de Deus!
Sugestões de leitura:
- Francis Collins,
A Linguagem de Deus, Editora Gente,
2007.
- Entrevista de
Francis Collins publicada na revista Veja, em janeiro de 2007.
Para informações básicas
sobre Francis Crick, podem ser consultadas páginas a ele dedicadas na Wikipedia
– que eu mesmo consultei para escrever a primeira parte deste texto.
Nenhum comentário:
Postar um comentário