sábado, 23 de março de 2013

Milagres (2)


Amigos,


Lendo o Evangelho de hoje (Jo 11,45-56), uma das partes que me chamou a atenção foi: “(...) 45 muitos dos judeus que tinham ido à casa de Maria e viram o que Jesus fizera, creram nele. 46 Alguns, porém, foram ter com os fariseus e contaram o que Jesus tinha feito. 47 Então os sumos sacerdotes e os fariseus reuniram o conselho e disseram: ‘O que faremos? Esse homem realiza muitos sinais. 48 Se deixamos que ele continue assim, todos vão acreditar nele, e virão os romanos e destruirão o nosso lugar santo e a nossa nação’.”

Consultando a Bíblia, vemos que o trecho anterior a essa narrativa é justamente sobre a ressurreição de Lázaro (Jo 11,38-44); como sabemos, Jesus ressuscitou Lázaro, irmão de Marta e Maria. Lendo mais atentamente a narrativa do Evangelho de hoje, percebemos que os sumos sacerdotes e os fariseus deixam claro que Jesus realizava muitos sinais; vejamos que eles afirmam isso claramente, não deixam dúvida! Lembremos que esses agiam, de fato, como inimigos de Jesus, pois se incomodavam com tudo o que o Senhor realizava; Jesus não só pregava, mas sua pregação também era acompanhada de milagres e sinais: Jesus curava pessoas de todos os tipos de doenças, expulsava demônios, ressuscitava mortos...
Ressurreição de Lázaro, obra do século VI.
Notemos que, esses que se incomodavam com Jesus, não tentaram desmentir os milagres por Ele realizados... Eles sabiam que Jesus REALMENTE realizava milagres! E disseram isso claramente (“Esse homem realiza muitos sinais”). Eles começaram a planejar a morte de Jesus, justamente porque, se O deixassem continuar a agir, todos do povo, vendo os sinais que Ele realizava, acreditariam n’Ele. Entendem onde quero chegar? Aqueles homens, mesmo sendo os piores inimigos de Jesus, tramando sua morte, não duvidavam de Seus milagres. Pelo contrário, eles sabiam que os milagres e sinais que Jesus realizava eram reais! O que queriam era justamente impedir que Jesus continuasse a realiza-los!
Amigos, aqueles que se fizeram inimigos de Jesus, testemunharam CLARAMENTE os milagres e sinais que Jesus realizava (como a ressurreição de Lázaro – objeto da discussão deles, nessa passagem do Evangelho). Logo, se seus piores inimigos testemunharam – ainda que involuntariamente, pois sabemos que o que eles menos queriam era promover o que Jesus realizava – a veracidade das ações extraordinárias de Jesus, quem hoje se atreve a duvidar...? Só mesmo uma enorme cegueira leva alguém a não aceitar que Deus possa agir de forma milagrosa e extraordinária, nega o que é transcendente, como os milagres.
Isso põe por “água abaixo” todos os falsos argumentos de ideologias de fundo ateísta, como o marxismo – e sua vertente infiltrada na Igreja, a teologia da libertação de cunho marxista –, que negam o que é transcendente, e ficam apenas com a realidade imanente. Isso é próprio de sua ideologia: tudo tem que ser realizado aqui e agora – como se a justiça Divina e a vida eterna não existissem –, “fazendo justiça” à sua maneira, através de luta de classes e revoltas.
Amigos, os piores inimigos de Jesus, à época, acabaram testemunhando a favor de Suas ações extraordinárias... Esqueçamos conversas sem sentido que tentam negá-las. A razão já nos mostra isso; mais ainda, a fé nos leva a seguir adiante, passando ao largo de ideologias infundadas.

Boa reflexão!


Obs.: Relendo o texto, resolvi dirimir qualquer dúvida quanto às afirmações sobre os “inimigos de Jesus”. Obviamente, Jesus jamais quis ter inimigos: Jesus é Deus (verdadeiro Deus e verdadeiro homem), e se Encarnou a fim de trazer a salvação à humanidade. Porém, muitos se colocaram em uma posição de inimizade com Jesus, quando O rejeitaram a tal ponto de tramarem Sua morte... A inimizade partia destes.

domingo, 17 de março de 2013

Milagres


Amigos,

Vamos conversar mais um pouco a questão dos milagres de Jesus, citando, desta vez, trechos dos Evangelhos que narram a Multiplicação dos pães e dos peixes. Já escrevi aqui no blog antes sobre a Ação Divina e Milagres, em uma série de textos. Volto agora ao assunto.

Muitos de nós já devemos ter ouvido falar por aí, ou lido, falsas interpretações sobre o Milagre da Multiplicação, "explicando" (sic) que não teria havido milagre, de fato, mas apenas uma partilha dos alimentos. Lembremos também sobre o marxismo, cujos adeptos costumam negar este milagre de Jesus (e outros milagres também). Conforme já comentamos na série de textos sobre Ateísmo, racionalismo, socialismo e comunismo, essas ideologias, infiltradas na Igreja (o que consiste na teologia da libertação), tendem a querer suprimir tudo o que é transcendente, como se houvesse apenas a realidade imanente – ou seja, somente aquilo que nós percebemos de forma concreta, como nossa vida terrena.
Milagre da Multiplicação, Ícone Copta.
Confesso que eu já havia recebido essa falsa orientação no passado (quanto a dizer que as narrativas dos milagres seriam apenas algo simbólico, não fatos ocorridos). Para mim, foi uma surpresa, quando ouvi pessoas sérias na Igreja, afirmando a realidade do milagre da Multiplicação, realizado por Jesus; e também de outros milagres por Ele realizados. O fato de eu ter sido enganado, é uma forte motivação para eu querer propagar a verdade professada pela Igreja “aos quatro ventos”! Quantos também vivem por aí no engano!? A negação da ação Divina e da veracidade dos milagres é como um veneno, ou uma erva daninha que se espalha. As pessoas que propagam essas falsas afirmações se revestem de “ares” de grande sabedoria a respeito das coisas sagradas, apelando para o intelecto de seus ouvintes... e enganam a muitos, como se fossem grandes conhecedores da verdade.
Relembro, aqui, que há algumas passagens bíblicas cujo texto possui sentido figurado, como no caso do Livro do Gênesis: não entendemos todo o seu conteúdo “ao pé da letra” – por exemplo, achando que Deus criou o mundo em sete dias de 24 h. Sabemos que tratam-se de textos que visam transmitir verdades profundas de fé; e a Igreja sabe conjuga-las com as verdades científicas acerca da criação do mundo e da vida.
Mas daí a achar que tudo nas Sagradas Escrituras tem sentido figurado, tem muita distância! Quem nega os milagres, ou seja, a ação Divina, nega o poder que Deus tem de agir. Deus é onipotente, ou seja, tudo pode! Logo, quem nega os milagres, ou o que é transcendente, acaba negando a Deus. A libertação que Cristo nos trouxe acaba – na mente destes iludidos – reduzindo-se à libertação da opressão sofrida pelo povo... a ser resolvida como luta de classes, inclusive por meio de revoltas... discurso que já bem conhecemos... e sabemos ser falso, à luz da fé.
Sabemos que Deus criou o mundo e a vida, que funcionam segundo leis da natureza – estas, criadas também por Ele mesmo. Então, de forma geral, as coisas acontecem segundo estas mesmas leis. Mas não podemos achar que estas leis sejam válidas para o próprio Criador; elas só valem para a criação. O Criador não está sujeito às leis da natureza, que Ele mesmo criou! Entendem? A ação de Deus de jeito nenhum está limitada, cerceada, pelas leis da natureza! As leis valem para a criação, não para o Criador. Deus está acima de sua criação, e de suas leis (leis da natureza).
Portanto, em certos momentos, Deus pode sim, agir de forma extraordinária, milagrosa, se assim Ele o quiser! E ainda hoje, os milagres continuam a acontecer, servindo inclusive de base para os processos de beatificação e canonização.
Amigos, não tenhamos medo, receio, de ter certeza dos milagres realizados por Deus – seja enquanto Jesus se Encarnou, seja ainda hoje! Não se trata de sentido figurado! Fiquemos com o que diz a Igreja. Nela, podemos confiar!
Há muito tempo, ouvi um colega meu dizer que colocou suas filhas na catequese infantil; até aí tudo bem. Mas ele disse que teria que aproveitar enquanto elas eram crianças, para acreditarem no que é ensinado na catequese, pois quando as pessoas crescem, ninguém mais acredita... Que triste isso! Total falta de evangelização. Muitos, como esse, acham que os fatos narrados na Bíblia, ensinados na catequese, são como simples contos fantasiosos... Nada disso! Com o Magistério da Igreja, não temos medo de assentir ao que nos é ensinado, em termos de fé, pois Jesus mesmo disse aos Apóstolos: “Quem vos ouve, a mim ouve...” (cf. Lc 10, 16). Logo, quando a Igreja nos ensina questões de fé, é o próprio Senhor quem nos ensina. Quando algo se tratar de linguagem figurada, a Igreja nos orienta; e não deixam de ser verdades de fé, mesmo assim! Quando for fato ocorrido, a Igreja também nos orienta.
Os milagres não são estórias ilustrativas dos ensinamentos de Deus; são fatos ocorridos. Outro exemplo de equívoco comum: os anjos não são apenas estórias para crianças; são criaturas espirituais, tão citadas nas Sagradas Escrituras – no Antigo e no Novo Testamentos –, e que fazem parte do ensinamento da Igreja. E assim, tantos outros tópicos da nossa fé. Não tenhamos medo de dizer “amém” ao que ensina a Igreja!
Deixemos de lado as vãs influências de ideologias ateístas, uma vez que são incompatíveis com nossa fé.
Até a próxima!
Obs.: Para textos relacionados, no blog, sugiro procurar pelos títulos (cito os links de alguns artigos de cada série):
- “A Criação”,... , “Evolução”,...
- “Ateísmo, racionalismo, socialismo e comunismo”,...

Quanto ao milagre da Multiplicação, cito o link de um texto muito explicativo, no blog de Felipe Aquino. Não deixem de ler! Há uma análise detalhada sobre o assunto.

(Texto modificado em 30/07/2018, e em 13/02/2019.)