Amigos,
Continuando
a notícia, agora pretendo comentar sobre o fenômeno em si, e tentarei disponibilizar links para vídeos ou notícias de meios de divulgação
científicos.
De forma
simplificada, a Teoria da Relatividade Geral de Einstein descreve o fenômeno da
gravitação como uma distorção no “tecido” do espaço-tempo. Aqui as três
dimensões espaciais são combinadas com a de tempo, formando um espaço de quatro
dimensões. Einstein descreve a atração gravitacional entre corpos na forma
destas curvaturas. O texto do Blog: “Teorias
e realidade” explica este conceito, de modo que sugiro ao leitor uma
consulta; as figuras o ilustram bem. O texto
que é continuação deste último citado, comenta sobre um efeito que é
consequência da curvatura do espaço-tempo: as lentes gravitacionais.
O fato é
que a Teoria da Relatividade prevê também a existência de ondas gravitacionais,
resultantes de corpos interagindo, o que perturbaria o tecido do espaço-tempo –
de forma análoga à perturbação criada na superfície de um lago de águas
paradas, ao atirar-se um objeto em sua superfície. As ondas gravitacionais
propagam-se pelo espaço – ou melhor, pelo espaço-tempo –, à velocidade da luz.
O problema é que a força gravitacional é relativamente bem mais fraca que as
outras forças da natureza, de modo que as perturbações são muito difíceis de
serem percebidas.
Os resultados divulgados hoje correspondem a ondas gravitacionais emitidas durante
uma colisão entre dois buracos negros situados a cerca de 1,3 bilhões de
anos-luz – ou seja: o fenômeno ocorreu há cerca de 1,3 bilhões de anos, tendo
sido detectado na Terra agora. Buracos negros, eles mesmos, são entidades misteriosas,
resultantes do colapso (morte) de estrelas muito massivas; neles, o campo
gravitacional é tão forte e concentrado que nem a luz consegue escapar. Ou
seja: enquanto corpos massivos tendem a curvar o espaço-tempo em seu entorno,
de modo que a luz seja percebida como desviando-se em torno do objeto em questão, ao
percorrer esta curvatura; nos buracos negros, a curvatura é extrema, e a luz (e
também matéria) simplesmente precipitam nele, sem retorno: é como se houvesse
uma ruptura, uma descontinuidade do espaço-tempo. O texto do Blog: “Universo
em expansão...” trata sobre este assunto.
Imaginem
agora, dois monstros destes atraindo-se mutuamente, até se chocarem... Foi o
que ocorreu. Antes do choque, seu movimento de rotação provocava distorções no
espaço-tempo na forma de espirais giratórias. Após o choque, resultou apenas
um buraco negro, com massa menor que a soma das massas dos anteriores; a
diferença fora convertida em energia (descrito pela famosa equação E = mc2),
e irradiada na forma de pulsos de ondas gravitacionais, que finalmente
atingiram nosso planeta (em setembro de 2015). Neste link
(em inglês), o primeiro vídeo ilustra o fenômeno. Notem que o pulso, como
distorce todo o espaço-tempo por onde passa, distorce também os corpos por ele
atingidos; o vídeo mostra, de forma (muito) exagerada, a distorção causada em
nosso planeta, que, porém nos é imperceptível; mas não aos equipamentos que os
detectaram.
Os sinais
foram detectados por aparatos que usam laser, e são capazes de detectar
ínfimos desvios nas posições de seus espelhos. Para se ter uma ideia de quão
pequeno é este tipo de sinal, seria cerca de 10.000 vezes menor que o
diâmetro de um próton! (conforme o link
de notícias do MIT, uma das instituições que participaram do projeto,
juntamente com o Caltech). Interessante como também os sinais foram convertidos
em áudio, podendo ser “ouvidos” (no primeiro vídeo do link)!
Bem, acho
que vou ficando por aqui. Qualquer outra informação que eu descubra, ou vídeo
que encontre que sirva para ilustrar melhor o ocorrido, publico em outro texto.
Até!
PS: Contemplando a beleza da criação, louvamos o Criador!