sábado, 23 de fevereiro de 2013

Fé e Ciência em defesa da Vida Humana


Amigos,

Na última quinta-feira, dia 21/02/2013, foi publicada uma notícia sobre um encontro na Pontifícia Academia para a Vida. Trata-se da 19º Assembleia Geral desta Pontifícia Academia, com o tema: “Fé e Vida Humana” (em tradução livre).


Conforme os esclarecimentos dados pelo Fr. Scott Borgman, secretário da Academia, no mesmo dia 21 – às vésperas da Assembleia –, a Academia é composta majoritariamente por cientistas de diversas partes do mundo, tendo poucos padres em seu corpo, ao contrário do que alguns poderiam imaginar. Ele explicou também que, dentre as questões tratadas pela Academia, estão: o direito à vida, a questão do gênero e a defesa do matrimônio e da família.

Este ano – segundo a notícia –, o encontro será focado naquilo que a Igreja e as Escrituras ensinam sobre a origem da vida nas famílias constituídas pelo matrimônio entre um homem e uma mulher.

Para maiores informações, acessar a página da Pontifícia Academia para a Vida, onde logo na página inicial, há links sobre esta Assembleia. Seguem os links da Programação e do Livro de Resumos.


Mais um frutuoso diálogo entre ciência e fé, por pessoas que conhecem bem uma e outra!

Até a próxima!

segunda-feira, 18 de fevereiro de 2013

Jesus vence as tentações


Amigos,

Nesse Primeiro Domingo da Quaresma, a Igreja nos propôs no Evangelho (Lc 4,1-13), Jesus vencendo as tentações no deserto, o que me levou a querer comentar algo aqui no blog. Mas o que isso tem a ver com o diálogo entre ciência e fé? Bem, já comentei antes no blog sobre a “Ação Divina”, na série de textos com este título, e também sobre milagres. As questões sobre a ação Divina e milagres têm a ver com o diálogo entre ciência e fé, e vocês verão que isso está, de certa forma, relacionado com o que vou comentar neste texto.

Durante o período de quarenta dias que passou no deserto, Jesus nada comeu. Importante salientar, que Jesus era guiado pelo Espírito Santo.

Na primeira tentação, o diabo disse a Jesus: “3(...) ‘Se és Filho de Deus, manda que esta pedra se mude em pão’. Jesus respondeu: ‘A Escritura diz: ‘Não só de pão vive o homem’’.’

Notemos que Jesus, sendo Deus, pode realizar atos extraordinários. Ele não está subordinado à natureza. As leis da natureza, criadas por Deus, não se aplicam ao próprio Senhor; mas à criação. Mas Jesus faz milagres quando julga necessário. Neste caso, era uma tentação, que Jesus, verdadeiro Deus e verdadeiro homem, venceu com a própria Palavra.

Ninguém pode desafiar Deus, dizendo: se és Deus, então faça isso! Mais tarde, na cruz, Jesus também foi desafiado: “(...) se és o Filho de Deus, desce da cruz!” (Mt 27,40). Logo, nenhum de nós jamais diga: se o Senhor é Deus, então faça isso para mim... me dê isso, e então eu acreditarei; ou coisa semelhante. Ele não está sob nossas ordens, nem pode ser desafiado...

Na segunda tentação, o diabo mostrou a Jesus todos os reinos do mundo e disse: “6(...) ‘Eu te darei todo esse poder e toda a sua glória, porque tudo isso foi entregue a mim e posso dá-lo a quem eu quiser. 7 Portanto, se te prostrares diante de mim em adoração, tudo isso será teu’. 8 Jesus respondeu: ‘A Escritura diz: ‘Adorarás o Senhor teu Deus e só a ele servirás’’.”

Mais uma vez Jesus, com a própria Palavra, venceu a tentação. Não se pode trocar Deus por nenhum ídolo, em hipótese alguma. No caso desta tentação, o objetivo seria obter bens materiais, poder ou glória. Só Deus é Deus, absoluto, eterno. Ninguém mais pode ocupar o seu lugar. Nenhum bem, poder ou glória, no mundo, substitui Deus. Tudo isso passa, só Deus permanece. Se alguém trocar Deus por bens, que se acabam, como fica depois, quando tudo se acabar...? “Buscai em primeiro lugar o Reino de Deus e a sua justiça e todas estas coisas vos serão dadas em acréscimo.” (Mt 6,33).

Aqui lembro também, que o Senhor não promete “boa vida” ou “moleza” para quem O segue... “Se alguém quer vir comigo, renuncie-se a si mesmo, tome a sua cruz e siga-me” (Mt 16,24). Então não existe isso de achar que, se seguir Jesus, vai ter casas, carros, dinheiro sobrando na conta... ou de achar que quem tem bens é abençoado, e quem não tem, não é abençoado... Se a pessoa for bem sucedida em seu trabalho e conseguir algo, dê graças a Deus, e que saiba fazer reto uso de seus bens.

Na terceira tentação, o diabo levou Jesus à parte mais alta do templo de Jerusalém e disse: “9(...) ‘Se és Filho de Deus, atira-te daqui abaixo! 10 Porque a Escritura diz: ‘Deus ordenará aos seus anjos a teu respeito, que te guardem com cuidado!’ 11 E mais ainda: ‘Eles te levarão nas mãos, para que não tropeces em alguma pedra’’. 12 Jesus respondeu: ‘A Escritura diz: ‘Não tentarás o Senhor teu Deus’’.”

Essa parte é a que me chama mais a atenção. Primeiro, o inimigo de Deus cita a própria Palavra para tentar Jesus! Vejam que, dentre as próprias leituras deste Domingo que passou, o Salmo 90/91 diz isso: “(...) pois o Senhor deu uma ordem a seus anjos / para em todos os caminhos te guardarem. / Haverão de te levar em suas mãos, para o teu pé não se ferir nalguma pedra.”. Segundo, nós precisamos fazer a nossa parte, nos preservando dos perigos, materiais e espirituais. Não é para ninguém se arriscar e se atirar ao perigo, e depois exigir que Deus vá socorrer. Lembremos que o Senhor nos dotou de liberdade, e não a tira de nós. Não podemos, aqui também, desafiar Deus, nos lançando ao risco de vida – seja essa vida, ou a vida eterna –, e querer que o Senhor nos socorra. Ele respeita nossa decisão... Ele nos deu discernimento também, inteligência.
Obra de Duccio, séc. XIV.
Quando Jesus vence as tentações, entendo também que Ele nos ensina que a ação Divina não é algo para ser buscado como espetáculo... Ação divina não é show, não é cinema, que tem efeitos especiais. Também não é algo a ser exigido por nós, como em um desafio, uma provocação. O Senhor nos socorre sim, mas precisamos fazer a nossa parte, e aceitar Sua ajuda. O Senhor pode fazer milagres sim, agir de forma extraordinária, mas não podemos querer coloca-Lo sob nossas ordens ou caprichos (e que atrevimento seria!). Ele é Deus! Ninguém pode tomar o Seu lugar.
Concluo com o link do Ângelus do Papa neste último Domingo, que alimenta a nossa reflexão, afinal, trata-se da orientação paternal do Vigário de Cristo. Para quem ainda não leu, aproveite. Não reproduzi trechos de sua fala aqui, preferi disponibilizar o link.
Que aproveitemos bem a Quaresma para nossa conversão. Que possamos vencer, com Cristo.

(Modificado em 20/03/2019).


quinta-feira, 14 de fevereiro de 2013

Dogmas


Amigos,

Comentei há poucos dias sobre os dogmas de fé da Igreja, em resposta a uma notícia de jornal com equívocos sobre a Infalibilidade do Papa. Retomando o assunto em relação aos dogmas, me lembrei da explicação que ouvi de um padre, durante uma homilia, se não me engano no dia da Imaculada Conceição de Nossa Senhora, 08 de dezembro, há alguns anos atrás (acho que de 2008); à época, eu cantava e tocava durante as missas. Não me lembro do nome do padre, que era visitante e estava substituindo outro; mas me lembro bem de sua explicação! Fiquei radiante de alegria, e vocês verão o porquê.

Sabemos que os dogmas são verdades de fé, proclamados por Papas, e que se tratam de inspirações do Espírito Santo, conforme a promessa de Cristo aos Apóstolos: “Quando vier o Paráclito, o Espírito da Verdade, ensinar-vos-á toda a verdade, porque não falará por si mesmo, mas dirá o que ouvir, e anunciar-vos-á as coisas que virão.” (cf. Jo 16,13); e ainda: “(...) o Paráclito, o Espírito Santo, que o Pai enviará em meu nome, ensinar-vos-á todas as coisas e vos recordará tudo o que vos tenho dito.” (cf. Jo 14,26).

Este padre que nos falou durante a homilia, a fim de explicar bem o que era um dogma, fez uma comparação com uma descoberta realizada por um astrônomo. Já perceberam o que me “incendiou” durante a homilia? Isso mesmo! Falou, de certa forma, sobre a convergência entre ciência e fé! A explicação sobre temas de fé já despertam em nós uma grande alegria, naturalmente, devido à essa busca pela verdade, que tanto nos move; além disso, o padre foi comparar com astronomia! Aí, como diz o ditado, “juntou a chama com a labareda”!

Ele comentava que os dogmas não são invenções dos Papas. Comparou com a descoberta que um astrônomo faz de um astro: não foi o astrônomo quem inventou o astro, ele já existia lá! O que aconteceu foi que o astrônomo, em suas observações, descobriu o astro. Logo, o que ainda não era conhecido, ou ainda não estava muito claro, ainda não era muito compreendido, passou a ser bem conhecido. Quando o astrônomo analisou, estudou o astro, pode descrevê-lo, dar um nome a ele, e publicar sua descoberta!
Créditos: NASA.
O mesmo ocorre, conforme o padre explicou, com a proclamação de um dogma de fé. Não foi o Papa em questão que inventou o dogma; era uma verdade de fé que já permeava a Igreja! Até que um Papa descreve então o dogma, dando-lhe um nome e proclamando-o!
O dogma da Imaculada Conceição de Nossa Senhora, por exemplo, era algo que já permeava a Igreja há muitos séculos; e foi proclamado em 1854, pelo então Papa Pio IX, em 08 de dezembro de 1854.
Genial, não, a explicação deste padre!? Mais clara e didática que essa, eu nunca tinha ouvido! Agradeço a Deus pela graça de ter participado dessa missa, e ter escutado essa explicação tão boa. Partilho com vocês!
Espero que tenham gostado! Até a próxima!

terça-feira, 12 de fevereiro de 2013

Sobre o Papa Bento XVI: mais alguns comentários


Amigos,

Ainda com base na tal notícia falaciosa sobre o Papa Bento XVI, faltou esclarecer algo mais, além do que fiz em meu texto anterior. É dito, naquele texto do jornal, que o Papa Bento XVI teria sido “muito polêmico por causa de sua postura dura contra a ala progressista da Igreja”; e que ele não “era um Papa reformista, procurando maiores adesões para a Igreja, nem midiático como João Paulo II”. Vejamos a seguir.

Cada Papa tem seus próprios carismas, o que é uma riqueza para a Igreja. Logo, é inútil ficar comparando os Papas entre eles, se este era assim, aquele era de outro jeito... Deus conhece bem as características, carismas e aptidões de cada Papa – características que o próprio Senhor concedeu a cada um –, e os ajuda a cumprirem sua missão.

Nossa fé atesta que os Papas são escolhidos conforme a vontade de Deus, por inspiração do Espírito Santo aos cardeais que participam dos Conclaves. Logo, ficar criticando este ou aquele Papa, não tem sentido.

A missão de um Papa é governar a Igreja; ser o Vigário de Cristo; confirmar os irmãos na fé (cf. Lc 22,32). A Igreja procura manter diálogo com o mundo moderno sim, a fim de transmitir, de forma íntegra, o conteúdo da fé. Mas isso não significa aquiescer com esse mundo neo-pagão, abrindo mão de seus valores fundamentais, a fim de simplesmente juntar maior número de pessoas. Claro que a Igreja quer levar às pessoas a mensagem do Evangelho, a toda criatura (cf. Mc 16,15)! Mas lembremos que a Igreja não é empresa, que precisa ficar disputando “clientes” com seus “concorrentes”, a qualquer custo...

Há, na Igreja, unidade na diversidade. Os muitos bispos (sucessores dos Apóstolos) exprimem “a variedade e a universalidade do povo de Deus”, enquanto o Papa “exprime a unidade do rebanho de Cristo” (cf. CIC 885). Ou seja, há uma Igreja, onde todos concordam nos pontos fundamentais da fé. Logo, não deve haver ruptura ou disputa entre “alas”, na Igreja. Unidade na diversidade.

O Papa Bento XVI não é conservador1; é fiel à Cristo e à Igreja. Quem acha que a Igreja deve afrouxar em algo em relação ao conteúdo da fé, da doutrina, para se tornar mais atraente e chamar mais gente, não é e nem quer ser católico.

Há grupos propondo mudanças absurdas para a Igreja, como a ordenação de mulheres – o que o Papa João Paulo II já deu como assunto encerrado, irrevogável; ministrar desde já comunhão a católicos em segunda união, em desobediência direta à Igreja; entre outras coisas. Isto não é ser “ala tal” na Igreja; isto é não ser Igreja.

Também não houve descontinuidade entre os Pontificados dos Papas João Paulo II e Bento XVI; até porque o Papa João Paulo II sempre teve o Cardeal Ratzinger como estreito colaborador, desde 1981, na Congregação para a Doutrina da Fé. Quem coloca em contraposição estes dois Papas, não conhece a Igreja; logo, também não deveria se pronunciar a respeito da mesma.

Como bem disse o Papa há pouco tempo – comentado aqui no blog –, Cristo leva a verdade às pessoas; se isso provocar alguma ruptura, como na Sinagoga, naquela passagem narrada no Evangelho (Lc 4,21-30), é porque não acolheram a verdade. Se o próprio Cristo não conseguiu agradar a todos, será o Papa a faze-lo...? Ou então nós...? Querendo agradar a todos, a qualquer custo, corre-se o risco de desagradar a Deus...

Cristo foi crucificado. São Pedro também, de cabeça para baixo (vide figura). De certa forma, a missão de levar a verdade adiante, acarreta perseguições. Mas Jesus nos advertiu sobre isso também: “Então Jesus disse aos discípulos: ‘Se alguém quer me seguir, renuncie a si mesmo, tome sua cruz e me siga’.” (cf. Mt 16.24); e ainda: “29 (...) ‘Em verdade vos digo, quem tiver deixado casa, irmãos, irmãs, mãe, pai, filhos, campos, por causa de mim e do Evangelho, 30 receberá cem vezes mais agora, durante esta vida – casa, irmãos, irmãs, mães, filhos e campos, com perseguições – e, no mundo futuro, a vida eterna’.” (cf. Mc 10,29-30).
Martírio de São Pedro.
Diante da Boa Nova de Cristo, todos nós precisamos tomar uma decisão: ninguém fica indiferente. Alguns se decidem por Cristo; outros, contra Ele... É melhor que nossa decisão seja por Cristo.
É isso. Até a próxima! Firmes na fé! Fiéis à Igreja!


(Acrescentado em 03/07/2018):

1Conservador. Esclarecendo: o conservadorismo é um valor muito caro, pois dá a devida importância ao conhecimento e à cultura desenvolvidos, guardados e transmitidos ao longo das gerações; por exemplo: família como célula básica da sociedade, busca pelo conhecimento, fraternidade, valores morais, etc. Quando escrevi que o Papa Bento XVI não é conservador, tomei como base o significado deturpado que ideólogos dão a este termo: "conservador", como algo retrógrado, atrasado, que impediria (sic) o desenvolvimento e a modernidade, entre outras falácias. Não, neste sentido, ele não é conservador; aliás, conservadorismo não é nada disso, conforme explicado no início deste comentário.


segunda-feira, 11 de fevereiro de 2013

Infalibilidade do Papa: alguns esclarecimentos


Amigos,

Todos nós fomos surpreendidos com a renúncia do Papa Bento XVI. Diante de tal notícia, qual deve ser a nossa atitude? Bem, a minha e a de minha família foi a seguinte: buscar informação a respeito, de fontes sérias e confiáveis. Por um lado, tivemos essa informação segura, e nos acalmamos do choque inicial. De outro, percebemos que os meios de comunicação não católicos divulgam notícias nem sempre com a devida seriedade, e acabam propagando falsas informações. Neste último aspecto, já prevíamos que muitos iriam aproveitar o fato para atacar o Papa Bento XVI e a Igreja, especialmente aqueles incomodados coma Igreja e, em particular, com o Papa Bento XVI. É o mesmo tipo de reação que houve por parte dos incomodados na época em que Cristo se Encarnou; perseguiram-No até a morte, e não se esquivaram de dar falsos testemunhos durante o julgamento que O condenou à morte.

Uma notícia me chamou a atenção, por conter tantos absurdos; neste link. A manchete já diz que a “renúncia do Papa é uma decisão inédita na história”; pelo conteúdo da manchete, somente, podemos dizer que esta afirmação é FALSA. Houve, na história da Igreja, outras renúncias de Papas, a última ocorrida em 1415, pelo Papa Gregório XII. No texto da notícia, é dito que uma renúncia baseada em idade ou saúde é inédita. Bem, independente de qualquer coisa, o Código de Direito Canônico prevê a renúncia de um Papa. Logo, independente dos motivos, a renúncia de um Papa não é algo totalmente novo; já ocorreu, por diferentes motivos, e trata-se de algo já previsto pela Igreja. Logo, a manchete foi sensacionalista.

Outra questão – e esta parece ser a mais grave: é dito, no texto da tal notícia, que a renúncia do Papa criaria uma situação complicada para a Igreja, quanto a um de seus dogmas: a Infalibilidade do Papa. Absurdo! Trata-se de uma afirmação FALSA! Do que se trata o dogma da Infalibilidade do Papa?

Bem, primeiramente, tenhamos em mente que, um dogma da Igreja não é algo estabelecido simplesmente pela vontade de um Papa. Um dogma é uma verdade de fé que começa a surgir na Igreja; quando se torna clara o bastante, o Papa proclama este dogma. Não se trata de uma “invenção” de um Papa; mas do reconhecimento formal de uma verdade de fé. Trata-se de ensinamento de Deus à Igreja, por inspiração do Espírito Santo.

Lembremos o que o próprio Cristo disse aos seus Apóstolos: “Quem vos ouve, a mim ouve; quem vos rejeita, a mim rejeita; e quem me rejeita, rejeita aquele que me enviou.” (cf. Lc 10,16). Além disso, Cristo também disse: “Quando vier o Paráclito, o Espírito da Verdade, ensinar-vos-á toda a verdade, porque não falará por si mesmo, mas dirá o que ouvir, e anunciar-vos-á as coisas que virão.” (cf. Jo 16,13); e ainda: “(...) o Paráclito, o Espírito Santo, que o Pai enviará em meu nome, ensinar-vos-á todas as coisas e vos recordará tudo o que vos tenho dito.” (cf. Jo 14,26).

Aqui está a raiz de pilares de nossa fé católica: o Magistério da Igreja, e a Sagrada Tradição; que também levamos em consideração, além das Sagradas Escrituras. Hoje os sucessores dos Apóstolos são os bispos – em particular, o Papa é o sucessor de Pedro (cf. CIC 880). Logo, estamos falando da autoridade exercida pelo Papa, e pelos bispos que estão em comunhão com ele (cf. CIC 891), quando se pronunciam sobre verdades de fé, porque são inspirados por Deus. Então, nós damos assentimento aos ensinamentos da Igreja, por causa da Palavra do próprio Cristo.

Logo, amigos, a Infalibilidade do Papa nada tem a ver com o Papa ser infalível em nível pessoal... Todos nós, humanos, somos frágeis, pecadores, e passíveis de cometer falhas em nível pessoal. Mas quando um Papa se pronuncia a respeito de verdades de fé, a respeito da doutrina católica, são infalíveis sim! Por que? Porque o próprio Cristo o garantiu!

Logo, a renúncia do Papa Bento XVI coloca em risco o dogma da Infalibilidade do Papa? NEGATIVO!
 
Cristo entrega as chaves do céu a Pedro
Entendem, amigos a importância de se buscar informação e formação na Igreja, para não cairmos em qualquer conversa sem fundamento por aí?

Até a próxima, e permaneçamos firmes na fé, com a graça de Deus, lembrando de outra promessa de Cristo: “(...) eu te declaro: tu és Pedro, e sobre esta pedra edificarei a minha Igreja; as portas do inferno não prevalecerão contra ela.” (cf. Mt 16,18).

Para maiores detalhes, sugiro consultar o Catecismo da Igreja Católica, disponível online no site do Vaticano; especialmente os artigos: CIC 880, e CIC 888-92.

segunda-feira, 4 de fevereiro de 2013

Buscar o consenso ou testemunhar a verdade...?


Amigos,

Lendo notícia sobre pronunciamento do Papa Bento XVI no Ângelus de ontem (03/02), lembrei de algo sobre o que eu costumo refletir às vezes, e gostaria de compartilhar. Ressalto que uma coisa é a mensagem do Papa; outra, é a minha reflexão pessoal.

Bem, o Papa comenta, baseado no Evangelho de ontem, sobre a ruptura que Jesus provocou na Sinagoga, após ter lido uma profecia de Isaías. Fica claro para os ouvintes, após a leitura, que a profecia de Isaías se referia a Jesus; ou seja, que Jesus era o cumprimento da profecia. Todos ficaram maravilhados; porém, alguns questionaram: “Não é este o filho de José?”, como que duvidando que um carpinteiro pudesse ter tal pretensão.
Cristo rejeitado, 1822, por William Dunlap.

Como resposta, Jesus diz que nenhum profeta é bem recebido em sua pátria; além disso, dá dois exemplos de milagres realizados por profetas, em favor de pessoas que não faziam parte do povo escolhido... Isso soou como uma grande provocação a todos os presentes à Sinagoga, que se enfureceram, expulsando Jesus, e tentando atirá-Lo ao precipício. Jesus, porém, seguindo o seu caminho, passou no meio deles.

Conforme vocês mesmos poderão constatar, o Papa questiona por que Jesus quis provocar tal choque...? Já que, em princípio, os ouvintes estavam maravilhados com Ele, Jesus poderia ter conseguido um consenso... O Papa responde claramente: Jesus não veio buscar consenso entre os homens, mas sim, testemunhar a verdade!

Amigos, entendem onde quero chegar...? Se ainda não, vejamos. Qual foi o mandato de Jesus aos Apóstolos? “Ide pelo mundo inteiro e anunciai o evangelho a toda criatura!” (cf. Mc 16,15). Jesus não disse para que fossem, e buscassem consenso entre todos... Mas sim para que anunciassem a verdade! Vejam, o próprio Jesus deu o exemplo, no Evangelho deste Domingo (03/02): não se preocupou em buscar consenso entre seus ouvintes, mas em anunciar a verdade; e foi rejeitado. Jesus anuncia a verdade, sem importar se esse anuncio irá gerar consenso ou ruptura. Seu principal objetivo é anunciar a verdade, ainda que isso Lhe cause problemas; mesmo que Ele seja rejeitado por alguns...

Esse é o exemplo que nós devemos seguir: o exemplo de Jesus. Deus é Amor. Porém, o Papa alerta que amor e verdade são o mesmo. Essa reflexão, de certa forma, vem ao encontro de uma reflexão anterior baseada na conversão de São Paulo. O Senhor anuncia a verdade: alguns a acolhem; outros a rejeitam... Mas nem por isso a verdade deve ser omitida, nem modificada, nem disfarçada, a fim de agradar às pessoas...

Quando se busca anunciar a verdade em primeiro lugar, pode se conseguir consenso ou não. Mas quando se busca obter consenso em primeiro lugar, a verdade pode ficar deturpada...

É isso. Espero que tenham gostado, e aproveitem para refletir também, especialmente na forma como evangelizamos: buscamos anunciar a verdade, ou buscamos obter consenso...?

Para finalizar: o que toda esta reflexão tem a ver com este blog...? Simples: lembram do que disse o Papa João Paulo II em sua Carta Encíclica Fides et Ratio?

“A fé e a razão (fides et ratio) constituem como que as duas asas pelas quais o espírito humano se eleva para a contemplação da verdade.”

Até a próxima!

sábado, 2 de fevereiro de 2013

Oração de São Tomás de Aquino


Amigos,

Há alguns dias atrás, eu publiquei aqui no blog um texto sobre São Tomás de Aquino, Doutor da Igreja, homem de fé e de razão; quem ainda não leu, pode acessar o link disponibilizado acima. Após um período de descanso, retorno agora, publicando uma oração de São Tomás de Aquino, que é uma grande maravilha: louvor a Deus, e pedido por Sua graça e auxílio.

Essa oração nos foi ensinada, à época, por um sacerdote. Procuro fazê-la antes de estudar, e antes de passar por provas; e a compartilho agora com vocês. É um reconhecimento de que nós dependemos de Deus para fazer boas obras; de que tudo de bom em nós, todas as nossas aptidões, nos foram dadas por Deus; e de que sem Ele, o que podemos fazer de bom...? Nada melhor do que poder contar com Sua graça e Sua bênção! Segue a oração:

“Criador inefável, que dos tesouros de vossa Sabedoria elegestes três hierarquias dos anjos e as estabelecestes numa ordem admirável acima dos céus, e que dispusestes com tanta beleza as partes do universo. Vós que sois chamado a fonte verdadeira e o princípio sobreeminente da luz e da sabedoria, dignai-vos enviar sobre as trevas de minha inteligência um raio de vossa claridade, afastando de mim a dupla obscuridade, na qual nasci, a do pecado e a da ignorância. Vós que tornai eloquente a língua das criancinhas, formai minha palavra e molhai meus lábios com a graça de vossa bênção. Dá-me a penetrabilidade para compreender, a capacidade de reter, a maneira e a tenacidade de estudar, a sutileza para interpretar e uma graça abundante para falar. Ordenai o começo, dirigi a continuação, completai o arremate. Vós que sois o verdadeiro Deus e verdadeiro homem, e que viveis e reinais nos séculos dos séculos. Amém.”

Até a próxima!