quinta-feira, 23 de janeiro de 2014

Sugestão de leitura: Carta Encíclica Fides et Ratio

Caros,

Hoje resolvi divulgar, de uma forma diferente, uma leitura importantíssima para nós! Trata-se da Carta Encíclica Fides et Ratio, do Papa João Paulo II, de 1998. Este documento dá um bom embasamento para todo o nosso diálogo entre fé e razão – que abarca o diálogo mais particular entre ciência e fé.

A obra e uma imagem de seu autor, Beato (em breve, Santo) João Paulo II! 1

Trata-se de uma excelente aquisição! Para quem preferir acesso online, basta seguir este link na página do Vaticano.

Boa leitura!

(Acrescentado em 28/01/2014):
Textos relacionados, no blog: “Fé e Razão” e “Fé e Razão (2)”.


1 Para ver em maior detalhe, clique na figura.

sábado, 11 de janeiro de 2014

Epifania: mais uma reflexão


Amigos,

Há pouco tempo, dia 06 – dia de Reis –, escrevi um texto no blog sobre a Epifania do Senhor, e sobre a Estrela de Belém e os Reis Magos. Ainda na Semana da Epifania, vamos refletir mais a respeito.

Nós havíamos celebrado a visita dos pastores a Jesus na manjedoura; eles, gente simples do campo, que tomavam conta do seu rebanho, receberam a grande graça de serem avisados pelos anjos de Deus sobre o nascimento do Senhor, e foram adorá-Lo. Isso dá uma boa reflexão, pois, os primeiros a tomarem conhecimento do Natal do Senhor, foram esses pastores, pessoas simples – não eram “letrados”. Não, eram pessoas que trabalhavam no campo, tocando seus rebanhos. Aqui lembramos de uma passagem dos Evangelhos, mais adiante, em que o próprio Jesus exulta no Espírito Santo, dizendo:

Lc 10,21: “(...) Jesus exultou de alegria no Espírito Santo e disse: ‘Pai, Senhor do céu e da terra, eu te dou graças porque escondeste estas coisas aos sábios e inteligentes e as revelaste aos pequeninos. Sim, Pai, bendigo-te porque assim foi do teu agrado’.”

Já os Reis Magos eram homens dados ao conhecimento. Levando em conta as devidas proporções, do conhecimento que se tinha à época, podemos dizer que eram homens de ciência. Observavam os céus, e tinham acesso às Escrituras. Mesmo pagãos – ou seja, não eram oriundos do povo escolhido –, sabiam que estava para nascer o Messias! Mas aqui vem uma “dúvida”... Não refletimos antes, sobre a passagem Bíblica acima, que o Senhor prefere os pequeninos aos sábios e inteligentes...? Então como os Reis Magos também tiveram acesso, de uma outra forma, à grande notícia do nascimento de Jesus, se eram homens dados aos estudos...?
La adoración de los Reyes Magos, Diego Velázquez, 1619, Museu do Prado.

Bem, a resposta parece ser que, apesar de homens de ciência, eles também se fizeram pequeninos... O próprio Senhor os guiou através da Estrela de Belém, e eles foram adorar Jesus recém-nascido! Adorar é um culto que é devido somente a Deus; logo, os Reis Magos reconheceram que Jesus é Deus.

Quando lembramos também de grandes santos da Igreja que eram homens de vasto conhecimento – como Santo Tomás de Aquino e Santo Alberto Magno, somente para citar dois exemplos representativos –, percebemos que a grande questão não parece ser possuir ou não conhecimento; ser estudioso; ou dotado de uma grande inteligência, até. Tudo isso vem de Deus, como dons! Estes foram grandes homens, não foram? Grandes santos! Mas, podemos dizer também que se fizeram pequeninos, conforme agrada ao Senhor.

O grande problema está em ser auto-suficiente... Achar que basta a si mesmo, não precisando de Deus; não reconhecer que, se tem uma inteligência privilegiada e ama tanto a busca pelo conhecimento, tudo isso vem de Deus.

O que importa mais não parece ser tanto o possuir ou não conhecimento; mas, independente de qualquer coisa, se fazer pequeno diante do Senhor, que é o Todo-poderoso, de quem provém todo o bem e toda a graça; e todos os dons ou talentos que recebemos – e fazê-los render!

Pois bem: Deus Se fez homem, e quis Se revelar a todos: aos pequeninos não “letrados”, como os pastores; e aos doutos que se fazem pequenos diante d’Ele, como os Reis Magos. Que maravilha! No texto anterior, refletimos que o Senhor quis Se revelar não somente ao povo escolhido de então (israelitas), mas também aos pagãos; hoje, refletimos mais ainda, que o Senhor ama a todos, e quer Se revelar a todos nós, “letrados” ou não, esperando que todos O reconheçam como o Senhor!

Que possamos então nos fazer sempre pequenos diante do Senhor! Dependentes de Sua graça!

segunda-feira, 6 de janeiro de 2014

Epifania: A Estrela de Belém e os Reis Magos


Amigos,

Hoje é dia de Reis, sendo que aqui no Brasil nós celebramos a Epifania no Domingo. Foi o dia em que os Reis Magos encontraram Jesus na manjedoura, após terem seguido a Estrela de Belém. Do Evangelho de ontem1 (Mt 2,1-12), podemos destacar alguns trechos que falam da estrela:

Mt 2,1-2: “Tendo nascido Jesus na cidade de Belém, na Judeia, no tempo do rei Herodes, eis que alguns magos do Oriente chegaram a Jerusalém, 2 perguntando: ‘Onde está o rei dos judeus, que acaba de nascer? Nós vimos a sua estrela no Oriente e viemos adorá-lo’.”

Mt 2,9-11: “Depois que ouviram o rei, eles partiram. E a estrela, que tinham visto no Oriente, ia adiante deles, até parar sobre o lugar onde estava o menino. 10 Ao verem de novo a estrela, os magos sentiram uma alegria muito grande. 11 Quando entraram na casa, viram o menino com Maria, sua mãe. Ajoelharam-se diante dele e o adoraram.”
Adoração dos Magos, por Andrea Mantegna, entre 1460 e 1464.
Falando sobre a estrela. Há diversas versões sobre o que teria sido a estrela; poderia ter sido devido a um dentre diversos fenômenos naturais. Uma hipótese é de que teria sido uma conjunção de planetas – que poderia ter aparecido no céu como um objeto celeste de maior brilho; outras hipóteses seriam a de algum meteoro; ou algum cometa; ou ainda uma nova ou supernova. Cometa, nova ou supernova parecem eventos mais plausíveis, pois permanecem visíveis por mais tempo no céu.

Bem, de fato, parece não haver uma resposta definitiva para a explicação acerca do fenômeno natural que teria servido como guia para os magos. Mas é interessante notar como Deus pode agir de forma extraordinária, por vezes usando fenômenos naturais – da natureza a qual Ele mesmo criou! Porém, nem dá para saber se algum fenômeno natural de fato ocorreu, ou se teria sigo algo totalmente extraordinário!

O que mais importa é que os Reis Magos tinham origem em povos pagãos, que não faziam parte do povo escolhido (israelitas). Entretanto, tinham certo conhecimento de que nasceria o Messias, e estavam à Sua espera! Eram também homens que dedicavam-se aos estudos acerca da natureza – com o conhecimento de que se dispunha a época, claro.

Os reis magos representam todos nós, que não temos origem no povo judeu! Por vontade de Deus, Ele veio também para nós! Jesus quer levar Sua Boa Nova a todos, não somente àquele povo ao qual Deus vinha instruindo através da Lei e dos profetas; mas a todos nós! O que importa, independente da origem de cada um, é a nossa disponibilidade e abertura à Boa Nova, que é o próprio Cristo no meio de nós! E aqueles homens, apesar de sua origem pagã, buscaram insistentemente o Senhor e, quando O encontraram, O adoraram (vide Mt 2,11, transcrito acima). Assim, como diz São Paulo na Carta aos Efésios, na Liturgia de ontem (Ef 3,2-3.5-6):

Ef 3,6: “(...) os pagãos são admitidos à mesma herança, são membros do mesmo corpo, são associados à mesma promessa em Jesus Cristo por meio do Evangelho.”

Graças a Deus, que, em Seu amor e misericórdia, quis Se manifestar a todos os povos!





1 Conforme as leituras de 2014.

sábado, 4 de janeiro de 2014

A Sagrada Família, e a importância da família


Amigos,

No último Domingo, celebramos a Sagrada Família. No mesmo dia pensei em escrever algo a respeito, pensando também na família, essa instituição tão importante e fundamental em nossa sociedade.
Holy Family with the Holy Spirit by Murillo, 1675-1682.
 
Antes de falar da Sagrada Família, quero comentar sobre a família sob o aspecto puramente social. Me lembro de ter ouvido em uma aula na graduação, em uma das matérias que tivemos da área de humanas – o que para nós, de exatas, acabava sendo um refrigério em meio às matérias da nossa área –, sobre a importância da família. Faço questão de citar isso, para enfatizar que a importância da instituição familiar não é assunto particular da Igreja, mas algo que importa à sociedade como um todo. Não era uma aula de religião; tampouco a professora era ligada à nossa fé. Mas, entre os comentários sobre relações humanas, foi dito que cada pessoa aprende a conviver com outras já na própria família; depois, vai ampliando as esferas de convivência nos outros círculos que vai formando: na escola, no lugar onde mora, e assim sucessivamente, por toda a vida. Durante a aula, a família foi descrita como a “célula básica da sociedade”, sendo a esfera mais fundamental onde aprendemos a nos relacionar. De fato! Quem poderia negar isso? Todos nós nascemos em uma família! Mesmo nos casos em que a família não é bem estruturada; ainda assim, todos nascem de uma família.

Agora, falemos sobre fé. A família faz parte do projeto de Deus para o ser humano. Vemos isso já em Gênesis, quando Deus diz: “Não é bom que o homem esteja só; vou dar-lhe uma ajuda que lhe seja adequada” (Gn 2,18); e criou a mulher. Quando o homem avistou a mulher, exclamou de alegria: “Eis agora aqui, disse o homem, o osso de meus ossos e a carne de minha carne; (...)” (Gn 2, 23). Vemos a família como projeto de Deus também em outra passagem: “Por isso o homem deixa o seu pai e sua mãe para se unir à sua mulher; e já não são mais que uma só carne.” (Gn 2,24). Vemos, com base nas Sagradas Escrituras, que a família é desejada por Deus para o ser humano, desde o início.

A família é tão importante para Deus, que, quando enviou Seu Unigênito, o fez nascer e crescer em uma família! O Unigênito se encarnou no ventre da Virgem Maria, pela ação do Espírito Santo (“Respondeu-lhe o anjo: ‘O Espírito Santo descerá sobre ti, e a força do Altíssimo te envolverá com a sua sombra. Por isso o ente santo que nascer de ti será chamado filho de Deus’.”, Lc 1,35), e foi dado à luz. Foi cuidado, amamentado, educado, alimentado; “E Jesus crescia em estatura, em sabedoria e graça, diante de Deus e dos homens.” (Lc 2,52). Aprendeu o ofício do pai, São José; era submisso a seus pais (cf. Lc 2,51). Apesar da concepção de Jesus ter se dado sem a intervenção de São José – mas por ação do Espírito Santo, conforme já comentado –, Deus quis que seu Filho Único tivesse, na Terra, um pai. E São José, homem justo (cf. Mt 1,19), obediente ao Pai, atendeu ao Anjo de Deus que lhe revelara a missão dada à Virgem Maria, e a ele próprio: “José, filho de Davi, não temas receber Maria por esposa, pois o que nela foi concebido vem do Espírito Santo.” (Mt 1,20).

São José foi declarado Patrono da Igreja pelo Papa Pio IX, em 08/12/1870, pois, se ele foi escolhido por Deus para cuidar do próprio Cristo – Cabeça da Igreja –, também cuida da Igreja – que é o Corpo de Cristo! São José cuidou de Jesus e da Virgem Maria, os dois maiores tesouros! Jesus, verdadeiro Deus e verdadeiro homem, nosso Redentor; e Nossa Senhora, Mãe de Deus! Que missão foi dada a São José!

Podemos pensar também na Santíssima Trindade, Deus Uno e Trino, um só Deus em três Pessoas: Pai, Filho e Espírito Santo, comunidade perfeita de amor!

Por tudo isso, podemos dizer que a família é uma instituição sagrada, pois é querida pelo próprio Deus! Peçamos a Deus que abençoe nossas famílias; e tenhamos na Sagrada Família o modelo de família!

Nos dias atuais, a família tem sofrido grandes ataques por parte de uma sociedade doente, com comportamento paganizado, e que, por isso mesmo, a odeia tanto e tenta destruí-la. Que possamos manter em nossas famílias os valores morais elevados que lhe são próprios.

Mas o que isso tem a ver com um blog que trata sobre ciência e fé? Simples. O mundo tem sido assolado por ideologias macabras que são, ao mesmo tempo, contrárias à fé e à razão. Uma é a ideologia de gênero – que diz que ninguém deve ser “prisioneiro” do sexo com o qual nasce, mas deve ser “livre” (sic) para escolher que sexo (que eles chamam de gênero, e que inclui não somente masculino e feminino, mas outros comportamentos bizarros) se quer viver. Outra é o aborto. Nenhuma das duas ideologias resiste a um simples exame da razão; e quanto à fé, são incompatíveis.

“Jesus, Maria e José, nossa família vossa é!”


 Leituras sugeridas:


- “Reflexões”;





entre outros; basta procurar, no blog, por rótulos relacionados.

quarta-feira, 1 de janeiro de 2014

Feliz 2014!



Amigos,

Iniciando hoje um novo ano, aproveito para desejar a vocês, que têm acompanhado o blog, um 2014 com as graças e bênçãos de Deus! Espero que os textos publicados tenham sido uma ajuda a todos os que leem, no esclarecimento das questões sobre o diálogo entre ciência e fé, e temas correlatos. Que neste ano, com a graça de Deus, possamos continuar nessa aventura da busca pela verdade! Aproveito também para reforçar o convite pela participação dos leitores; quando alguém comenta um texto, é sempre uma chance de nos aprofundarmos mais no assunto, e quem sabe incrementá-lo com mais informação!

 

Feliz Ano Novo!